Dalton Avancini afirmou, em acordo de delação premiada, que contratos com a Valec obedeceram a regras similares às do cartel na Petrobras, diz jornal
Liberado da carceragem da PF na segunda-feira, o executivo estava preso desde 14 de novembro, quando foi deflagrada a Operação Juízo Final, etapa da Lava Jato em que sócios e funcionários de empreiteiras foram presos por fraudes e corrupção em contratos da Petrobras. Após longa negociação com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, Avancini e o vice-presidente comercial da construtora Camargo Corrêa, Eduardo Leite, fecharam acordo de delação premiada.
De acordo com O Globo, Avancini detalhou a existência de outro "clube" de empreiteiras na Norte-Sul. Agora, os investigadores querem saber se as regras eram as mesmas do cartel que Ricardo Pessôa, dono da UTC, comandava na Petrobras. Entre as empresas envolvidas neste clube estariam velhas conhecidas da Lava Jato, como a Constran, ligada à UTC, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão. A Camargo Corrêa participou de contratos que somam 1 bilhão de reais na Norte-Sul, assinados com a Valec, estatal do Ministério dos Transportes que desenvolve projetos ferroviários. Na Norte-Sul, as empresas do "clube do Bilhão" assumiram catorze lotes de obras. Em quatro deles, sob responsabilidade da Constran-UTC, o Tribunal de Contas da União (TCU) achou "gordura" de 64,6 milhões de reais em contratos que somam 390 milhões de reais.
Avancini ainda prestará novos depoimentos em que detalhará como eram feitos os pagamentos e os valores da propina. Mas já adiantou que a distribuição do butim seguia regras similares ao esquema do petrolão, de acordo com o jornal.
(Da redação)
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