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sábado, 31 de julho de 2010

Um ano depois, Sarney barra inquérito dos atos secretos

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se nega a responder aos questionamentos da Procuradoria-Geral da República sobre os atos secretos e, com isso, paralisou as investigações abertas em 16 de junho de 2009, seis dias após o Estado revelar a existência dos boletins sigilosos.
Somente entre março e junho de 2010 dois ofícios de quatro páginas foram enviados pela Procuradoria - que representa o Ministério Público no diálogo com o Senado - diretamente ao próprio Sarney, mas nenhuma resposta foi dada pelo senador.
O primeiro, de número 169/2010, foi remetido ao presidente do Senado em 5 de março deste ano. Sem retorno, o Ministério Público insistiu no dia 8 de junho com o ofício 3286/2010, em que deu um prazo de 15 dias para Sarney.
Até ontem, não havia nos volumes do inquérito nenhuma resposta do parlamentar. Esses dois ofícios reúnem pedidos incluídos em outros três documentos endereçados em 2009, sem sucesso, à Diretoria-Geral.
O resultado dessa postura do Senado é a demora na conclusão do inquérito civil que apura as responsabilidades sobre as medidas ocultas que deram privilégios, gratificações, aumentaram salários e nomearam parentes e aliados de servidores e senadores, inclusive de José Sarney.
Com o prazo expirado em junho passado, o inquérito, que já passa de cinco volumes, teve de ser prorrogado por mais um ano. Nas quatro páginas do ofício enviado ao Senado está, por exemplo, uma pergunta sobre um neto de Sarney, João Fernando Michels Gonçalves Sarney.
O rapaz trabalhou por um ano e 9 meses no gabinete de Epitácio Cafeteira (PTB-MA) e foi demitido, por ato secreto, em outubro de 2008, em meio ao cumprimento à decisão judicial antinepotismo. Os procuradores querem saber quem substituiu João Fernando no Senado.
A Casa não deu essa explicação. Assim como se recusa a informar por que e quanto pagou por meio de atos secretos que autorizaram dar gratificações retroativas aos funcionários. Nesse caso, o objetivo do Ministério Público é tentar buscar uma forma de, se necessário, obrigar o Senado a devolver o dinheiro aos cofres públicos. Houve casos em que um ato produzido em agosto de um ano autorizou o pagamento de benefícios referentes aos seis meses anteriores.
Foi solicitada ao Senado, por exemplo, a cópia do arquivo digital com todos os boletins publicados até junho de 2009 e a Procuradoria recebeu cópia de uma folha de papel com a imagem de um CD. Outro questionamento que Sarney não responde ao Ministério Público é se havia permissão do setor técnico de Orçamento do Senado para produzir atos secretos que dividiram os cargos de servidores, permitindo a multiplicação de funcionários nos gabinetes.
Conforme o Estado revelou no ano passado, foram escondidos mais de 500 atos administrativos nos últimos 15 anos. Apontado como mentor do esquema por uma sindicância interna, o ex-diretor-geral Agaciel Maia, braço direito de Sarney no Senado, é considerado no inquérito um dos principais responsáveis por esses boletins. Por enquanto, a tendência é de que ele seja denunciado, no mínimo, por improbidade administrativa junto com outros ex-assessores.
Sem a colaboração do Senado, o Ministério Público já trabalha com a possibilidade de desmembrar o inquérito e, assim que possível, entrar com as primeiras ações na Justiça ainda em 2010 com base no material já colhido.
O Senado enviou os autos com o processo administrativo disciplinar que pediu a demissão de Agaciel e a suspensão de outros servidores. Na avaliação dos membros do Ministério Público, o material contribui para o inquérito, mas a investigação é feita pelo próprio Senado.
O Ministério Público quer esclarecer o envolvimento de mais servidores no episódio e se as resoluções aprovadas de uma só vez, que convalidavam centenas de atos administrativos, foram publicadas no Diário Oficial. Por enquanto, porém, o silêncio impera no Senado.

