O petista freqüenta o sítio de Atibaia desde quando era presidente. Esteve no local 270 vezes. Reformas foram realizadas por empreiteiras a seu pedido. Mesmo diante de provas irrefutáveis, Lula insiste no discurso de que nada sabia
Dezembro de 2010. Lula ainda era presidente. Dona Marisa,
falecida no início deste ano, procurou Emílio Odebrecht, dono da
Construtora Odebrecht, e pediu para que a empreiteira reformasse o sítio
de Atibaia, onde o então presidente passaria a descansar depois que
deixasse a Presidência. “Vou para o meu sítio”, contou Lula a amigos. O
patriarca da empreiteira ordenou, então, que Alexandrino Alencar,
diretor da companhia, se encarregasse das benfeitorias. Com a
propriedade moldada a seu feitio, o petista e sua família passaram a
frequentar o local religiosamente. Em seis anos, esteve no sítio por 270
ocasiões. Até a eclosão das denúncias contra ele, ao se manifestar
sobre o paradeiro do ex-presidente, sua assessoria emitiu pelo menos 12
notas oficiais em que afirmava com todas as letras que o petista
passaria os fins de semana “em sua casa de veraneio em Atibaia”. Ou
seja, até ser acossada pela Lava Jato, a família Lula não tinha o menor
constrangimento em reconhecer o imóvel como seu. A retórica se ajustou à
luz dos novos fatos. Agora, perto de ser condenado de novo em primeira
instância, Lula, que se tornou réu pela sexta vez na última semana,
recorre a subterfúgios para negar o óbvio ululante: que o sítio lhe
pertence e foi repaginado pelas empreiteiras OAS e Odebrecht como
contrapartida a obtenção de contratos na Petrobras.
No total, as empreiteiras gastaram R$ 1,025 milhão nas reformas do sítio, conforme concluiu o juiz Sergio Moro, ao aceitar, na terça-feira 1, a denúncia contra Lula por corrupção e lavagem de dinheiro. Em seu despacho, Moro afirmou que o ex-presidente “teria participado conscientemente do esquema criminoso. Como parte de acertos de propinas destinadas à sua agremiação política, o grupo Odebrecht e o grupo OAS teriam pago vantagem indevida ao ex-presidente Lula consubstanciada em reformas no sítio de Atibaia por ele utilizado”. Formalmente, o sitio está registrado em nome de Jonas Suassuna e Fernando Bittar, sócios de Lulinha. Mas extraoficialmente, “a propriedade é de Lula”, diz o juiz. “O sítio passou a sofrer significativas reformas ainda em 2010, durante o mandato presidencial e que prosseguiram até 2014”, lembrou Moro. Lá, foram feitos investimentos “sempre com o conhecimento de Luiz Inácio”.
Para comprovar que Lula é o verdadeiro dono do sítio, o MPF anexou ao
processo mensagens eletrônicas trocadas entre o caseiro da propriedade,
conhecido como Maradona, com seguranças do ex-presidente. Uma delas
falava que “um pintinho” havia sido atropelado pela “perua”. O MPF ainda
incluiu na denúncia que, quando a PF fez buscas no local, roupas e bens
pessoais do petista e de dona Marisa estavam guardadas no quarto do
casal. Até uma camisa do Corinthians, escrito Lula nas costas, foi
apreendida. Também foram encontradas notas fiscais de compra de material
de construção – em nome de Marisa. Em outra devassa feita no imóvel de
Lula em São Bernardo, a PF apreendeu uma minuta da escritura de compra e
venda do sítio. Estava lá a digital do advogado de Lula, Roberto
Teixeira, a quem coube preparar o documento de compra e venda em nome de
Fernando Bittar. Um verdadeiro “batom na cueca”, como se diz no jargão
policial quando há provas irrefutáveis de um crime.
A reforma de R$ 1 milhão
• O MPF afirma que Lula é o verdadeiro dono do sitio de Atibaia
• A propriedade, no entanto, está em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios de seu filho Lulinha
• O imóvel está avaliado em R$ 1, 5 milhão
• Mas, a pedido de Lula, a Odebrecht, a OAS e seu compadre José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,025 milhão para reformar a propriedade
• Lula diz que não é dono do local, mas nos últimos 6 anos esteve lá 270 vezes
• Em emails, o caseiro do sítio, Maradona, comunicava os seguranças de Lula até sobre a morte de “pintinhos” na propriedade
• Em buscas em seu apartamento, a PF encontrou uma minuta da escritura do sítio
No total, as empreiteiras gastaram R$ 1,025 milhão nas reformas do sítio, conforme concluiu o juiz Sergio Moro, ao aceitar, na terça-feira 1, a denúncia contra Lula por corrupção e lavagem de dinheiro. Em seu despacho, Moro afirmou que o ex-presidente “teria participado conscientemente do esquema criminoso. Como parte de acertos de propinas destinadas à sua agremiação política, o grupo Odebrecht e o grupo OAS teriam pago vantagem indevida ao ex-presidente Lula consubstanciada em reformas no sítio de Atibaia por ele utilizado”. Formalmente, o sitio está registrado em nome de Jonas Suassuna e Fernando Bittar, sócios de Lulinha. Mas extraoficialmente, “a propriedade é de Lula”, diz o juiz. “O sítio passou a sofrer significativas reformas ainda em 2010, durante o mandato presidencial e que prosseguiram até 2014”, lembrou Moro. Lá, foram feitos investimentos “sempre com o conhecimento de Luiz Inácio”.
A reforma de R$ 1 milhão
• O MPF afirma que Lula é o verdadeiro dono do sitio de Atibaia
• A propriedade, no entanto, está em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios de seu filho Lulinha
• O imóvel está avaliado em R$ 1, 5 milhão
• Mas, a pedido de Lula, a Odebrecht, a OAS e seu compadre José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,025 milhão para reformar a propriedade
• Lula diz que não é dono do local, mas nos últimos 6 anos esteve lá 270 vezes
• Em emails, o caseiro do sítio, Maradona, comunicava os seguranças de Lula até sobre a morte de “pintinhos” na propriedade
• Em buscas em seu apartamento, a PF encontrou uma minuta da escritura do sítio
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