Sede da Odebrecht, em 2 de março de 2017, em São Paulo - AFP
A Odebrecht entrou na tarde desta segunda-feira, 17, com pedido de
recuperação judicial, segundo duas fontes a par do assunto. A companhia
passou o dia reunida com a diretoria e no fim da tarde se reuniu com o
juiz para despachar sobre o assunto. Com dívida de R$ 80 bilhões e com
execuções em curso, a empresa estava sem alternativas para resolver seu
problema de liquidez financeira.
O grupo, que enfrenta grave crise financeira desde que virou pivô da
Operação Lava Jato, informou que não vai comentar o assunto.
Na última semana, a Caixa, uma das credoras da empresa, iniciou
processo de execução das dívidas da empresa. A execução corre em segredo
de Justiça, como desdobramento da pressão que o banco público vem
fazendo contra o grupo desde o pedido de recuperação judicial da Atvos,
braço de açúcar e álcool da holding, no fim de maio.
A Atvos, que tem dívida de quase R$ 12 bilhões, foi a primeira
companhia do grupo a recorrer à proteção da Justiça para renegociar seus
débitos.
Até a semana passada, os grandes bancos brasileiros negociavam em
conjunto uma recuperação extrajudicial do grupo Odebrecht. Caso a
recuperação vá parar na Justiça, os bancos credores entrarão numa fila
para receber os empréstimos, ao lado de funcionários, governo,
fornecedores e outros. Além disso, o desconto sobre a dívida tende a ser
bem maior. Por isso, a organização para a recuperação extrajudicial do
grupo controlador, que garante empréstimos de cerca de R$ 20 bilhões de
suas subsidiárias.
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