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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Mensaleiros absolvidos do PT fazem festa na Câmara

Ex-deputados Professor Luizinho e Paulo Rocha, que escaparam da condenação, festejaram durante reuniões de petistas na Câmara dos Deputados

Laryssa Borges
Os ex-deputados do PT Professor Luizinho (SP) e Paulo Rocha, durante a Exposição Comemorativa da Edição 5000 do Boletim do PT na Câmara
Os ex-deputados do PT Professor Luizinho (SP) e Paulo Rocha, durante a Exposição Comemorativa da Edição 5000 do Boletim do PT na Câmara (Andre Dusek/AE)
“Agora sou ex-deputado e ex-mensaleiro”
Balões vermelhos e estrelas brancas em referência ao Partido dos Trabalhadores decoravam nesta terça-feira o fim de uma rampa na Câmara dos Deputados. Convidados comemoravam, tilintando taças de champanhe, as 5.000 edições dos informes do PT na Câmara. Entre as personalidades, dois réus do mensalão absolvidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Agora sou ex-deputado e ex-mensaleiro”, debochou, gargalhando, o ex-líder petista Professor Luizinho, absolvido do crime de lavagem de dinheiro na mais alta corte do país. Acusado de embolsar 20 000 reais do esquema de corrupção, Luizinho foi um dos políticos que enfrentou outro tipo de condenação: nas urnas. Em 2006, ele não conseguiu renovar seu mandato de deputado federal. Dois anos depois, não teve votos sequer para se eleger vereador em Santo André, no ABC paulista.
Ao seu lado, mais contido, o também ex-líder Paulo Rocha sorria. Presidente do diretório do PT no Pará, Rocha também se livrou de uma condenação por lavagem. Ele foi beneficiado após um empate de cinco votos a cinco dentro do STF. Nas urnas, também foi castigado em 2010.
Em rodinhas, deputados, ex-congressistas e funcionários do PT comemoravam, ao som de “Lula lá”, as edições dos informes do PT na Câmara. Banners e painéis nas paredes foram fixados nas paredes com petistas históricos: o ex-presidente Lula, o ex-presidente do PT José Genoino pela corte, e o ex-deputado Paulo Rocha estampavam a galeria dos ex-líderes da legenda na Casa. O quadro ao lado mostrava aqueles que, filiados ao partido, ocuparam a presidência da Câmara dos Deputados: Arlindo Chinaglia, Marco Maia e João Paulo Cunha.
Genoino - Condenados no julgamento do mensalão, nem Genoino nem João Paulo apareceram na festa. Mas o lobby em favor do retorno de Genoino à Câmara não era escondido por ninguém. O ex-presidente petista, condenado no mensalão pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, pode ocupar, por ser o primeiro suplente do PT, a vaga de Carlinhos Almeida, eleito prefeito de São José dos Campos (SP).
“Politicamente e legalmente sim (é possível o retorno de Genoino). Do ponto de vista do PT não há nenhuma restrição”, dizia o presidente nacional da legenda, Rui Falcão. “O PT não está desgastado. Tentaram julgar o PT, mas quem está sendo julgado são as pessoas”, argumentava.
O presidente da Câmara, Marco Maia, resumia a possibilidade de posse de Genoino: “Ele pode tomar posse. É uma garantia da Constituição”. O atual líder petista, Jilmar Tatto, foi ainda mais explícito na defesa do correligionário: “Uai, por que não teria condições de tomar posse?”

Sandy: número de mortes passa de 50 nos EUA


País inicia cálculo de prejuízos, que podem passar dos US$ 20 bilhões. Em NY, transporte público começa a ser reativado, mas luz só volta no fim de semana

