O especialista em Ucrânia no Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês), tenente-coronel Alexander Vindman, disse ter informado, duas vezes, sobre sua preocupação com as intensas tentativas da Casa Branca para que Kiev fizesse investigações para favorecer Trump politicamente.
O testemunho foi preparado por escrito e divulgado, na noite de segunda-feira, antes da audiência.
Nele, Vindman relata ter ouvido Trump, pessoalmente, pressionar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante uma conversa por telefone em 25 de julho.
Após o comparecimento de Vindman, a Casa Branca rechaçou o plano dos democratas no Congresso para iniciar um processo de impeachment contra Trump, ao considerá-lo uma fraude.
O julgamento político impulsionado pelos democratas contra o presidente é “uma farsa ilegítima desde o começo, desde o momento em que não contou com um voto de autorização da Câmara” baixa, declarou a porta-voz da Presidência, Stephanie Grisham, em um comunicado.
– Veterano de guerra condecorado –
Um veterano condecorado da guerra do Iraque, Vindman se apresentou nesta terça de manhã no Congresso, com seu uniforme militar completo.
Trump, por sua vez, atacou o tenente-coronel pelo Twitter, classificando-o como um #NeverTrumpist, hashtag usado pelos republicanos que se opõem ao presidente.
“Mais quantos #NeverTrumpist vão ter permissão para falar sobre um telefonema perfeitamente adequado?”, questionou o milionário republicano.
“Donald Trump é inocente. O ‘Deep State’ é culpado”, disse o representante republicano Matt Gaetz, um dos mais estridentes defensores do presidente no Congresso, referindo-se a uma teoria conspiratória apontada com frequência pelo presidente sobre um suposto governo paralelo que opera clandestinamente.
– Primeira testemunha da Casa Branca –
O militar é a primeira testemunha desta investigação que tenta estabelecer se Trump abusou de seu poder no polêmico telefonema de 25 de julho ao colega ucraniano. A ligação foi revelada por um informante anônimo.
Os republicanos minimizaram o peso de testemunhos anteriores, com o argumento de que seu conhecimento do conteúdo da conversa era oriundo de uma terceira fonte.
Segundo Vindman, Sondland disse a Danylyuk que a possibilidade de uma reunião entre Trump e Zelensky estava sujeita à abertura de uma investigação sobre os Biden.
Depois desse encontro, completou Vindman, “disse ao embaixador Sondland que suas colocações eram inadequadas, que pedir que se investigasse Biden e seu filho não tinha nada a ver com segurança nacional”.
“Não achei que fosse apropriado exigir que um governo estrangeiro investigue um cidadão dos Estados Unidos e estava preocupado com as consequências para o apoio do governo dos Estados Unidos à Ucrânia”, declarou.
“Me dei conta (…) de que era muito provável que fosse interpretado como uma jogada partidária”, acrescentou.
Vindman relatou suas preocupações sobre a reunião de 10 de julho e o telefonema de 25 de julho ao principal advogado do NSC.
Apesar da insistência de Trump sobre o caráter inócuo de sua chamada, a qual classificou como “perfeita”, os democratas buscam avançar os procedimentos e formalizar a investigação em curso para um julgamento político em uma votação nesta quinta-feira (31), na Câmara de Representantes.
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