Em conversa registrada no celular de Aloysio Nunes com o ex-ministro Raul Jungmann, o tucano elogia Gilmar Mendes por ele ter concedido habeas corpus a Paulo Preto
Em conversa de 11 de fevereiro, Nunes confirmou a Santoro que havia tratado do habeas corpus com o ministro do STF. Num trecho, o advogado pergunta: “Caríssimo, você falou com nosso amigo?”. Ao que Nunes responde: “Falei”. No mesmo dia, o aparelho de Aloysio Nunes registra que ele fez ligações e recebeu telefonemas do gabinete de Gilmar Mendes.
Segundo o MPF, no dia 13 de fevereiro, ou seja, dois dias depois, Santoro informou ao ex-senador por mensagem de celular que “o ministro Gilmar Mendes deferiu o habeas corpus no 167727, em que figurava como interessado Paulo Vieira de Souza, afilhado político de Aloysio Nunes Ferreira Filho”. Diante dos indícios, os procuradores da Lava Jato pediram à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que ela peça ao Supremo o afastamento de Gilmar Mendes dos casos envolvendo o ex-senador Aloysio Nunes (PSDB) e Paulo Vieira de Souza.
CPI da Lava Toga
Se era a ausência de um fato concreto que impedia a instalação de CPI para investigar a atuação de magistrados em sentenças suspeitas, que ficou conhecida como a “CPI da Lava Toga”, agora os senadores não têm mais justificativa para procrastinar a apuração. É que a CPI estava pronta para ser formada quando três senadores acabaram retirando as assinaturas alegando que não havia indícios de irregularidade suficientes para a sua criação. O requerimento era de autoria do senador Delegado Alessandro Vieira (PPS-SE) e contava com o número mínimo de 27 senadores signatários, mas acabou reduzido a 24, depois que os três senadores retiraram as assinaturas, inviabilizando a CPI.
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