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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Governo negocia compra de novo avião presidencial

Sem alarde para evitar a repetição da polêmica que envolveu a compra do Aerolula, o governo negocia a aquisição de um avião maior e mais caro que poderá servir à presidente eleita, Dilma Rousseff, e a seus sucessores.O Aerodilma, caso seja adquirido mesmo com o cenário de contenção de gastos do governo, deverá ser um aparelho europeu da Airbus --um modelo de reabastecimento aéreo A330-MRTT, equipado com área VIP presidencial e assentos normais.
O avião custa até cinco vezes os US$ 56,7 milhões (R$ 98 milhões na sexta-feira) pagos em 2005 pelo Aerolula, um Airbus-A319 em versão executiva.
Justificar tal despesa seria complicado, como foi em 2005, e seria fonte certa de desgaste para Dilma, que até onde se sabe não foi informada sobre a ideia. Assim, juntou-se a fome com a vontade de comer, e a nova compra está sendo camuflada por uma necessidade real.
A FAB (Força Aérea Brasileira) precisa substituir seus dois aviões grandes de reabastecimento. São os antigos Sucatões presidenciais, versões com quase 50 anos de uso do vetusto Boeing-707. Por falta de condições, foram excluídos do último grande exercício aéreo da Força Aérea Brasileira. No fim da década, os militares estimam ter 150 caças, e reabastecimento é vital dadas as distâncias do país.
Como no caso dos Sucatões, o novo avião poderia cumprir a tarefa de reabastecimento e ser o aparelho de transporte intercontinental dos presidentes. Para viagens internas, o governo já usa dois Embraer-190.

Exército ficará no Alemão até julho

Mesmo contrariado, o Exército vai permanecer no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro até julho de 2011. As tropas federais substituirão as Polícias Civil e Militar nas duas comunidades ocupadas. A avaliação da cúpula da Força é que há um consenso político, irradiado a partir do Planalto, que prega a permanência das tropas e torna a ampliação da missão irreversível. Acrescente-se ainda o clamor da população, que apoiou maciçamente a operação contra o tráfico.
A pressão política já era notada pela manhã, quando o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), anunciou a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, na zona norte, para 2011. Todo o processo deve levar de seis a sete meses. Esse é o tempo estimado para a realização de concursos públicos e treinamento dos policiais militares que vão atuar nas comunidades.
A Secretaria de Estado de Segurança está elaborando nova requisição ao Ministério da Defesa, com o estabelecimento das previsões legais para a operação. 'Como nós temos a previsão de formar 7 mil homens em 2011, temos um cronograma. E a presença das forças do Ministério da Defesa no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro nos dará a garantia dessa nossa cronologia', explicou Cabral. 'É, na verdade, uma antecipação enorme de datas e de conquistas, mas, ao mesmo tempo, uma tranquilidade para que possamos continuar fazendo, sem comprometer nosso calendário de UPPs.'
De acordo com o governador, o ministro Nelson Jobim já teria aceitado a permanência das tropas, faltando apenas detalhes técnicos. O Estado apurou que a Defesa editará uma nova Diretriz Ministerial para resguardar as tropas de complicações legais, em casos de eventual e necessário uso da força.
Na quinta-feira, o ministro editou a Diretriz Ministerial n.º 14, que determinou apenas o reforço do apoio da União ao Estado, com a disponibilidade de blindados das Forças Armadas. Por nota, o Ministério da Defesa confirmou que vai avaliar 'com celeridade' os eventuais novos pedidos de ajuste no apoio militar.
Bastidores. Os militares, porém, estão preocupados com a mudança da missão no Rio de Janeiro, que deixará de ser apenas de vigilância de perímetro, isto é, de controle das entradas e saídas do morro, para se tornar uma tarefa quase policial, desempenhada no interior do Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro. A legislação sobre operações de 'Garantia da Lei e da Ordem (GLO)' abriga a nova missão do Exército. No entanto, uma mudança técnica será necessária para deixar claras as novas atribuições da Tropa.
O receio do comando das Forças Armadas, no entanto, é de que a duração da missão, somada ao novo perfil de operação nos morros, coloque os militares em contato íntimo com o narcotráfico, o que pode contaminar setores do Exército. Nesse período de quase oito meses, o efetivo de 800 homens do Exército deverá ser mantido.
Já se sabe que o modelo de atuação não será nos moldes de UPP. As tropas terão um comando militar e poderão reagir em caso de risco à segurança.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Polícia apreende 30 granadas em casa no Alemão

Policiais militares do 16º BPM (Olaria) apreenderam 30 granadas e uma grande quantidade de armas e munição por volta das 16h desta segunda-feira (29). Além das granadas, a apreensão inclui cerca de 15 pistolas, fuzis, carregadores e munição.
As armas foram encontrados escondidas dentro de uma casa na localidade da Vacaria, situada no limite entre a Vila Cruzeiro e o Conjunto de Favelas do Alemão.
A polícia também fez apreensão de cerca de 300 kg de maconha escondidos numa casa na localidade conhecida como Alvorada, no Alemão, por volta das 15h. Na casa havia ainda dois coletes à prova de balas.
Fuzil enterrado-No fim da tarde, durante varredura, um fuzil calibre ponto 30 foi achado enterrado na mata em uma localidade conhecida como Largo do Bulufa. Um fuzil AK-47 e um FAL foram apreendidos dentro de um carro abandonado na Avenida 5, um dos acessos à região. Pouco depois, policiais civis da 21ª DP (Bonsucesso) desceram o morro com um fuzil AK-47, uma pistola 9 mm com silenciador, um revólver, 1 kg de cocaína, munição e um rádio.
Balanço-A Polícia Militar divulgou nesta tarde balanço da semana de ataques no Rio de Janeiro. Segundo os dados da corporação, atualizados por volta de 14h30, entre os dias 22 e 28 deste mês foram registradas 37 mortes, 118 prisões, 130 pessoas detidas para averiguação e 102 veículos incendiados.
Além disso, a PM informou ter apreendido material inflamável e explosivos, como 12 coquetéis molotov, dois artefatos explosivos, 14 litros de gasolina, 5 litros de álcool, 7 galões de gasolina, 6 dinamites, 6 espoletas e 77 granadas e bombas caseiras.
Traficante preso-Também nesta tarde, o traficante conhecido como Nano foi preso na Rua Canita, no Alemão. Segundo a Polícia Militar, o criminoso, Adriano Alexandre dos Santos, de 20 anos, foi preso pelo serviço de inteligência, que o identificou em imagens em que ele aparece segurando um fuzil. O preso foi levado para o 16º BPM.
"Quando ele foi preso, disse que não era bandido. Então, nós mostramos a imagem dele com o fuzil. E ele disse: 'Mas eu deixei de ser bandido.' Só se ele deixou de ser bandido após o comandante-geral, Mário Sérgio, dizer que havia acabado o prazo para a rendição", afirmou tenente-coronel Álvaro Moura, do 3º BPM.
A polícia anunciou nesta segunda a morte do traficante Luis Carlos Nesse José, conhecido como “Di Vidro”, durante a ocupação policial no Conjunto de Favelas do Alemão na noite de domingo (28). Segundo o Disque-Denúncia, o traficante seria o chefe do tráfico da comunidade Mangueirinha, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e um dos criminosos mais procurados do Rio.

Exército deve permanecer na Vila Cruzeiro e no Alemão por até 7 meses, diz Cabral

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), anunciou na manhã desta segunda-feira que já existe um acordo entre o governo do Estado e o Ministério da Defesa para que o Exército policie os recém-reconquistados territórios da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão até que seja possível instalar duas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) nas comunidades. "Já está acordada [com o Ministério da Defesa] a permanência das tropas, agora estamos na fase das tratativas técnicas, que não passa por mim, passa pelo secretário Mariano, passa pelos oficiais militares do Ministério da Defesa. Isso está sendo feito desde ontem para que dê a paz e a tranquilidade, a garantia dessa transição para o modelo UPP", afirmou.
Com o apoio das Forças Armadas, a polícia ocupou o Complexo do Alemão praticamente sem resistência dos traficantes na manhã de domingo (28), após uma série de atentados ocorridos na cidade desde o dia 21, com 106 veículos queimados, atribuídos justamente a uma resistência dos criminosos à instalação de UPPs em 13 favelas cariocas. Na quinta-feira, policiais já tinham entrado na Vila Cruzeiro, favela vizinha ao complexo.
Cabral disse que a solicitação ao Ministério da Defesa, quando formalizada, deve requisitar as tropas por um período de 6 a 7 meses, embora o comandante-geral da Polícia Militar do Rio, Mário Sérgio Duarte, "mais otimista do que eu", acredite que as UPPs possam ser instaladas em menos de quatro meses.
A previsão é que as duas UPPs mobilizem entre 2.000 e 3.000 homens da Polícia Militar, a serem escolhidos entre os 7.000 novos policiais que se formarão em 2011. A função do Exército, diz Cabral, será "um policiamento ofensivo permanente" na fase de transição até a implantação das UPPs. Em outras comunidades já pacificadas, essa tarefa coube ao Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar).
A mobilização do Exército visa evitar que os traficantes possam se reorganizar na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão no intervalo necessário para a implantação da UPP. Ao mesmo tempo, libera as forças policiais para novas operações nos próximos meses. Ontem, Cabral não quis antecipar os próximos passos, mas admitiu que estão no horizonte ações para a retomada da Rocinha e de Manguinhos, dois dos principais redutos remanescentes do tráfico no Rio.
"A reconquista dos territórios, tanto da Vila Cruzeiro quanto do Complexo do Alemão, já foi efetivada, agora são os próximos passos. Não vamos dormir nos louros das conquistas de ontem. Nós acordamos desde cedo com os desafios de hoje e dos próximos dias, semanas e meses que é a reconquista dos territórios ainda ocupados pelo poder paralelo. Esses próximos passos passam por essa integração com o Ministério da Defesa e com a Polícia Federal, tanto em ações pontuais de inteligência, quanto em ações mais ostensivas, no caso da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão", afirmou Cabral.

domingo, 28 de novembro de 2010

Após ocupar Alemão, secretário diz que polícia chegará à Rocinha e Vidigal

O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou em entrevista coletiva neste domingo que a polícia vai permanecer ocupando o Complexo do Alemão, "o coração do mal" em suas palavras. Ele disse também que a ocupação policial irá se estender às favelas da Rocinha e do Vidigal, para onde traficantes podem ter fugido, segundo rumores. Beltrame não especificou quantos homens ficarão nas favelas do Alemão nem quando as outras duas comunidades poderiam vir a ser ocupadas.
"Há inteligência aqui nesse prédio [da secretaria] e, se se chegou no Alemão, também vamos chegar no Vidigal e na Rocinha", disse, ressaltando a importância de retomar os territórios do tráfico. "Vai haver a manutenção de policiamento que vai permanecer naquela região."
"O Alemão era o coração do mal e um lugar emblemático para todo o Rio de Janeiro, onde nós tínhamos uma convergência de marginais municiados. Então eu acho que, para a polícia, isso é uma vitória sim e, para os marginais, é uma perda de moral", afirmou. Em relação à falta de reação dos traficantes e a eventual fuga dos chefes do tráfico no Alemão, o secretário disse: "Como acontece nas operações de instalação de Unidades de Polícia Pacificadora, não há reação à altura, diante de uma ação de planejamento estruturada (...) Vocês estão vendo que essas pessoas [traficantes] em algum momento, em uma ação mais à frente, mais atrás, elas são capturadas."
"Marginal sem arma, sem casa, sem território, sem moeda de troca, é muito menos marginal", disse Beltrame, que garantiu que as buscas nas casas de moradores foram feitas em "situação de flagrante ou com autorização dos moradores".
Questionado sobre porque o conjunto de favelas não fora ocupado anteriormente, o secretário afirmou que a ação não fácil e que sua rapidez se deveu ao planejamento. Em 2007, o próprio Beltrame e o então secretário nacional de Segurança, Antonio Carlos Biscaia, afirmaram que o Alemão e a Rocinha seriam pacificados antes de receberam obras do chamado PAC. BALANÇO
Ao fim da entrevista, a secretaria divulgou uma estimativa de que 20 pessoas foram presas hoje, com a utilização de 2.700 homens das polícias Militar e Civil, além das Forças Armadas.
O balanço parcial também aponta que foram apreendidos de 50 fuzis e 40 toneladas de maconha. Não foi divulgado o número de mortos e a quantidade de cocaína apreendida.
Até as 13h deste domingo, havia o registro de pelo menos 50 pessoas mortas na onda de violência que começou há uma semana. Deste total, foram 36 mortes de suspeitos registradas pela PM, 7 mortes registrados pela Polícia Civil e 7 registradas pelos hospitais públicos do Rio.

Polícia ocupa Alemão; 'Todas as casas serão revistadas', afirma comandante

RIO - "Todas as casas serão revistadas. Beco por beco, buraco por buraco", afirmou o comandante geral da PM Mario Sergio Duarte, no complexo do Alemão, na Grota. Segundo ele, ninguém foi baleado, mas ainda não é possível fazer um balanço da operação. A polícia começou a subir no Complexo do Alemão pouco antes das 8 horas da manhã deste domingo, 28. Segundo a polícia, muitos traficantes se refugiaram no topo do morro, onde é possível ter uma vista melhor da operação.
Mais cedo, às 6h40, traficantes e policiais voltaram a trocar tiros nos dois lados da favela da Grota. Os moradores estão sendo abrigados em um galpão localizado na entrada do morro da Grota.
Helicópteros da polícia fazem voos rasantes e os caveirões da polícia já ocupam o morro. O veículo conhecido como 'Cascavel', um blindado do exército, e os blindados da Marinha também ocuparam a favela. Assim como aconteceu na Vila Cruzeiro, a invasão só foi possível por conta do uso dos veículos das Forças Armadas, que conseguem ultrapassar as barricadas organizadas pelos traficantes.
As polícias civil e federal estão ocupando diferentes entradas da comunidade. O Exército, por sua vez, participa da operação somente fazendo bloqueios nos acessos ao Complexo.Fazendinha. Aos gritos de "caveira", um grupo de 30 homens do Bope avançou pela Rua Canitar, principal acesso da Fazendinha, no Complexo do Alemão. Eles seguem a pé pela comunidade com o apoio de um caveirão da PM e de um blindado da Marinha. O local está tomado por dezenas de policiais e militares e muita pouca gente se aventura a sair.
Alguns moradores acompanham a movimentação das tropas de suas janelas tentando ao mesmo tempo se esconder de uma possível bala perdida. O clima é tenso, mas as forças policiais demonstram confiança na ação. Alguns soldados do Exército comentam entre si que gostariam muito de participar das ações de um modo mais efetivo e lamentam que o papel deles seja apenas de contenção e cerco.
Moradores. Embora muito apreensivos, os moradores assistem com curiosidade à investida da polícia. "Estou achando muito legal. Já deviam ter feito isso faz tempo", disse uma moradora.
Apesar da aprovação da maioria, há moradores que reclamam de abuso policial. A atendente Flavia Gomes, de 28 anos, por exemplo, conta que sua irmã de apenas 14 anos está detida em um ônibus da polícia desde as 23 horas da noite de ontem.
Mesmo já tendo sido levada para delegacia e tendo sua ficha limpa confirmada, ela ainda não foi liberada. "Concordo com a ação da polícia. Mas não acho que eles podem deter quem devia ser liberado", disse Flavia. De acordo com ela, a irmã mais nova foi detida quando caminhava com o cunhado durante a noite.
Uma dona de casa, Ana Paula da Silva, de 30 anos, estava com uma criança de 3 meses e tentou levar alimento para a mãe que vive no Complexo do Alemão, mas foi impedida por policiais de subir o morro.
Segundo Ana Paula, há três dias, os alimentos da mãe estavam no fim e por isso foi levar mais mantimentos até o local onde ela mora. "Cheguei às 6 da manhã e os policiais não me deixaram subir. Se não fosse o tiroteio, teria subido antes", explica Ana Paula.
De acordo com os policiais, os moradores não poderão retornar para suas casas até que a situação esteja resolvida. Pois, caso alguma vítima seja baleada, o planejamento da operação pode ser totalmente alterado.
Madrugada. Durante a noite, a situação no Complexo do Alemão foi de calmaria. Não houve conflitos e nem trocas de tiros e nenhum criminoso se rendeu.