Partidos usam brechas na lei para não expor doadores


Apesar de novas regras criadas este ano pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para inibir doações ocultas nas eleições, os partidos já identificaram duas brechas para não expor a origem dos recursos repassados para campanhas eleitorais.O correto seria usar conta específica, que permitiria identificar o candidato beneficiado pelo dinheiro. A brecha encontrada pelas legendas foi justamente ignorar a nova conta. A maioria das doações do mês de junho entrou por meio de suas contas comuns, apesar de a "eleições" estar liberada.
A outra brecha, também admitida por tesoureiros, é a que permite uma espécie de "lavagem" de doações, numa operação triangular, em que os recursos do Fundo Partidário migram para as campanhas, e as doações de empresas são usadas para custeio interno.
Para o vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, as novas regras do TSE para identificar a cadeia completa de doações são uma "ilusão".

Verba mantém programa por mais uma semana-CARRO-PIPA - Ceará

Iguatu. O Exército aguarda a liberação de verba do Ministério da Integração Nacional para continuidade, nos meses de agosto e setembro, da Operação Pipa, que distribui água para comunidades no semiárido nordestino e que enfrentam desabastecimento por causa da seca. Até o fim da próxima semana, os recursos ainda asseguram a manutenção do programa, que assiste a 77 municípios no Ceará, com 550 mil atendimentos.De acordo com o coronel Luiz José Silveira Benício, chefe do escritório da 10ª Região Militar da Operação Pipa, o último recurso recebido refere-se ao mês de julho, que termina hoje. Entretanto, sobras de verbas darão para manter o programa por mais uma semana. "Temos um pouco de fôlego para uns seis dias, mas não passa disso", alertou o militar. "Já solicitamos verba para os meses de agosto e setembro e estamos aguardando a liberação".A verba é liberada pelo Ministério da Integração Nacional, após solicitação do Comando de Operações Terrestres. Na 10ª Região Militar, que compreende os Estados do Ceará, Piauí e Tocantins, a Operação Pipa necessita mensalmente de cerca de R$ 20 milhões. Para os meses de agosto e setembro foram solicitados R$ 16,5 milhões a fim de manter o abastecimento emergencial. "Esperamos que o programa continue regularmente, sem sofrer paralisação", frisou o coronel Benício. Caso a verba não seja repassada na próxima semana, haverá redução do número de atendimento. No Ministério do Integração estão autorizados mais 60 novos atendimentos para o semiárido. A tendência atual é do aumento da necessidade de água porque, neste período, dificilmente haverá chuva no sertão e os pequenos reservatórios começam a secar.O número de municípios incluídos na Operação Pipa revela essa realidade. No Ceará, o programa começou com 50 cidades, passou para 55, chegou a 63 e há um mês eram atendidas 73. Até ontem eram 77, nas regiões Sertão Central, Centro-Sul, Inhamuns, Cariri e Litoral Leste. No segundo semestre, no período de agosto a dezembro, não há praticamente precipitação no sertão cearense e, até a próxima quadra chuvosa, muitas comunidades rurais vão depender do abastecimento de água por meio de carro-pipa.EmergênciaA Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Ceará (Cedec) informou que, até ontem, 24 cidades cearenses decretaram situação de emergência, e aguardam a homologação do Governo do Estado, para encaminhamento da decretação para o Ministério da Integração Nacional. A falta de documentação faz com que o processo fique parado na Cedec.A Cedec ainda não homologou nenhum dos 24 decretos encaminhados pelos municípios, já que todos estão com documentação incompleta. Os três últimos a darem entrada na Cedec são de Tauá, São João de Jaguaribe e Senador Pompeu.O coordenador executivo da Cedec, coronel William Lopes, fez um apelo para que os prefeitos, quando decretarem a situação de emergência, encaminhem, juntamente com o decreto, a documentação necessária: mapa da região, relatório social, notificação preliminar de desastre e laudo de avaliação de danos. "Infelizmente, a maioria não faz o encaminhamento correto e estamos diariamente solicitando essa complementação. É preciso agir rapidamente".O coronel observou que a documentação incompleta gera atraso para a conclusão do processo e a necessária homologação. "Muitos prefeitos pensam que é só encaminhar o decreto para a Defesa Civil Estadual e está tudo certo, mas é preciso que venham em anexo todos os documentos exigidos".O decreto de situação de emergência municipal envolve três fases: o decreto e a assinatura pelo prefeito, a homologação pela Cedec e, por último, o reconhecimento pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, do Ministério da Integração.A Procuradoria Geral do Estado (PGE) ainda permanece fazendo a avaliação técnica do documento encaminhado pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) e Defesa Civil, no início de junho, para decretação de situação de emergência estadual, por conta da seca no Ceará. A PGE ainda não se pronunciou em relação à avaliação do documento. O governador Cid Gomes aguarda essa avaliação para decidir sobre o decreto que, se for assinado, será encaminhado para aprovação na Assembleia Legislativa.Garantia SafraSegundo a Federação dos Trabalhadores Rurais no Estado do Ceará (Fetraece), a primeira folha de pagamento do Garantia Safra referente às perdas ocasionadas pela seca, neste ano, será liberada a partir do próximo dia 18 de agosto. Serão atendidos 92 municípios no Ceará e 177 mil produtores rurais que registraram perda superior a 50% na lavoura de sequeiro. Este ano, o Garantia Safra vai liberar quatro parcelas no valor de R$ 150,00, cada. No Centro-Sul, os municípios de Acopiara, Iguatu, Icó, Jucás, Cariús e Várzea Alegre estão incluídos nessa primeira etapa. O maior número de beneficiados será em Icó, com 5.220 agricultores inscritos, seguido de Iguatu, com 4.756.A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Natália Feitosa, disse que a liberação dos recursos do Programa é urgente e necessária. "Os prejuízos no campo foram enormes e muitas famílias necessitam dessa verba porque não houve praticamente colheita. A situação é grave".O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Icó, Lourival Teixeira, disse que foi correto antecipar a liberação da verba. "Quem vive da agricultura, o produtor familiar, necessita desses recursos com urgência", lembrou.Demanda"A demanda por carros-pipas é crescente. O programa terá continuidade regular. É isso que esperamos"Luiz José Silveira Benício Chefe do escritório da 10ª Região Militar.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Suspeito de vazar documentos está sob custódia do Exército americano

