Além de Lula, foram absolvidos o ex-senador Delcídio do Amaral, o banqueiro André Esteves, o ex-advogado de Cerveró Edson de Siqueira Ribeiro Filho, o ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira Rodrigues, o amigo do ex-presidente Lula e o pecuarista José Carlos Bumlai e seu filho Maurício Bumlai.
Os sete eram acusados dos crimes de embaraço à investigação de organização criminosa, que prevê pena de 3 a 8 anos de prisão; exploração de prestígio, cuja pena prevista é de 1 a 5 anos; e patrocínio infiel (quando um advogado não defende apropriadamente os interesses de um cliente – os outros réus foram considerados coautores de Édson Ribeiro neste crime), que prevê pena de 6 meses a 3 anos.
De acordo com a denúncia, Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da estatal, gravou conversa com Delcídio em que o ex-senador prometia o pagamento de R$ 50 mil mensais em troca da compra do silêncio do executivo. O juiz considerou as provas insuficientes.
“Assim, o áudio captado não constitui prova válida para ensejar qualquer decreto condenatório. Há suspeitas também de ocultação de fatos por Bernardo e Cerveró. Causa estranheza a afirmação de Delcídio no sentido de se referir a André Esteves como “nosso amigo lá, de São Paulo”. O ponto é nebuloso, tendo Bernardo e Nestor não detalhado esta situação. Aliás, negaram qualquer menção a André Esteves anterior, o que contraria o áudio captado.”
A defesa de André Esteves — realizada pelos advogados Sepúlveda
Pertence, Sonia Ráo e Antônio Carlos de Almeida Castro — comemorou a
decisão. “A defesa, desde o início, já afirmava reiteradamente a
absoluta confiança na absolvição”, afirmaram, em nota, classificando
como “completamente desnecessária e abusiva” a prisão do banqueiro em
2015.
Caso
A denúncia contra os sete foi aceita em julho de 2016 pelo juiz, que
transformou Lula pela primeira vez réu na Lava Jato. O caso já havia
sido denunciado pelo Procurador-Geral da República (PGR), Rodrigo Janot,
em dezembro do ano passado. No entanto, em decorrência da perda de foro
privilegiado do ex-senador envolvido, Delcídio do Amaral, e também pelo
fato de o crime ter ocorrido em Brasília, a denúncia foi enviada à
Justiça Federal do Distrito Federal.Caso
Com essa redistribuição, o Ministério Público Federal do Distrito Federal, na pessoa do procurador da República Ivan Cláudio Marx, concluiu pela confirmação integral da denúncia prévia do PGR e fez acréscimos à peça inicial, com o objetivo de ampliar a descrição dos fatos e as provas que envolvem os acusados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário