SELVA

SELVA

PÁTRIA

PÁTRIA

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Em Cuba, Dilma diz que direitos humanos não podem ser arma ideológica

Instada nos últimos dias por dissidentes do governo cubano a falar sobre violações de direitos humanos na ilha, a presidente Dilma Rousseff disse a jornalistas nesta terça-feira em Havana que só tratará do tema em "perspectiva multilateral" e afirmou que a questão não pode ser "só uma arma de combate político-ideológico".

"Nós vamos falar de direitos humanos em todo o mundo? Vamos ter de falar de direitos humanos no Brasil, nos EUA, a respeito de uma base aqui que se chama Guantánamo", respondeu a presidente, logo após depositar flores no memorial de José Martí, herói nacional cubano, na primeira parte de sua agenda oficial em Cuba.

Dilma confirmou ainda que terá um encontro com o ex-ditador Fidel Castro, 85, durante sua rápida visita oficial à ilha comunista. "Sim, com muito orgulho eu vou [encontrar Fidel]", afirmou.

Fidel está afastado formalmente do poder desde 2008, por motivos de saúde. A presidente não revelou em que momento ocorrerá o encontro.

Questionada se falaria com autoridades cubanas sobre o caso da blogueira Yoani Sánchez, que espera do governo da ilha autorização para ir ao Brasil, Dilma respondeu: "O Brasil deu seu visto para a blogueira. Agora, os demais passos não são da competência do governo brasileiro."

Sánchez, crítica do regime dos Castro, recebeu na semana passada da embaixada brasileira em Havana visto de turista para visitar o Brasil para participar do lançamento de um documentário, no dia 10.

Javier Galeano/Associated Press
Dilma Rousseff fala a jornalistas em visita em Havana, sem tratar sobre direitos humanos no país
Dilma Rousseff fala a jornalistas em visita em Havana, sem tratar sobre direitos humanos no país

O governo de Cuba, porém, deve conceder um "visto de saída" à opositora. A resposta oficial cubana deve sair na próxima sexta-feira.

Dilma teria ainda na manhã desta terça-feira uma reunião de trabalho com o ditador Raúl Castro.

PORTO

À tarde, a comitiva presidencial deve seguir para o porto de Mariel, a 50 km da capital. O obra tocada pela brasileira Odebrecht no local está orçada em US$ 900 milhões, dos quais US$ 640 milhões estão sendo financiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Dilma chamou o porto de "um sistema logístico de exportação de bens produzidos em Cuba". O Brasil é hoje o quarto maior parceiro econômico de Cuba, atrás de Venezuela, China e Espanha.

De acordo com os dados do governo cubano, de 2010, o Brasil ultrapassou os EUA como provedor da ilha --apesar do embargo, uma brecha permite que cubanos comprem comida e remédios americanos.

Segundo Brasília, as vendas brasileiras à Cuba chegaram a US$ 550 milhões em 2011, alta de 32% em relação ao ano anterior.

BÚLGARO

Dilma chegou a Cuba na companhia do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e da Saúde, Alexandre Padilha.

Alejandro Ernesto/Efe - 30.jan.2012
Dilma é recebida pelo chanceler cubano, Bruno Rodríguez, em sua primeira viagem como chefe de Estado a Cuba
Dilma é recebida pelo chanceler cubano, Bruno Rodríguez, em sua primeira viagem como chefe de Estado a Cuba

Esta é a primeira visita da brasileira ao país como presidente. Ela irá passar dois dias na ilha e depois segue para o Haiti.

Dilma desembarcou ontem no aeroporto José Martí pouco antes das 17h locais (20h em Brasília) e foi recebida pelo chanceler cubano, Bruno Rodríguez.

Na chegada ao hotel, a presidente parou para tirar fotos com estudantes brasileiras e teve uma surpresa: foi saudada em búlgaro. O pai de Dilma, Petar Roussev --Pedro Rousseff--, era búlgaro.

"Blagodaria [obrigado, em búlgaro]", agradeceu Irena Nikolova, 28, a Dilma. Irena, filha do embaixador da Bulgária na ilha, acompanhava as brasileiras. O pai dela serviu também no Brasil.

DISSIDENTES

Em uma entrevista coletiva, realizada na segunda-feira, em Havana, dissidentes cubanos afirmaram que não esperam nada de relevante da visita da presidente Dilma em relação à situação dos direitos humanos na ilha.

"Acho que no pessoal (Dilma) pode estar preocupada pelo que acontece em Cuba em matéria de direitos humanos. Mas, não espero que ela trate o caso de Wilman Villar abertamente", disse José Daniel Ferrer, um ex-preso de consciência do "Grupo dos 75" e líder da dissidente União Patriótica de Cuba.

