Foram 265 notificações, sendo 24 tiroteios com vítimas fatais e 20 feridos.
Programa colaborativo recebe e checa notificação de usuários.
Aplicativo Fogo Cruzado mapeia, em tempo real, os locais onde acontecem tiroteios no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução)
A iniciativa de alertar os moradores do Rio de Janeiro sobre tiroteios
que ocorrem diariamente e assustam a população tem tido boa audiência.
Lançado há oito dias, o aplicativo Fogo Cruzado mapeia, em tempo real,
os locais onde estão acontecendo disparos de armas de fogo na Região
Metropolitana do Rio. Somente nesse tempo, foram feitos 15 mil
downloads.O primeiro relatório, divulgado nesta quarta-feira (13), mostrou que, em apenas sete dias, 265 notificações de tiroteios foram enviadas para a ferramenta. A média é de pouco mais de 1,5 tiroteio por hora. Desses confrontos, 24 tiveram vítimas fatais e, em 20, pessoas ficaram feridas. Também foram registrados 50 confrontos decorrentes de operação policial.
A região da cidade com o maior número de registros foi o Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. Já na Baixada Fluminense, a cidade de São João de Meriti foi o local que mais cadastrou registros de violência.
Relatório mostra números de ocorrências em 7 dias (Foto: Reprodução)
Nos três primeiros dias, o aplicativo recebeu 258 notificações. Destas,
28% foram descartadas por serem notificações repetidas, de testes dos
usuários ou entradas de outros estados.A ideia de criar o aplicativo foi da jornalista e especialista em Segurança Pública Cecília Olliveira e surgiu a partir da curiosidade de contar a quantidade de tiroteios que acontecem todos os dias.
“No ano passado eu estava buscando informações sobre feridos por bala perdida e incidência de tiroteios na cidade e não encontrei, mas me deparei com uma informação do Voz da Comunidade que dizia muito: ‘estamos há 100 dias sem paz’. Isso me despertou a ideia de começar a contar os tiroteios - acompanhando via imprensa, boletins da PM que estão disponíveis no site e alguns amigos/coletivos espalhados pela cidade - em uma planilha mesmo. Percebi que a realidade era bem maior do que imaginava e procurei a Anistia para propor o projeto, que foi aceito", disse Cecília Olliveira, pesquisadora e gestora de dados do Fogo Cruzado.
Gráfico mostra áreas que tiveram maior número de notificações (Foto: Reprodução)
Ferramenta colaborativaO aplicativo funciona de maneira colaborativa e recebe notificações de usuários, mas também tem informações baseadas em dados da Polícia Militar, que ficam disponíveis no site da instituição, e nas divulgações da imprensa. No site do aplicativo, é possível fazer uma filtragem e visualizar as notificações de acordo com as fontes.
De acordo com a gestora de dados do aplicativo, serão feitos relatórios para mostrar o aumento ou não dos confrontos semanalmente, mensalmente e trimestralmente. Os dados estarão disponíveis na aba “Relatórios” do site e do aplicativo.
“Vale pontuar que nem tudo o que é notificado é um confronto, uma vez que também somos notificados acerca de disparos de arma de fogo”, explicou Cecília.
O aplicativo pretende ajudar a aprofundar o debate sobre segurança pública no Rio de Janeiro e permitir que a população dos bairros mais afetados pelos confrontos se manifeste de forma segura.
* Colaborou Matheus Rodrigues
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