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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Planalto anuncia últimos 14 ministros do segundo mandato de Dilma

Maioria dos 14 é formada por ministros que já estão no governo.
Nomeação dos 39 integrantes da nova equipe será nesta quinta.

Filipe Matoso Do G1, em Brasília
Embaixador do Brasil em Washington, o diplomata Mauro Vieira foi indicado para o comando do Ministério das Relações Exteriores (Foto: Divulgação / Center For Strategic & International Studies)O embaixador do Brasil nos EUA, Mauro Vieira, novo
ministro das Relações Exteriores (Foto: Divulgação /
Center For Strategic & International Studies)
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência anunciou nesta quarta-feira (31), véspera da posse de Dilma Rousseff, os últimos 14 ministros do segundo mandato da presidente reeleita (leia nota oficial ao final desta reportagem). Todos os 39 ministros serão empossados nesta quinta-feira (31).
Dos 14 anunciados nesta quarta, a maioria (13) é formada por ministros que já integram a atual equipe.
A única novidade é o diplomata Mauro Vieira, embaixador do Brasil nos Estados Unidos, que ocupará o Ministério das Relações Exteriores. Para o lugar de Vieira, na embaixada em Washington, vai o atual ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo.
Veja a lista divulgada nesta quarta:
- Advocacia-Geral da União: Luís Inácio Adams
- Assuntos Estratégicos: Marcelo Neri
- Casa Civil: Aloizio Mercadante
- Comunicação Social: Thomas Traumann
- Desenvolvimento Social: Tereza Campello
- Direitos Humanos: Ideli Salvatti
- Gabinete de Segurança Institucional: José Elito Siqueira
- Justiça: José Eduardo Cardozo
- Meio Ambiente: Izabella Teixeira
- Micro e Pequena Empresa: Guilherme Afif Domingos
- Políticas para Mulheres: Eleonora Menicucci
- Relações Exteriores: Mauro Vieira
- Saúde: Arthur Chioro
- Trabalho: Manoel Dias
14 últimos ministros anunciados para o segundo mandato de Dilma VALE ESSE (Foto: Editoria de Arte/G1)Acima (a partir da esq.): Luis Adams, Marcelo Néri, Aloizio Mercadante Thomas Traumann, Tereza Campello, Ideli Salvatti, José Elito Siqueira; abaixo: José Eduardo Cardozo, Izabella Teixeira, Affif Domingos, Eleonora Menicucci, Mauro Vieira, Arthur Chioro e Manoel Dias (Editoria de Arte/G1)
Reeleita em 26 de outubro, Dilma anunciou de forma fatiada os titulares dos 39 ministérios. Dificuldades nas negociações com partidos aliados a obrigaram a retardar as definições.
A presidente começou a formar a nova equipe ministerial no fim de novembro com o anúncio dos novos integrantes da área econômica: Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central). Em 1º de dezembro, ela confirmou a indicação do senador Armando Monteiro (PTB-PE), candidato derrotado ao governo de Pernambuco, para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Após a definição da equipe econômica, começou a disputa entre legendas aliadas para ocupar as pastas com maior prestígio e, principalmente, com orçamentos mais volumosos.
 
Principal sócio de Dilma no governo federal, o PMDB pressionou a presidente para aumentar sua fatia no primeiro escalão. No primeiro mandato de Dilma, o partido administrou cinco pastas (Agricultura, Aviação Civil, Previdência, Turismo e Minas e Energia), mas os peemedebistas consideravam esses ministérios de pouca expressão.
Na semana passada, após tratar pessoalmente com os dirigentes das siglas aliadas, a petista anunciou, por meio de nota oficial, os titulares de 13 pastas, incluindo nesse lote as cotas de PMDB, PSD, PROS, PRB e PC do B.
Após as negociações, o PMDB acabou aumentando a cota de cinco para seis ministérios. O partido deixará a gestão da Previdência, passará a controlar os ministérios de Pesca e Portos e se manterá em Agricultura, Minas e Energia, Aviação Civil e Turismo. O PT, com 16 ministros filiados ao partido na atual equipe, passará a ter 13 no segundo mandato.
Como compensação pelo apoio que deu à petista na corrida presidencial, o PSD ganhou o Ministério das Cidades, pasta de orçamento bilionário, cujo titular será o ex-prefeito de São Paulo e presidente do partido Gilberto Kassab.
Recém-criado, o PROS emplacou o governador do Ceará, Cid Gomes, na gestão do Ministério da Educação, assumindo uma área até então controlada pelo PT.
Na mesma leva, o PRB, partido que aumentou sua bancada federal na última eleição, obteve o controle do Ministério do Esporte, pasta cobiçada por conta da organização da Olimpíada de 2016 no Rio. Aliado histórico dos petistas, o PC do B foi deslocado para o Ministério de Ciência e Tecnologia.
Na última segunda (29), o Planalto confirmou os nomes de outros sete novos ministros. Antonio Carlos Rodrigues, vereador do PR em São Paulo e suplente da senadora Marta Suplicy, foi anunciado como novo titular do Ministério dos Transportes. Gilberto Occhi, indicado pelo PP, foi deslocado das Cidades para a Integração Nacional.
Um dos coordenadores da última campanha presidencial, o petista gaúcho Miguel Rossetto trocou o Desenvolvimento Agrário pela Secretaria-Geral da Presidência. O ex-ministro Patrus Ananias (PT-MG) foi confirmado para o comando do Desenvolvimento Agrário, substituindo Rossetto.
O deputado Pepe Vargas, que durante o primeiro mandato esteve à frente do Ministério do Desenvolvimento Agrário, foi transferido para a Secretaria de Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional. Com isso, o antigo titular da pasta, Ricardo Berzoini (SP), migrou para o Ministério das Comunicações. Por fim, Dilma ainda promoveu o secretário-executivo da Previdência Social, Carlos Gabas, para o posto de titular da pasta.
Nesta segunda-feira (30), o Planalto divulgou mais um integrante do primeiro escalão. O ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o sociólogo Juca Ferreira foi anunciado para o comando do Ministério da Cultura, pasta que ele administrou entre 2008 e 2010.
Nota oficial
Leia a nota oficial divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência com o anúncio dos últimos 14 integrantes do ministério no segundo mandato de Dilma:
NOTA OFICIAL
A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje mais um nome para seu ministério. O Embaixador Mauro Luiz Iecker Vieira assumirá o Ministério de Relações Exteriores.
A presidenta agradeceu a dedicação do Embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, que assumirá a embaixada brasileira nos EUA .
A presidente agradeceu também a dedicação dos seguintes ministros e os convidou para continuarem exercendo os seguintes ministérios:

1.  Aloizio Mercadante Oliva – Casa Civil
2.  Arthur Chioro – Saúde
3.  Eleonora Menicucci de Oliveira – Políticas para as Mulheres
4.  Guilherme Afif Domingos – Micro e Pequena Empresa
5.  Ideli Salvatti – Direitos Humanos
6.  Isabella Teixeira – Meio Ambiente
7.  José Eduardo Cardozo – Justiça
8.  José Elito Carvalho Siqueira – Segurança Institucional
9.  Luis Inácio Adams – Advocacia Geral da União
10.  Manoel Dias – Trabalho e Emprego
11.  Marcelo Côrtes Neri – Assuntos Estratégicos
12. Tereza Campello – Desenvolvimento Social e Combate à Fome
13. Thomas Traummann – Comunicação Social

A posse dos novos ministros será realizada no dia 1º de janeiro.

Secretaria de Imprensa
Secretaria de Comunicação Social
Presidência da República

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VERSÃO FINAL - Ministério Dilma (Foto: Editoria de Arte G1)

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Corpos e destroços de voo da AirAsia que sumiu são localizados

Partes da aeronave estavam a cerca de 10 quilômetros do último contato.
Corpos foram retirados; avião militar achou sombra que pode ser avião.