Criado em agosto de 2011, o grupo pertencia desde o mês de setembro a Wilman Villar, o preso que morreu no último dia 19 de janeiro após uma greve de fome que iniciou na prisão, segundo afirma a oposição interna. No entanto, o governo nega esse jejum e que se tratava de um dissidente.

Negromonte pode deixar governo esta semana

O acordo entre Dilma, o PP e o governador Jaques Wagner para a saída do ministro de Cidades foi acertada na segunda pela manhã

AE

MARION~1.jpg

A presidente Dilma Rousseff acertou a saída do ministro Mário Negromonte (Cidades) com a direção do PP e com o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). De acordo com informações de bastidores do governo, Negromonte poderá sair ainda nesta semana, logo depois da volta da presidente ao Brasil, na quarta-feira (1º). Dilma viajou para Cuba nessa segunda; nesta quarta segue para o Haiti e retorna ao Brasil.

Como na quinta-feira a presidente terá de enviar uma mensagem com os planos de trabalho do governo ao Congresso, é possível que o acerto para a saída de Negromonte ocorra na sexta-feira. A presidente pretende reunir-se com o ministro, uma forma de demonstrar um último sinal de prestígio, repetindo um gesto que usa desde a saída de Antonio Palocci (Casa Civil), em junho.

Entre os nomes analisados pelo governo para suceder a Negromonte no Ministério das Cidades estão o do líder do PP na Câmara, Agnaldo Ribeiro (PB), e dos deputados Márcio Reinaldo (MG), Beto Mansur (SP) e dos senadores Francisco de Lira (AL) e Ciro Nogueira (PI). A presidente Dilma Rousseff, no entanto, prefere Márcio Fortes, que já foi ministro das Cidades e hoje ocupa o cargo de Autoridade Pública Olímpica (APO).

O acordo entre Dilma, o PP e o governador Jaques Wagner para a saída de Negromonte foi acertada na segunda pela manhã, durante assinatura da ordem de serviço para o início das obras de revitalização urbanística da bacia do rio Camaçari, região metropolitana de Salvador. Depois, Jaques Wagner entrou no avião presidencial e seguiu com Dilma para a viagem a Cuba e Haiti. Ele foi o único governador a acompanhar a presidente.

O desempenho do Ministério das Cidades na gestão Negromonte foi muito ruim. No comando do maior orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2011, Negromonte pagou apenas 8%das autorizações de gastos do ano. O Programa Minha Casa Minha Vida, um dos mais populares do governo Dilma Rousseff gastou menos de 5% dos R$ 12,6 bilhões autorizados por lei em 2011.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

R$ 6,4 mi em doações do CNJ a tribunais estaduais desapareceram

Uma investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) descobriu que em torno de R$ 6,4 milhões em bens doados pelo órgão a tribunais estaduais desapareceram, informa reportagem de Leandro Colon e Felipe Seligman, publicada na Folha desta segunda-feira.

Relatório inédito do órgão, a que a Folha teve acesso, revela que as cortes regionais não sabem explicar onde foram parar 5.426 equipamentos, entre computadores, notebooks, impressoras e estabilizadores, entregues pelo CNJ para aumentar a eficiência do Judiciário.

A auditoria mostra ainda que os tribunais mantêm parados R$ 2,3 milhões em bens repassados. Esse material foi considerado "ocioso" pelo conselho na apuração, encerrada no dia 18 de novembro

Os tribunais estaduais dizem que vão investigar o destino de bens desaparecidos.

Editoria de Arte/Folhapress

Governo Dilma e republicanos são anacrônicos sobre Cuba

A lenga-lenga do Raúl - Foto Ismael Francisco/AFP

A presidente Dilma Rousseff está para começar viagem oficial a Cuba Não deveria fazer esta visita. O porta-voz do Itamaraty Tovar Nunes justifica em burocratês que o objetivo da viagem é “sistematizar o relacionamento econômico” entre Brasil e Cuba e que interesses mútuos não são movidos por solidariedade política. Claro que são. No mundo não dá para ignorar realpolitik ou interesses econômicos. Mas também não dá para ignorar a camaradagem do Brasil com a ditadura cubana.

Como ignorar uma China a caminho de ser superpotência governada pela ditadura comunista? É chato ver como os EUA “sistematizam” uma relação estratégica com a ditadura saudita, mas é um constrangimento necessário. No caso do Brasil, não só existe solidariedade política em relação a Cuba, mas um orgulho do PT governante com os irmãos (no sentido literal e figurativo) que governam a ilha-presídio. Falta constrangimento.
A visita da presidente Dilma Rousseff, portanto, é um oxigênio para o regime cubano. Exceto para os cubanos na ilha-presídio, cubanos na Flórida e correligionários continentais, Cuba não tem maior importância. É basicamente uma mancha na consciência mundial. Cuba está lá embaixo na lista global de opressão. Começa a perder o bonde da história até para Mianmar, o país da briosa dissidente Aung San Suu Kyi, que finalmente empreende reformas políticas. A prêmio Nobel da Paz, que passou 15 dos últimos 23 anos em prisão domiciliar, está agora fazendo campanha por uma cadeira no Parlamento. Dá para imaginar quando a dissidente cubana Yoani Sánchez poderá fazer o mesmo?