Inundação causada pela tempestade atingiu até ambulância em Hoboken, Nova Jersey
Inundação causada pela tempestade atingiu até ambulância em Hoboken, Nova Jersey - Getty Images
Enquanto começam a contabilizar os prejuízos materiais da devastadora passagem da tempestade Sandy por sua costa leste, que podem passar dos 20 bilhões de dólares, os Estados Unidos não param de acrescentar pessoas à fria estatística da contagem de mortos relacionados ao ciclone. Na noite desta terça-feira, o número de vidas perdidas confirmado chegou a 51.
Só no estado de Nova York, morrerm 25 pessoas, 18 delas na maior cidade dos EUA. Além disso, foram registradas três mortes em Connecticut, duas em Maryland, uma em New Hampshire, seis em Nova Jersey, duas na Carolina do Norte, sete na Pensilvânia, duas na Virgínia, uma na Virgínia Ocidental e duas em Ohio, onde Sandy não passou em cheio, mas causou uma forte nevasca que provocou mortes em um acidente numa estrada. Considerando-se o total de mortes provocadas pelo fenômeno no Caribe e uma morte registrada no Canadá, a tempestade ceifou 120 vidas até o momento.
Em Nova York, a 18ª vida tirada pela tempestade na cidade foi anunciada prefeito Michael Bloomberg, em entrevista na noite desta terça. "Espero que não tenhamos mais (mortes)", disse Bloomberg. Pela manhã, ele havia relatado 10 nova-iorquinos mortos em eventos relacionados ao fenômeno natural, mas já tinha feito uma previsão não muito animadora ao dizer que “tragicamente, o número de mortos deve crescer”.
Na entrevista coletiva, o prefeito informou ainda que a energia elétrica poderá voltar a funcionar nesta quarta-feira em algumas localidades, mas fez uma advertência: "Não se deve esperar que a maior parte das pessoas que não tem o serviço hoje o terá antes do fim de semana". Bloomberg afirmou que o policiamento foi reforçado nas áreas da cidade que estão às escuras.
O prefeito mencionou também a dificuldade para evacuar alguns locais, dizendo que em muitos casos, apenas metade das pessoas atendem ao chamado, obrigando as equipes a resgatarem-nas mais tarde. Segundo ele, é preciso encontrar novas formas convencer as pessoas que a evacuação é para seu próprio bem. Questionado se o presidente Barack Obama visitaria a cidade, Bloomberg respondeu: "Nós adoraríamos recebe-lo, mas temos muitas coisas a fazer". Obama deverá visitar Nova Jersey nesta quarta-feira.

Imagens da passagem do furação pelos Estados Unidos

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Cenas do caos e alagamentos em Manhattan, Nova York


Superstorm Sandy: New York's Battery Park floods por itnnews
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Na Costa Leste dos EUA a passagem de Sandy deixou pelo menos 8,1 milhões de casas e estabelecimentos comerciais sem energia – número próximo ao registrado durante a passagem do furacão Irene, em agosto de 2011, quando 8,4 milhões de residências ficaram no escuro.
Os transportes públicos da região nordeste do país foram severamente afetados. O serviço de trem que liga as cidades de Nova Jersey e Nova York deve permanecer suspenso por pelo menos uma semana, segundo o governador do estado de Nova Jersey, Chris Christie.
transporte público foi suspenso em Nova York, Baltimore, Filadélfia e Boston. O metrô de Nova York deve ficar quatro ou cinco dias sem funcionar, tempo necessário para tirar toda a água que inundou o sistema, mas os ônibus devem voltar a circular na cidade nesta terça, informou o prefeito, Michael Bloomberg.
O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos reclassificou Sandy de furacão para ciclone pós-tropical apó o fenômeno começar a perder força, diminuindo o volume de chuva sobre a costa leste dos EUA. Para ser considerado furacão, um ciclone precisa ter ventos de, no mínimo, 119 quilômetros por hora. Abaixo disso e acima de 61 quilômetros por hora, ele é considerado uma tempestade. Ainda assim, Sandy teve grande poder de destruição, uma vez que seus ventos continuaram fortes – em torno dos 100 quilômetros por hora – mesmo sobre o continente.   

Mapa da passagem do Sandy pelos Estados Unidos
(Com agências EFE e France-Presse)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sandy deixa 13 mortos nos EUA e um no Canadá

Após deixar cenas de destruição na costa americana, tempestade diminui. Inundação em Nova York começa a baixar, mas 6,5 milhões estão sem luz

