Empresário está preso em Bangu 9 desde a última segunda-feira. Ele já prestou depoimento na sede da Polícia Federal
Rio - O Tribunal Regional Federal da 2ª Região
(TRF2) negou, nesta quarta-feira, um pedido de habeas corpus ao
empresário Eike Batista. Ele está preso em Bangu 9 desde a última
segunda-feira. O mérito da medida ainda deverá ser julgado pela Primeira
Turma Especializada do TRF2.
Eike foi preso durante
um processo que investiga as denúncias de corrupção envolvendo o
ex-governador Sérgio Cabral. O empresário teria pagado uma propina de
US$ 16 milhões a Cabral para obter benefícios em obras. No processo há
informações de que Eike teria tentado obstruir as investigações da
operação.
No entanto, a defesa disse que os fatos narrados pela
Justiça seriam "vagos e presumidos". Além disso, o advogado afirmou
também que não há "provas concretas de materialidade e autoria para
justificar a prisão preventiva".Para o TRF2, a decisão do juiz de primeiro grau está "devidamente fundamentada e não contém qualquer ilegalidade ou abuso de poder". Na decisão, o juiz Vigdor Teitel destacou que a prisão foi ordenada para garantir a ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal.
Em depoimento à PF, Eike admitiu ter pago US$ 16,5 milhões a Cabral
A
prisão do empresário Eike Batista já está causando estragos à defesa de
seu comparsa Sérgio Cabral. Ontem, o escritório Bergher e Mattos
Advogados Associados, que tinha os dois como clientes, renunciaram a
todas as causas em que atuavam em favor do ex-governador do Rio. Em
nota, o escritório explicou que “a decisão foi tomada após, atentos ao
que dispõe o Código de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil,
identificarem conflito de interesses no momento em que Cabral e Eike
passaram a ser investigados nas Operações “Calicute” e “Eficiência”
associados ao mesmo fato”. O advogado Luciano Saldanha Coelho assume a
defesa de Cabral.
Eike depôs pela primeira vez, desde a prisão, na sede
da Polícia Federal, na tarde de ontem. Segundo fontes, o empresário
admitiu ter pago US$ 16,5 milhões (R$52 milhões) a Cabral, através de um
contrato de fachada entre a Arcádia, empresa dos irmãos doleiros Renato
e Marcelo Chaber, sediada no Uruguai, e a Golden Rock Foundation, de
propriedade de Eike.
Uma versão bem diferente da apresentada em 30
de novembro, quando Eike, espontaneamente, foi à sede da Procuradoria
da República do Rio de Janeiro, para esclarecer contrato de R$ 1
millhão, da EBX com o escritório de advocacia Ancelmo Advogados, de
Adriana Ancelmo (mulher de Cabral, também presa na Operação Calicute).
Na ocasião, questionado pelos procuradores, Eike Batista afirmou que
jamais pagou propina a Sérgio Cabral “ou a pessoas indicadas pelo
mesmo”.
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