Do G1, em São Paulo
Imagem área mostra o que podem ser os detroços da aeronave da AirAsia (Foto: BAY ISMOYO/AFP)Imagem áerea mostra o que podem ser os detroços da aeronave da AirAsia (Foto: BAY ISMOYO/AFP)
As autoridades da Indonésia confirmaram nesta terça-feira (30) que os destroços encontrados por um pescador no Mar de Java são do voo QZ-8501 da AirAsia, desaparecido desde o último domingo (28) no horário local, noite de sábado (27) no Brasil. O Airbus A-320-200 levava 162 pessoas de Surabaia, na Indonésia, para Cingapura.
29/12 - arte airasia  (Foto: Arte/G1)
A Agência Nacional de Buscas e Resgate do país (Basarnas) afirmou que os pedaços da porta e de uma rampa de emergência da aeronave estavam a cerca de 10 quilômetros da última posição registrada pelos radares.
Cerca de 30 navios e 21 aviões de Indonésia, Austrália, Malásia, Cingapura, Coreia do Sul e Estados Unidos estão envolvidos nas buscas.
Mais de 40 corpos já foram recuperados do mar, informou um porta-voz da Marinha. O trabalho é feito por equipes a bordo de um navio de guerra.
Além disso, um avião militar detectou uma “sombra” no fundo do oceano, que pode corresponder ao avião desaparecido. “Um Hércules da Força Aérea achou um objeto descrito como uma sombra no fundo do mar com a forma de um avião”, disse Bambang Soelistyo, chede da Basarnas.
O Ministério das Comunicações da Indonésia (Kemenhub) afirmou que o logotipo da companhia asiática foi identificado em alguns dos objetos localizados no mar, conforme o jornal local "Detik".
As partes do avião estão no estreito de Karimata, que separa as ilhas de Bornéu e Belitung, próximo de uma base aérea que serviu como ponto de decolagem para os aviões que participam da operação internacional de busca e resgate.
Fotos de corpos flutuando no mar foram transmitidas pela televisão e parentes de passageiros reunidos em um centro de crise em Surabaya choravam com as mãos na cabeça. Segundo um repórter da Reuters, algumas pessoas entraram em colapso em meio ao choro e foram socorridas.
"Vocês têm de ser fortes", disse a prefeita de Surabaya, Tri Rismaharini, ao confortar familiares das vítimas. "Eles não são nossos, eles pertencem a Deus."
Parentes de passageiros do avião da AirAsia que caiu no mar choram no aeroporto de Juanda, em Surabaya, na Indonésia, ao receberem a notícia da localização dos destroços da aeronave nesta terça-feira (30) (Foto: Manan Vatsyayana/AFP)Parentes de passageiros do avião da AirAsia que caiu no mar choram no aeroporto de Juanda, em Surabaya, na Indonésia, ao receberem a notícia da localização dos destroços da aeronave nesta terça-feira (30) (Foto: Manan Vatsyayana/AFP)
A confirmação ocorreu horas depois de as autoridades divulgarem que um pescador tinha encontrado vários objetos no Mar de Java. Helicópteros e navios foram enviados ao local para recuperá-los e determinar sua procedência.
Equipe de resgate desce ao mar para recuperar corpo de vítima da queda do avião da AirAsia (Foto: TV ONE via Reuters TV/Reuters)Equipe de resgate desce ao mar para recuperar
corpo de vítima da queda do avião da AirAsia (Foto:
TV ONE via Reuters TV/Reuters)
O CEO da AirAsia, Tony Fernandes, escreveu no Twitter que “meu coração está cheio de tristeza por todas as famílias envolvidas no QZ 8501. Em nome da AirAsia, minhas condolências a todos. Palavras não podem expressar o quanto estou triste”. A mensagem foi publicada após a localização dos destroços.
Buscas
Nesta terça-feira (30), as autoridades locais ampliaram a área de operação. São 13 os setores de busca, incluindo as águas do norte do Mar de Java, o estreito de Karimata e o norte da ilha de Bangka. Já em terra, foram acrescentadas a ilha de Belitung e o sudoeste de Bornéu.

Os Estados Unidos atenderam o pedido de ajuda e passaram a integrar as equipes de buscas, inclusive, com o envio de um navio de guerra, um destróier USS Sampson. Ao todo, são cerca de 30 navios, 15 aviões e sete helicópteros na operação, que conta ainda com a ajuda de Malásia, Cingapura, Austrália, Coreia do Sul, Tailândia e China.
 
Desaparecimento
O voo QZ-8501 da AirAsia saiu de Surabaia, na Indonésia, com destino a Cingapura, onde pousaria duas horas depois, segundo a previsão da companhia.
O contato com a aeronave foi perdido na manhã de domingo cerca de 40 minutos após a decolagem, depois que a tripulação pediu uma mudança do plano de vôo devido a uma tempestade.
Antes da descolagem, o piloto havia pedido permissão para voar em uma altitude superior para evitar a tempestade, mas o seu pedido não foi aprovado devido ao tráfego pesado na popular rota, de acordo com a AirNav, o serviço de navegação aérea da Indonésia.
Na sua comunicação final, o piloto pediu para alterar o seu curso e reiterou o seu pedido original para subir e evitar o mau tempo.
"O piloto pediu para os controladores de tráfego aéreo para se desviar para o lado esquerdo, devido ao mau tempo, o que foi aprovado imediatamente", declarou o diretor de segurança da AirNav, Wisnu Darjono, à AFP
"Depois de alguns segundos, o piloto pediu para subir de 32.000 para 38.000 pés, mas seu pedido não pôde ser imediatamente aprovado porque alguns aviões estavam voando acima dele naquele momento", explicou.
Essa foi a última comunicação com o vôo.
"Dois ou três minutos depois, quando o controlador estava dando uma autorização para o nível de 34.000 pés, o avião não deu nenhuma resposta", disse Darjono.
Estavam a bordo 155 passageiros e outros sete integrantes da tripulação. Entre eles há 155 indonésios, três sul-coreanos, um britânico, um francês, um malaio e um cingapuriano.
Equipes de busca da Força Aérea da Indonésia procuram o avião da AirAsia que caiu neste domingo (28); destroços foram encontrados a 10 km do último ponto de contato da aeronave (Foto: Bay Ismoyo/AFP)Equipes de busca da Força Aérea da Indonésia procuram o avião da AirAsia que caiu neste domingo (28); destroços foram encontrados a 10 km do último ponto de contato da aeronave (Foto: Bay Ismoyo/AFP)

Prepare-se para 2015, o ano dos feriadões

Quem está pensando em viajar pode aproveitar um dos muitos feriados prolongados. A dica é fechar os pacotes com antecedência



Depois de um ano sem muitos feriados prolongados – a não ser os da Copa do Mundo – o ano de 2015 promete uma série de datas comemorativas em dias “estratégicos” para quem gosta de viajar e consegue negociar uma folga no trabalho. O comércio reclama, enquanto as agências de viagens comemoram. No ano que vem há pelo menos 12 datas nas quais é possível planejar uma escapada da rotina.

“As pessoas estão planejando as viagens com cada vez mais antecedência. Por isso as operadoras já realizam bloqueios de reservas para oferecerem pacotes atrativos para estas datas. Quem compra antes, consegue os melhores preços. Já estamos vendendo pacotes para o carnaval, para a Semana Santa e para o feriado de Tiradentes”, revela Carol Cursino, gerente do departamento Internacional e de Lazer da Pontestur.

Para aproveitar alguns dos feriados, além de “imprensar” um dia, é bom juntar algumas folgas, já que os pacotes para lugares mais distantes têm opções com pelo menos seis dias de viagem. Com planejamento prévio, é possível aproveitar os preços mais baixos e negociar os dias no trabalho.

Entre as opções oferecidas pela Pontestur estão o feriado de Tiradentes (21 de abril) em Punta Cana, no Caribe, com preços a partir de US$ 2.032 (R$ 5.400), por pessoa, em apartamento duplo. O valor inclui os bilhetes aéreos, seis noites de hospedagem com o sistema “all inclusive” (tudo incluído), transfer do aeroporto para o hotel e assistência de viagem. Tudo parcelado com uma entrada e em até nove vezes.

Para quem não quer gastar muito dinheiro e prefere destinos mais próximos, a dica da Viver Turismo é seguir para Fernando de Noronha. Para o carnaval, há opções na ilha, com hospedagem por quatro noites, incluindo as passagens, por R$ 1.548. Dependendo da data, o valor do pacote pode cair para até R$ 1.200.

“Tenho clientes planejando as viagens com pelo menos seis meses de antecedência. O bom de verificar as datas e planejar é conseguir os melhores preços. Estou fechando um pacote, por exemplo, para um cliente que vai viajar com a família em maio de 2015”, explica Silvana Andrade, dona da Viver Turismo.

Um diferencial da agência é a segmentação. Silvana explica que optou por trabalhar com clientes cadastrados e atendimento com hora marcada – num sistema de consultoria. “Mudei o modelo de negócio para trabalhar com assessoria e planejamento de viagem. Depois de 30 anos de agência, cheguei à conclusão que o modelo de negócios antigo não se sustenta com a concorrência da internet. Por isso agora estou focada em quem procura uma consultoria para fechar os pacotes de viagem”, explica.

Dos destinos mais procurados pelos clientes, Buenos Aires tem se destacado. É um local que tem atraído muitos brasileiros e que pode ser visitado, numa primeira viagem, em poucos dias; opção interessante para quem quer aproveitar um feriadão.

Confira os feriados prolongados de 2015 para você planejar um calendário de viagens:

1º de janeiro (Ano Novo) – quinta-feira
17 de fevereiro (Carnaval) – terça-feira
03 de abril (Sexta-feira da Paixão) – sexta-feira
05 de abril (Páscoa) – domingo
21 de abril (Tiradentes) – terça-feira
1º de maio (Dia do Trabalhador) – sexta-feira
04 de junho (Corpus Christi) – quinta-feira
16 de julho (Nossa Senhora do Carmo) – quinta-feira (* feriado no Recife)
24 de junho (São João) – quarta-feira
07 de setembro (Independência do Brasil) – segunda-feira
12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida) – segunda-feira
02 de novembro (Finados) – segunda-feira
15 de novembro (Proclamação da República) – domingo
08 de dezembro (Nossa Senhora da Conceição) – terça-feira
25 de dezembro (Natal) – sexta-feira

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Veja 20 dicas de especialistas para organizar as dívidas de fim de ano

Gastos com festas e contas de janeiro podem confundir consumidores.
Consultores listaram recomendações para evitar a inadimplência.