Chuvas da tempestade Sandy inundaram o Marco Zero, local que abrigava as torres do World Trade Center
Chuvas da tempestade Sandy inundaram o Marco Zero, local que abrigava as torres do World Trade Center - John Minchillo / AP
Inundada em diversas áreas ao ser atingida pela tempestade Sandy, Nova York começou a observar as águas baixarem na madrugada desta terça-feira, após terem subido 4,15 metros acima de seu nível habitual ao sul de Manhattan. "A enchente ocasionada pela tempestade atingiu a altura de 4,15 metros em Battery. Agora, a altura é de três metros e as águas estão baixando", disse o prefeito Michael Bloomberg em sua conta no Twitter. Bloomberg acrescentou que os cortes de eletricidade e outros problemas continuam afetando a cidade – em todo o país, 6,5 milhões de pessoas estão sem energia elétrica.
Reclassificado de furacão para ciclone pós-tropical pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, Sandy começou a perder força, diminuindo o volume de chuva sobre a costa leste dos EUA.  Poucas horas depois da gigantesca tempestade atingir o país, às 22 horas de segunda-feira (20 horas nos EUA), as primeiras mortes provocadas pelo fenômeno natural foram registradas. De acordo com a rede CNN, pelo menos treze pessoas morreram nos EUA – a maioria delas em incidentes envolvendo a queda de árvores sobre casas e carros. São cinco mortos em Nova York, um em Connecticut, três em Nova Jersey, dois na Filadélfia, um na Virgínia Ocidental e outro no barco HMS Bounty, que naufragou. Além disso, uma pessoa morreu no Canadá por causa do ciclone.
Enquanto isso, Nova York vive cenas de caos, com inundações castigando parte da ilha de Manhattan e enchendo de água estações de metrô e túneis, colocando em risco toda a sua estrutura de transportes, que "nunca enfrentou um desastre tão devastador" em seus 108 anos de existência, afirmou nesta terça-feira o presidente da Autoridade Metropolitana de Transporte da cidade, Joseph Lhota.
Somente no estado de Nova York, cinco pessoas morreram, entre elas um homem de 30 anos que teve a casa atingida por uma árvore no bairro do Queens. Autoridades também relataram duas mortes em Nova Jersey, quando uma árvore caiu sobre um carro no condado de Morris. Duas pessoas morreram na Pennsylvania, uma atingida por árvore e outra no desabamento de uma casa. Na Virginia Ocidental, uma mulher morreu em um acidente de carro provocado pelos doze centímetros de neve despejados pela tempestade na rua. O estado de Maryland registrou outra vítima de acidente: uma mulher que bateu o carro em uma árvore durante a tempestade. Em Toronto, no Canadá, uma mulher morreu ao ser atingida por escombros carregada pelo vento.

Saiba mais

TEMPESTADE OU FURACÃO
Qualquer tempestade tropical pode ser chamada de ciclone, termo genérico dado a um sistema de larga escala e baixa pressão atmosférica que se forma sobre águas tropicais ou subtropicais. Quando a temperatura do oceano passa de 27º C, a água evapora e forma uma coluna de baixa pressão atmosférica. Em volta da coluna, ventos começam a soprar devido à diferença de pressão, fazendo com que a tespestade gire. Quando os ventos atingem 61 km/h, temos formada uma tempestade tropical. Se ultrapassam 119 km/h, estamos diante de um furacão.
CICLONE, FURACÃO, TUFÃO 
Ciclone, tufão e furacão são nomes diferentes para um mesmo fenômeno – este último é mais usado em contexto científico. A denominação, porém, varia conforme a região: costuma-se chamar de furacão quando acontece na América Central e nos EUA; tufão quando aparece no extremo Oriente; e ciclone quando ocorre no oceano Índico. Os três termos se referem às mais fortes tempestades que ocorrem na natureza, podendo chegar a 1.000 metros de diâmetro e ventos de 120 km/h, no mínimo.
NO BRASIL
No Brasil não há furacões, pois o mar subtropical tem águas relativamente frias – e os furacões só se formam acima dos 27º C. Mas o país não está a salvo de ventanias como os tornados. Esse tipo de tormenta é muito mais violenta e pode aparecer em qualquer lugar, mas costumam durar menos de três minutos. Ela é resultado do choque entre duas correntes de ar, uma quente e úmida, outra fria e seca. Quando as duas se encontram em alta velocidade, o ar quente é lançado para o alto, se condensa e inicia uma tempestade que pode atingir até 800 km/h, o bastante para destruir todas as construções que encontrar pelo caminho.
Outra morte aconteceu em alto mar: na direção da Carolina do Norte, a Guarda Costeira resgatou catorze de dezesseis tripulantes do navio pesqueiro HMS Bounty. O grupo foi salvo de helicóptero, após abandonar a embarcação, que afundou, em botes. Um tripulante foi encontrado horas mais tarde já sem vida enquanto o capitão do barco continua desaparecido.