Raúl Castro tem um projeto de reformas econômicas e administrativas. Empreende passos cautelosos para Cuba se converter em Vietnã do Norte e não acabar na história como uma Coreia do Norte. O projeto é liberalizar a economia e separar o aparato partidário da gestão governamental, ao estilo norte-vietnamita.. Claro que isto, em nenhuma hipótese, significa afrouxar o monopólio do poder político.

É aquela coisa atroz do artigo 5 da Constituição cubana, que “sistematiza” a ditadura: “O Partido Comunista de Cuba é vanguar­da organizada da nação cubana, é a força dirigente superior da sociedade e do Estado, que orga­niza e orienta os esforços co­muns na direção dos altos fins da construção do socialismo do progresso na direção da sociedade comunista”. Numa reunião do PC no fim de semana, Raúl Castro reiteirou o plano de mandatos limitados para os dirigentes, mas nada de limites para a ditadura, pois fez mais uma ode ao sistema de partido único.

Existe resistência a estas reformas econômicas de Raúl Castro nos bastiões stalinistas do partido e da parte do ”big brother” Fidel. Neste anacronismo, cubanos na ilha estão irmanados a bastiões da comunidade anticastrista na Flórida. Candidatos republicanos à presidência em campanha no estado – devido às primárias desta terça-feira – têm uma linguagem durona na questão cubana. Prometem reviver o embargo total e acusam o presidente democrata Barack Obama de “apaziguamento”" em sua política cubana (também de ser frouxo sobre a Venezuela de Hugo Chávez). Mas esta “frouxidão” em Washington reflete uma suavização da própria comunidade cubana na Flórida.
A linha dura republicana destoa dos novos tempos. Ironicamente, os republicanos americanos e petistas brasileiros estão irmanados em uma visão atrasada de Cuba. O argumento desta linha dura americana é que suavizar o embargo – medidas como permitir visitas familiares ilimitadas a Cuba e transferência de dinheiro para parentes - dá sobrevida à ditadura cubana. Mas e o contra-argumento? Meio século de embargo é munição para a lenga-lenga castrista contra o imperialismo ianque (expressão tão surrada como a ditadura de Havana).
Cubanos da Flórida querem investir em Cuba (tirando proveito de estímulos a pequenos negócios privados e liberalização no mercado imobiliário). Evidentemente, muito mais estará em jogo caso haja descoberta generosa de petróleo na fatia cubana do golfo do México. Aí, gigantes empresariais americanos deverão fazer um lobby da pesada contra o embargo econômico, que para ser derrubado exige aprovação do Congresso. O fim do embargo seria também uma farra para a “nomenklatura” no poder em Havana, abrindo espaço para corrupção ao estilo Rússia pós-comunismo.
Pesquisas mostram esta suavização das atitudes dos cubano-americanos, como a que foi feita pela empresa Bendixen & Associated, a mais respeitada na radiografia da comunidade hispânica nos EUA. Os cubano-americanos estão divididos sobre o embargo: 41% contra e 40% a favor. Na avaliação da Bendixen, existe uma “evolução do pensamento” na comunidade anticastrista. A divisão de hoje contrasta com o consenso de anos atrás e reflete um conflito de gerações, com os mais jovens da comunidade cubana da Flórida favoráveis a maiores laços com a ilha, ainda uma ilha-presídio.
O eleitor cubano-americano é mais conservador do que os demais latinos nos EUA, mas ele conta cada vez menos na Flórida devido à crescente diversidade da minoria no estado (quase 1/4 da população). Em 2008, Obama derrotou o republicano John McCain entre os eleitores latinos na Flórida (57% a 42%) e teve uma avanço expressivo entre os cubano-americanos (McCain obteve 53% e o presidente ficou com 47%).
São novos tempos. Washington também precisa “sistematizar” suas relações com Havana de um modo diferente, mas não ao estilo de Brasília. O desafio é manter laços com Cuba, sem manter a camaradagem com a ditadura Castro e lhe conferir uma sobrevida.

domingo, 29 de janeiro de 2012

A inflação do salmão

O IBGE muda a lista de produtos e serviços que valem para o cálculo do custo de vida no Brasil. O peixe e outros itens que se popularizaram nos últimos anos passam a assumir um lugar de destaque no índice

