(Arquivo) O ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva está preso na carceragem da PF de Curitiba
desde abril de 2018 - AFP/Arquivos
O ex-presidente Lula, preso em Curitiba por corrupção, demonstra não
querer mesmo fazer um mea culpa e se afastar dos corruptos. Como ele
continua mandando no PT mesmo de dentro da cadeia, decidiu que a
presidência nacional do partido continue a ser ocupada pela deputada
Gleisi Hoffmann, para mais um mandato de dois anos. O partido tinha uma
boa oportunidade de se renovar a escolher uma nova diretoria, com gente
descomprometida com atos mal-feitos, mas Lula bateu o martelo em um novo
mandato para Gleisi. Como se sabe, Gleisi é investigada pelo STF por
corrupção. Ela recebeu R$ 1 milhão da Odebrecht para sua campanha ao
Senado de 2010. E é ré, juntamente com seu marido, o ex–ministro Paulo
Bernardo, no caso dos desvios dos recursos do Ministério do Planejamento
para a empresa Consist, envolvida em irregularidades com a liberação de
empréstimos consignados. Gleisi foi favorecida pela Consist e até
pagamento de suas contas pessoais e motorista foram pagas com esse
dinheiro. O mais grave que pesa contra Gleisi, no entanto, veio agora do
ex-ministro Antonio Palocci, que fez delação premiada e incluiu a
deputada na lista dos petistas beneficiados com dinheiro de corrupção
das empreiteiras. Segundo Palocci, a presidente nacional do PT recebeu
R$ 3,8 milhões das construtoras corruptas para sua campanha ao Senado de
2010. Ou seja, não poderia ter ninguém mais corrupta para Lula escolher
para manter na presidência do partido. E olha que o PT chegou a sugerir
o nome do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que também não é
flor que se cheire e responde a inúmeros processos. Mas, certamente,
Haddad tem uma ficha corrida bem menor do que Gleisi. Lula, como se vê,
não aprendeu nada com esse tempo todo de cadeia.
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