WASHINGTON - O suspeito do vazamento de 91 mil documentos secretos sobre a guerra do Afeganistão publicados no último fim de semana por meio do site "Wikileaks", o analista de inteligência do Exército americano Braley Manning, foi transferido para uma base na Virginia, onde permanecerá em confinamento até que o Exército decida sobre o julgamento. Manning, que já era suspeito de vazar outros materiais confidenciais, serviu em uma pequena base nos arredores de Bagdá.
Na quinta-feira, o Pentágono anunciou que o FBI o ajudará nas investigações para descobrir o responsável pelo vazamento. "É importante contar com todos os recursos disponíveis para investigar e resolver esta brecha em nosso sistema de segurança", disse Gates em entrevista coletiva na qual esteve acompanhado pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, o almirante Mike Mullen.
Mullen fez duras críticas ao fundador do Wikileaks, Julian Assange. "Ele pode dizer o que quiser sobre o bem maior que ele pensa estar fazendo, mas a verdade é que ele pode ter sangue de jovens soldados, ou de uma família afegã nas mãos", disse o almirante. O chefe do Estado Maior lamentou ainda que esses documentos "que fazem referência a uma guerra que está em curso" tenham sido divulgados.
Assange afirmou em entrevista à Australian Broadcasting que tentou contatar a Casa Branca, tendo o The New York Times como intermediário para oficiais do governo analisarem os documentos, para que pessoas inocentes não fossem envolvidas. Segundo ele, não houve resposta.
Gates disse também que seu Departamento aplicou medidas para evitar que se volte a repetir um vazamento como este, devido às consequências que pode ter para os soldados que combatem no país
Entre as medidas adotadas, Gates assinalou novos procedimentos para distribuir e acessar informações confidenciais.
Segundo ele, será feito um esforço para "fortalecer os canais de segurança e fornecer a nossos soldados a segurança que necessitam no campo de batalha". Gates não respondeu nenhuma pergunta sobre como será realizada a investigação "para não interferir no transcurso da mesma".
No entanto, segundo explicações do ex-promotor Joseph Di Genova à rede "MSNBC", a investigação pode incluir a vistoria de e-mails, cartas e ligações privadas tanto de pessoal civil como militar do Pentágono, assim como dos soldados mobilizados no Afeganistão.