Karina Trevizan Do G1, em São Paulo
O ano ainda nem terminou e o primeiro mês de 2015 já é sinônimo de dor de cabeça para alguns consumidores, preocupados com os gastos rotineiros desta época do ano – IPTU, IPVA, licenciamento, material escolar, matrículas, viagens de férias, entre outras despesas.

Marcos Crivelaro, educador financeiro da FIAP, afirma que os meses entre dezembro e janeiro costumam ser um período em que o consumidor “perde a mão” por distração. “É uma época de muita movimentação de dinheiro fora de rotina. A gente perde a mão porque está num espírito festivo, e depois gasta alguns meses para arrumar a besteira que fez.”

Para o consultor financeiro Rogério Olegário do Carmo, da Libratta Finanças Pessoais, o “desespero” de ano novo é muito comum entre os brasileiros. “Chega no final de ano, as pessoas se perguntam: ‘como eu vou resolver o problema de gastos extraordinários?’. Mas os gastos não são extraordinários, e sim recorrentes”, aponta o especialista, explicando que as contas de dezembro e janeiro já são esperadas.

Veja abaixo dicas que especialistas deram ao G1 para se organizar com os gastos de ano novo
13º salário - GNews (Foto: Reprodução GloboNews)Parte do 13º salário deve ser reservada para
pagamento de dívida, diz especialista
(Foto: Reprodução GloboNews)
1. Separe ao menos uma parte do 13º para as despesas
“Já dá para reservar uma parte desse 13º para esses gastos que não são imprevistos. É uma forma de já se preparar para eles”, diz o especialista Roberto Vertamatti, membro do conselho da Associação Nacional dos Executivos de Finanças. Administração e Contabilidade (Anefac).  Para quem já gastou a primeira parcela do benefício com presentes de Natal, Vertamatti aponta que a segunda parte precisa ser poupada. “Pelo menos metade deveria estar reservada para o começo do ano”, diz.

2. Identifique o valor da renda que já está comprometido
Marcos Crivelaro afirma que as parcelas do 13º, especialmente se vierem junto com bônus e férias, podem dar a impressão de que o empregado recebeu uma “bolada” e estimular gastos. “Minha primeira dica é fazer uma listagem de pelo menos três meses, de dezembro a fevereiro, do que já está comprometido dentro desse valor, como impostos, matrícula, uniforme escolar. Tem que separar o que já está contratado e obrigado dentro desse ‘montão’ de dinheiro e que já não é mais do consumidor.”
3. Se possível, pague dívidas à vista
Consumidores em busca de descontos têm no pagamento à vista um bom aliado, lembra Janser Rojo. O IPVA, por exemplo, tem um valor menor se o motorista escolher pagar o imposto de uma só vez. Mas o especialista alerta que o desconto não compensa se o pagamento integral comprometer o orçamento familiar. “Se isso for apertar muito o orçamento, não tem problema nenhum em pagar parcelado para conseguir organizar melhor o fluxo de caixa.”
Poupança (Foto: Reprodução)Há casos em que tirar dinheiro da poupança para
aproveitar descontos pode ser vantajoso
(Foto: Reprodução)
4. Avalie se compensa gastar as economias com pagamentos à vista
Roberto Vertamatti aponta que, em alguns casos, compensa tirar dinheiro da poupança, por exemplo, para pagar uma dívida à vista. “Se os juros do desconto forem maiores que o rendimento da poupança ou renda fixa, é melhor tirar o dinheiro da aplicação e pagar”, explica, acrescentando que o valor sacado precisa ser reposto.

5. Se precisar escolher alguma coisa para parcelar, eleja de acordo com os juros e descontos
Se pagar todas as despesas de janeiro for desequilibrar o orçamento, é necessário escolher quais dívidas serão parceladas. Janser Rojo recomenda priorizar pagar à vista as despesas que oferecerem descontos maiores, assim como aquelas em que os juros do parcelamento sejam mais altos.
6. Combine com as pessoas mais próximas e troque presentes de Natal em janeiro
Um casal, por exemplo, pode combinar de trocar presentes apenas em janeiro, quando as lojas entram em liquidação. “É uma maneira inteligente de economizar mantendo a qualidade dos presentes. Para outros familiares e pessoas não tão próximas, pode pensar e economizar em presente também. Em vez de comprar um presente para cada pessoa de uma família, se pode dar para uma mesma família um presente só, para a casa”, diz Janser Rojo.
Restaurantes estão vazios devido a falta de água em Itu (Foto: Reprodução/ TV TEM)Fazer refeições em restaurantes pode encarecer
comemorações de fim de ano
(Foto: Reprodução/ TV TEM)
7. Substitua algumas comemorações em restaurantes por jantares em casa
Roberto Vertamatti lembra que “alimentação em restaurantes e bares de maneira geral subiu muito acima da inflação”. “Escolha com muito critério e, se for o caso, em vez de fazer duas ou três comemoração fora, faça uma. Talvez seja melhor substituir por uma comemoração em casa, onde todos participem, com certeza vai gastar muito menos, além de evitar a despesa do estacionamento.”
8. Não é preciso deixar de festejar no Natal, mas fique atento aos excessos
Marcos Crivelaro recomenda escolher entre os presentes e as festividades que são prioridade. “Com tantos ‘amigos secretos’, lembrancinha aqui e ali, se for participar de todas dando presente de bom valor, acaba com boa parte do seu orçamento comprometido.” Janser Rojo diz que “o que vale é o equilíbrio”. “Muitas vezes vale mais a pena uma ceia mais simples, com o significado da família unida, sabendo que a família vai entrar bem no começo do ano.”
9. Se precisar comprar itens para a casa, fuja das lojas em dezembro e espere o mês seguinte
“No Natal, muita gente já aprendeu que não vale a pena ir às compras com tanta vontade porque depois tem as promoções de janeiro”, diz Marcos Crivelaro. “Se você quer comprar itens caros para a sua casa, como uma geladeira, não se deixe influenciar pelas festividades.”
10. Se não foi possível planejar a viagem de férias com antecedência, deixe para julho ou meses de baixa temporada
Pacotes de Natal, por exemplo, costumam ser mais baratos que os de Réveillon, diz Marcos Crivelaro. Outra recomendação é trocar pacotes de alta temporada por outros meses, como outubro. Mas se a família não tem alternativa e tem apenas os meses de férias escolares para viajar, a dica é planejar com antecedência. “Mesmo julho sendo alta temporada, você vai conseguir pesquisar melhor preços de hotéis, passagens. Quanto mais de última hora, menores são as opções. Só vão sobrar as opções mais caras, porque as mais baratas já foram pegas por quem se planejou antes”, diz Janser Rojo.
Consultor dá dicas para quem não consegue se desconectar durante as férias (Foto: Reprodução)Planejamento antecipado de viagens é essencial
para evitar excesso de gastos (Foto: Reprodução)
11. Não deixe o parcelamento de uma viagem se acumular com as despesas de janeiro
“Se as férias significarem que você vai fazer dívida, deixe para o meio do ano. O parcelamento das férias pode ser um peso adicional”, diz Roberto Vertamatti. Ele aponta que adiar a viagem para as férias de meio de ano é uma alternativa para casos em que o parcelamento do passeio irá atropelar as contas de janeiro.
12. Durante as férias, troque cartões por dinheiro vivo
Durante uma temporada na praia com a família, pagar quitutes na areia e refeições em restaurantes apenas com cartão de débito e crédito pode ser perigoso, diz Marcos Crivelaro. “Se você joga tudo no cartão, não vê o dinheiro indo embora. Mas se pega um ‘bolo’ de dinheiro e vai tirando nota por nota, se manipula o dinheiro físico, tem um controle maior – principalmente quando se tem crianças.”
13. Não faça todas as refeições fora de casa durante as férias
Especialmente para famílias com crianças em férias escolares, tentar entretê-las com refeições fora de casa muitas vezes pode gerar excesso de gastos. “Se for comer todo dia em restaurante, sai extremamente caro. Fazer comida em casa sempre vai ficar mais em conta”, diz Marcos Crivelaro.
Material escolar em Campinas está 5% mais caro em 2014  (Foto: Reprodução EPTV)Material escolar comprado em grande quantidade
pode baratear preço final (Foto: Reprodução EPTV)
14. Tente antecipar alguns itens da lista de material escolar para dezembro
Com o aumento da procura por esse tipo de produto em janeiro e fevereiro, os preços tendem a aumentar, explica Roberto Vertamatti. Em dezembro, os valores costumam ser mais baixos. Embora muitas escolas só disponibilizem a lista de materiais em janeiro, alguns itens são sempre esperados, como lápis e cadernos. “Vale comprar em condições mais favoráveis os itens que se sabe que todos os anos são comprados. Mas, se for deixar para janeiro, veja em duas ou três lojas e faça a comparação.” Por outro lado, Janser Rojo afirma que os itens mais previsíveis podem ser pouco expressivos na conta final.
15. Procure outros pais para aumentar o volume de compras de material escolar e negociar desconto
“Às vezes, o conjunto pode conseguir um desconto maior pelo todo, mesmo que um item seja maior em relação a outras lojas”, diz Roberto Vertamatti. Para Janser Rojo, uma boa alternativa é comprar em maior quantidade para tentar negociar um desconto – valendo inclusive unir-se a outros pais para aumentar a compra.
16. Não entre no crédito rotativo para pagar as despesas
A dica vale para todas as épocas do ano, lembra Roberto Vertamatti. Pagar a fatura mínima do cartão de crédito ou entrar no cheque especial pode trazer problemas para o consumidor. “Cartão de crédito e cheque especial não é dinheiro no bolso, é dívida. Use o crédito rotativo somente em uma emergência.”
17. Tente evitar parcelamentos que se arrastem 2015 adentro
“Sempre que você tiver dinheiro e não estiver ‘justo’, ou seja, se tiver alguma folga’, é melhor começar o ano pagando o que deve. Se tem dívidas rolando de novembro, dezembro, zere o ano, faça um acordo por essas contas que estão rolando”, diz Marcos Crivelaro. O especialista aponta que essa é uma saída para evitar cair na inadimplência. “O problema da inadimplência muitas vezes é a sobreposição de muitas parcelas pequenas que, de repente, somando tudo dá R$ 3 mil e a pessoa ganha pouco mais de R$ 2 mil.”
Crédito GloboNews (Foto: GloboNews)Renegociação é alternativa para consumidor evitar
o acúmulo de dívidas (Foto: GloboNews)
18. Se vai encerrar o ano na inadimplência, tente transformar todas as dívidas em uma só
Para os consumidores que não conseguiram tirar seus nomes da lista de devedores em 2014, Janser Rojo recomenda a tentativa de renegociação. Se um cliente possui pendências com quatro empresas diferentes, por exemplo, pode tentar quitar todas elas a partir de um acordo bancário e ficar apenas com a dívida da instituição financeira. “A principal dica é tentar transformar todas as dívidas em uma só, em um acordo no banco do valor total. Assim, se pode conseguir juros mais baixos do que se teria com cartão de crédito ou cheque especial, por exemplo, para ter uma dívida mais barata.”
19. Não é cedo demais: comece a planejar as contas de ano novo de 2016
Para os consumidores que se endividaram demais no final deste ano e preveem um rombo orçamentário muito grande no começo de 2015, Rogério Olegário do Carmo afirma que o principal a se fazer no momento é levar a experiência como lição para o ano seguinte. “A essa hora, já não tem mais o que fazer [pelas contas de 2014. Mas aí eu aprendo a lição e no ano que vem prometo fazer o planejamento para material escolar, impostos, viagem de férias, revisão do carro, presentes de natal. São gastos que já estão na nossa conta”, diz.
20. Com o planejamento de gastos, verifique se não tem despesas a mais
“Em janeiro eu pago o material escolar e já planejo o do ano seguinte, por exemplo. Todo mês eu guardo um pouquinho. Mas e se eu começar a fazer isso e faltar dinheiro para as outras coisas? Esse raciocínio diz que a pessoa está com gastos superiores à sua possibilidade, mesmo que aparentemente ela feche o mês no azul”, diz Rogério Olegário do Carmo.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