sábado, 27 de novembro de 2010

Polícia dá ultimato a criminosos antes de invasão ao Alemão

A polícia do Rio de Janeiro, que desde sexta-feira mantém um cerco ao conjunto de favelas do Alemão com veículos blindados e 800 homens do Exército, deu um ultimato neste sábado aos criminosos que se refugiam no local, após uma onda de violência que deixou ao menos 46 mortos na cidade nos últimos dias.
"Nós estamos a postos para invadir o Complexo do Alemão a qualquer momento. É melhor eles se renderem agora e levantarem as armas enquanto é tempo, porque quando a gente invadir vai ser mais difícil. Estamos do lado de fora por pouco tempo," avisou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, em entrevista coletiva.
"Não existe a menor chance de os traficantes terem êxito nessa guerra do Alemão. Os bandidos têm a chance de se entregar agora. Estamos chegando nos momentos finais para entrar no Alemão... Eles devem se entregar agora e ter o tratamento que a lei lhes garante," acrescentou o coronel, que também fez um pedido aos moradores da comunidade para não saírem às ruas em caso da invasão das forças de segurança.
A Polícia Militar informou que foi preparado um local determinado dentro da favela para que os homens se entreguem, com as armas sobre a cabeça, de forma a impedir a invasão dos policiais.
Criminosos e as tropas da brigada paraquidista do Exército trocaram tiros repetidas vezes desde a ocupação militar das entradas e saídas do Complexo do Alemão, deixando ao menos 10 feridos entre sexta-feira e sábado, incluindo um soldado, um policial e um fotógrafo da Reuters que foi levado ao hospital e passa bem. Dois supostos líderes do tráfico de drogas também foram feridos e presos, informou a polícia.
A operação em torno do Alemão foi iniciada após a fuga em massa de dezenas de homens armados para a comunidade em consequência da tomada na quinta-feira pela polícia, com ajuda de veículos blindados da Marinha e fuzileiros navais, da favela Vila Cruzeiro, outro reduto dos criminosos acusados de comandarem a onda de ataques a veículos e alvos policiais na cidade.
Ao menos 100 carros e ônibus foram incendiados por criminosos desde domingo, e ações da polícia em resposta aos ataques nas ruas deixaram pelo menos 45 suspeitos mortos em confrontos, de acordo com a polícia. Uma jovem de 14 anos também morreu, vítima de bala perdida. Mais de 70 suspeitos já foram presos pelas autoridades por envolvimento com o crime organizado.
Autoridades da área de segurança consideram as ações violentas desta semana uma resposta à nova estratégia implementada na capital com as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), que provocou a saída de chefes do tráfico de favelas onde esse tipo de policiamento foi instaurado. Acuado e forçado a deixar algumas áreas da cidade, o crime organizado estaria reagindo.
A implantação das UPPs em 15 das centenas de favelas espalhadas pela cidade é considerada o maior avanço na área de segurança pública da capital fluminense nos últimos anos, e a medida foi inclusive citada pelo Comitê Olímpico Internacional como um exemplo de que a cidade será segura para a Olimpíada de 2016. O Rio também será palco central da Copa do Mundo de 2014.
Diretor de ONG Afroreggae é chamado para mediar conflito
Os traficantes cercados no Complexo do Alemão enviaram mensagens ao mediador de conflitos e coordenador do Afroreggae, José Júnior, para iniciar algum tipo de conversação antes da invasão da polícia. José Júnior está agora no Complexo do Alemão disposto a negociar uma rendição com os traficantes para evitar o elevado número de mortes que se espera em um eventual combate.
Desde 1993, ele criou a ONG que atua na área social cultural em favelas, abrigando e empregando ex-traficantes dispostos a abandonar o crime. Os mediadores atuam para evitar confrontos que prejudiquem a vida de moradores das comunidades.
O comandante-geral da PM do Rio, coronel Mário Sérgio Duarte, disse neste sábado que a polícia vai invadir o Complexo do Alemão "a qualquer momento". Segundo o oficial, a decisão já está tomada e não há possibilidade de se voltar atrás. "Temos toda a superioridade. Não há hipótese de os traficantes serem bem sucedidos. Eles devem se entregar, essa é a hora. Depois que entrarmos, as coisas serão complicadas", afirmou o comandante da PM.
Chacina
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados divulgou nota oficial alertando para o riscos de que as operações policiais de combate ao crime organizado no Rio de Janeiro repitam o episódio da “Chacina do Alemão”, a megaoperação ocorrida em 2007 que mobilizou 1,3 mil policiais e resultou na morte de cerca 20 pessoas em um único dia. “Foram feitas atrocidades para nada. O tráfico aumentou lá”, aponta o deputado Chico Alencar (P-SOL-RJ) membro da CDHM.
Observação semelhante fez o diretor de Defesa de Direitos Humanos, Fernando Matos, da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), que está no Rio. “Há consciência [por parte das autoridades] de que se houver derramamento de sangue o impacto vai ser tão ruim quanto as imagens de traficantes tomando conta das comunidades.”

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Lula assegurou a Teixeira que o Exército nas ruas garantirá a Copa do Mundo no Rio de Janeiro

O mundo está chocado com a onda de violência no Rio de Janeiro.Justo na cidade onde já está marcada a final da Copa do Mundo de 2014.E as Olimpíadas de 2016.A imprensa do planeta está relacionando as mortes, os carros queimados e os arrastões com as duas competições.Será que o Rio terá condições de oferecer segurança para as delegações, turistas e dirigentes?O presidente da Fifa, Joseph Blatter, já pediu satisfação para o presidente da CBF.Já não bastasse os atrasos nos estádios, agora a violência desenfreada.Mas Blatter foi tranquilizado por Teixeira.Teve a garantia que a Copa do Mundo está mais do que garantida.O motivo: a ligação de Teixeira com Lula.O presidente da República já garantiu que a fórmula que deu certo no Pan-Americano será repetida.Ou seja: o Exército tomará as ruas e as favelas do Rio de Janeiro.Enquanto acontecer a Copa, a segurança será mais do que rígida.O pedido de Lula já chegou até Dilma e ela não colocou qualquer obstáculo ao plano.Para o governo brasileiro será fundamental organizar a Copa do Mundo e as Olimpíadas.E a violência não pode atrapalhar.Blatter está para vir ao Brasil.Ele terá um encontro com Lula e receberá dele as garantias do Mundial.Essa festa dos bandidos não acontecerá em 2014, quando soldados do Exército estarão nas ruas do Rio.Mesmo assim, as seleções deverão trazer suas escoltas especiais de seguranças.Há um clima tenso em relação à Copa do Mundo no Brasil.Mas a Fifa usará essa promessa do Exército nas ruas para acalmar os já preocupados dirigentes das seleções europeias.Por isso Ricardo Teixeira pôde divulgar a nota de ontem, garantindo a Copa no Brasil e a sua final no Rio de Janeiro.Mas a desconfiança do mundo inteiro continua.O ideal seria o Exército assumir as ruas da cidade desde já...

Moradores da Penha aplaudem chegada do Exército à área de conflito

Moradores da Penha, na Zona Norte do Rio, aplaudiram na tarde desta sexta-feira (26) a chegada de soldados do Exército à região onde acontecem os maiores conflitos no Rio. Pelo menos cinco caminhões e um blindado já chegaram à Vila Cruzeiro, mas a expectativa, segundo o Comando Militar do Leste, é que eles sigam para o Alemão.
Segundo o coronel Zanan, da seção de comunicação, a missão dos soldados é cercar e isolar a área do Alemão para que ela seja ocupada. Serão cerca de 800 soldados em mais de 50 viaturas.
Os carros saíram da Brigada Paraquedista, na Vila Militar na Zona Oeste.
Os cerca de 800 militares da Brigada de Infantaria Paraquedista já estão sendo distribuídos no entorno dos complexos de favelas do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (26).
Um dos grupos está em quatro caminhões, um blindado e duas motocicletas. Todos os militares estão armados com fuzis.
Os homens do Exército serão distribuídos em pelo menos 40 pontos diferentes, coordenados pelo coronel Marcus Jardim, chefe do 1º Comando de Policiamento de Área, da PM, responsável pelo policiamento em grande parte da capital.
Os militares compõem um batalhão da Brigada, mas o Exército informou que os outros dois batalhões também podem ser usados, o que pode resultar em um reforço de 2.400 homens.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

