“Verei com pesar eventual revisão da regra que permite a prisão em segunda instância”
Sergio Moro, ministro da Justiça (Crédito: Divulgação)
O ministro chega à TV Cultura
Nesta segunda-feira, 20, a IstoÉ acompanha o programa “Roda Viva”, da
TV Cultura, com o ministro da Justiça e Segurança Publica, Sergio Moro.
Esta edição marca a estreia da jornalista Vera Magalhães no comando da
atração, exibida a partir das 22h.
A bancada de entrevistadores é formada pelo diretor de redação do
jornal O Globo, Alan Gripp; pela diretora da sucursal de Brasília do
Estadão, Andreza Matais; pelo diretor da sucursal de Brasília da Folha
de São Paulo, Leandro Colon; pela repórter da revista Piauí, Malu
Gaspar; e pelo diretor de jornalismo da Jovem Pan News, Felipe Moura
Brasil.
Vamos atualizando aqui, as principais respostas do ministro durante a exibição do programa:
“Como juiz, tive decisões que prevaleceram e outras que foram
alteradas. Faz parte do sistema judiciário. Como ministro, nem tudo o
que se pretende se consegue. Mas, na minha opinião, foi um ano de
vitórias para a Justiça no país. O que aparece mais é o trabalho junto
ao Congresso, muitas vezes o trabalho executivo passa despercebido.
Estamos melhorando vários setores: separação de líderes criminosos,
controle de fronteiras. Nem tudo será aprovado no Congresso. Pontos
importantes do pacote anticrime foram aprovados.”
Resposta à apresentadora Vera Magalhães sobre derrotas e vitórias
“Esse é um episódio menor. Nunca entendi a importância daquilo. Foi
usado politicamente. Para soltar prisioneiros condenados. Tenho a
consciência tranquila do que fiz como juiz.”
Resposta à apresentadora Vera Magalhães sobre Vaza Jato
“Dá-se a esse áudio uma importância que ele não tem. Existe ali uma
tentativa de obstrução da justiça naqueles áudios. Foi uma decisão
fundamentada e tornei o áudio público. Não houve manipulação. Aqueles
áudios revelavam uma tentativa de obstrução da justiça.
Resposta ao diretor da sucursal de Brasília da Folha de São Paulo,
Leandro Colon, sobre o vazamento do áudio de conversa entre Lula e Dilma
“Havia uma percepção do presidente de que havia excesso de multas nas
rodovias. Eu não contrario publicamente o presidente. Houve a decisão
da Justiça e foram retomadas as multas.”
Resposta ao diretor de redação do jornal O Globo, Alan Gripp, sobre decisões contrárias ao seu entendimento no governo
“O episódio do Palocci é superdimensionado. O que ele falou em
audiências públicas está no depoimento dele por escrito. No depoimento
do Lula, teve toda uma mobilização. Correligionários ameaçavam
violência. Aquilo galvanizou a atenção do país. É uma diferença de
grau.”
Resposta à repórter da revista Piauí, Malu Gaspar, sobre a influência de vazamentos em eleições
“Defendi que essa era uma investigação prioritária. Quando o caso
estava com a Polícia Civil do Rio, havia sido incluída uma testemunha
fraudulenta. Demos o apoio, como trabalho da Polícia Federal, para que
as investigações retomassem o rumo certo. Eu achava que era melhor levar
a investigação da morte da Marielle Franco para a Justiça federal. Mas
esse episódio levantou uma série de dúvidas. Quando falei isso,
familiares da Marielle disseram que não deveria federalizar. Com medo de
que o governo fizesse algo de errado com a investigação. Achei melhor
sairmos do caso. O governo federal é o maior interessado em elucidar
esse crime.”
Resposta à diretora da sucursal de Brasília do Estadão, Andreza
Matais, sobre a investigação da morte da vereadora Marielle Franco
“São várias ações. Existe um controle mais próximo das fronteiras. E
um trabalho nas capitais contra drogas e armas. Tivemos um recorde de
apreensão de cocaína. Erradicamos plantações de maconha no Paraguai.
Isso tudo acaba afetando o crime organizado. Acho muito importante a
questão do simbolismo. Transferimos as lideranças do PCC para presídios
federais, onde foram isoladas. Sem isso, a mensagem que fica é que o
Estado não tem como combater esses criminosos. Criamos no final do ano
passado um Centro de Operações e Fronteiras em Foz do Iguaçu. No mesmo
teto PF PRF, polícias de outros países, forças armadas compartilham
inteligência e dados.”
Resposta ao diretor de jornalismo da Jovem Pan News, Felipe Moura
Brasil, sobre a fuga de integrantes do PCC de presídio do Paraguai e a
segurança das fronteiras brasileiras
“Não é papel do ministro da justiça comentar tudo. Eu apenas achei um episódio bizarro. E o presidente tomou a decisão certa.”
