A incrível sequência dos fatos que escancara como a delação da JBS foi realmente uma grande armação
Nada aconteceu por acaso. Nem foi movido pelo bom e
primordial interesse republicano. Por isso, a delação da JBS,
arquitetada com meses de antecedência, nasceu como uma montanha, mas
pariu um rato. Todos os passos, costurados nos bastidores por advogados,
procuradores e pelos principais colaboradores Joesley Batista, sócio da
empresa, Ricardo Saud, diretor financeiro, e Francisco Assis, diretor
jurídico, tinham como claro objetivo apear do poder o presidente Michel
Temer, livrar da prisão os protagonistas do acordo, bem como anabolizar a
musculatura política do ex-procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, que, como é sabido agora, acalentava a ilusão de alcançar a
Presidência. Ou, no mínimo, ter o poder de indicar o próximo mandatário
do País. A trama contou com a participação direta de um ex-procurador
que, em determinado momento, esteve simultaneamente nos dois lados do
balcão, e com o consentimento do então chefe do MP Federal. Trata-se de
Marcelo Miller, peça-chave na engrenagem farsesca.
É o que se conclui da organização da cronologia dos acontecimentos, montada por ISTOÉ. Convidamos o leitor a acompanhar a sequência histórica a seguir. A partir do encadeamento dos fatos, a serpentear pelas próximas páginas, é possível visualizar a farsa com nitidez. O ponto de partida é janeiro de 2016, quando a advogada Fernanda Tórtima foi contratada pela JBS para negociar um acordo de leniência. Simultaneamente, Miller era convidado para trabalhar no escritório Trench, Rossi e Watanabe. Naquele momento, a situação jurídica da JBS já era preocupante, com o avanço de diferentes linhas de investigação contra a empresa. Pressionados por sucessivas operações, o grupo decidiu delatar. Apenas três dias depois, Miller foi à PGR pedir demissão. Mesmo apalavrado com o escritório Trench, Rossi e Watanabe, pediu que fosse exonerado somente em 5 de abril. No mesmo mês, ainda oficialmente trabalhando na PGR, Miller teria almoçado na casa de Joesley em São Paulo. Ele cumpria dupla jornada: foi quem orientou Joesley e Saud a gravar autoridades para apresentar como provas a Janot. No dia 7 de março, Joesley gravou o presidente Michel Temer. O desenlace da tramóia já é história.
Com a fraude escancarada, a tendência é que o conteúdo da delação seja ao menos relativizado. Ao arquivar inquéritos contra Romero Jucá, José Sarney e Renan Calheiros, todos resultado da capenga delação firmada pelo ex-senador Sérgio Machado, o STF deu sinais claros, nos últimos dias, de que não irá transigir com acordos instrumentalizados. O estado democrático de direito agradece.
É o que se conclui da organização da cronologia dos acontecimentos, montada por ISTOÉ. Convidamos o leitor a acompanhar a sequência histórica a seguir. A partir do encadeamento dos fatos, a serpentear pelas próximas páginas, é possível visualizar a farsa com nitidez. O ponto de partida é janeiro de 2016, quando a advogada Fernanda Tórtima foi contratada pela JBS para negociar um acordo de leniência. Simultaneamente, Miller era convidado para trabalhar no escritório Trench, Rossi e Watanabe. Naquele momento, a situação jurídica da JBS já era preocupante, com o avanço de diferentes linhas de investigação contra a empresa. Pressionados por sucessivas operações, o grupo decidiu delatar. Apenas três dias depois, Miller foi à PGR pedir demissão. Mesmo apalavrado com o escritório Trench, Rossi e Watanabe, pediu que fosse exonerado somente em 5 de abril. No mesmo mês, ainda oficialmente trabalhando na PGR, Miller teria almoçado na casa de Joesley em São Paulo. Ele cumpria dupla jornada: foi quem orientou Joesley e Saud a gravar autoridades para apresentar como provas a Janot. No dia 7 de março, Joesley gravou o presidente Michel Temer. O desenlace da tramóia já é história.
Com a fraude escancarada, a tendência é que o conteúdo da delação seja ao menos relativizado. Ao arquivar inquéritos contra Romero Jucá, José Sarney e Renan Calheiros, todos resultado da capenga delação firmada pelo ex-senador Sérgio Machado, o STF deu sinais claros, nos últimos dias, de que não irá transigir com acordos instrumentalizados. O estado democrático de direito agradece.
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