Michel Alecrim

chamada.jpg

O salmão, quem diria, agora é um termômetro eficaz da inflação brasileira. A entrada desse peixe no carrinho do supermercado de um grande número de pessoas – e também popularizado pelos bufês de restaurantes por quilo – fez com que ele passasse a fazer parte do grupo de itens que mede o custo de vida no Brasil. Para acompanhar as mudanças de hábitos de consumo da sociedade, o IBGE anunciou na semana passada a alteração dos métodos de cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA. A partir de agora, o instituto deixa de computar em torno de 50 itens e inclui na lista outros 50 produtos e serviços. Bastar dar uma olhada na relação divulgada pelo IBGE para entender as razões que levaram aos ajustes. Não contam mais para a análise da inflação o preço de máquinas de costura (que desapareceram dos lares brasileiros) e gastos com barbeiro (profissional substituído pela tecnologia dos aparelhos portáteis). Além do salmão, passaram a contar no cálculo da inflação despesas com internet, telefonia celular e tevê a cabo, que cada vez mais pesam no bolso de milhões de brasileiros.

A tabela do IPCA é reformulada a cada cinco anos, com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE. Para algumas especialistas, é preciso fazer uma atualização mais frequente. “Em cinco anos, muitas mudanças ocorrem”, diz André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas. “O ideal seria que, de dois em dois anos, a cesta de compras fosse atualizada. Isso permite que o governo tenha uma política monetária mais adequada.” Além de excluir e acrescentar itens, o IBGE muda periodicamente o peso de cada produto ou serviço para a contabilidade final. A partir de agora, por exemplo, os gastos com educação terão importância estatística menor. Na visão de alguns críticos, seria uma forma de puxar a inflação oficial para baixo, já que o reajuste das mensalidades escolares tradicionalmente sobe mais do que a média do IPCA. “Foi apenas uma coincidência que itens com preços em alta tenham perdido peso”, diz Irene Machado, gerente de Índices de Preços do IBGE. É justamente o menor peso das mensalidades escolares que deve melhorar o resultado do IPCA de 2012. Se a nova tabela tivesse sido aplicada ao longo do ano passado, economistas calculam que, em vez de 6,5%, o índice oficial da inflação teria sido de 6,1%.

Na traumática história da inflação brasileira, não faltam exemplos de vilões para a aceleração desenfreada de preços. Em 1977, alarmado com uma alta de 4% dos preços em um único mês, o ministro da Fazenda Mario Henrique Simonsen encontrou em um vegetal o culpado pela disparada. “Essa inflação é do chuchu”, disse ele, que acabaria diminuindo o peso do legume no cálculo da inflação. A estratégia, porém, não deu resultado e o dragão inflacionário continuou fazendo vítimas por muito tempo. Curiosamente, mais de três décadas depois, o chuchu saiu da nova lista divulgada pelo IBGE. Tomara que a presidenta Dilma não reclame, nos próximos meses, que a culpa da inflação é do salmão.

img.jpg

Aulas de música por webcam popularizam-se, beneficiando professores e alunos

O patologista John McClure, de Edina, Minnesota, faz aulas de gaita de foles com um professor altamente conceituado, Jori Chisholm, cujo currículo inclui um prêmio de primeiro colocado no evento Cowal Highland Gathering de 2010, em Dunoon, Escócia. O fato de o professor viver em Seattle, a mais de 2.000 quilômetros de distância de McClure, não é problema: o médico faz as aulas com Chisholm pelo Skype.

"Posso estar de plantão, aguardando a chegada de um material de exame, e fazer uma aula com Jori", disse McClure, 50.

O Skype e outros programas de bate-papo com vídeo estão revolucionando e democratizando o mundo das aulas de música. Os estudantes cujo pool de professores potenciais antigamente se limitava àqueles que ficavam a uma distância razoável de carro hoje fazem aulas com professores que vivem do outro lado do país ou em outros continentes.

T.C. Worley/The New York Times
John McClure pratica gaita de foles observado por seu professor Jori Chisholm, a mais de 2.000 km de distância
John McClure pratica gaita de foles observado por seu professor Jori Chisholm, a mais de 2.000 km de distância

A lista de benefícios é longa: as pessoas que estudam instrumentos incomuns têm mais acesso a professores. Os pais não precisam mais levar seus filhos de carro para a aula de música --basta mandá-los para o quarto. E os professores conseguem mais trabalho.
"Já vi vídeos de pessoas ensinando a alunos em todo o mundo", disse Gary Ingle, presidente da Associação Nacional de Professores de Música. "Há pessoas que nunca teriam aulas de música, a não ser que isso pudesse ser feito on-line. Nós, professores de música, devemos encontrar os alunos, onde quer que estejam."