Ciclone pós-tropical - A tempestade Sandy atingiu a costa leste americana no sul do estado de Nova Jersey. O fênomeno natural foi reclassificado de furacão para ciclone pós-tropical, mas manteve sua intensidade. Quando atingiu a costa, os ventos superavam os 140 quilômetros por hora – nas últimas horas, porém, a tempestade perdeu força e sua velocidade caiu para menos de 120 quiolômetros horários. Foram registradas ondas de 3,7 metros de altura em Kings Point e de 4,15 metros em Battery, ambas áreas de Nova York,  e de 2,6 metros em Sandy Hook, em Nova Jersey.

Localizada na costa de Nova Jersey, a cidade de Atlantic City foi uma das primeiras afetadas pelo rastro de destruição da tempestade. Os ventos fortes chegaram a arrancar parte do calçadão de madeira da orla – um dos cartões-postais da cidade turística.

Caos em Nova York - Na cidade de Nova York, a maior dos EUA, a tempestade inundou a maior parte do sul da ilha de Manhattan e provocou uma queda de energia que deixou 250.000 casas sem luz. Ondas de mais de quatro metros atingiram a costa e os rios Hudson e East transbordaram por causa da chuva torrencial. Estações de metrô e túneis ficaram completamente alagados e a inundação também chegou ao centro financeiro da cidade, alcançando dois metros de altura em Wall Street. A Bolsa de Valores de Nova York foi fechada pela pela primeira vez desde os atentados de 11 de setembro de 2011 e só deve reabrir na quarta-feira.
Reuters
Água invade estação de metrô em Hoboken, Nova Jersey. Túneis do metrô em Manhattan também foram afetados
Água invade estação de metrô em Hoboken, Nova Jersey. Túneis do metrô em Manhattan também foram afetados
Durante a madrugada, mais de duzentos pacientes precisaram ser removidos do hospital Langone Medical, localizado na Universidade de Nova York (NYU), após o gerador de emergência do centro médico ter sido danificado. Em outro incidente, a fachada de um prédio de quatro andares na oitava avenida desabou com a aproximação da tempestade, sem deixar feridos. Mais cedo, um guindaste no topo de um prédio na rua 57 sofreu danos e ficou pendurado, obrigando a polícia a interditar a área para pedestres.

Pelo menos um grande incêndio, provavelmente causado por um curto-circuito, foi registrado no bairro do Queens, dando muito trabalho para o Corpo de Bombeiros de Nova York combater as chamas em meio às ruas alagadas.

Todos os três grandes aeroportos da região - La Guardia, John F. Kennedy e Newark Liberty - foram fechados e mais de 9.000 voos cancelados. Em uma entrevista coletiva concedida na noite de segunda, o prefeito Michael Bloomberg pediu para que a população de Nova York fique em suas casas e deixe as ruas livres para as equipes de resgate.

Precauções -
Considerado uma das mais devastadoras tempestades a atingir os Estados Unidos, a chegada de Sandy provocou a evacuação de áreas densamente habitadas da costa leste americana, a paralisação dos transportes públicos de Nova York e Boston e a suspensão das aulas.
Estima-se que mais de 50 milhões de americanos serão afetadas pela tempestade. Autoridades apontam que seis milhões de pessoas estão sem energia elétrica, em onze estados e no Distrito de Columbia.  Uma empresa de prevenção de desastres estimou que os prejuízos podem chegar a 20 bilhões de dólares.
Efeitos - Embora não tenha a força do Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005, o Sandy, que já matou 66 pessoas na semana passada no Caribe, deve causar inundações, fortes chuvas e ventos na região. A tempestade ainda pode causar a precipitação de até 1 metro de neve nos montes Apalaches, de Virgínia Ocidental até o Kentucky.

