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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O esporte como propulsor das políticas de infraestrutura

A Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 serão importantes plataformas para garantir visibilidade internacional ao Brasil. O primeiro evento deve atrair – de 2014 até o fim das competições de futebol – os olhares de 26 bilhões de espectadores, em audiência acumulada, segundo cálculos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Os Jogos de 2016, por sua vez, devem chamar a atenção de 36 bilhões de pessoas ao longo dos próximos seis anos. O que for apresentado junto às competições, claro, terá grande alcance mundial.
De olho nos números, o Comitê Organizador da Olimpíada acredita que essa será a maior chance para a consolidação das políticas de infraestrutura no país. Para embasar a tese, um estudo encomendado pelo governo federal à Universidade de São Paulo (USP) sobre o impacto econômico dos jogos aponta acréscimo de R$ 11 milhões no PIB brasileiro entre 2009 e 2016. As oportunidades para o Rio de Janeiro e para o Brasil já começaram a ser debatidas, embora 2010 seja um ano de ajustes burocráticos na elaboração dos eventos.
Até abril do ano que vem, a autoridade pública que irá coordenar a competição olímpica deverá estar formada, com integrantes dos governos federal, estadual e municipal. Também em 2010 terão início as licitações para retirar do papel as promessas apresentadas no programa de trabalho entregue ao Comitê Olímpico Internacional (COI). O ano que se inicia é tido como o de base para a realização dos Jogos de 2016.
– Teremos eleições no ano que vem, em 2012 e em 2014, várias mudanças estão previstas na política, mas há um compromisso do governo brasileiro, independentemente de quem esteja no comando, para fazer os Jogos. E não tenho dúvida de que todos trabalharão para que seja uma grande realização – disse Carlos Roberto Osório, diretor de relações internacionais do COB e secretário geral do Comitê Rio 2016.
Bilhões em investimentos Realizar os Jogos não custará pouco aos cofres públicos. Segundo Osório, serão dois milhões de metros quadrados construídos para as disputas esportivas, mais um milhão de instalações em estruturas provisórias.
Investimentos para a operação do evento estão na ordem de R$ 6 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão será repassado pelo Comitê Olímpico. O dinheiro resulta da venda do direito de transmissão para mídias, como televisão. Somente a cidade do Rio espera contar com R$ 23,3 bilhões em investimentos de infraestrutura, com obras que melhorem o transporte na capital carioca, incluindo a expansão do metrô e a revitalização de portos e aeroportos.
A expectativa prevê que o setor público responda por R$ 7,3 bilhões, sendo R$ 2,1 bilhões em estradas e ferrovias. A gestão ambiental deve contar com R$ 890 milhões, e a segurança, com R$ 732 milhões. O Comitê Organizador ainda estima que o setor privado invista R$ 4 bilhões na realização dos Jogos, sendo R$ 1,5 bilhão na infraestrutura de energia elétrica.
Para a Vila Olímpica, estão previstos gastos de R$ 854 milhões. Os organizadores acreditam que as receitas de patrocínio rendam R$ 1,1 bilhão, e a venda de ingressos, R$ 721 milhões.
Legado Para garantir que os investimentos nos Jogos gerem benefícios para o Rio, por exemplo, Osório chama a atenção para as obras no Autódromo de Jacarepaguá, onde, ao custo de US$ 500 milhões, será erguido o Parque Olímpico. O objetivo é tocar a empreitada em parceria com a iniciativa privada e, no futuro, entregar um centro de treinamento com equipamentos de ponta para atletas brasileiros.

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