TCU apura se Petrobras aceitou ter prejuízo para beneficiar Bolívia

O MP aponta o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli como responsável por um possível dano ao erário federal causado pela decisão

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O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União investiga a suspeita de que a Petrobras tenha aceitado tomar prejuízo em um contrato com a estatal boliviana YPFB. A manobra permitiria repasse maior de dinheiro ao país vizinho, governado por Evo Morales, um aliado ideológico do PT.
O MP aponta o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli como responsável por um possível dano ao erário federal causado pela decisão. Mas quer que o TCU avalie se houve, de fato, prejuízo. O tribunal avaliará também quais as outras pessoas e instâncias da empresa responsáveis por aprovar um aditivo contratual que permitiu aos bolivianos diminuir o potencial calorífico mínimo do gás entregue diariamente pela YPFB à empresa brasileira.
 
"É imperativo averiguar o fato de a repactuação estar fora das práticas da indústria do petróleo e de não gerar aparentemente nenhuma vantagem para a empresa brasileira", escreveu o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, autor da representação entregue na sexta-feira. "É natural inferir que a repactuação, por conta da mudança do teor calorífico do gás, possa ser um acordo subreptício para majorar o valor efetivamente pago pela Petrobrás em razão do contrato", argumentou Oliveira.
 
A mudança foi feita em dezembro de 2009 em um contrato assinado entre Petrobras e YPFB em agosto de 1996 para fornecimento de gás à estatal brasileira. O acordo original, relatou o procurador, estabelecia a compra de uma quantidade diária de gás com poder calorífico de 9.200 kilocalorias (kcal) por metro cúbico. Com a alteração, "sem explicação aparente", esse valor caiu para 8.200 kcal por metro cúbico.
 
Em outubro, esse mesmo contrato já havia chamado a atenção do Ministério Público por causa de outra modificação. Na ocasião, Oliveira pediu uma auditoria para apurar possível dano ao erário motivado pelo pagamento de US$ 434 milhões extras pelo fornecimento de gás boliviano.
 
O acréscimo foi justificado como "indenização" por componentes nobres misturados ao gás entregue à Petrobrás pela correspondente boliviana. Agora, por causa do aditivo, o procurador desconfia que pode ter havido um prejuízo ainda maior à estatal e ao País.
 
Em andamento
 
A apuração solicitada em outubro já começou e segue em andamento, informou a assessoria do TCU. Com a nova representação relacionada ao aditivo, essa investigação deve ter seu foco ampliado. A unidade do TCU responsável por conduzir a auditoria é a Secretaria de Controle Externo da Administração Indireta no Rio de Janeiro (SecexEstat), que produzirá um relatório a ser entregue ao relator, Vital do Rêgo, que sucedeu a José Jorge no TCU.
 
Na representação de outubro, Oliveira anexou reportagens sobre a atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em favor da indenização reivindicada pelo colega Evo Morales em 2007. Apontou também a ausência de justificativas técnicas para o aumento do valor.
 
O reajuste foi polêmico principalmente por causa da dúvida a respeito do aproveitamento das frações nobres - propano, butano e gasolina natural - escoadas pelo gasoduto Brasil-Bolívia com o gás natural. Em princípio, eles poderiam ser usados na indústria petroquímica. Mas, para isso, o Brasil teria de instalar, no curso do gasoduto, uma planta para separá-los e organizar um setor de venda específica das frações nobres. Essas unidades separadoras jamais foram instaladas. "A Petrobras estaria, pois, remunerando a Bolívia por algo que não teria nenhuma utilidade econômica para suas atividades", escreveu.
 
Procurada pela reportagem, a Petrobras não se pronunciou sobre o caso. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Dilma anuncia 'pacotão' de ministros: Jaques Wagner vai para a Defesa e Cid Gomes para Educação

Marcela Mattos, de Brasília
A presidente Dilma Rousseff e o governador da Bahia, Jaques Wagner, escolhido para comandar o Ministério da Defesa, em imagem de outubro de 2014
A presidente Dilma Rousseff e o governador da Bahia, Jaques Wagner, escolhido para comandar o Ministério da Defesa, em imagem de outubro de 2014 (Eduardo Anizelli/Folhapress)
A nove dias da posse, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira em e-mail enviado pela Secretaria de Comunicação às 19h55 uma lista dos novos ministros que vão compor o alto escalão do governo em seu segundo mandato. O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), será o novo ministro da Defesa, e o governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), assumirá a Educação. Dado como um nome certo para ganhar um cargo na Esplanada, o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) vai para o disputado Ministério das Cidades.
Com 13 nomes, a lista divulgada nesta terça-feira contempla a cota do PMDB na Esplanada. Como esperado, a senadora Kátia Abreu (TO) irá para o Ministério da Agricultura. O Ministério de Minas e Energia, no centro da Operação Lava Jato, também sofreu mudanças – mas continuará sob o comando partido. O senador Eduardo Braga, derrotado nestas eleições ao governo do Amazonas, substituirá o ministro Edison Lobão, citado no esquema de corrupção. Horas antes do anúncio da nova equipe, Lobão confirmou que deixaria a pasta, mas ponderou que “não deve nada” e classificou o petrolão como uma "crise circunstancial". 
O deputado federal Eliseu Padilha (PMDB-RS) assumirá a Secretaria de Aviação Civil no lugar de Moreira Franco. Derrotado por Simão Jatene (PSDB) na disputa pelo governo do Pará, Helder Barbalho (PMDB), filho do senador Jader Barbalho ganhará o Ministério da Pesca.
Vinícius Lage, afilhado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), continua no Turismo, conforme anúncio desta terça-feira. Inicialmente, havia a expectativa de Lage deixar o cargo e ceder espaço ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), citado no escândalo do petrolão. Alves, no entanto, afirmou na véspera do anúncio que queria aguardar um posicionamento do Ministério Público sobre as denúncias em torno do seu nome.
A acomodação dos aliados peemedebistas se dá um mês após Dilma anunciar a equipe econômica de seu novo governo. Com a demora na definição do loteamento do ministério, deputados e senadores da base chegaram a pressionar o governo e esvaziaram a sessão que votaria a flexibilização do superávit fiscal deste ano. No entanto, após se reunirem com Dilma, o texto foi aprovado. O PMDB, principal aliado do Planalto, porém, aumentou a fatura: pediu seis ministérios, um a mais do que a cota atual.
Dilma também acomodou na Esplanada aliados de outros partidos. Aldo Rebelo (PCdoB), hoje no Esporte, ficará com a pasta de Ciência e Tecnologia. Ele será substituído por George Hilton (PRB). Assim como Cid Gomes, que se aproximou de Dilma ao se posicionar contra o rompimento do PSB com o governo federal, Gilberto Kassab, do PSD, ficará com o Ministério das Cidades.
Aguardada por petistas, a transferência do atual ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, para o Ministério das Comunicações não foi confirmada no anúncio desta terça-feira. Sua eventual nomeação é um afago à legenda: a pasta passará a ter, no ano que vem, parte da verba de publicidade da Secretaria de Comunicação da Presidência.
O anúncio desta terça-feira também não contempla o PP, outro partido aliado citado no petrolão. A última etapa da reforma ministerial está prevista para a próxima segunda-feira. Em nota, a presidente agradeceu a dedicação dos ministros que deixam o cargo e informou que a posse da nova composição ministerial será em 1º de janeiro.
Confira a lista completa de nomeados:
Aldo Rebelo (Ciência Tecnologia e Inovação)
Cid Gomes (Educação)
Edinho Araújo (Secretaria de Portos)
Eduardo Braga (Minas e Energia)
Eliseu Padilha (Secretaria de Aviação Civil)
George Hilton (Esporte)
Gilberto Kassab (Cidades)
Helder Barbalho (Secretaria de Aquicultura e Pesca)
Jaques Wagner (Defesa)
Kátia Abreu (Ministério da Agricultura, Pecuária  e Abastecimento)
Nilma Lino Gomes (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial)
Valdir Simão (Controladoria Geral da União)
Vinicius Lajes (Turismo)

