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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Haiti aprova hidrelétrica brasileira

Depois de mais de um ano de indecisão, o presidente haitiano, René Préval, revelou ontem ao "Estado" que aceita a proposta de construção de uma hidrelétrica brasileira orçada em pelo menos US$ 150 milhões. A usina será capaz de atender 600 mil haitianos que vivem sem eletricidade nos arredores da capital, Porto Príncipe.
A proposta é considerada a cartada mais alta do governo brasileiro para assumir a liderança na reconstrução do Haiti depois do terremoto de 12 de janeiro. Seu valor estimado representa três vezes mais do que o Brasil depositou até agora no Fundo de Reconstrução do Haiti.
"Nós passamos muito tempo discutindo a realocação das famílias que hoje vivem na área que será inundada pela hidrelétrica. Mas a decisão foi tomada e eu gostaria de anunciar em primeira mão ao Brasil que pretendo fazer com que as obras tenham início em julho", disse Préval.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez dessa hidrelétrica um de seus principais trunfos, em fevereiro, quando desembarcou em Porto Príncipe, em sua primeira visita oficial ao Haiti desde o desastre que deixou 230 mil mortos e 1,5 milhão de desabrigados.
A usina de 36 megawatts de potência deve ocupar uma área de 330 hectares no principal rio do Haiti, o Artibonite, a 60 quilômetros da capital. A obra é considerada pequena para os padrões brasileiros, mas resolveria a maior parte dos problemas de irrigação e energia em Porto Príncipe, onde a eletricidade é racionada e o padrão de consumo é considerado muito baixo.
A medida é fundamental para a estratégica de reconstrução, que pretende converter a tragédia numa oportunidade de, daqui para frente, assentar milhares de sobreviventes fora da capital haitiana, reduzindo a violência, a superlotação e a saturação dos serviços públicos em Porto Príncipe.
A indecisão de Préval já vinha provocando irritação em Brasília. "A demora já está custando caro ao Brasil, que mantém equipes paradas em função disso", disse há três meses o chefe do Instituto de Engenharia do Exército, José Rosalvo Leitão de Almeida. Para ele, o silêncio do Haiti era "decepcionante".

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