A conveniência de fazer aulas on-line reduz o número de aulas perdidas, disse Nick Antonaccio, dono do estúdio musical Rockfactory, de Newtown, Pensilvânia, que tem 200 alunos, 25 dos quais tendo aulas à distância.

"As pessoas que fazem aulas on-line acabam tendo uma programação de aulas mais regular", segundo ele. "Elas não precisam enfrentar nevascas. Não precisam perder uma hora só para chegar até a aula. Suas aulas não coincidem com outros compromissos, como partidas de beisebol."

Annie Marie Musselman/The New York Times
Joey Potuzak, 17, usa o Skype para fazer aulas de guitarra em casa
Joey Potuzak, 17, usa o Skype para fazer aulas de guitarra em casa

Mas muitos pais ainda têm cautela sobre as aulas no laptop. Uma objeção que fazem é que o professor à distância não pode manipular os dedos do aluno. Mesmo assim, disse Antonaccio, "tivemos alunos que começaram crianças e aprenderam a tocar apenas com aulas diante da câmera".

Os professores de música estão descobrindo que as aulas on-line lhes proporcionam mais que apenas estabilidade financeira. Laurel Thomsen, professora de violino e viola, mudou-se recentemente de Monterey, Califórnia, para Santa Cruz, e continuou com todos os seus alunos pelo Skype. "Tenho cada vez menos alunos com aulas pessoais e mais e mais gente que me procura pelo Skype", contou ela.

O vídeo vem proporcionando novas oportunidades a professores adeptos da tecnologia. Neste ano, o universitário Matt Dahlberg, 22, vai se formar. Ele espera poder se sustentar dando aulas de ukulele pelo Skype. Dahlberg tem 18 alunos. "Vivo rejeitando alunos, porque ainda não posso dar tantas aulas quanto gostaria, pelo fato de ainda estar fazendo faculdade."

Brasileiro começa 2012 menos endividado, indica CNC

Cartão de crédito continua como o principal vilão do endividamento; dívidas de início de ano preocupam economistas

Agência Brasil

shutterstock_6148513.jpg

Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta terça-feira (24) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revela que os brasileiros estão menos endividados neste início de 2012 do que em janeiro do ano passado.

A pesquisa da CNC constatou que 58,8% das famílias têm algum tipo de dívida, com leve crescimento em relação aos 58,6% de dezembro. O nível de endividamento, entretanto, está abaixo dos 59,4% verificados em janeiro do ano passado.

As preocupações de mercado fixam, porém, os 6,9% de famílias que disseram não ter condições de quitar suas dívidas, índice de inadimplência considerado bastante alto. Essa taxa, entretanto, está mais confortável que os 7,2% de dezembro e que os 7,9% de janeiro de 2011, de acordo com a economista Marianne Hanson, da CNC.

Ela ressalta a possibilidade de aumento dos níveis de endividamento e de inadimplência no curto prazo, devido aos gastos típicos de início de ano como matrículas, material escolar, Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

A economista destaca, contudo, que “a melhora recente na percepção em relação à capacidade de pagamento indica uma perspectiva positiva para os indicadores de inadimplência”, assim considerados os atrasos com mais de 90 dias. Segundo ela, o cartão de crédito continua como o principal vilão do endividamento do brasileiro na opinião de 73% dos entrevistados, seguido à distância pelos carnês (22%) e pelo crédito pessoal (12,1%).

Farra militar

Pagamento de diárias pelo Exército para custear despesas com viagens de oficiais ao Exterior chama a atenção de procuradores

Claudio Dantas Sequeira

img.jpg
Na mira do MP De acordo com o “Diário Oficial” (abaixo), o general Lauro Luís
Pires da Silva (acima) receberá seis diárias, mas a conferência em Munique,
na Alemanha, só dura dois dias, segundo informa o próprio site do evento

img1.jpg

Os militares sempre estiveram entre os que mais gastam com diárias e passagens na Esplanada. Em 2011, o Ministério da Defesa consumiu R$ 113 milhões, sendo que boa parte desse montante foi destinada a viagens ao Exterior para a participação em convenções, conferências, estágios e cursos. Um levantamento nos boletins do Exército revela, no entanto, que muitos desses eventos têm pouca ou nenhuma relação com o interesse público. Há também casos em que a permanência do militar em outro país é estendida sem que haja qualquer justificativa plausível. Na sexta-feira 20, por exemplo, encerrou-se em Los Angeles, Estados Unidos, o chamado Shot Show, feira de artigos bélicos direcionada a aficionados de caça esportiva e praticantes de tiro. Embora não seja um evento militar, o Exército enviou para lá o general Waldemar Magno Neto, o coronel Paulo Saback de Macedo e o tenente-coronel Mário Luis Carvalho. Os três militares chegaram no dia 14 e ficaram até a terça-feira 24 nos EUA. O evento, porém, durou apenas três dias. É comum que profissionais prolonguem suas viagens de trabalho, caso tenham dias de folga acumulados, mas isso não pode ser feito com as diárias pagas pelo contribuinte. Nesse sentido, procuradores do Ministério Público Militar têm estranhado os critérios adotados pelo Exército para o pagamento de diárias e avaliam solicitar a abertura de inquérito para uma apuração mais detalhada.