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

MP se nega a dar a Dilma informações sobre ministeriáveis envolvidos no petrolão

Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, diz que dados são sigilosos

Marcela Mattos, de Brasília
Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de posse do novo procurador-geral da República Rodrigo Janot, em Brasília
Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de posse do novo procurador-geral da República Rodrigo Janot, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters/VEJA)
O Ministério Público se negou a fornecer à presidente Dilma Rousseff a lista dos políticos envolvidos no escândalo do petrolão. Na véspera de uma nova etapa da reforma ministerial, Dilma questionou o órgão sobre a situação de políticos cotados para ganhar uma vaga na Esplanada dos Ministérios – a presidente teme que o governo enfrente maior desgaste ao nomear no alto escalão algum envolvido no esquema de corrupção. No entanto, o MP afirmou que o fornecimento dessas informações poderia atrapalhar as investigações.
A negativa foi dada durante conversa entre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na noite de segunda-feira. Na manhã desta terça, o ministro reuniu-se com Dilma para informá-la do resultado do encontro.
"Fiz ao Janot a ponderação de que gostaríamos de informações sobre nomes que comporiam a nossa equipe independentemente de qualquer detalhamento. Mas ele ponderou que não poderia fornecer qualquer tipo de informação a respeito da Operação Lava Jato uma vez que essa questão está sob sigilo legal", disse Cardozo, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira.
A presidente Dilma aguardava o parecer do Ministério Público para anunciar novos nomes de seu governo – o que deve acontecer ainda nesta tarde. Sem os dados do MP, segundo Cardozo, ela vai usar como critério as “informações disponíveis” e a Lei da Ficha Limpa. “Os fatos que estão disponíveis podem ensejar a escolha dela. Todos podem ser nomeados ou não nomeados”, afirmou o ministro da Justiça.
Um dos nomes cotados para ganhar uma cadeira na Esplanada era o do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). No entanto, o deputado passou a ser dúvida após ser citado na Operação Lava Jato. Ele nega ter se beneficiado do esquema de corrupção.
Barbosa – O anúncio de Dilma de que iria consultar o MP antes de dar sequência à reforma ministerial gerou críticas do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa. Por meio do Twitter, Barbosa afirmou: "Que degradação institucional! Nossa presidente vai consultar órgão de persecução criminal antes de nomear um membro do seu governo!!!". O ministro aposentado também acrescentou que o Ministério Público não tem a função de assessorar o poder político.
Para Cardozo, a crítica é "curiosa". "É natural que um governante queira obter informações para formar a sua equipe. Por óbvio não se pediu assessoria. Pediu-se informações, que se pudessem ser dadas seriam boas para a formação da convicção. Talvez o ministro Joaquim não tenha entendido bem", disse o ministro da Justiça.

sábado, 20 de dezembro de 2014

O natal para esses senhores será bem diferente

Como a proximidade das festas de fim de ano e o longo período de cárcere têm levado alguns executivos de empreiteiras a entrar em depressão. Quatro deles já admitem a delação premiada em troca da liberdade

