Forças Armadas criam Comando de Defesa especial, que terá cinco centros no Rio na Olimpíada. Objetivo é evitar ataques de hackers a sistemas do país
Rio - O aumento da probabilidade de um possível
ataque terrorista no Brasil alertado pela Abin (Agência Brasileira de
Inteligência), que O DIA noticiou na quinta-feira, com
exclusividade, não se refere somente ao campo físico, como atentados com
o uso de explosivos ou disparos de tiros.
A preocupação
também está relacionada aos ataques cibernéticos em grandes estruturas,
como hidrelétricas, usinas nucleares, sistema financeiro, rodoviário e
postal. Para melhor proteger o ambiente virtual dessas unidades, será
criado hoje o Comando de Defesa Cibernética, coordenado pelas Forças
Armadas. O núcleo é uma evolução do Centro Cibernético, que já funciona
no Comando Militar do Planalto, em Brasília.
A iniciativa irá
reunir as três Forças Armadas contra ataques de hackers que possam
inviabilizar o sistema dessas infraestruturas. “A gente pode estar
vivendo uma falsa sensação de segurança. Isso porque não há muita troca
de informação. Falta ao país uma agência única ou uma política
integrando o setor privado, público e militar. Não há uma coordenação
única”, afirmou o capitão-de-mar-e-guerra Castro Loureiro, que integra o
Estado-Maior do Centro Cibernético.Durante a Olimpíada no Rio de Janeiro, segundo o oficial, as Forças Armadas irão proteger fisicamente as usinas nucleares, como as de Angra. Mas, também, a proteção será cibernética.
“Teremos cinco centros cibernéticos instalados na cidade durante os Jogos. A região central terá dois, sendo um no Comando Militar do Leste. Os outros vão ficar na Zona Sul, e dois na Zona Oeste: na Barra da Tijuca e em Deodoro”, disse.
Ainda de acordo com Loureiro, o COI (Comitê Olímpico Internacional) irá contratar empresas para operar de forma conjunta com as Forças Armadas para evitar possíveis ataques virtuais.
Durante a Feira Internacional de Segurança, que terminou ontem no Riocentro, Castro disse que, no Brasil, somente em 2015, ocorreram 9.940 ataques desse tipo a instalações do governo, nenhum com colapso total do sistema. Mas ainda há muito o que fazer, segundo o oficial. “O governo precisa definir quais são as instalações críticas. Não podemos pensar que a sorte está ao nosso lado o tempo todo, que só ocorrem no vizinho”, afirmou.
Na edição de quinta-feira, O DIA revelou que a Abin confirmou a autenticidade de um Twitter em que o terrorista Maxime Hauchard, do Estado Islâmico, dizia que o Brasil seria o próximo alvo do grupo.
‘Brasil está preparado’
O secretário Extraordinário de Segurança para Grandes Eventos, Andrei Rodrigues, responsável pelo planejamento da segurança da Rio 2016, disse que o Brasil ganhou experiência na área com os sucessivos eventos esportivos no país. “O Brasil está preparado. Tivemos vários eventos, o que nos permitiu avançar e amadurecer na preparação da segurança. Para cada atividade temos um plano integrado de segurança”, disse.
Rodrigues não quis comentar o aumento da probabilidade de um ataque terrorista. “Posso só garantir que, independente do cenário, estamos preparados para tudo o que o país se propõe a fazer na Olimpíada.”
O secretário listou medidas de segurança tomadas, como treinamento e cooperação internacional.
Mario Andrada, diretor de comunicação da Rio 2016, disse à reportagem que está confiante no trabalho da secretaria.
“Recebemos os planos de segurança finais para cada instalação e deslocamento das delegações na semana passada e confiamos em todo o trabalho, e, ontem mesmo, o COI também o elogiou”, disse.
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