Sobre o vídeo do ex-secretário de Cultura Roberto Alvim
“Tô dentro do ministério e oriento meus subordinados. Nas eleições,
um grupo disse que iria controlar a imprensa e o judiciário. Por outro
lado, o presidente está dando grande liberdade para a imprensa. Não vim
aqui para falar do presidente. Ele tem sido criticado e às vezes reage.”
Resposta à apresentadora Vera Magalhães, sobre a violência do presidente contra repórteres.
“O governo está indo bem. O ministro Paulo Guedes tem sido
fantástico. Providenciou uma abertura e crescimento da economia
brasileira. Na minha pasta tem muita crítica, mas apresentamos 22% de
queda nos índices criminais. Sempre disse que é um mérito das forças
públicas estaduais, federais e municipais, onde existem.”
Resposta à diretora da sucursal de Brasília do Estadão, Andreza Matais
“Estamos discutindo o juiz de garantiaz de forma errada. Tem de
analisar os detalhes. A Câmara votou de forma um tanto açodada. Quantas
comarcas no interior têm juiz? Nós não sabemos o impacto disso nas
comarcas. No texto aprovada encontramos várias inconsistências. Isso
precisa de uma avaliação mais profunda. Veio em boa hora a decisão do
Toffoli de suspender.”
Resposta ao diretor de jornalismo da Jovem Pan News, Felipe Moura Brasil, sobre a criação do juiz de garantias
“Não posso dizer que houve essa intenção. Talvez uma minoria tenha
alguma intenção. Não sou afetado pela medida. Não estou mais na
Justiça.”
Resposta à apresentadora Vera Magalhães sobre se a criação do juiz de
garantias seria uma forma de impedir o surgimento de outros Moros
“Se tem alguém que não briga com ninguém sou eu. O Ministério da
Justiça apresentou um projeto de lei com propostas. Claro que o papel do
Parlamento é alterar ou aprovar parte etc. Nunca houve nenhuma espécie
de pressão. Talvez eu seja um dos ministros que mais recebeu
parlamentares. Meu trato com Rodrigo Maia sempre foi muito cordial.”
Resposta à repórter da revista Piauí, Malu Gaspar, sobre a tramitação do pacote anticrime no Congresso
“O papel do ministro é estrutural e de coordenação. No caso dos
hackers, veio uma informação de que autoridades da República haviam sido
hackeadas. É meu dever comunicar de imediato. Por uma questão de
segurança nacional.”
Resposta ao diretor da sucursal de Brasília da Folha de São Paulo, Leandro Colon, sobre o acompanhamento de investigações da PF
“Se eu discordo de alguma decisão de outro Poder, há limites de até
onde eu posso expressar as minhas opiniões. E sempre coloquei minhas
opiniões com muito respeito.”
Resposta ao diretor de redação do jornal O Globo, Alan Gripp, sobre até onde vai a paciência de Moro
“Tentaram fraudulentamente colocar o presidente contra a Polícia Federal”
Sobre a interferência de Bolsonaro na troca de superintendente da PF
“Não tem vaga no momento. Acho inapropriado discutir isso. Fui
convidado pelo presidente para o ministério. A gente tem o compromisso
de ser firmes contra corrupção, crime violento. Meu desejo é aprofundar
esse trabalho. O presidente vai decidir quando chegar a hora. Não sou
evangélico. Sou católico.”
Resposta à diretora da sucursal de Brasília do Estadão, Andreza Matais, sobre uma cadeira do STF para Moro
“A meu ver seria impor a mordaça.”
Resposta ao diretor de jornalismo da Jovem Pan News, Felipe Moura
Brasil, sobre limitar o alcance das declarações dos delatores na Lava
Jato
“Tenho uma relação ótima com o presidente. Os boatos sobre a minha
demissão foram um tanto exagerados. Nunca tivemos essa situação de
gritarmos um com o outro.”
Resposta à apresentadora Vera Magalhães, sobre a relação com Bolsonaro
“Temos de ter bastante o chão. Essas questões de popularidade vêm e
vão. Não faz sentido assinar um documento me comprometendo a não me
candidatar. Eu não tenho esse tipo de ambição. Minha vida já é
suficientemente complicada.”
Resposta à diretora da sucursal de Brasília do Estadão, Andreza Matais, sobre possível candidatura à Presidência
“Existe um hackeamento criminoso. Eu não tenho essas mensagens.
Abandonei esse aplicativo em 2016, 2017. Não tenho como fazer esse
comparativo. Não orientei Ministério Público nem Polícia Federal.
Fizeram sensacionalismo. Não teve ninguém que foi condenado
injustamente.”
Resposta à repórter da revista Piauí, Malu Gaspar, sobre os diálogos da Vaza Jato