Mário Simas Filho (mariosimas@istoe.com.br)
Há menos de um ano Eduardo Leite, vice-presidente da Camargo Corrêa, realizou o antigo desejo de comprar um apartamento na Vila Nova Conceição, um dos endereços mais sofisticados de São Paulo. Desde então, ele e a mulher vinham planejando inaugurar a nova residência na noite de Natal, quando o imóvel, avaliado em R$ 5,5 milhões, seria oficialmente apresentado a toda família. Ao longo de 2014 o apartamento veio sendo cuidadosamente decorado e a ideia era que a família se reunisse para celebrar o Natal e ao mesmo tempo promover uma espécie de comemoração ao sucesso obtido pelo jovem trainee que entrou na construtora em 1994 e se tornou o executivo titular de um dos mais cobiçados cargos numa das maiores empreiteiras do País. Na terça-feira 16, Leite soube oficialmente que as festas de fim de ano não serão como planejadas. Acusado de ser um dos corruptores no escândalo da Petrobras, ele passará as noites de Natal e de Réveillon sobre o colchonete instalado na fria cela de seis metros quadrados que divide com outros três presos pela Operação Lava Jato, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).
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RICARDO PESSOA (esquerda) - Diretor da UTC, tinha planos de passar o Réveillon em Nova York. Na carceragem da PF, segundo amigos, está “perto de explodir”
EDUARDO LEITE (centro) - Vice-presidente da Camargo Corrêa, queria aproveitar a noite de Natal para receber a família no novo apartamento. Com a permanência na cadeia tem dito aos outros presos que fará delação premiada
JOSÉ ADELMÁRIO PINHEIRO FILHO (direita) Presidente da OAS, planejava passar o Natal na Europa.
Deprimido, quase não fala com os colegas e pouco se alimentaA notícia de que estará confinado nas festas de fim de ano provocou uma enorme mudança no comportamento do executivo. Entre os 11 diretores de empreiteiras encarcerados desde 14 de novembro, Eduardo Leite era apontado como um dos mais refratários às delações premiadas propostas pelo Ministério Público Federal e mostrava-se otimista em relação aos recursos jurídicos que procuram libertá-los. “É evidente que a prisão funciona como uma forte pressão psicológica e muitos buscam a delação em troca de penas mais brandas”, disse um dos procuradores da Operação Lava-Jato na quinta-feira 18. “Até a semana passada Eduardo Leite era um dos que mais animavam os colegas de cadeia a resistirem às propostas de acordo”, completou o procurador. Mas, segundo advogados ouvidos por ISTOÉ, nos últimos dias o executivo vem insistindo na tese de que o melhor seria aderir à delação premiada desde que lhe seja assegurada a liberdade. Na última semana, Leite permaneceu mais calado do que de costume e a outros presos disse que está muito perto de “dar a mão à palmatória”. “Está muito difícil para ele enfrentar essa situação e a cada dia o vejo mais deprimido”, disse um dos advogados que visitaram os empresários. Leite é hipertenso e no início do mês chegou a apresentar dois picos de pressão. Desde então ele mantém, ao lado do beliche onde dorme, um aparelho com o qual monitora a pressão pelo menos duas vezes ao dia. De acordo com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Leite teria sido beneficiado com cerca de R$ 20 milhões provenientes de obras superfaturadas.
A prisão funciona como uma forte pressão psicológica e muitos buscam a delação em troca de penas mais brandas
Com a proximidade das festas de fim de ano a vida fica mais difícil para os diretores e executivos das maiores empreiteiras do País. Até o início da semana passada, apesar do sofrimento provocado por um mês de confinamento, havia entre eles um certo otimismo com a possibilidade de obterem algum benefício jurídico. Na terça-feira 17, dois advogados disseram a seus clientes que dificilmente será concedida a liberdade. A informação transmitida aos presos foi a de que a Justiça só deverá se manifestar, sobre os recursos que procuram tirá-los da carceragem, em fevereiro. “Recebi recados dos tribunais superiores dizendo que nada mudará até o fim do recesso judicial”, disse à ISTOÉ na quinta-feira 18 um dos advogados que atuam a favor dos empreiteiros. Entre os delegados e procuradores da Operação Lava Jato, a avaliação é a de que a manutenção das prisões nesse período de festas possa provocar uma avalanche de delações premiadas logo no início de 2015. ISTOÉ apurou que se depender do estado psicológico dos presos é possível que novas denúncias surjam antes mesmo da virada do ano.
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Os 11 empresários ainda encarcerados dividem três celas de seis metros quadrados. Eles não têm banheiro privativo, televisão nem geladeira. Em cada cela há um beliche de alvenaria e colchonetes são colocados no chão para que todos possam dormir. É nesse ambiente, onde os únicos “luxos” são algumas garrafas de água mineral Evian, poucas barras de chocolate importado levadas por advogados e pacotes de biscoitos, que além de Eduardo Leite outros três presos manifestaram nos últimos dias o desejo de contar tudo o que sabem. Uma situação vista com otimismo pelos procuradores e delegados e com preocupação pelos advogados das empreiteiras. O presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, tem deixado os colegas da empresa bastante tensos. Acostumado a viver em um apartamento de 400 metros quadrados com cinco vagas de garagem no Alto de Pinheiros – ao lado de um dos principais parques de São Paulo – desde que foi preso em 14 de novembro ele vem insistindo com os advogados em aceitar a delação premiada. No início de dezembro começou a apresentar sinais de depressão. Na última semana, em pelo menos duas ocasiões deixou de sair da cela para tomar sol e pouco tem falado com os demais presos, inclusive com os três companheiros de empresa também encarcerados. “Me disseram que ele tem chorado muito, quase não conversa e pouco se alimenta”, afirmou à ISTOÉ um advogado com acesso aos presos. O estado psicológico de Léo Pinheiro se agravou depois que o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, negou habeas corpus a seu favor, na sexta-feira 12. Outros presos disseram a seus advogados que durante a semana passada Léo Pinheiro nem sequer deixou a cela para conversar no “lounge”, um espaço com cerca de 14 metros quadrados que os próprios presos organizaram com colchonetes e lençóis onde costumam passar o tempo conversando e lendo.
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VISITAS
Advogados e familiares chegam à Superintendência
da PF em Curitiba para conversar com os empresários.
Os diálogos são restritos e feitos em um parlatório
Denunciado pela prática dos crimes de lavagem de dinheiro, fraude em licitações e corrupção ativa, o presidente da OAS planejava inicialmente passar as festas de fim de ano na Europa. Quando veio a prisão chegou a comentar com parentes e advogados que certamente não poderia deixar o País e que passaria as festas em sua casa de quatro dormitórios, localizada em um condomínio de luxo em Maresias, no litoral norte de São Paulo. Jamais imaginou que passaria Natal e Réveillon calçando um chinelo de dedos e comendo marmitex. “Ele já estava bastante abalado e queria contar tudo o que sabe. Agora está muito pior”, disse o parente de um dos presos que esteve na Superintendência da PF de Curitiba na semana passada. Delegados e procuradores da Operação Lava Jato ouvidos por ISTOÉ na quinta-feira 18 avaliam que, caso Léo Pinheiro resolva trilhar o caminho da delação premiada, as investigações poderão avançar para além dos limites da Petrobras e chegar aos principais fundos de pensão do Brasil.
Advogados avaliam que só em fevereiro, depois do recesso judicial, alguns recursos poderão ser julgados
Ao contrário dos presos que costumam frequentar o sistema penitenciário nacional, os executivos e diretores das principais empreiteiras do Brasil que estão encarcerados na PF de Curitiba não precisam usar uniformes. Mas não podem usar cintos nem cadarço nos sapatos. Anéis e relógios caríssimos tiveram de ser deixados com os carcereiros e as conversas com as visitas que recebem semanalmente só podem ser feitas no mesmo parlatório onde recebem as orientações dos advogados. Durante o dia, eles podem se deslocar ao pátio externo em duas turmas distintas. Uma entre as 8h e as 10h e, a outra, entre 10h e meio-dia. Podem, porém, circular livremente entre as celas e a pequena área que chamam de lounge. Nas duas últimas semanas, no entanto, o vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Mendes, raramente tem sido visto nas áreas comuns da carceragem, segundos advogados ouvidos por ISTOÉ.
De acordo com o relato feito por alguns presos a seus familiares, Sérgio Mendes tem se isolado dos demais e com frequência tem sido flagrado chorando em um canto de sua cela. “Hoje, ele (Sérgio Mendes) é um homem completamente diferente daquele que chegou em novembro. Nos primeiros dias de prisão, Sérgio Mendes passou uma imagem de arrogante”, lembra um dos advogados dos empreiteiros. “Chegou a Curitiba em um jatinho particular e parecia ter a convicção de que seria libertado em poucos dias.” Depois de uma semana preso, Sérgio Mendes passou a cogitar aderir à delação premiada, mas foi convencido por advogados a prestar um depoimento colocando-se como vítima de extorsão de políticos e ex-diretores da Petrobras. Admitiu ter pago R$ 8 milhões ao doleiro Alberto Youssef e afirmou que o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa teria ameaçado cortar os pagamentos devidos à Mendes Júnior caso a propina não fosse paga. Logo depois de prestar o depoimento, pediu à Justiça que fosse revista sua prisão. Mas em 1º de dezembro o juiz Sérgio Moro negou seu pedido. “Desde que percebeu o fracasso da estratégia de defesa, Sérgio Mendes vem se deprimindo a cada dia”, afirma um advogado. “Ele cogitou várias vezes estar sendo pressionado pela família a fazer a delação premiada e já pediu a amigos para procurarem um especialista para tratar dessa questão”, concluiu o advogado.
Apontado como o líder do clube dos empreiteiros, o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, é um dos mais abalados emocionalmente. Como não pode fumar nas dependências da Superintendência da PF, ele tem aumentado a cada dia a carga de adesivos usados para tentar substituir a nicotina. Baiano e tido como falastrão, até ser preso Pessoa planejava passar Natal e Réveillon em Nova York. Ele costumava comentar com amigos suas façanhas financeiras. O executivo assumiu o comando da empresa em 1997 e logo mudou-se para São Paulo onde passou a residir em uma cobertura com 600 metros quadrados nos Jardins. Em abril, um mês depois de deflagrada a Operação Lava Jato, Pessoa investiu R$ 1,5 milhão na compra de dois imóveis comerciais. Na cadeia, segundo advogados e membros da Lava-Jato, o diretor da UTC foi um dos primeiros a sinalizar com a possibilidade de um acordo em troca da liberdade. Na sexta-feira 19, havia boatos de que tanto ele quanto Léo Pinheiro haviam acertado os termos da delação. Advogados ouvidos por ISTOÉ não confirmaram a informação, mas nos depoimentos que Pessoa prestou à Polícia Federal ele envolveu os nomes de líderes da oposição nos escândalos investigados e admitiu a formação de cartel para lesar os cofres da maior estatal do País. Duas das exigências defendidas pelo procurador-geral da República para a delação premiada.
Assim como aconteceu com seus colegas de cadeia, Pessoa vem se mostrando extremamente depressivo desde que o ministro Teori Zavascki negou o habeas-corpus. “O Ricardo (Pessoa) está a ponto de explodir. Ele não fala mais com ninguém, chora em todos os cantos e passa boa parte das noites sem conseguir dormir”, revelou a um advogado um dos presos que divide a cela com o diretor da UTC. Se depender das decisões que veem sendo tomadas pela Justiça até agora, não há por que os executivos e diretores de empreiteiras fazerem qualquer plano de liberdade antes do Carnaval.
Foto: Zenone Fraissat/Folhapress

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Dilma recebe diploma de presidente em cerimônia no TSE e promete pacto contra corrupção

Presidente eleita citou o escândalo de propinas na Petrobras e disse que a estatal é "a mais brasileira das empresas"

Da redação
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A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) foi diplomada na noite desta quinta-feira (18) no Tribunal Superior Eleitoral. A cerimônia é um ato formal que encerra o processo eleitoral. O diploma é indispensável para que o político eleito - seja deputado, senador, vereador ou outro - possa tomar posse.

Além de Dilma, também foi diplomado o vice-presidente, Michel Temer (PMDB). Os eleitos no pleito de 2014 devem ser diplomados até o dia 19 de dezembro.

Trajada com um conjunto vermelho, Dilma se sentou ao lado do presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, responsável por conduzir a cerimônia. Após proferir a leitura do diploma, Toffoli entregou o documento a Dilma e afirmou: "É uma honra entregar este diploma a vossa excelência." O mesmo rito foi seguido para a entrega do Diploma ao vice-presidente Michel Temer.

Em seu discurso de diplomação, Dilma falou sobre a responsabilidade do cargo. "Recebo este diploma renovando meu juramento de obedecer as leis do meu país, como também de usar de minha autoridade para fazer com que elas sejam respeitadas."

"Ser a primeira mulher eleita e agora reeleita para ocupar o mais alto cargo da nação me enche de alegria, mas também enche meu coração de esperança", afirmou Dilma. "É essa esperança que quero compartilhar com todo o povo brasileiro. Somos uma nação construída com os signos da coragem, da fé e da esperança. Eles nos dão a força vital para seguir adiante."

Como vencedora das eleições, Dilma lembrou que a oposição tem papel importante no processo democrático e disse que "saber vencer é saber reconhecer o valor da paz, da união nacional e da justiça social."

"Saber vencer é oferecer com coragem o que temos de melhor para o país", também afirmou Dilma. "O que tenho de melhor é a fidelidade às minhas convicções e aos meus compromissos, que já são conhecidos e tiveram início em 2003, durante o governo do presidente Lula."