Uribe condena Lula por ignorar ameaça das Farc

A crise entre a Colômbia e a Venezuela atravessou fronteiras, pelo menos em seu front verbal, respingando ontem no Brasil. Horas antes de a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) se reunir em Quito para discutir a ruptura das relações entre os dois países, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, criticou as declarações da véspera do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, classificando-as de deploráveis.
Segundo um comunicado da Presidência da Colômbia, Lula trata o conflito como se fosse um embate pessoal e ignora a ameaça que representa a presença de guerrilheiros colombianos em território venezuelano.
O presidente Lula preferiu não comentar o comunicado, e o governo não soube informar se ele manterá a presença no jantar de despedida de Uribe, que deixa o cargo no dia 7. Na verdade, fontes em Brasília disseram não saber se Lula ainda está convidado para o evento. Até anteontem, a ida do presidente brasileiro estava confirmada.
Na quarta-feira, após um encontro em Brasília com o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, Lula disse não ver um confronto entre Colômbia e Venezuela, apenas um conflito verbal, e pediu paciência até a posse do presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos.
O governo brasileiro se surpreendeu com a dureza da resposta colombiana.
O presidente da República deplora que o presidente Lula se refira à nossa situação com a Venezuela como se fosse um caso de assuntos pessoais, ignorando a ameaça que para a Colômbia e o continente representa a presença dos terroristas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) nesse país, afirma a nota de Uribe. Lula desconhece nosso esforço para buscar soluções através do diálogo.
Repetimos que a única solução que a Colômbia aceita é que não se permita a presença dos terroristas das Farc e do ELN (Exército de Libertação Nacional) em território venezuelano. Para baixar o tom, Brasília evitou retrucar. Entre auxiliares houve o reconhecimento de que Lula errou ao desmerecer o tamanho da crise entre Colômbia e Venezuela.
O presidente Lula já tomou conhecimento dessas declarações (de Uribe) e não considera apropriado que se responda a esse comunicado disse o portavoz da Presidência, Marcelo Baumbach. O presidente já declarou que lamenta a situação que se criou entre a Colômbia e a Venezuela. Ele acredita que a estabilidade das relações entre esses dois países amigos é fundamental para a tranquilidade na região.
Caracas rompeu relações com Bogotá na semana passada, depois de ser acusada na OEA de tolerar a presença da guerrilha em seu território.
Segundo o governo colombiano, há 1.500 guerrilheiros das Farc e do ELN em 87 acampamentos na Venezuela. As autoridades colombianas apresentaram fotos, imagens de satélite e coordenadas que comprovariam a existência desses acampamentos. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, rejeita as acusações e pôs em alerta as Forças Armadas, na pior crise entre os dois países em mais de duas décadas.
Lula havia reiterado a intenção de mediar o diálogo e a esperança de que a reunião da Unasul ajudasse a resolver o confronto.

Chanceler venezuelano critica doutrina de guerra
Ao comentar as críticas de especialistas de que Lula perde credibilidade na intermediação do conflito por ser mais próximo a Chávez do que do conservador Uribe, Baumbach minimizou a informação: O presidente já manifestou estar disposto a conversar com todas as partes, independentemente de qualquer outra consideração.
O presidente acredita que só o diálogo entre as partes e a boa vontade é que vão levar à superação desse problema.
Baumbach não soube dizer se Lula manterá a disposição de participar de um jantar de despedida de Uribe, dia 6. Lula planejava visitar a Venezuela e depois seguir para o jantar de Uribe e a posse de Santos, no dia seguinte.
Em Quito, o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia também tentou minimizar a crise com Uribe.
Não é esse o sentimento do presidente Lula. O presidente tem outra percepção do problema. Não é o momento de ficar trocando declarações públicas ponderou.
A reunião dos 12 países-membros da Unasul terminou sem um consenso, com os participantes pedindo que seja realizada uma cúpula de chefes de Estado para discutir o assunto o mais rapidamente possível. O clima que antecedeu o encontro não era dos melhores, com a presença de apenas oito chanceleres já que alguns governos enviaram seus vice-chanceleres ou embaixadores.
O Brasil foi representado pelo número dois do Itamaraty, o embaixador Antonio Patriota.
O próprio secretário-geral da Unasul, o expresidente argentino Néstor Kirchner, não assistiu à reunião.
Esse foi o primeiro encontro dos dois governos desde a ruptura, com o chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, e o venezuelano, Nicolás Maduro, sentando-se a três cadeiras de distância um do outro. Ao chegar a Quito, Bermúdez disse não ter maiores expectativas. Já Maduro acusou a Colômbia de manter uma doutrina de guerra e de ser uma ameaça aos vizinhos.
Viemos denunciar o governo da Colômbia por ter uma doutrina de guerra e violadora do direito internacional afirmou Maduro, negando a presença da guerrilha em seu país. Viemos propor um conjunto de ideias para que seja retomado o caminho da paz, dado que a última guerra de nosso continente é na Colômbia.
Para a reunião a portas fechadas, Bermúdez levou provas da presença da guerrilha na Venezuela, desejando que a denúncia seja investigada.
Para analistas internacionais, é pouco provável que Colômbia e Venezuela cheguem a um conflito armado. As relações entre Bogotá e Caracas, que passaram por altos e baixos nos últimos anos, estavam congeladas desde que a Colômbia assinou um acordo com os Estados Unidos permitindo o uso de algumas de suas bases militares.
Em Recife, militantes do Movimento dos Sem Terra que ocupam o Incra deixaram temporariamente a sede do instituto para fazer um protesto a favor da Venezuela e contra os EUA. Com apitos, cartazes e carros de som, eles ocuparam a rua onde fica o Consulado dos EUA, queimaram a bandeira americana e atiraram lixo no prédio da representação diplomática.