'A Vila Cruzeiro hoje pertence ao estado', diz subchefe da Polícia Civil

"A Vila Cruzeiro hoje pertence ao estado." A frase foi dita pelo subchefe operacional da Polícia Civil do Rio, delegado Rodrigo Oliveira, quando descia da favela cerca de uma hora depois que policiais chegaram ao topo do morro, no início da noite desta quinta-feira (25). A ação de ocupação do local durou quatro horas.
"Existe uma rota de fuga para o Complexo do Alemão de difícil acesso, mas hoje a favela está dominada. Essa é a resposta que a sociedade precisava", disse o subchefe, que indicou que a ação não terminará nesta quinta.
A operação da polícia é liderada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) e usa ao menos 350 homens (200 da Polícia Civil e 150 do Bope), com o apoio da Marinha, que cedeu nove blindados.
Desde domingo, o Rio vive uma onda de violência, com arrastões, veículos queimados e ataques a forças de segurança. Segundo o governo, é uma reação à política de Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs, na qual a polícia ocupa áreas antes dominadas por criminosos. Em toda a região metropolitana, foram 30 os veículos incendiados somente nesta quinta. Pouco antes das 16h, a PM informou que prendeu durante o dia 11 suspeitos e apreendeu 3 galões de gasolina, 6 dinamites e 6 espoletas. Oito pessoas morreram.
ÚLTIMAS INFORMAÇÕES:PF VAI AJUDAR - O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, anunciou nesta noite que a Polícia Federal pode dar apoio às ações de combate a criminosos na Região Metropolitana do Rio nesta sexta. Há 300 agentes à disposição do governo do estado.
AÇÃO NOTURNA - A operação na Vila Cruzeiro vai continuar durante a noite desta quinta, informou a Polícia Militar. De acordo com a PM, agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e 16º BPM (Olaria) terão que redobrar a atenção por causa da falta de luz solar.
ARTEFATOS - Uma explosão causou correria entre moradores do Largo da Penha, que dá acesso à Vila Cruzeiro. Segundo a polícia, o ojbeto estava numa das subidas da comunidade e estava ligado a um fio que corria ao longo de um quarteirão. Depois de retirado, ele foi detonado por homens do Esquadrão Antibombas. Durante a megaoperação, os policiais encontraram na Favela Vila Cruzeiro duas granadas, duas bombas, sacos de pólvora, pregos e pavios.MAIS FERIDOS - Duas pessoas feridas nos confrontos na Vila Cruzeiro chegaram no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, no subúrbio do Rio. Segundo a Secretaria estadual de Saúde, as vítimas são um adolescente, de 16 anos, e um jovem de 21. Oito pessoas ficaram feridas na Vila Cruzeiro nesta quinta.
MORADORES ASSUSTADOS - O cerco a criminosos na Vila Cruzeiro, na Penha, faz com que moradores e trabalhadores das proximidades do conjunto de favelas escolham não voltar para casa. Um grêmio recreativo virou abrigo. O servente José Pereira, de 33 anos, atingido no tornozelo, também está com medo: “Fico muito triste com essa situação. Meus filhos já não vão à escola há dois dias”. Alguns criminosos chegaram a colocar fogo em pneus.
LENÇÓIS BRANCOS - Os moradores do conjunto de favelas do Alemão estenderam lençóis e toalhas brancas, como um pedido de paz na comunidade, que é alvo de traficantes e facções criminosas. Muitos criminosos que estavam na Vila Cruzeiro fugiram para o Alemão.
CAVEIRÃO E BLINDADOS DANIFICADOS - A megaoperação na Vila Cruzeiro teve um caveirão com pneu furado e dois blindados da Marinha avariados, sendo que um já retornou à favela. O primeiro, atingido por tiros, saiu de combate mais cedo.ÔNIBUS SEM CIRCULAR - Pelo menos 115 ônibus estão sem circular na região da comunidade Vila Cruzeiro, na Penha, por conta da megaoperação. Segundo a Federação de Empresas de Ônibus do RioFetranspor, a viação Nossa Senhora de Lourdes está com quase todos seus coletivos dentro da garagem, que fica próxima à favela.
FUGA DE BANDIDOS - Pouco depois das 15h, a ação policial na Vila Cruzeiro provocou fuga em massa de criminosos da comunidade. Sob ataque da polícia, eles fugiam por uma estrada no alto da favela a pé, em motos e picapes. Imagens gravadas de um helicóptero mostraram mais de cem homens entrando fortemente armados na mata, numa via que seria um dos acessos para o Conjunto de favelas do Alemão.
REFORÇO - Mais de uma hora depois de a polícia entrar na Vila Cruzeiro, na Penha, no subúrbio do Rio, a megaoperação ganhou reforço para uma nova fase na ocupação. São mais de 200 policiais civis, três blindados da Marinha e quatro caveirões do Bope.
EXPLOSIVO - Mesmo com uma megaoperação do Bope no local, dois criminosos em uma bicicleta jogaram um artefato explosivo no Largo da Penha, região da Vila Cruzeiro.POLICIAL ATINGIDO - Um policial ficou ferido no confronto com traficantes na Vila Cruzeiro. Segundo a polícia, ele foi atingido no braço numa localidade conhecida como Pedra do Sapo.
JOVEM BALEADO - Um jovem, de 21 anos, foi atingido por uma bala perdida próximo à Vila Cruzeiro no início desta tarde. Segundo funcionários do hospital, ele foi alvejado na nádega.
INSTALAÇÃO DE UPP - Fontes ligadas ao Governo do Rio confirmaram a instalação de uma UPP na Vila Cruzeiro.
TIROTEIO - Por volta das 13h, havia tiroteio na Vila Cruzeiro. E parte do comércio da região, no subúrbio do Rio, fechou as portas. O clima é de tensão na área e poucos veículos passam pelo entorno da favela.
"VAMOS DOMINAR OS CRIMINOSOS" - "Essa operação não é de entrada ou saída. Vamos dominar e prender os criminosos", afirmou o coronel da PM, Álvaro Garcia. Segundo ele, serviços de inteligência da polícia indentificaram que muitos marginais estão na Vila Cruzeiro porque saíram de comunidade que foram pacificadas.BLINDADOS - Os veículos blindados da Marinha que reforçam as equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) vão servir apenas para o transporte de policiais na megaoperação que acontece nesta quinta. "É a primeira vez que ao Bope utiliza este tipo de força em uma operação no Rio", afirmou o comandante do Bope Paulo Henrique Moraes.
TENTATIVA DE BLOQUEIO - Mais cedo, quatro homens em duas motocicletas tentaram utilizar um caminhão de lixo para bloquear a passagem na Rua Tenente Luís Dorneles, na entrada do Grotão, na Vila Cruzeiro. Segundo a Comlurb, os bandidos teriam ordenado que o motorista permanecesse no local bloqueando o acesso à comunidade. Ainda de acordo com a empresa, depois de dar a ordem, eles teriam deixado o local e o motorista ligou o caminhão e fugiu.
ESCOLAS FECHADAS - Sete escolas e uma creche foram fechadas nesta manhã. Das unidades de educação, apenas uma é estadual. No entanto, segundo a Secretaria estadual de Educação, outras três escolas estaduais estão fechadas por conta da onda de violência, em Manguinhos, Madureira e Bonsucesso. Só no município, são mais de 12 mil alunos sem aulas.BOMBEIROS AJUDAM HOSPITAL - A Secretaria estadual de Saúde informou que reforçou o atendimento na emergência do Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Médicos do Corpo de Bombeiros foram deslocados para a unidade para atender os possíveis feridos da operação policial na Vila Cruzeiro. Segundo a secretaria, desde a última quarta-feira (24), 21 pessoas que estariam na comunidade durante o confronto entre a polícia e os criminosos chegaram feridas ao hospital. Dessas, quatro morreram e três continuam internadas na unidade.

Com apoio da Marinha, estado prepara ação na Vila Cruzeiro para acabar com atentados

RIO - O governo do estado prepara uma grande ofensiva contra o tráfico na Vila Cruzeiro, na Penha, que estava programada para começar nesta quinta-feira. Principal reduto do tráfico no Rio, a Vila Cruzeiro, junto com o Complexo do Alemão, se transformou no maior bunker de traficantes cariocas, recebendo bandidos de comunidades ocupadas por Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). O governador Sérgio Cabral pediu apoio à Marinha do Brasil, que garantiu suporte logístico, como veículos blindados, armas, munição e óculos de visão noturna. Exército entrou em alerta máximo e reforçou a segurança de todas as suas unidades militares no Estado do Rio. Até agora, os militares não foram acionados para ajudar o estado no policiamento, como já foi feito em outros anos, mas apenas para dar apoio logístico, como fará a Marinha. Em entrevista quarta-feira ao "Jornal Nacional", da TV Globo, o governador afirmou que recebeu um fax do ministro da Defesa, Nelson Jobim, garantindo total apoio: - Acabamos de solicitar ao ministro Nelson Jobim e ao almirante Julio (Soares de Moura), comandante da Marinha, o apoio logístico, com transporte, viaturas e equipamentos importantíssimos para o combate a esses criminosos. O governador ressaltou que a Marinha não vai atuar diretamente no combate aos atentados no Rio. - Não é apoio de efetivo. A Marinha não vai se envolver. Vai ceder esses equipamentos para a operação da Polícia Militar. À noite, 12 coronéis percorreram ruas e vias expressas da cidade, para supervisionar o policiamento. Até o comandante-geral da corporação, Mário Sérgio Duarte, participou do patrulhamento. Eles fizeram seis percursos, incluindo a Lagoa e a Autoestrada Lagoa-Barra, perto da Rocinha. Na Zona Norte, percorreram a Rua Vinte e Quatro de Maio e a Avenida Dom Hélder Câmara, perto do Jacarezinho Durante o dia, as polícias Militar e Civil fizeram operações simultâneas em 29 favelas. Os alvos principais foram os responsáveis pelos ataques que estão apavorando a população. Só a PM fez incursões em 27 comunidades, resultando na morte de 18 pessoas. Quatro mortes ocorreram nos morros da Penha; oito nas favelas Guaxa e Jardim Floresta, em Belford Roxo; e três na Favela Faz Quem Quer, em Rocha Miranda. Foram detidas ainda 153 pessoas (21 ficaram presas após serem ouvidas).
PM apreende 1t de maconha na Penha A PM ensaiou uma investida nos morros da Chatuba e da Fé, no Complexo da Penha, ocupando seus principais acessos. As comunidades fazem parte de um conjunto de morros que forma os complexos da Penha e do Alemão, onde está a maior facção criminosa do Rio. Só nessa ação, quatro pessoas morreram e 25 pessoas foram detidas. Há ainda 14 feridos no Hospital Getúlio Vargas e dois policiais militares baleados de raspão. Entre os mortos, está uma menina de 14 anos, vítima de uma bala perdida na Favela do Grotão, na Penha. De acordo com o balanço da PM, foram apreendidas 29 pistolas e revólveres, dez fuzis, duas espingardas calibre 12, uma submetralhadora, cinco granadas e duas bombas artesanais nas operações de ontem. Na Chatuba, foi apreendida uma tonelada de maconha. Segundo o relações-públicas da PM, coronel Henrique Lima Castro, a corporação pôs 17.500 militares nas ruas e reforçou o policiamento nas UPPs, temendo que as unidades fossem alvos dos bandidos: " - Não começamos a guerra. Fomos provocados a entrar nela e vamos sair vitoriosos. Temos fôlego para isso. Ainda não usamos o pessoal que está de férias e o do interior. "A ação policial começou simultaneamente nas favelas por volta das 9h. Enquanto equipes da Polícia Civil entravam nas favelas de Manguinhos e Jacarezinho, PMs de diversos batalhões se reuniam no 41 BPM (Irajá) e, de lá, partiram para invadir as favelas do Complexo da Penha. O fato ocorreu logo depois de um câmera no helicóptero da TV Globo registrar cenas, no início da tarde, de homens fortemente armados e circulando em motos num acesso à Vila Cruzeiro. Foi na favela que, em junho de 2002, o jornalista da TV Globo Tim Lopes foi assassinado pelo tráfico. O Bope ficou nos acessos e não vai sair de lá, até a ocupação completa da favela hoje. Quando o Bope chegou, traficantes, por meio de radiotransmissores, alertavam para o posicionamento dos blindados da polícia. Comerciantes do Largo da Penha optaram por fechar as portas, temendo balas perdidas. A intensa troca de tiros deixou o local deserto. Até os camelôs recolheram as barracas. Traficantes armados de fuzil circulavam pelas escadarias da Igreja da Penha e atiravam em direção aos policiais. Um carro blindado do Bope foi atingido por duas bombas de fabricação artesanal e ficou com os dois pneus furados. PMs de vários batalhões entraram pelos dois acessos da Avenida Vicente de Carvalho e invadiram o Morro da Fé, vizinho à Vila Cruzeiro. A avenida, uma das mais movimentadas da região, foi fechada. Às 9h30m, começou um confronto. As rajadas de fuzil foram contínuas por pelo menos uma hora. Houve correria entre os moradores. Muitos não puderam subir. Uma casa de shows e um posto de gasolina serviram de abrigo para crianças que haviam saído da escola. As ações da polícia se estenderam pelos morros da Chatuba, do Sereno e da Caixa D'Água. Durante um dos confrontos, Álvaro Lopes, de 81 anos, foi baleado de raspão no braço, na porta de sua empresa, na Rua Cajá. - Eu estava na porta da empresa. Ouvi os tiros e senti uma queimação no braço. Moro aqui há 40 anos e já imaginava que essa guerra ia ser assim - disse ele, na saída do Hospital Getúlio Vargas. Um morador não identificado foi baleado de raspão. Por conta da troca de tiros nas favelas da região, a direção do Hospital Getúlio Vargas divulgou um alerta a todos os profissionais da emergência, para ficarem a postos para atender baleados. Por volta das 13h, cerca de 80 homens do Bope chegaram à Penha. Eles fecharam a Avenida Brás de Pina para que as equipes pudessem passar. O comboio foi aplaudido por motoristas, que, presos no engarrafamento, pediam a ação imediata da polícia na região. As equipes foram entrando aos poucos, nas favelas da Chatuba e Caixa D'Água, que fica atrás do Parque Ary Barroso, onde há uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Apesar do intenso tiroteio, durante o qual pacientes tiveram que se abaixar, o atendimento não foi interrompido. O motorista de uma cooperativa de táxi, Rafael Ramos, de 33 anos, disse que sua empresa, por precaução, não está atendendo mais chamados entre Vicente de Carvalho e Penha. Já o aposentado Valdemar da Rocha, de 75 anos, disse que já está acostumado aos confrontos na região, mas nunca viu um igual ao de ontem. - Moro aqui há 40 anos e é normal haver tiros na Penha. Sempre houve bandido. Mas tiroteio igual ao de hoje (ontem), com rajadas sem parar, eu nunca tinha visto - disse. Além de favelas na Penha, a PM esteve no Morro do Tuiuti, em São Cristóvão, no Morro da Cotia, no Grajaú, na Favela Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, e na Vila Kennedy. Na Zona Sul, uma ação no Morro do Cerro-Corá assustou moradores do Cosme Velho. Houve um intenso tiroteio. A PM também esteve no Morro do Santo Amaro, no Catete. Na Baixada, ocorreram incursões em cinco comunidades. A Polícia Civil esteve em Manguinhos e no Jacarezinho.

Bombeiros confirmam dois ônibus incendiados no subúrbio nesta manhã

Pelo menos dois ônibus pegaram fogo na manhã desta quinta-feira (25), no subúrbio do Rio. Bombeiros foram acionados para conter as chamas de um coletivo na Rua Caxambu, perto da estação do metrô de Irajá, e de outro na Rua Guiraréia, ambas no bairro de Rocha Miranda.
Policiais do 9º BPM (Rocha Miranda), no entanto, ainda não confirmaram se os incêndios foram criminosos ou não. Não há informações sobre vítimas.
Nesta madrugada, foram outros 4 ataques em diferentes pontos do estado e deixaram uma pessoa ferida, totalizando 6 veículos incendiados nesta quinta (25). Segundo a Polícia Militar, os ataques foram registrados na Penha, no subúrbio; em Mesquita, na Baixada Fluminense; em Laranjeiras, Zona Sul; e na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Desde segunda-feira (22), já foram registrados 43 incêndios em carros, vans, ônibus e caminhões.Um comboio com mais de dez veículos do Bope chegou no início da manhã desta quinta-feira (25) à Vila Cruzeiro, na Penha, no subúrbio do Rio. Um outro grupo com número semelhante de agentes saiu nesta manhã em direção à mesma região, onde deve se concentrar boa par te das operações da polícia.
Na madrugada, foram mais quatro ações criminosas em diferentes pontos do estado e deixaram uma pessoa ferida. Segundo a Polícia Militar, os ataques foram registrados na Penha, no subúrbio; em Mesquita, na Baixada Fluminense; em Laranjeiras, Zona Sul; e na Barra da Tijuca, Zona Oeste.
Por causa dos ataques, várias ruas da cidade ficaram vazias e parte do comércio não abriu as portas. A Polícia Militar reforçou a segurança. Desde terça (23), mais de 30 veículos foram incendiados, sendo 19 carros, dez ônibus, duas vans e um caminhão.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Confrontos deixam 21 mortos desde o início dos ataques no RJ, diz PM

Um balanço da Polícia Militar divulgado às 16h40 informa que 21 pessoas morreram, 29 veículos foram incendiados e 153 pessoas presas ou detidas desde o início dos ataques criminosos no Rio, no domingo (21). Só nesta quarta-feira (24), 13 pessoas morreram e outras 25 foram detidas para averiguação.
Outros dois policiais militares ficaram feridos, sem gravidade, na ação que acontece na Vila Cruzeiro, na Penha, no subúrbio do Rio.
As ações, segundo a PM, continuarão ao longo do dia e devem se intensificar a partir de quinta-feira (25).
"Vamos ficar o tempo que for necessário com a capacidade máxima. As operações permanecem e serão incisivas a partir de amanhã", confirmou o relações públicas da PM, coronel Lima Castro.Ao todo, a PM faz 13 operações em 27 comunidades da Região Metropolitana do Rio. A maioria delas ainda não terminou. Segundo a PM, 17.500 policiais estão de prontidão, participando de operações, comboios e blitzes por causa dos constantes conflitos que acontecem desde domingo (21). Até a tarde desta quarta, 29 veículos foram incendiados em ataques criminosos, sendo que só nesta quarta foram 11 carros, uma van e cinco ônibus.
Bope apreende 1 tonelada de maconha-Na Chatuba, em Vila Cruzeiro, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) apreendeu cerca de uma tonelada de maconha e quatro fuzis. Nas apreensões durante as operações também foram apreendidas drogas, 13 armas (entre pistolas e revólveres), dois fuzis, uma espingarda, uma submetralhadora, uma granada, uma bomba de fabricação caseira. Outros quatro carros e uma moto foram recuperados.Imagens Globocop-Imagens feitas pelo Globocop no início da tarde desta quarta-feira mostram homens fortemente armados se reunindo em um dos acesso à Vila Cruzeiro, na Penha, subúrbio do Rio. Eles chegam ao local em grupos, em motos, armados com fuzis e apontam os fuzis para o alto. Tiros chegaram a ser disparados. Após imagens veiculadas, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) deu início a uma operação no local.
Suspeito preso-Policiais civis da Divisão de Homicídios (DH) prenderam em flagrante, na manhã desta quarta-feira, um suspeito de ter incendiado um ônibus na Avenida Vicente de Carvalho, no subúrbio do Rio.
Segundo os agentes, o suspeito, que seria morador do conjunto de favelas do Alemão, disse que estava acompanhado de dois menores. A DH participava de uma investigação, quando avistou os suspeitos correndo por um dos acessos ao Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, próximo do local onde o ônibus foi incendiado. Os menores conseguiram fugir.
Disque-denúncia recebeu 95 ligações-Desde o início da nova onda de ataques ocorridos na cidade – com carros e ônibus incendiados e cabines de PM baleadas – o Disque-Denúncia, até a manhã desta quarta-feira, recebeu 95 ligações com informações sobre supostos responsáveis pelos crimes. De acordo com o serviço, as denúncias começaram a ser feitas no último sábado (20).
As informações estão sendo filtradas e repassadas à polícia. O serviço não está oferecendo qualquer recompensa pelas informações.
Dois veículos incendiados em Santa Cruz-Bombeiros do quartel de Santa Cruz foram acionados na manhã desta quarta-feira para conter um incêndio num ônibus na Rua Felipe Cardoso, próximo do conjunto Cesarão, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.
Logo em seguida, foram chamados também para conter o fogo que atinge uma van na Estrada Urucânia, no mesmo bairro. Bombeiros dizem que ainda não sabem se os incêndios foram provocados por criminosos. Também não há informações sobre feridos.PM de prontidão-Após os ataques entre a noite de terça-feira e a madrugada desta quarta-feira, a Polícia Militar informou que todo seu contingente está de prontidão. Segundo o relações públicas da PM, coronel Lima Castro, todos os policiais militares foram convocados e o expediente não tem horário de término.
“Toda a Polícia Militar está de prontidão. O esquema anterior era de redução de folgas, mas nesse momento todos os policiais que estavam em casa foram convocados e o expediente não tem hora para acabar”, informou o coronel.
A Polícia Militar do Rio afirmou nesta manhã que a estratégia traçada inicialmente pelos órgãos de segurança pública não falhou. “Fizemos uma reunião no Quartel General, quando foram dadas novas ordens, mas a participação da comunidade é fundamental. Estamos trabalhando em cima de denúncias e checando informações. As tropas continuam nas ruas e daremos seqüência ao trabalho hoje. Vai ser feito uma reunião para que se verifique se os horários tem que ser trocados, policiais remanejados e definir esses locais. Já temos alguma coisa preparada desde ontem”, disse Lima Castro.
Cronologia dos ataques-Nesta quarta-feira, nova onda de ataques assusta os moradores. Um ônibus foi queimado em Vicente de Carvalho e um carro foi incendiado em Cavalcanti, ambas subúrbio, e um ônibus e uma van também ficaram em chamas em dois pontos distintos de Santa Cruz, na Zona Oeste, onde a polícia ainda investiga se o incêndio tem relação com os ataques.
Os novos ataques aconteceram em diferentes pontos do estado. Segundo a PM, os crimes aconteceram na Dutra; no Rio Comprido, na Zona Norte; no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste; em Belford Roxo e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense; e em São Gonçalo e Niterói, na Região Metropolitana.
Nas últimas 24 horas, pelo menos 15 ataques foram registrados pela Polícia Militar. Os locais alvos de violência foram a Linha Vermelha, a Via Dutra, Irajá e Del Castilho, no subúrbio; Tijuca e Estácio, na Zona Norte; Laranjeiras e Lagoa, na Zona Sul, Santa Cruz, na Zona Oeste; Vicente de Carvalho, Cavalcanti e Jardim América, todos no subúrbio.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Após confronto, Coreia do Norte ameaça mais ataques caso Sul cruze fronteira

