Em 2019, corporação apreendeu 400 unidades até esta quinta-feira
Por
O Dia
Rio - A Polícia Militar
bateu ontem a marca de 400 fuzis apreendidos no Estado do Rio somente
neste ano. O número representa um recorde desde 2008. Durante todo o ano
passado, a PM apreendeu um total de 330 fuzis.
Para o major Rafael Batista, um dos porta-vozes da PM, o
número é reflexo de três fatores — mais autonomia da polícia, maior
aporte de equipamentos, sobretudo viaturas, além da opção por reforçar
as vias expressas. "A maior autonomia que a PM tem na atual gestão nos
dá muito mais celeridade para agir. Isso é fundamental e produz
resultados", destacou.
A maior parte dos fuzis apreendidos é do tipo
AR-15/M16, AK-47, FAL, AR-10 e AR-15. Uma das maiores apreensões deste
ano foi durante uma megaoperação no Complexo da Maré, com agentes das
secretarias de Polícia Civil e da Polícia Militar. Em um único dia,
foram apreendidas 30 armas, sendo 23 fuzis. Este foi considerado o maior
saldo operacional registrado na história do Estado do Rio em uma só
ação. "É importante frisar que o mesmo armamento custa até cinco vezes
mais no mercado negro", explicou Batista.
O major ainda credita o êxito das apreensões ao fato da
polícia estar mais equipada neste ano, com veículos comprados durante a
intervenção federal, que terminou no ano passado. De acordo com
Batista, foram mais de 1,3 mil veículos entregues à corporação só neste
ano — 939 sedãs de patrulha e 443 patamos.
Alto valor de mercado
De acordo com a PM, um dos fuzis mais usados no estado,
o de calibre 762, tem preço comercial de R$ 7 mil a R$ 10 mil no
mercado convencional. Já no comércio ilegal, o valor pode chegar a R$ 50
mil.
Quatro batalhões
Para o antropólogo e especialista em segurança pública,
Paulo Storani, ex-oficial do Batalhão de Operações Especiais (Bope), o
número de fuzis apreendidos pela PM este ano equivale ao quantitativo de
fuzis de quatro batalhões.
"O número é realmente um recorde, mas traduz a dimensão
de um grave problema. Ainda não sabemos quantos armamentos como esses,
desenvolvidos para militares em guerra, estão na mão de criminosos. Isso
é muito grave. O trabalho da polícia é excelente. Mas é necessário que
haja uma maior atuação nas rotas usadas pelos criminosos para traficar
tais armamentos", diz. "Enquanto a lei for permissiva, mantendo preso
por pouco tempo quem porta tais armamentos, essa guerra não vai terminar
nunca", completou.
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