Presidente da Câmara afirma que não haverá integralidade e paridade; alíquota de contribuição passará dos 7,5% para 14%
Por
PALOMA SAVEDRA
Rio - Principal
articulador da Reforma da Previdência no Legislativo, o presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ontem que
trabalhadores do setor privado, servidores públicos civis, e militares
das Forças Armadas terão um teto único para aposentadoria, que será o do
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), atualmente em R$ 5.839,45.
Maia também descartou que novos militares tenham
direito à integralidade (aposentadoria com o último salário antes da
inatividade) e à paridade (mesmos reajustes que o pessoal da ativa).
"(Paridade e integralidade) é óbvio que, para os novos,
de jeito nenhum, não dá mais", cravou o parlamentar, lembrando que as
discussões sobre esse tema foram iniciadas pelo funcionalismo civil e
trabalhadores da iniciativa privada, e que, agora, os militares ensaiam o
mesmo debate.
"O teto de todos os servidores públicos, civis ou
militares, será o teto do regime geral do INSS", acrescentou o
presidente da Câmara.
Projeto chega nesta quarta à Câmara
Maia deu as declarações na véspera de o governo de Jair
Bolsonaro enviar à Câmara o projeto de Reforma da Previdência dos
militares das Forças Armadas — Aeronáutica, Exército e Marinha — e no
mesmo dia em que o vice-presidente, Hamilton Mourão — que estava como
presidente em exercício —, informou alguns detalhes da proposta.
Ontem pela manhã, Mourão afirmou que uma estimativa
feita por ele mesmo apontava uma economia de R$ 13 bilhões em 10 anos
com a proposta voltada aos militares.
Mais tarde, o vice-presidente disse que errou. "Está
errado meu número, está errado", avisou ele à imprensa, sem dar mais
informações.
Alíquota sobe de 7,5% para 14%
Militares das três forças são descontados, hoje, em
7,5% de seus salários para a aposentadoria. Segundo Mourão, o projeto de
reforma previdenciária vai subir essa alíquota para 14%, mas não de uma
vez.
Ele explicou que, em dois anos, militares devem pagar
os 14%, sendo 10,5% de contribuição para aposentadoria mais 3,5% para
plano de saúde. E afirmou que a alíquota do fundo de pensão vai passar
de 7,5% para 10,5%.
Deverá ser formada uma outra Comissão Especial na
Câmara para analisar o PL dos militares. Essa proposta, aliás, foi a
condição para que a PEC 6 — da reforma dos civis — começasse a
tramitação no Parlamento.
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