Novo presidente dos Correios é ligado a Roriz e Arruda

A nomeação do novo presidente dos Correios, David José de Matos, e a exoneração do ex, Carlos Henrique Custódio, demitido na quarta-feira, foi publicada ontem no Diário Oficial da União. Apesar da troca, o PMDB continua no comando da estatal. Custódio era do partido. E Matos também é ligado ao grupo peemedebista. O novo presidente também integrou o primeiro escalão dos governos de Joa­­­quim Roriz e de José Roberto Arruda, que deixou o cargo sob a acusação de capitanear o mensalão do DEM em Brasília.
A nova diretoria dos Correios de­­­­ve tomar posse na segunda-feira. A informação é do ministro das Comunicações, José Artur Filardi, depois de participar de reunião com a ministra da Casa Civil, Ere­­­­nice Guerra, e com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Também estavam presentes os membros da antiga diretoria da estatal e os que foram nomeados ontem.
Segundo o ministro, durante a reunião, foram expostos os motivos das “trocas”, o que se espera da nova gestão e as metas. “O que a gente quer? Mudanças. Resgatar a imagem (dos Correios)”, afirmou Filardi.
O ministro reconheceu, no entanto, que, de dois meses para cá, os números da estatal tiveram uma evolução positiva e que a empresa ainda pode ser considerada a segunda com maior credibilidade do país. Mas segundo ele, a “falta de entrosamento” da diretoria anterior foi um dos motivos das demissões.
Ele reiterou, porém, que as demissões não tiveram influên­­cia política. “O caráter é ex­­­­clusivamente técnico, mesmo porque, não é hora de dar um caráter político às nomeações”, ressaltou Filardi.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Site desafia ´fichas limpas´-PRESTAÇÃO DE CONTAS

São Paulo - Os políticos que se dizem "fichas limpas" ganharam uma oportunidade a mais para dar transparência às suas campanhas. O Instituto Ethos lançou ontem o site Ficha Limpa (http://www.fichalimpa.org.br/ e http://www.fichalimpaja.org.br/), que propõe aos candidatos a prestação de contas voluntária de suas campanhas eleitorais, com informações semanais da origem e do montante de recursos obtidos, bem como o de gastos realizados. Assim, os políticos poderiam se antecipar à legislação eleitoral, que divulga a prestação de contas 30 dias após o término do pleito.O site começa a funcionar hoje e as informações dos candidatos cadastrados de todos os Estados e Distrito Federal estarão disponíveis para qualquer internauta. Há um sistema de busca que pode combinar filtros como nome, número de inscrição no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), idade, gênero, cor/etnia, cargo a que concorre, Estado e partido.O site aceita cadastramento de candidatos que disputam todos os cargos dessa eleição, exceto o de deputado estadual e também permitirá ao internauta questionar o teor das informações dos candidatos registrados a partir da apresentação de documentos comprobatórios.As possíveis denúncias serão recebidas pelo administrador do site e encaminhadas aos tribunais estaduais e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segundo o Instituto Ethos. Os candidatos podem, então, ser incluídos numa lista de "rejeitados" em quatro situações: se a Justiça Eleitoral recusar seu registro de candidatura; se houver alguma condenação por órgão colegiado; se ele já tiver renunciado para evitar cassação e no caso do candidato não cumprir a prestação de contas semanal exigida pelo site."Sem um controle social democrático, a Lei Ficha Limpa pode acabar no esquecimento como tantas outras boas legislações no Brasil", avaliou o presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew. "Por isso, é importante que o eleitor cobre de seu candidato o registro no site Ficha Limpa, acompanhe as informações e mobilize outras pessoas a fazer o mesmo em relação aos demais candidatos."