Eleições: Lula fez campanha para nove derrotados

Ex-presidente participou da campanha de 17 candidatos - só oito foram eleitos

Jean-Philip Struck
Fernando Haddad e Lula durante o 18º Encontro Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT)
Fernando Haddad e Lula. Ex-presidente elegeu seu candidato em São Paulo, mas outras apostas foram mal no restante do país (Edu Saraiva/Frame/AE)
A campanha deste ano marcou a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como cabo eleitoral sem as restrições que o mandato impôs durante sua gestão, livre para se dedicar integralmente em eleger seus candidatos. Mas o esforço do ex-presidente só foi bem sucedido em apenas metade das candidaturas apoiadas pessoalmente por ele.
Nos dois turnos da campanha deste ano, Lula participou de comícios ao lado de 17 candidatos - 15 petistas e dois do PC do B -, em sete estados. Nesse grupo, oito conseguiram se eleger e nove foram derrotados.
Reinaldo Azevedo: Os puxa-sacos estão errados! Não foi a influência de Lula em SP que elegeu Haddad

As apostas de Lula em 2012

Derrotados: 9
Manaus, Diadema, Fortaleza, Cuiabá, Belo Horizonte, Salvador, Feira de Santana, Taubaté e Campinas.

Eleitos: 8
São Paulo, Osasco, São Bernardo, Santo André, Mauá, Guarulhos, Jundiaí e João Pessoa.
Entre as candidaturas fracassadas, estão as de capitais em que a figura de Lula é popular, e que em alguns casos conferiram votações recordes ao PT nas últimas eleições presidenciais. Neste grupo estão Manaus, Fortaleza, Salvador, Cuiabá, Belo Horizonte e Vitória da Conquista (BA), cidades visitadas pelo presidente nos meses de setembro e outubro.
Algumas dessas derrotas tiveram um significado simbólico para o ex-presidente, como Manaus e Salvador. Já outras demonstraram que a influência de Lula pode ser anulada quando confrontada com um adversário com campanhas bem estruturadas ou apoiadas por líderes regionais influentes, como o governador de Recife, Eduardo Campos, do PSB, um dos vitoriosos nestas eleições.
Foi no estado de São Paulo que os candidatos de Lula se saíram melhor. Entre os oito eleitos apoiados por Lula, sete ganharam no estado, a maioria na região metropolitana da capital paulista, como Guarulhos e São Bernardo do Campo, regiões que o PT já administrava. Já em Campinas e Taubaté, apesar da presença de Lula em comícios, os candidatos do PT foram derrotados.
Fora do estado de São Paulo, Lula conseguiu apenas ajudar a candidatura de Luciano Cartaxo (PT), eleito ontem prefeito de João Pessoa, na Paraíba. O ex-presidente participou de um comício ao lado do candidato antes do segundo turno.
Ainda assim, Lula pode ser considerado um vencedor, já que o candidato Fernando Haddad (PT), uma das apostas mais arriscadas do ex-presidente, conseguiu se eleger prefeito em São Paulo, a cidade mais rica e populosa do país.
Derrotas simbólicas – Duas derrotas de Lula nestas eleições ocorreram em capitais onde o ex-presidente demonstrou um empenho voraz, que envolveu uma dose de raiva contra os adversários dos seus candidatos. Em Salvador, Lula fez piadas com a baixa estatura do deputado federal ACM Neto, que disputou o segundo turno com Nelson Pelegrino (PT). Lula viajou duas vezes para a capital baiana para tentar ajudar o seu candidato.
Já em Manaus, o ex-presidente disse que o candidato e ex-senador Arthur Virgílio (PSDB) – desafeto de Lula desde os tempos em que era líder o PSDB no Senado – não gostava “de pobre”. O esforço foi em vão, e tanto ACM Neto quanto Virgílio ganharam as eleições.
PSB – Outros fracassos de Lula envolveram disputas com o PSB do governador Eduardo Campos. Lula apoiou e participou de comícios de cinco candidatos que enfrentaram membros do PSB nas eleições municipais. Na queda de braço, o PSB levou a melhor em quase todas: derrotou o PT em Campinas, Cuiabá, Fortaleza e Belo Horizonte. O PT só conseguiu vencer em João Pessoa, onde o candidato do PSB foi derrotado no primeiro turno.
Em Belo Horizonte, Lula realizou em setembro seu primeiro comício após ter deixado a Presidência, em 2011, em apoio ao candidato Patrus Ananias (PT). Mas Ananias foi derrotado logo no primeiro turno.
O PSB também derrotou o PT e Lula em Recife, embora Lula não tenha chegado a viajar à capital de Pernambuco, abandonando o candidato Humberto Costa (PT) quando as pesquisas mostraram que sua votação seria baixa – ele acabou em terceiro lugar na disputa.