Dilma também usou o discurso para falar sobre economia. Disse que seu governo terá compromisso com o controle da inflação e com a promoção do crescimento, que "ocorrerá mais rápido do que alguns imaginam." Falou, também, sobre o combate à corrupção e afirmou que seu governo não terá "medo de enfrentar a verdade".

"A corrupção não é defeito ou vício de um ou outro partido, nem é privilégio de quem compartilha momentaneamente do poder", afirmou Dilma. "A guerra contra a corrupção deve ser uma ação permanente do governo e de toda a sociedade."

Dilma também falou especificamente sobre o escândalo de corrupção na Petrobras, deflagrado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. "Alguns funcionários da Petrobras foram atingidos no processo de combate à corrupção", afirmou a presidente. "Estamos enfrentando essa situação com destemor e vamos converter a renovação da Petrobras em energia transformadora do nosso país."

Dilma prometeu um novo "modelo de governança" para a estatal petrolífera, que, nas palavras da presidente, é "a mais brasileira e a mais estratégica" das empresas do País.

Para finalizar seu discurso, Dilma pediu a todos que a "acompanhem nessa caminhada de transformação e de mudança do Brasil".

O ministro Dias Toffoli, que também discursou, lembrou que o Brasil é a quarta maior democracia do mundo e mandou um recado claro à oposição: "Não haverá terceiro turno na Justiça Eleitoral", afirmou. "Que os especuladores se calem." Antes da cerimônia, o PSDB entrou com um pedido de cassação da candidatura de Dilma e pediu a diplomação do candidato derrotado Aécio Neves. O partido argumenta que, durante a campanha, Dilma usou da máquina pública para obter vantagens e cometeu abuso do poder público.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Congresso eleva salários de Dilma, parlamentares e STF

Presidente, vice e ministros vão receber R$ 30,9 mil. Congressistas, PGR e juízes do Supremo terão reposição maior, com remuneração de R$ 33,7 mil

Congresso Nacional, Brasília
Medida terá impacto nos cofres públicos em 2015 (Divulgação/VEJA)
O Senado Federal aprovou na noite desta quarta-feira o aumento salarial para os principais cargos dos Três Poderes. O reajuste havia passado horas antes, a toque de caixa, pela Câmara. Deputados alegaram que a elevação dos subsídios era necessária para corrigir a inflação dos últimos quatro anos, quando foi dado o último aumento.

Com a mudança, o salário da presidente da República, Dilma Rousseff, do vice-presidente, Michel Temer, e dos 39 ministros de Estado passará de 26.723,13 reais para 30.934,70 reais por mês – um reajuste de 15,76%, conforme proposto pelo Planalto.


O aumento para deputados e senadores, que atualmente ganham o mesmo que a presidente, será ainda maior: 26,3%. Com isso, a remuneração mensal chega a 33.763 reais mensais. Além do subsídio, os congressistas ainda têm gastos com alimentação, moradia, gasolina, passagens aéreas e manutenção do escritório parlamentar bancados por verba pública.

O Congresso também elevou a remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Inicialmente, os representantes do Judiciário, que hoje recebem 29.400 reais, pleiteavam um novo salário de 35.900 reais. No entanto, após acordo, ficou firmado que eles receberão o mesmo que os congressistas – 33.763 reais.

A medida terá um efeito cascata sobre outros poderes, já que o subsídio de deputados estaduais, vereadores, juízes, desembargadores, promotores e procuradores de Justiça é vinculado ao recebido pelos representantes do Legislativo e do Judiciário.

Medida inoportuna – Contrários ao aumento salarial, os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) classificaram a medida como inoportuna diante do atual cenário econômico do país. "Projetos como esse têm um impacto grande nas contas públicas, em razão das vinculações constitucionais. Há muitas incertezas sobre a situação fiscal do Brasil", ponderou o tucano. "Estamos em recessão técnica desde agosto. Talvez fosse mais adequada uma proposta mais condizente com a inflação", apontou Randolfe.
 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Justiça aceita denúncia contra mais seis acusados na Lava Jato

Ao todo, 39 investigados foram denunciados; 36 já são réus na Justiça.
Entre os investigados, estão executivos da Camargo Corrêa e Sanko-Sider.

Fernando Castro Do G1 PR
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância, aceitou nesta terça-feira (16) denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra mais seis pessoas por suspeita de participação em crimes como corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Outras quatro pessoas, que já viraram réus em outras ações, também tiveram esta denúncia aceita.
Moro aceitou denúncias contra os seguintes suspeitos:
- Alberto Youssef, suspeito de liderar o esquema de corrupção
- Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
- Waldomiro de Oliveira, dono da MO Consultoria
- Adarico Negromonte, apontado como emissário de Youssef
- Dalton Santos Avancini, presidente da Camargo Corrêa
- Eduardo Hermelino, vice-presidente da Camargo Corrêa
- Jayme Alves de Oliveira Filho, acusado de atuar com Youssef na lavagem de dinheiro
- João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa
- Marcio Andrade Bonilho, sócio e administrador da empresa Sanko-Sider
- Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da construtora UTC
 
OPERAÇÃO LAVA JATO
Os investigados passam agora à condição de réus no processo. Esta foi a segunda denúncia aceita por Moro nesta terça – ele já havia acolhido uma contra 11 pessoas, ligadas a empresas como Mendes Júnior e UTC.
Na segunda (15), Moro já havia aceitado outras duas denúncias contra dez pessoas investigadas no processo. Entre eles estavam executivos da Galvão Engenharia e da OAS. Na sexta (12), Moro aceitou a primeira denúncia, contra nove pessoas, dentre elas, quatro executivos da construtora Engevix.
Assim, resta a ser analisada uma das denúncias oferecidas pelo MPF contra 39 investigados na sétima fase da Operação Lava Jato. Segundo o MPF, 23 dos denunciados são ligados às empreiteiras Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, OAS  e UTC.
Com a decisão do magistrado, dos 39 investigados no processo e que foram denunciados pelo Ministério Público, apenas três não se tornaram réus no processo. São eles:
Fernando Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras;
Júlio Camargo, executivo da Toyo Setal;
Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras.
O Ministério Público dividiu os 39 denunciados em seis diferentes ações. Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa e Waldomiro de Oliveira são citados nas cinco denúncias apresentadas na última quinta-feira (11). Elas foram divididas de acordo com a participação de cada empreiteira no esquema, segundo o MPF. Enquanto Youssef e Oliveira foram apontados como operadores do dinheiro pago pelas empreiteiras, Paulo Roberto Costa era diretor de Abastecimento da Petrobras - núcleo que foi alvo da primeira leva de denúncias. Os três viraram réus em cinco processos.
Entenda a Lava Jato
A Operação Lava Jato começou investigando um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. A investigação resultou na descoberta de um esquema de desvio de recursos da Petrobras, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe do esquema, e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
A sétima fase da operação policial, deflagrada no mês passado, teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras em um valor total de R$ 59 bilhões.
Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, foram expedidos na sétima etapa da operação 85 mandados em municípios do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Distrito Federal.
Conforme balanço divulgado pela PF, 25 pessoas foram presas. Também foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão e foram expedidos nove mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir à polícia prestar depoimento), mas os policiais conseguiram cumprir seis.
VALE ESTE - Arte Lava Jato 7ª fase (Foto: Infográfico elaborado em 15 de novembro de 2014)
 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A testemunha punida

Ex-gerente da Petrobras diz ter informado à atual diretoria sobre irregularidades em contratos antes mesmo da Operação Lava Jato, mas, em vez de conter os desvios, a cúpula da estatal resolveu afastá-la do cargo

