Desde 2014 que o auxílio-moradia, no valor de R$ 4.377,73, é direito de todos os magistrados estaduais e federais ativos não abrangendo os aposentados, assim como de promotores (estados) e procuradores da República em atividade
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PALOMA SAVEDRA
Rio - Pelas sondagens
de representantes de magistrados nos gabinetes do Supremo Tribunal
Federal (STF), tudo indica que o auxílio-moradia será derrubado pela
Corte. Segundo fontes do Judiciário, neste momento é dado como certo que
esse será o resultado do julgamento do próximo dia 22, e nem mesmo a
paralisação de juízes federais, na quinta-feira, vai mudar o cenário.
Desde 2014 que o auxílio-moradia, no valor de R$
4.377,73, é direito de todos os magistrados estaduais e federais ativos —
não abrangendo os aposentados —, assim como de promotores (estados) e
procuradores da República (União) em atividade, devido a uma liminar do
ministro Luiz Fux, do STF, que "universalizou" o pagamento. Antes, o
benefício era concedido em casos específicos, quando, por exemplo, o
juiz não tinha residência oficial à disposição no local onde exercia sua
função.
Em sua defesa, as carreiras argumentam que o pagamento é
uma forma de compensar a falta de reajustes. As declarações, porém,
geram críticas da população. Um dos questionamentos é de que a concessão
do benefício é generalizada, mesmo quando o profissional tem imóvel no
mesmo local onde trabalha.
O presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe),
Roberto Veloso, já chegou a classificar as críticas como "ataques
contra a magistratura" devido ao combate à corrupção no país. A
Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra)
também fez coro com esse discurso, e disse que as reprovações ao direito
ao auxílio estão em um contexto de retaliações a investigações aos
políticos.
Fato é que membros das carreiras já visualizam o fim do
auxílio a todos. Eles acreditam que o benefício será restrito aos
casos com previstos, por exemplo, na Lei Orgânica da Magistratura
Nacional (Loman).
Diante disso, agora, juízes e promotores
articulam formas de 'amarrar' algumas medidas para não serem tão
afetados. Uma das conversas é para se convencer o plenário a manter o
caráter indenizatório do auxílio-moradia, que foi declarado por Fux.
Ao considerar que a natureza jurídica do benefício é
indenizatória, não há incidência de Imposto de Renda, nem desconto
previdenciário. Mantendo esse entendimento, as categorias querem evitar
ter de pagar valores retroativos ao Fisco.
Outro recurso — mas a longo prazo — é a votação do
aumento do subsídio das carreiras pelo Congresso. Só que o projeto sobre
o tema está parado, e já se sabe que os parlamentares vão evitar votar o
texto antes das eleições, em outubro.
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