Após os confrontos entre tropas da Coreia do Norte e da Coreia do Sul que deixaram ao menos dois soldados mortos e 15 feridos, Pyongyang ameaçou mais ataques "sem piedade" caso Seul cruze a demarcação que o regime comunista considera ser a fronteira entre os dois países, relata a Yonhap, agência estatal de Seul. A Yonhap divulgou um alerta da Agência Central de Notícias da Coreia, serviço noticioso estatal de Pyongyang, indicando que a cúpula do Exército norte-coreano ameaçou continuar os ataques de artilharia.
"Nossas forças revolucionárias continuarão a lançar ataques militares sem piedade e sem hesitação caso os 'marionetes' do Sul cruzem um 0,0001 milímetro sequer em nossas águas", diz o comunicado transmitido em emissoras de televisão e rádio da Coreia do Norte.
Apesar do armistício estabelecido desde 1953, os dois países têm registrado isolados conflitos nos últimos anos, sobretudo na região do Mar Amarelo. O último incidente mais significativo ocorreu ainda no final de março, quando a corveta de guerra Cheonan foi alvo de um ataque que matou 46 marinheiros sul-coreanos.
"Haverá somente a linha de demarcação marítima militar que nós determinamos", diz o regime comunista no comunicado.
As ameaças de Pyongyang chegam horas após suas tropas terem disparado contra uma ilha sul-coreana matando ao menos dois soldados e ferindo 15, o que provocou uma reação imediata da Coreia do Sul, que enviou caças de guerra F-15 e F-16 à região. Agências estatais de Seul indicam que o Norte deu início aos combates. Pyongyang nega e sustenta que tropas sul-coreanas foram as primeiras a abrir fogo.
O Ministério de Defesa sul-coreano confirmou à agência estatal Yonhap que os ataques mataram dois soldados e que entre os feridos, cinco estão em estado grave. Ao menos três dos feridos são civis, completa a nota.
REAÇÕES
Em comunicado, a Casa Branca já sinalizou uma "condenação enérgica" ao ataque norte-coreano e reiterou que os EUA estão dispostos a ajudar Seul. A Rússia classificou o ataque como "inaceitável" e a Alemanha e o Reino Unido também condenaram energicamente a ação norte-coreana.
"Estou muito preocupado pelos disparos de artilharia da Coreia do Norte contra a Coreia do Sul. Espero um comportamento sensato de todas as partes durante esta situação tensa e saúdo os esforços do presidente sul-coreano Lee para evitar que a situação se deteriore", indicou Guido Westerwelle, chanceler da Alemanha, que classificou a ação de Pyongyang como "uma nova provocação".
Já o chefe da diplomacia britânica disse que o Reino Unido condena energicamente os ataques e argumentou que não há justificativa para a ação norte-coreana.
"Pedimos energicamente à Coreia do Norte que se abstenha destes ataques e respeite o acordo de anistia intercoreano. Recebo com satisfação o chamado do presidente [sul-coreano] Lee Myung-bak à moderação", indicou William Hague.
ATAQUE
Os confrontos chegam apenas dois dias depois de o jornal "The New York Times" publicar em reportagem que o cientista americano Siegfred S. Hecker teve acesso a uma nova e sofisticada usina nuclear na Coreia do Norte.
"Uma unidade de artilharia executou disparos de provocação às 14h34 (3h34 de Brasília) e as tropas sul-coreanas responderam imediatamente", afirmou uma fonte do Ministério de Defesa sul-coreano.
"As Forças Armadas estavam executando exercícios navais e o Norte parece ter disparado para demonstrar sua oposição", declarou uma fonte militar sul-coreana ao canal YTN.
Os disparos tiveram como alvo a ilha de Yeonpyeong, que tem 1.000 habitantes, localizada no Mar Amarelo, em uma área disputada pelas duas Coreias e que já registrou incidentes no passado. Dezenas de casas foram incendiadas e Seul determinou que a retirada dos moradores da região.
Em reação, o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-Bak, convocou uma reunião de emergência. "Agora mesmo está em uma sala subterrânea para abordar as respostas possíveis com seus ministros e conselheiros de segurança", afirmou o porta-voz da Presidência.
Apesar do estado elevado de emergência, o líder sul-coreano manifestou cautela. "Devemos conduzir com cuidado a situação para evitar a escalada de um choque", indicou Lee, citado por um porta-voz da Presidência. O aumento de tensão entre os dois países --oficialmente em condição de cessar-fogo desde o fim da guerra em 1953-- preocupa a comunidade internacional, sobretudo os Estados Unidos, a Rússia e a China.
O armistício acordado entre o Sul e o Norte determina que as duas nações estão oficialmente em guerra desde o fim da década de 50, mas se comprometem a não realizar ataques.
ALERTA
Ainda ontem (22) os governos dos EUA, Japão e Coreia do Sul se mobilizaram e realizaram reuniões após as revelações das novas instalaçaões nucleares de Pyongyang.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, afirmou que a nova usina na Coreia do Norte é um risco potencial, já que permite ao regime comunista produzir mais armas nucleares.
Washington, Tóquio e Seul discutiram na segunda-feira como lidar com as potenciais ameaças nucleares. O Japão considerou as descobertas "muito alarmantes".
A Coreia do Norte desenvolve há anos um programa nuclear sob críticas do Ocidente, que já tentou, sem sucesso, negociar sua desnuclearização. O regime recluso do ditador Kim Jong-il sofre ainda diversas sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) por manter seu programa nuclear com fins claramente militares. Gates, que está na Bolívia para uma conferência regional de defesa, disse ainda não acreditar que a nova e avançada instalação norte-coreana seja parte de um programa nuclear pacífico.
"A Coreia do Norte ignorou um número de resoluções do Conselho de Segurança. Eles continuam exportando armas. Então a noção de que eles desenvolveram isso é obviamente uma preocupação", disse Gates.
Já o Japão considerou o assunto "alarmante". "O desenvolvimento nuclear norte-coreano é totalmente inaceitável do ponto de vista da segurança do Japão e da paz e estabilidade na região", disse o porta-voz do governo de Tóquio, Yoshito Sengoku.
REVELAÇÃO
Neste domingo (21), o jornal "New York Times" revelou que um cientista americano da Universidade de Stanford informou à Casa Branca ter visitado uma grande e nova usina nuclear na Coreia do Norte.
O cientista que viajou a Pyongyang é o ex-diretor do Laboratório Nacional de Los Álamos e professor da Universidade de Stanford Siegfred S. Hecker que confirmou ao jornal ter visto "centenas de centrífugas" recém instaladas em grande e nova usina de enriquecimento de urânio que conta com uma "ultramoderna sala de controle".
O americano disse ter ficado surpreso com a sofisticação da nova usina nuclear.
O presidente americano, Barack Obama, advertiu recentemente que a Coreia do Norte deve demonstrar seriedade antes da possível retomada das negociações multilaterais sobre seu programa nuclear, que incluem as duas Coreias, China, Japão, Rússia e Estados Unidos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Saúde e educação, a menor fatia

Uma radiografia dos gastos públicos nos oito anos do governo Lula mostra que as despesas cresceram fortemente entre 2003 e 2010, além da expansão do PIB, que, em média, foi de 4% ao ano. Mas áreas como a saúde e a educação ficaram com uma pequena fatia desse bolo. As despesas correntes cresceram 2,47 pontos percentuais do PIB no período - mas só uma fatia de 2% do aumento foi destinada ao custeio da saúde, e 8%, ao custeio da educação.
Dentro da rubrica de despesas correntes, o crescimento de gastos com a Previdência e com outras despesas vinculadas ao salário mínimo - auxílio a idosos e deficientes, seguro-desemprego e abono - foi de 1,37 ponto percentual, abocanhando 55,4% do aumento das despesas correntes ocorrido no governo Lula, segundo levantamento realizado pela Consultoria de Orçamento da Câmara, com base em informações do Sistema Financeiro de Administração Financeira (Siafi).