No domingo 29, o general Lauro Luís Pires da Silva e o coronel Odilon Mazzini Junior desembarcam em Munique, na Alemanha, para participar de uma conferência sobre engenharia militar. “O Diário Oficial” registra que eles receberão diárias referentes a seis dias, embora o evento dure apenas dois. Em 11 de fevereiro, o coronel Rolant Vieira Júnior viajará para Brindisi, na Itália, para participar de um workshop na base logística do Departamento de Operações de Paz das Nações Unidas. No despacho, o ministro da Defesa, Celso Amorim, diz que o treinamento “é na área de proteção de crianças”. O problema é que o evento não consta no calendário daquela base da ONU.

Fontes do próprio Exército dizem que o envio de militares para participar de cursos, visitas e eventos sem relevância funciona como uma forma de premiação interna. “É a chamada missão rolha, ou seja, aquilo que é feito sem necessidade, dispensável, apenas para gerar benefícios particulares para alguns”, diz um oficial. O que dizer, por exemplo, do despacho de 28 de setembro sobre a designação do sargento Gutemberg de Albuquerque para servir como “técnico de futebol” das Forças Armadas da Guiana? Na linha dos benefícios pouco justificáveis está a designação da major Rita de Cássia Gouveia para frequentar um curso de francês em Saint-Jean, no Canadá, por quatro meses. Ela é contadora, lotada no Centro de Pagamento do Exército.

sábado, 28 de janeiro de 2012

O preço da imprudência

O desmoronamento de três edifícios no centro do Rio de Janeiro leva pânico à cidade e é um exemplo de como reformas irregulares podem acabar em tragédias

Juliana Dal Piva, Luciani Gomes, Michel Alecrim e Wilson Aquino

img.jpg
Quarta-feira, 25 de janeiro
O que era o escritório comercial de milhares de pessoas virou,
em segundos, uma montanha de entulho de cerca de 15 metros

Os cascalhos que caíam a cada vez que a porta do elevador se abria podem ter sido os sinais mais visíveis da tragédia que estava para acontecer na avenida Treze de Maio, no centro financeiro do Rio de Janeiro, às 20h30 da quarta-feira 25. “Era comum ver pedaços de reboco em cima daquele elevador”, lembra Cleyton da Silva Almeida, 22 anos. Sabe-se, hoje, que essas foram as últimas evidências de que algo estava errado dadas pelo clássico Liberdade, nome com o qual o prédio de 20 andares fora batizado há 71 anos. O diagramador Almeida, que trabalhava numa empresa de informática no local há quatro anos, teve a sorte de não estar dentro do prédio quando ele desabou arrastando duas outras edificações vizinhas, o Colombo, de dez andares, e um prédio de quatro andares. Até a sexta-feira 27, o saldo era de 15 desaparecidos, cinco feridos, 11 mortos e um cenário de horror que lembrava a queda das torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Os escritórios comerciais viraram, em segundos, uma montanha de entulho de quase 15 metros. O País viu, na internet e na televisão, as cenas registradas por testemunhas e, em especial, a imagem gravada por uma câmera de segurança de um prédio próximo, na qual pessoas correm pela avenida enquanto uma gigantesca nuvem de fumaça avança e encobre carros, calçadas, árvores.

As cenas eram impressionantes. “O prédio parecia que estava escorregando, derretendo devagar, e de repente ruiu. Parecia uma bomba atômica”, diz Julieta Duarte Loureiro, vizinha dos prédios que caíram. A hipótese mais provável pelo esfacelamento do Liberdade é que obras internas no terceiro e no nono andares – que seriam irregulares, pois não estavam registradas no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) – tenham abalado a estrutura do edifício. O Rio vive um momento único de boom nos imóveis. Às vésperas da Copa do Mundo e da Olimpíada, a cidade registra uma das maiores valorizações imobiliárias de sua história. O preço médio dos escritórios, apartamentos e casas subiu 114% na cidade entre 2008 e 2011, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O Rio está em reconstrução, as reformas prosperam, mas não se tem notícia de aumento de registro ou planejamento de obras. Nesse contexto, a imprudência pode ser fatal.

