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sábado, 8 de setembro de 2018

Bolsonaro passa a monopolizar atenções em pleito eleitoral

Na manhã de sexta (7), presidenciável foi transferido de Juiz de Fora, onde havia sido ferido, para São Paulo
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No Hospital Albert Einstein, candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) agradeceu o apoio de seus seguidores, um dia após ser esfaqueado ( Foto: reprodução da web )
São Paulo/Juiz de Fora. O candidato à presidência Jair Bolsonaro agradeceu, na sexta-feira (7), do Hospital Albert Einstein, o apoio de seus seguidores, um dia após ser ferido por uma facada durante um comício eleitoral em Juiz de Fora (MG).
"Estou bem e me recuperando", tuitou o candidato da UTI hospitalar em São Paulo.
"Agradeço do fundo do meu coração a Deus, minha esposa e filhos, que estão ao meu lado, aos médicos que cuidam de mim (...) e a todos pelo apoio e orações", afirmou o deputado.
Impossibilitado de fazer atos públicos, o presidenciável deve usar as redes sociais para se dirigir a seus eleitores até o dia 7 de outubro, quando acontece o 1º turno das eleições.
Bolsonaro foi transferido na manhã de sexta para São Paulo da Santa Casa de Juiz de Fora, cidade onde recebeu a facada que provocou três perfurações no intestino delgado, uma lesão grave no intestino grosso e outra em uma veia abdominal.
O candidato do Partido Social Liberal (PSL) "está consciente e em boas condições clínicas", informou o Albert Einstein.
Na quinta-feira (6), os médicos haviam descartado a transferência rápida de Bolsonaro.
A doutora Eunice Dantas explicou que "a cirurgia foi muito bem feita e ele está em ótimas condições clínicas, ele está hemodinamicamente estável". A transferência aconteceu por "decisão da família", acrescentou.
Bolsonaro deixou a Santa Casa em uma ambulância rumo ao aeroporto da Serrinha. "Ele saiu tranquilo daqui. Esse transporte dele foi absolutamente seguro", acrescentou a médica.
A Polícia Federal (PF) investiga se o autor do ataque, identificado como Adélio Bispo de Oliveira, contou com cúmplices, apesar de ele ter afirmado que agiu sozinho (leia mais abaixo).
O presidente Michel Temer se reuniu também na sexta em Brasília com os ministros de Justiça e Segurança Pública para tratar a situação, e a PF convocou para este sábado (8) um encontro com os chefes de campanha dos candidatos a presidência para discutir o reforço da segurança durante a campanha.
INFO
Acirramento
O atentado acirrou de vez uma das campanhas eleitorais mais polarizadas e incertas das últimas décadas.
O ex-militar, em vídeo gravado e divulgado pelo senador aliado Magno Malta (PR), após sua cirurgia, lamentou não assistir ao desfile militar no Rio de Janeiro por ocasião do Dia da Independência. "Mas estamos com coração e mente, sempre tendo um Brasil acima de tudo e Deus acima de todos", afirmou.
O atentado, segundo analistas, poderia ajudar Bolsonaro a reduzir a rejeição dos eleitores, além de reforçar o apoio de seus seguidores. Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva polarizavam a campanha, até que o ex-presidente da República, preso desde abril por corrupção, foi excluído no fim do mês passado da corrida presidencial pela Justiça eleitoral.
Até aquele momento, Bolsonaro aparecia em segundo nas pesquisas, mas agora lidera com 22% das intenções de voto, como aponta a pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira (5), à frente de Ciro Gomes (PDT) e de Marina Silva (REDE) que, no entanto, conseguiriam derrotá-lo no segundo turno.
As eleições de outubro devem concluir um mandato intenso, marcado pelo impeachment, em 2016, da então presidente da República Dilma Rousseff, pela prisão de Lula, pela recessão econômica de dois anos e por diversos escândalos de corrupção, alcançando inclusive o atual presidente, Michel Temer. Na última semana, o descontentamento aumentou, com o incêndio do Museu Nacional do Rio, que continha a maior coleção de história natural da América do Sul, acumulada ao longo de dois séculos.
"Em cinco dias, nós tivemos a pior tragédia da história da ciência brasileira, com a destruição do Museu Nacional, e o gesto mais violento numa eleição presidencial no País", destacou o cientista político Maurício Santoro, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

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