Crescimento dos gastos com pessoal
Os gastos com a Previdência e demais benefícios vinculados ao mínimo pularam de 7,22% do PIB em 2003 para 8,59% em 2010. No caso de pessoal, o gasto passou de 4,51% do PIB em 2003 para 4,78% em 2010, diferença que corresponde a 11% do aumento total das despesas no período.
Já os gastos de custeio da saúde avançaram só 0,05 ponto percentual entre 2003 e 2010, passando de 1,35% para 1,40% do PIB. Se considerados os gastos totais da pasta, incluindo pessoal e investimentos, a despesa passou de 1,80% do PIB para 1,97%, informa o Ministério da Saúde.
Na educação, as despesas de custeio nos oito anos da gestão Lula passaram de 0,42% do PIB para 0,62%. A diferença de 0,20 ponto percentual, que equivale a 8% do aumento dos gastos correntes, é um pouco maior em relação ao percentual da saúde, mas ainda é muito pequena se comparada com as outras despesas que abocanharam a maior fatia dos novos recursos.
O levantamento mostra que outras despesas obrigatórias, como gastos com Legislativo, Judiciário e Ministério Público, cresceram mais de 30% nos últimos oito anos. Passaram de 0,16% para 0,21% do PIB.
Destaque-se que no governo Lula a receita líquida de tributos - já descontadas as transferências a estados e municípios - cresceu 2,45 pontos percentuais, passando de 17,72% em 2003 para 20,17% em 2010.
Mas as despesas primárias - pessoal, custeio (despesas correntes) e investimentos - subiram ainda mais: o equivalente a 3,34 pontos percentuais, indo de 15,62% do PIB em 2003 para 18,96% em 2010. Para acomodar novas despesas além do crescimento da arrecadação, o governo reduziu o superávit primário, que é a economia destinada a pagamento dos juros e redução da dívida pública.

Escolaridade igual à do Zimbábue
Os gastos públicos com saúde no Brasil, de cerca de US$350 per capita por ano, são muito baixos, se comparados com aos de outros países, mas também há problemas sérios de gestão. A solução apontada por especialistas para avançar nessa área é uma combinação de aumento do financiamento público com uma gestão mais eficiente.
- O sistema precisa ser repensado. A saúde precisa de mais investimentos e de um novo modelo de gestão - afirma a professora Magda Scherer, do Núcleo de Estudos de Saúde Pública da UnB.
O próprio Ministério da Saúde reconhece os problemas: "Aliado a um sistema frágil de financiamento, temos um padrão de gestão arcaico, engessado, especialmente nos hospitais públicos, que continuam usando métodos, protocolos e mecanismos defasados. É necessário melhorar a qualidade do gasto, encontrar estratégias institucionais que permitam usar melhor os recursos existentes, criando estruturas mais dinâmicas, com remuneração por metas e avaliação de desempenho", diz nota da assessoria da pasta.
Na educação, a defasagem do Brasil em relação a outros países emergentes ficou muito evidente na recente divulgação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas. A média de escolaridade para pessoas com mais de 25 anos no Brasil é de 7,2 anos, número igual ao registrado no Zimbábue, país com o pior IDH do ranking.
Outra dificuldade apontada está na expectativa de anos de estudo para crianças que ingressam nas salas de aula. No Brasil, esse indicador é de 13,8 anos, enquanto o considerado ideal para o desenvolvimento humano seria de 20,6 anos.
As estatísticas brasileiras também são negativas quando se observa o índice de repetência nas escolas. No país, aos 9 anos de idade, 16% das crianças não estão na série adequada. Já aos 16 anos, esse percentual sobe para 40%.
O professor Mozart Neves Ramos, do Movimento Todos pela Educação, destaca que o gasto per capita do Brasil em educação básica, em torno de R$2,9 mil, está bem abaixo das despesas realizadas por países vizinhos como a Argentina e o Chile, que têm uma despesa em torno de US$2,1 mil per capita. Assim como acontece na saúde, o diagnóstico dos especialistas em educação aponta para dois problemas na área: carência de recursos e falhas na gestão.
- O Brasil precisa fazer dois deveres de casa: aumentar os recursos para a educação e profissionalizar a gestão. Não basta fixar um limite mínimo de gastos para a área, é preciso saber como estão sendo aplicados esses recursos - afirma Ramos.
O aumento da verba para educação e saúde passa por um crescimento dos investimentos nessas áreas. Mas a radiografia das contas do governo Lula mostra que, apesar de ter havido aumento substancial nos gastos com investimentos (que cresceram 0,9 ponto percentual de 2003 a 2010), a parcela destinada a essas despesas no Orçamento ainda é muito pequena, comparada com outras despesas. Em 2003, era de 0,48% do PIB; em 2010, está em 1,38%.

Contra caos aéreo, Anac proíbe overbooking no fim do ano e exige aviões reservas

A presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Solange Vieira, informou nesta segunda-feira que as companhias aéreas estão proibidas de praticar overbooking durante a alta temporada, no fim do ano. Também estão proibidas as férias de gerentes da agência entre os dias 15 e 31 de dezembro. As medidas tentam evitar um caos aéreo no período, quando os aeroportos ficam tradicionalmente mais cheios. A operação é válida do dia 17 de dezembro até o dia 3 de janeiro. Embora não recomendada, a prática de overbooking (quando a companhia vende mais assentos do que o número de lugares disponíveis no avião) não é proibida por lei.
A medida foi anunciada após encontro com representantes das principais companhias áreas do país, na sede da agência no Rio.
As seis maiores companhias aéreas brasileiras --TAM/Pantanal, Gol/Varig, Azul, Webjet, Avianca e Trip-- se comprometeram também a manter aeronaves reservas. Somadas, elas terão 17 aviões de prontidão em caso de problemas.
Além disso, elas deverão ocupar todas as posições de atendimento para check-in nos aeroportos nos horários de pico e ainda reforçar o efetivo de pessoal que presta serviço de atendimento ao passageiro.
Caso ocorram paradas não programadas de aviões ou eventuais problemas, as companhias se comprometeram a endossar os bilhetes de outras empresas, redirecionando passageiros.
Segundo Vieira, na prática, se ocorrer algum problema, o passageiro deve solicitar à companhia que o encaminhe a outra empresa para que o bilhete seja endossado. Se a companhia não fizer isso, o passageiro deverá procurar um dos 120 fiscais da agência que estarão espalhados nos aeroportos.
A partir deste final do ano, entra em operação uma sala de coordenação no aeroporto de Guarulhos (Grande São Paulo). O objetivo é integrar as operações da Anac, Polícia Federal, Receita Federal, Infraero e companhias aéreas, para que, em caso de necessidade, seja possível tomar uma decisão rapidamente. Esse é o primeiro passo para um esquema que será montado em todos os aeroportos de cidades que receberão jogos da Copa-2014.
As estimativas da agência indicam que os percentuais de atrasos e cancelamentos, em dezembro, deverão ficar em patamar semelhante ao registrado no ano passado --cerca de 18% para atrasos superiores a 30 minutos e 5% para cancelamentos.
A Infraero (estatal que administra os aeroportos) informou que terá equipes extras de atendimento nos aeroportos e um plano de contingência em vigor para os 67 aeroportos administrados, além da instalação de um módulo provisório e ativação do terminal 2 em Brasília.
O diretor de operações da Infraero, João Jordão, informou que foram comprados 54 ônibus, 29 ambulâncias e 13 mil carrinhos de bagagens. Acrescentou ainda que foram contratados 922 novos funcionários para operação, manutenção e navegação aérea.
A presidente da Anac informou que, caso se confirme a perspectiva de greve dos aeronautas (funcionários que trabalham em voos) e aeroviários (funcionários que trabalham em terra), haverá um plano de contingência especifico. O dissídio (negociação de reajuste salarial) da categoria é em dezembro.
As companhias avaliam que não há risco de greve, mas que, se a hipótese se confirmar, causará transtorno. Elas atribuíram os rumores sobre a possibilidade de greve a uma parte do processo de negociação.

domingo, 21 de novembro de 2010

Usinas nucleares serão no Nordeste

São Paulo está fora da corrida pela instalação de novas centrais nucleares no País. Estudos da estatal Eletronuclear sobre a localização das próximas quatro usinas, programadas para entrar em funcionamento até 2030, levantaram obstáculos técnicos à construção de instalação nuclear no Estado.
Grandes concentrações populacionais, pouca disponibilidade de água e, paradoxalmente, a presença de grande reservatório subterrâneo, o aquífero Guarani, são quesitos que desaconselham o funcionamento de uma central nuclear em São Paulo, de acordo com avaliação realizada pela estatal, a que o Estado teve acesso.
As duas próximas usinas nucleares brasileiras serão construídas no Nordeste, às margens do rio São Francisco. A localização exata depende de uma decisão política do futuro governo Dilma Rousseff. Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe disputam a central.
Com a saída de São Paulo do páreo, a Eletronuclear detalha estudos de outras localidades no Sudeste e não está descartada a ampliação das instalações de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, cidade que já abriga as duas primeiras usinas brasileiras.
Angra 3 teve as obras retomadas recentemente, depois de mais de 20 anos de paralisação. Minas Gerais e Espírito Santo também têm áreas que são avaliadas pela empresa.
A localização das próximas usinas brasileiras é uma das indefinições do Programa Nuclear Brasileiro e será assunto no primeiro "encontro de negócios" da área, na próxima terça-feira, em São Paulo.
Na ocasião, além da maior participação da indústria brasileira no fornecimento de materiais e peças para o setor, será debatida a possibilidade de a iniciativa privada construir e operar essas novas instalações, por meio de concessões, como já acontece com usinas hidrelétricas, por exemplo.
Mudanças no marco regulatório são defendidas com ênfase pelas grandes empreiteiras brasileiras e empresas multinacionais que atuam na área de energia. Também contam com o apoio de empresas internacionais fornecedoras de equipamentos e operadoras de instalações nucleares, como a Areva e a Westinghouse
Atualmente, a área nuclear é monopólio estatal. Parcerias privadas só começaram a ser admitidas recentemente, na exploração da mina de urânio de Santa Quitéria, no Ceará, que ainda não começou a operar.
Debate. A quebra do monopólio é um assunto polêmico no governo e não avançou durante a administração de Luiz Inácio Lula da Silva. Mas volta com força no momento de formação do novo governo de Dilma Rousseff.
O encontro de negócios de energia nuclear, patrocinado pela Fiesp, pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, contará com os principais atores do setor.
Não se cogita quebrar o monopólio estatal no ciclo do combustível nuclear. A tecnologia brasileira é segredo militar, sob o controle da Marinha.
O Brasil detém uma das maiores reservas mundiais de urânio e planeja o domínio no ciclo de enriquecimento, para a produção de combustível nuclear, em escala industrial até 2014.
Durante o encontro em São Paulo, o estudo preparado pelo coordenador de planejamento e avaliação da CNEN, Francisco Rondinelli, que será apresentado, vai reiterar a possibilidade de o País exportar urânio enriquecido no máximo a partir da próxima década.

