Interventor federal disse que não existe planejamento de ocupação permanente de favelas e que as operações continuarão sendo pontuais
Por
O Dia
Rio - Na primeira coletiva
para apresentar o plano durante a intervenção federal no Rio, o general
Walter Souza Braga Netto afirmou que o principal objetivo será
"recuperar a credibilidade" da segurança pública do Rio. Toda a cúpula
da segurança do estado será mantida. Também foram apresentados
oficialmente os generais Richard Nunes e Mauro Sinott, secretário de
Segurança e chefe do Gabinete de Intervenção Federal, respectivamente.
Braga Netto também disse que não existe planejamento de
ocupação permanente de favelas e que as operações continuarão sendo
pontuais. Nenhum plano específico foi apresentado e, segundo o
interventor, a sistemática da segurança não muda, pelo menos a
princípio.
"Não há mudança no momento. As Forças Armadas já
participam desse tipo de operação. Apoiamos quando a polícia entra para
fazer uma prisão. Damos o suporte para que a polícia possa entrar com
tranquilidade na comunidade (...) Cada órgão vai continuar fazendo o seu
papel", falou.
Segundo o general, o objetivo da intervenção é
"integrar e cooperar", aumentando a credibilidade das polícias. A única
ação anunciada foi a instalação do gabinete de intervenção no Centro
Integrado de Comando e Controle (CICC).
"O objetivo comum de reestruturar, fortalecer e apoiar
logisticamente para reduzir a criminalidade e dar suporte à capacidade
operativa à segurança pública do Rio de Janeiro", disse Braga Netto.
O general Mauro Sinott, que será o chefe do gabinete de
intervenção, falou sobre as "oportunidades" que serão criadas pela
intervenção. "Esta é uma janela de oportunidade para fortalecer a
segurança. Precisamos que os órgãos de segurança entendam que precisamos
atuar sobre esses gargalos que os órgãos deixaram aqui. A respeito do
que vai permanecer, é a nossa atuação sobre as dificuldades dos órgãos
de segurança pública", explicou.
O interventor disse que outra frente é combater a
corrupção nas polícias. "Queremos fortalecer as corregedorias e tomar as
medidas necessárias para que o bom profissional seja valorizado e o mal
seja penalizado", explicou Braga Netto.
O novo secretário de Segurança do Rio, general Richard
Nunes, disse que podem ocorrer redimensionamentos nas ações das Unidades
de Polícia Pacificadora. "As UPPs permanecem, mas temos um diagnóstico
que indica a necessidade de redimensionamento de certas ações nessa
área", disse, sem detalhar o que será feito.
Recursos para intervenção
O interventor falou que, inicialmente, os recursos
usados para a intervenção serão apenas os que estão previstos no
decreto, ou seja, os que já estão orçados para a segurança do Rio de
Janeiro. "Brasília nos dará aporte, mas ainda não tenho informação de
valores, porque nós mesmos ainda não levantamos esses valores", disse.
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