img1.jpg

“Quando o problema acontece nos pilares de sustentação de um dos andares do prédio, esse incidente pode ocasionar a queda do edifício inteiro, sim”, diz Fernando Amorim, professor do departamento de engenharia de estruturas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele adverte, no entanto, que esse problema não deve ser motivo de pânico: “Isso não é comum.” O engenheiro Marcelo José Bianco, especializado em estruturas e desastres naturais, compara a queda de um prédio a de um avião. “Assim como uma aeronave é capaz de continuar voando com apenas uma turbina até pousar, um prédio não desaba por causa de um único fator. No geral, há uma série de problemas estruturais por falta de manutenção”, afirma o especialista. É preciso dar atenção aos sinais, pois um prédio não cai de repente. “Porta que não abre, janela emperrada, parede rachada, isso tudo deve ser investigado”, diz Orlando Celso Longo, coordenador de pós-graduação de engenharia civil da Universidade Federal Fluminense (UFF). Lamentavelmente, os cascalhos, provavelmente produzidos pelas reformas no terceiro e no nono andares, no elevador do Liberdade não receberam a atenção devida.

Tão logo soube da tragédia, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) seguiu para a área dos desabamentos, onde permaneceu por toda a madrugada acompanhando os serviços de resgate. O governador Sérgio Cabral (PMDB) decretou luto oficial de três dias no Estado e a presidenta Dilma Rousseff fez questão de se manifestar publicamente. “Gostaria de me solidarizar com o povo do Rio de Janeiro, principalmente com as famílias daquelas pessoas que foram atingidas por essa catástrofe. Acompanhei todo o esforço que o governo do Estado e a prefeitura estão fazendo e transmiti a eles também a esperança de que sejam encontradas pessoas com vida”, disse ela na quinta-feira 26, quando participava do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.

img2.jpg

img3.jpg

Dois dias depois do desabamento, eram remotas as chances de encontrar sobreviventes nos escombros. A maioria dos desaparecidos participava de um treinamento interno da empresa Tecnologia Organizacional (TO), no sexto andar do edifício Liberdade, como a auxiliar financeira Kelly Meneses, 28 anos. “Mãe, não morre, fica comigo! Te amo do fundo do meu coração”, postou na rede social Facebook, na quinta-feira 26, Catharina, filha de Kelly, que está desaparecida. Dos que estavam dentro do prédio, poucos conseguiram escapar, como o pintor de paredes Alexandro Santos, salvo porque entrou no elevador (leia à pág. 79). Outros sobreviveram por sorte.

Gilberto Figueiredo, 31 anos, dono de uma empresa que prestava serviços no edifício Liberdade, procurou sair do local logo que ouviu os primeiros estalos. “O elevador balançou muito e de modo estranho enquanto descia. Quando vi a poeira, só pensei em sair de lá”, contou. Antes de deixar o local da tragédia, o operário André Moraes protagonizou uma cena heroica: resgatou Cristiane do Carmo, sua chefe, que havia caído quando tentava fugir. “Peguei ela pelos braços e fui arrastando”, contou. Segundo o operário, ela foi atingida por uma pilastra. Cristiane passou por uma cirurgia e permanecia internada no Hospital Casa de Portugal. Até a sexta-feira 27, a poeira ainda não havia se dissipado no centro do Rio e os que desapareceram sob os escombros continuavam a ser lembrados por companheiros que sobreviveram. Como o gerente de recursos humanos Celso Renato Cabral, 44 anos, que foi chamado, pelo colega Damião da Silva Alves, para ir embora – mas, como queria concluir, antes, uma tarefa, preferiu ficar. “O Celso não gostava de ir para casa e deixar o trabalho incompleto. Ele lutou muito para estudar e arrumar um bom emprego”, contou Alves. Ambos são de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. A infeliz história é parecida com a da empresária Ana Cristina Faria, 55 anos, que permaneceu no escritório de contabilidade mesmo depois da saída do marido, Roberto Flaviano, de quem era sócia. “Ela trabalhava havia mais de 30 anos. Era costume dela sair bem tarde”, contou o primo André Luiz Souza.

img4.jpg

Todos os amigos e parentes das vítimas que compartilham do mesmo drama passaram os últimos dias na Câmara Municipal, transformada em uma espécie de QG pós-tragédia, amparados por psicólogos e assistentes sociais. Lá, fazem a mesma pergunta: Por que aconteceu isso? De quem é a culpa? A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as responsabilidades do desabamento dos três prédios, mas vai demorar algum tempo para que se concluam todas as investigações e perícias e se aponte um responsável, ou vários. Por enquanto, as obras realizadas em dois diferentes andares do Liberdade são consideradas as causas mais fortes. A possibilidade de ter ocorrido uma explosão por vazamento de gás foi descartada pelo prefeito Paes.

A empresa Tecnologia Organizacional (TO), que ocupava os terceiro, quarto, sexto, nono, décimo e 14º andares do edifício 44 da avenida Treze de Maio, realizava obras em dois andares simultaneamente, o nono e o terceiro. No nono andar, a reforma capitaneada por Cristiane do Carmo, uma das vítimas do desabamento que ainda está hospitalizada, seria apenas a troca do piso e pintura das paredes, mas a do terceiro andar era radical e pode ter atingido alguma viga ou pilar estrutural. “Quando a porta estava aberta podia-se ver que a sala ficou imensa e bem ampla, sem paredes”, contou Marcelo Ferreira, 41 anos, que tinha uma loja de montagem de óculos no 11º andar. “Derrubaram todas as paredes. Ficou parecendo um loft”, contou o estudante Marcel Lima, 22 anos, aluno de um curso de informática que funcionava no endereço.

img5.jpg

A empresa nega qualquer irregularidade. O analista de sistemas Sérgio Alves, um dos cinco sócios da TO, classificou de “absurdo completo” a acusação de que a obra era irregular. “O síndico foi informado, pediu um laudo, contratamos um engenheiro para isso e a obra tinha uma arquiteta responsável”, diz ele. “Era nossa terceira obra. Fui informado pela arquiteta de que, como não seria uma obra estrutural, não precisava de autorização do Crea. Ninguém seria louco de mexer na estrutura, tirar uma viga.” O síndico, Paulo Renha, deverá comparecer à delegacia no início da semana para prestar depoimento. Na sexta-feira 27, porém, Geraldo Beire, seu advogado, afirmou que apenas parte da documentação exigida pela administração do edifício fora entregue.

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro, informou que as obras internas realizadas no Liberdade não eram registradas no conselho, conforme exigido em casos de alteração estrutural. O último registro naquele endereço data de 2008. “Existe uma tendência de se sair quebrando paredes de forma irresponsável. A estrutura de um prédio equivale ao esqueleto humano. Dependendo do pedaço removido, o corpo não se mantém de pé”, diz ele.

img6.jpg

Guerreiro garantiu que, caso o profissional responsável pelas reformas seja do Crea, poderá ser punido através do código de ética e/ou perder o credenciamento e o direito de continuar trabalhando. Nem todas as obras precisam de registro junto ao órgão ou mesmo autorização da prefeitura. Mudança de revestimento, de cor ou trocas de portas são reformas cotidianas, que podem ser feitas por leigos. No entanto, qualquer modificação estrutural no imóvel, como a derrubada de uma parede, tem que ser supervisionado por um engenheiro civil com registro profissional. O Crea utiliza o método da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), um sistema online em que o órgão acompanha tudo o que é feito na construção. Na prática, o engenheiro se responsabiliza pela estabilidade da construção após as modificações. A prefeitura carioca só solicita que seja feito registro junto à Secretaria de Urbanismo quando a obra acarretar uma modificação de área. Um exemplo disso é quando o proprietário amplia o espaço construído.

O fato de os prédios serem geminados também ampliou a tragédia, pois o Liberdade arrastou os edifícios de dez e de quatro andares. “Esse é um conceito antigo de construção”, diz o engenheiro Bianco. “Quando são grudados, a chance de um cair e levar o outro é enorme. O mesmo acontece numa situação de incêndio. O fogo derruba paredes, de forma que o prédio ao lado do que está pegando fogo é forte candidato a ser o próximo a incendiar.” Quando o Liberdade começou a desabar, cerca de 40 pessoas que estavam no edifício vizinho – que permaneceu inteiro – entraram em pânico. Com as escadas obstruídas por escombros, correram para a cobertura, de onde foram resgatadas pelos bombeiros.

img7.jpg

A retirada dos restos dos três prédios que desabaram deve durar dois meses, de acordo com a previsão do secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões. Cerca de 350 funcionários da prefeitura e 60 bombeiros trabalham na busca de vítimas e na retirada de escombros. Nas primeiras 48 horas, oito retroescavadeiras recolheram mais de 15 mil toneladas de entulhos e os caminhões fizeram cerca de 400 viagens para levar esse material ao local de armazenamento, onde será feito o trabalho pericial. O desmoronamento no coração financeiro carioca ganhou as manchetes mundiais. Palco de eventos esportivos internacionais como a Olimpíada de 2016 e uma das cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo em 2014, o Rio quer ser citado em jornais estrangeiros por motivos mais nobres, e não por imprudências como essa.

img8.jpg

img9.jpg

img10.jpg

img11.jpg

Colaboraram: Débora Rubin e Paula Rocha