Helena Borges (helenaborges@istoe.com.br)
Há cerca de dez dias, a ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca não é vista em seu apartamento no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Vizinhos disseram à ISTOÉ que a moradora tem aparecido muito pouco no local nos últimos dois meses. A reportagem apurou que Venina alugou um flat em São Paulo, onde fez contatos com um procurador da força-tarefa que investiga os desvios na Petrobras. Nos últimos dois fins de semana, ela buscou refúgio na casa da mãe, no interior de Minas Gerais, onde refletiu muito até tomar a decisão de trazer à tona tudo o que sabe sobre o esquema de corrupção que drenou bilhões da estatal. Esperada para depor nos próximos dias no Ministério Público Federal em Curitiba, Venina promete envolver muito mais gente graúda no escândalo. A amigos diz que chegou ao limite e não perdoa a atual gestão da Petrobras por tê-la afastado da companhia, em 20 de novembro, junto a outros executivos suspeitos de irregularidades. “Não vou cair sozinha”, garante. A ex-gerente diz que desde 2008 vem alertando a cúpula da empresa sobre desvios em diferentes setores, segundo reportagem publicada no jornal “Valor Econômico” na sexta-feira 12.
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A SOLUÇÃO FOI TIRÁ-LA DO CAMINHO
Desde 2008, a ex-gerente da Petrobras Venina Velosa, que trabalhou
ao lado de Paulo Roberto Costa (abaixo), vem alertando a
empresa sobre desvios em diferentes setores
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As denúncias envolveriam o pagamento de R$ 58 milhões por serviços não realizados na área de comunicação, o superfaturamento em até 15% na compra de combustíveis no exterior, e aditivos que elevaram os custos das obras da Refinaria de Abreu e Lima, de R$ 4 bilhões para R$ 18 bilhões. Segundo Venina, depois de ela fazer uma das acusações, Paulo Roberto Costa, então diretor de abastecimento, a convocou em seu gabinete e, apontando o dedo para o retrato do presidente Lula, perguntou-lhe se ela queria “derrubar todo mundo”. Descontente, a gerente encaminhou a denúncia ao então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, que instaurou um processo administrativo.
Aquela foi apenas a primeira ocorrência. Em 3 de abril de 2009, Venina enviou e-mail para a então diretora da Gás e Energia, Graça Foster, solicitando apoio e alertando-a sobre a escalada nos preços das obras de Abreu e Lima. Os contratos, sob a responsabilidade do diretor de Serviços, Renato Duque, continham cláusulas que responsabilizavam a Petrobras sobre eventuais problemas no andamento das obras, isentando as empreiteiras e jogando no colo da estatal os custos extras por atrasos e paralisações. Num ofício de 4 de maio, a gerente criticou também os contratos que beneficiavam sempre as mesmas empresas da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), espécie de sede do chamado “clube” das empreiteiras que são investigadas pela Lava Jato. No total, a executiva fez 107 solicitações de modificação de projetos que propunham uma economia de quase R$ 1 bilhão nas obras da refinaria pernambucana. Nenhuma foi aceita.
Embora a Petrobras garanta que investigou todas as denúncias da gerente, Venina diz ter sido perseguida dentro da estatal por conta de sua conduta. “Até arma na minha cabeça e ameaças às minhas filhas eu tive”, garante. Segundo ela, Costa teria agido para tirá-la do caminho, conseguindo transferi-la no final de 2009 para a unidade da Petrobras em Cingapura, onde foi orientada a fazer um curso de especialização. “Do imenso orgulho que eu tinha pela minha empresa passei a sentir vergonha. Diretores passam a se intitular e a agir como deuses e a tratar as pessoas como animais. O que aconteceu dentro da Abast (Diretoria de Abastecimento) na área de comunicação e obras foi um verdadeiro absurdo”, desabafou Venina em outro e-mail a Graça Foster, enviado em 7 de outubro de 2011.
Naquele mesmo ano, a geóloga virou ré em investigações do TCU, ao lado de Costa, Gabrielli e empreiteiras agora denunciadas pelo MPF. Venina curtiu o exílio de luxo até o início de 2012, passou cinco meses no Rio e voltou a Cingapura como chefe do escritório. De lá assistiu à deflagração da Operação Lava Jato em março deste ano. Uma semana depois, resolveu encaminhar a José Carlos Cosenza, sucessor de Costa na Diretoria de Abastecimento, um e-mail falando sobre perdas financeiras em operações internacionais da estatal que ela identificou a partir do trabalho em Cingapura. Em 10 de abril, enviou outra mensagem a Cosenza, falando de perdas de até 15% na comercialização de combustível para navios no exterior – chamados bunkers. Venina diz que Cosenza não lhe deu nenhuma resposta. Após as denúncias, a oposição no Congresso pede o afastamento da presidente da Petrobras, Graça Foster. “Não há como tolerar essa passividade do governo com relação aos gestores da Petrobras”, afirmou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) na sexta-feira 12. A Petrobras, por meio da assessoria, diz que aprimorou os procedimentos de compra e venda com “a implementação de controles e registros adicionais”. Garante que não constatou nenhuma “não conformidade” na área. Venina ainda fez uma nova denúncia em outro e-mail enviado em 17 de novembro. Dois dias depois, no entanto, foi afastada do cargo ao lado de outros funcionários suspeitos de desvios. Soube da demissão pela imprensa.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Dissidência na votação da meta fiscal é maior em PMDB, PP e PSD

Texto principal do projeto enviado pelo governo foi aprovado na madrugada.
Vinte e sete deputados governistas contrariaram partidos e votaram contra.

Priscilla Mendes Do G1, em Brasília
Dentre os principais partidos governistas, PP, PSD e PMDB são os que tiveram maior número de deputados que votaram contra o projeto que flexibiliza a meta fiscal e autoriza o governo a fechar as contas públicas neste ano com um superávit primário (poupança para o pagamento da dívida pública) menor que o previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Depois de mais de 18 horas de sessão, o texto-base da proposta – considerada prioritária pelo governo e muito criticada pela oposição – foi aprovado na madrugada desta quinta-feira (4). Mas os governistas não conseguiram concluir a votação porque faltou quórum para a apreciação do último dos quatro destaques apresentados (propostas de alteração do texto principal). A votação desse destaque ficou para uma nova sessão, convocada para a próxima terça-feira (9).
COMO VOTARAM OS DEPUTADOS DE CADA PARTIDO
Sigla
Sim
Não
Obstruiu
Votou
Bancada
DEM
1
9
1
11
28
PCdoB
13
-
-
13
15
PDT
14
1
-
15
18
PMDB
36
4
-
40
71
PMN
- - - - 3
PP
17
7
2
26
40
PPS
-
1
-
1
6
PR
21
1
-
22
31
PRB
8
-
-
8
10
PROS
11
1
-
12
20
PRP
2
-
-
2
2
PSB
1
4
-
5
25
PSC
3
2
-
5
12
PSD
21
6
-
27
45
PSDB
-
15
4
19
45
PSOL
2
-
-
2
3
PT
71
-
-
71
87
PTB
13
2
-
15
18
PTdoB
1
1
-
2
3
PV
2
2
-
4
8
SD
3
4
2
9
22
Sem partido
-
-
-
-
1
Total
240
60
9
309
513
Fonte: Câmara dos Deputados
Embora o texto-base tenha sido aprovado com folga – 240 votos a favor e 60 contra entre os deputados e 39 a 1 entre os senadores –, o mapa da votação mostrou que 27 deputados filiados a legendas aliadas ao governo registraram voto contrário ao projeto.
No Senado, o único parlamentar contrário ao projeto foi do PMDB – Waldemir Moka (MS). Entre os senadores cujos partidos fizeram oposição ao projeto, nenhum votou.
Na semana passada, a base aliada foi apontada como responsável pelo adiamento da votação do projeto devido à falta de quórum.
Ao longo da discussão do projeto na sessão desta quarta, a oposição chegou a dizer que os governistas só votaram massivamente a favor porque havia promessas do governo de liberação de emendas parlamentares e de concessão de cargos.
Os oposicionistas usaram manobras regimentais para tentar retardar a votação e acabaram conseguindo arrastar os debates até as 5h desta quinta.
Câmara
Entre os deputados, houve 240 votos favoráveis, 60 contrários e nove obstruções (quando o voto não é computado para o quórum) ao texto-base. Todos os partidos que compõem a base orientaram seus parlamentares a votar "sim", com exceção do PSC, que liberou o voto dos integrantes da bancada. As legendas da oposição recomendaram a obstrução.
Apesar da orientação, nove partidos que compõem a base de apoio registraram ao menos um voto contrário entre seus deputados: PMDB, PDT, PP, PR, PROS, PSC, PSD, PTB, PTdoB e PV. Cinco deram apoio integral à proposta, com todos os deputados votando "sim": PT, PRP, PRB, PCdoB e PSOL.
Dos 71 deputados do PMDB – segunda maior bancada da Câmara e principal partido aliado do governo –, 40 registraram presença, mas quase metade da bancada não compareceu para votar. Dos 40 votantes, 36 se manifestaram a favor do projeto e quatro contra – Alceu Moreira (RS), Edinho Bez (SC), Fábio Trad (MS) e Marçal Filho (MS).
Dos 40 da bancada do PP, compareceram para votar 26, dos quais 17 votaram com o governo, sete contra e dois se disseram em obstrução. No PSD, dos 45 deputados, votaram 27 (21 a favor do projeto e seis contra).
O relator da matéria é do partido, senador Romero Jucá (RR), que apesar de ter declarado voto em Aécio Neves (PSDB) para presidente da República, foi um dos principais defensores da alteração da meta fiscal.
Os partidos oposicionistas também tiveram dissidentes que decidiram apoiar o projeto do governo e votar "sim" para o texto-base: SD, PSB, PPS e DEM. Somente o PSDB foi integralmente contrário (15 votos "não" e quatro obstruções).
Senado
Nenhum senador dos partidos contrários ao projeto registrou voto, nem mesmo Aécio Neves (PSDB-MG) e Aloysio Nunes (PSDB-SP). Os dois participaram ativamente dos debates e subiram à tribuna mais de uma vez ao longo do dia para criticar o texto. O mineiro chegou a dizer que, com a proposta, Dilma Rousseff coloca o Congresso de “cócoras”, enquanto Aloysio afirmou que o texto serve para “livrar a cara” da presidente.
O único voto contrário foi do senador peemedebista Waldemir Moka. Os demais 11 partidos votantes apoiaram integralmente a nova meta fiscal de 2014 – inclusive os dois senadores do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF) e Lídice da Mata (BA), partido que migrou para a oposição, mas que orientou seus parlamentares a serem favoráveis ao texto.