Novo Congresso custará mais ao País

Brasília. Com um orçamento estimado de R$ 7,4 bilhões para 2011, o novo Congresso que toma posse em fevereiro chegará custando um pouco mais. Só o reajuste nos subsídios dos 513 deputados e 81 senadores custará mais R$ 180 milhões por ano, se for aprovada a proposta de equipará-los aos ministros do Supremo Tribunal Federal, com vencimentos de R$ 26,7 mil. Hoje, os parlamentares ganham um total de R$ 16,5 mil.Para garantir o aumento nos vencimentos, os parlamentares admitem cortes em outras áreas do gordo orçamento; mas obras grandiosas estão em curso e outras estão sendo iniciadas, como a reforma do plenário e a criação de uma praça da alimentação, ambas no Senado, ao custo de R$ 6,5 milhões.O aumento para R$ 26,7 mil, se aprovado, provocará um impacto adicional de cerca R$ 180 milhões/ano, sendo de R$ 130 milhões apenas na Câmara, considerando os gastos com vencimentos, aposentadorias e encargos sociais. Esse gasto pode subir mais um pouco se o relator-geral do Orçamento, Gim Argello (PTB-DF), passar para R$ 28 mil tanto o subsídio dos parlamentares como dos ministros do STF, outra proposta em estudo. Os magistrados querem, na verdade, passar a ganhar, por mês, R$ 30,6 mil.Dispostos a enfrentar o debate da equiparação de vencimentos entre os três poderes, que se arrasta há anos, os parlamentares apresentam alternativas. Na Câmara, há os que defendem, novamente, adiar obras que todos os anos entram na proposta orçamentária e acabam não sendo concretizadas, como a ampliação do anexo IV, que teria mais gabinetes, e a do anexo V, para onde iria a biblioteca.Na proposta orçamentária de 2011, para dar início às duas obras, há R$ 74 milhões. Só para reforma de apartamentos estão previstos outros R$ 44 milhões para 2011. Mas as obras nos apartamentos devem ser mantidas, pelo menos em parte.- Para conceder o aumento, podemos reduzir investimentos. Podem ser diminuídos os gastos na TV Digital, por exemplo. Estamos fazendo estudos - disse o vice-presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), um dos defensores do reajuste.Pautas-A Comissão de Legislação Participativa Câmara dos Deputados, criada em 2001 para a apresentação de propostas de iniciativa popular, quer apresentar um projeto de resolução para possibilitar que os cidadãos escolham pela internet um projeto por mês a ser votado pelo Plenário. Atualmente, os líderes partidários e o presidente definem a pauta de votações, semanalmente.Orçamento-6,5 milhões de reais é a previsão de gastos com a reforma do plenário e a criação de uma praça da alimentação, ambas no Senado-GASTOS- Projetos polêmicos estão previstos também no Senado. Um deles é a construção de um túnel ligando a Casa ao Palácio do Planalto, que consta do orçamento de 2011. Mas o caso ainda está em estudo. Outras obras já iniciadas devem prosseguir: a reforma do plenário, orçada em R$ 4,9 milhões, e a construção de uma praça de alimentação de 1.125 metros quadrados num dos estacionamentos do Congresso, a um custo estimado de R$ 1,6 milhão.Segundo o diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, a expectativa é que nenhuma grande obra seja executada em 2011, além das que já estão em curso. A reforma do plenário do Senado, por exemplo, começou na primeira semana de setembro deste ano, e a previsão é que seja concluída até fevereiro.A Normatel Engenharia, vencedora da licitação, está à frente da empreitada que tem como objetivo promover a atualização tecnológica do teto do plenário, que receberá nova iluminação, um novo sistema de climatização e de isolamento termoacústico. O contrato prevê ainda que o forro artístico projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer também seja revitalizado no próximo ano.A maior parte do orçamento das duas Casas é para pagamento de funcionários. Dos R$ 4,09 bilhões do orçamento da Câmara dos Deputados, R$ 3,22 bilhões são de despesas com pessoal e encargos sociais. As despesas de custeio somarão R$ 682 milhões. Nesses casos, a margem para cortes, s, é pequena. A mais provável medida seria a redução da verba de R$ 190 milhões prevista para obras.

Brasil planeja frota nuclear

A Marinha do Brasil está planejando uma formidável frota de seis submarinos nucleares e mais 20 convencionais, 15 novos e cinco revitalizados. Com seus torpedos e mísseis, será a mais poderosa força dissuasória do continente nos termos do Paemb, o Plano de Articulação e Equipamento da Marinha. A meta é de longo prazo, só será atingida em 2047. O custo estimado de cada navio de propulsão atômica é de € 550 milhões. O primeiro deles, incluído no ProSub, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos, já em andamento, sairá por € 2 bilhões, valor composto pelos custos de transferência de tecnologia e outras capacidades (como a de projetar os navios) por parte do estaleiro francês DCNS. As outras unidades estão cotadas apenas pelo preço de construção, no novo estaleiro de Itaguaí, no litoral sul do Rio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita as obras em dezembro. O núcleo industrial será instalado ao lado da nova base da Força de Submarinos. Os dois projetos estão sendo executados pelo grupo Odebrecht. A empresa também vai produzir os submarinos.
Os modelos convencionais estão divididos em lotes. Um, formado por 15 novos S-Br. Os primeiros quatro são versões do tipo Scorpéne, porém cerca de 100 toneladas mais pesados e cinco metros mais longos, para dar mais conforto à tripulação e aumentar a autonomia. O outro grupo é integrado pelos navios que a Marinha usa atualmente. Todos são leves e vão ser modernizados: quatro da classe Tupi, de tecnologia alemã, e um Tikuna, a evolução dessa série que recebeu aperfeiçoamentos originais criados por engenheiros da Marinha.
Concretamente, o que está em execução é o ProSub, envolvendo os quatro submarinos Scorpéne comprados em 2008. O primeiro desse lote será entregue no segundo semestre de 2016. Os outros três sairão de Itaguaí até 2021. O recebimento do modelo nuclear ocorre entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022. O contrato total vale € 6.790 bilhões, abrangendo fornecimento amplo de tecnologia, incluindo o casco e sistemas não-atômicos do navio de propulsão nuclear. O documento principal foi assinado em dezembro de 2008. A negociação dos contratos adicionais consumiu nove meses, saiu em setembro de 2009. O adiantamento inicial de R$ 100 milhões foi formalizado há pouco mais de um ano.O cronograma das obras civis estende-se até 2015. Está no estágio básico, o movimento de terras às margens da BR-101, onde começam a surgir as fundações da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas, Ufem.
A fatura da infraestrutura é de € 1.868.200.00 a favor da Construtora Norberto Odebrecht, majoritária no CBS, Consórcio Baía de Sepetiba, formado pela DCNS da França e pela Marinha do Brasil, que detém o direito de veto. As áreas envolvidas somam 980 mil metros quadrados, dos quais 750 mil m² na água. O acesso ao conjunto se dará por um túnel escavado em rocha de 850 metros de comprimento e uma estrada exclusiva de 1,5 quilômetro. Haverá 2 píeres de 150 metros cada um e três docas secas (duas cobertas) de 170 metros. No total, serão 27 edifícios. A dragagem passa de 6 milhões de metros cúbicos. O plano da obra prevê a geração de 700 empregos diretos. Pronta, a instalação poderá dar apoio técnico a uma frota de 10 a 20 submarinos, e terá capacidade para construir duas unidades novas simultaneamente. Um dos prédios, destinado ao procedimento de troca do reator do navio nuclear ou do combustível, será alto, equivalente a 16 andares. Os submarinos vão circular, por meios próprios no local, movimentando-se por uma zona molhada com 340 mil m².O ProSub implica a integração de diversos cronogramas. Um deles, o do domínio completo do ciclo de enriquecimento do urânio usado no reator dos modelos nucleares, está concluído. A fábrica de gás de urânio está pronta e realizando ensaios de operação. Fica em Iperó, a 130 km de São Paulo. no Centro Aramar, da Marinha. A produção de 40 toneladas por ano pode ser ativada a partir de dezembro. O presidente Lula quer inaugurar as instalações. No mesmo local o pavilhão do LabGene, para abrigar o reator do Sn-Br - já pronto e desmontado, avaliado em US$ 130 milhões - segue em ritmo acelerado.