Procuradoria impugna Maluf com base na Ficha Limpa

A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo protocolou no final da tarde de hoje a impugnação do registro de candidatura do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) por considerá-lo "ficha-suja".
O principal fundamento da ação da Procuradoria é a condenação do deputado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo pela suposta participação em uma compra de frangos superfaturada pela Prefeitura de São Paulo. Segundo Eduardo Nobre, advogado de Maluf, o congressista ainda tem direito a recorrer ao próprio TJ-SP contra essa condenação, e Maluf não pode ser enquadrado como "ficha-suja" porque nesse processo não está comprovado que houve dolo (intenção de cometer a irregularidade) e enriquecimento ilícito do deputado.
FRANGOS
O TJ-SP rejeitou na segunda-feira o recurso de Maluf que buscava cassar a condenação do congressista pela suposta participação no caso dos frangos superfaturados.
A defesa de Maluf alegou em juízo que a condenação teve por base um cálculo incorreto e no caso da aquisição de frangos não houve prejuízo aos cofres públicos.
Os desembargadores da 7ª Câmara de Direito Público do TJ-SP, porém, entenderam que essa questão não poderia ser discutida por meio do tipo de recurso apresentado pelo deputado-- tecnicamente chamado embargos de declaração-- e rejeitaram o pedido dos advogados de Maluf sem discutir sobre a correção do cálculo do suposto prejuízo ao município.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

EUA confirmam analista como principal suspeito de vazamento de documentos

WASHINGTON - O Pentágono confirmou nesta quarta-feira, 28, que o principal suspeito do vazamento de documentos secretos dos EUA sobre a guerra no Afeganistão é o analista de inteligência Bradley Manning, que foi cogitado como possível fonte desde o dia da divulgação do caso. O Departamento de Defesa americano acredita que Manning, de 22 anos, acusado no mês passado de vazar outros documentos ao site WikiLeaks, teve acesso à rede global do Exército e ao sistema de emails e coletou dezenas de milhares de documentos, segundo um alto funcionário do Pentágono citado pela rede de notícias CNN.
O departamento dirigido por Robert Gates suspeita agora que Manning entrou na rede altamente protegida Secret Internet Protocol Router Network (SIPRNET), que fornece acesso a e-mails e ao sistema de internet secreto do Pentágono aos militares que têm a autorização para fazê-lo, de acordo com as mesmas fontes.
Para poder ter acesso a estes sistemas, o pessoal autorizado precisa de senhas e passar por outras medidas de controle, como o acesso físico, para conectar-se a sistemas específicos que fornecem informação classificada nos mais altos níveis.
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, se negou a revelar quem forneceu ao site os cerca de 91 mil documentos militares sobre a guerra do Afeganistão. Ele, porém, defendeu que o material é verdadeiro e confiável.
Os mais de 91 mil documentos relacionados revelam um grande crescimento da força da insurgência Taleban, a dificuldades das tropas internacionais em lidar com autoridades e civis locais e que as tropas do Paquistão estão ajudando os rebeldes no território afegão.
O material, divulgado pelo wikileaks.org e publicado pelos jornais New York Times, The Guardian e Der Spiegel no domingo, revela detalhes minuciosos da guerra empreendida pelos EUA e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) desde 2001 e consiste em um dos maiores vazamentos de documentos secretos da história americana.
Suspeito
Manning foi detido no final de maio depois que o hacker Adrian Lambo denunciou o analista por ter descarregado 260 mil documentos classificados e tê-los enviado ao WikiLeaks.
O Pentágono apresentou no dia 5 de julho oito acusações contra Manning, que é acusado, entre outras coisas, de ter vazado ao WikiLeaks um vídeo de um ataque aéreo americano no Iraque em julho de 2007.
Manning ainda não se pronunciou sobre sua culpabilidade ou inocência, porque ainda não foi decidido se haverá um julgamento sobre ele. Depois de ser detido, ele foi enviado a uma base militar no Kuwait, onde ainda permanece. O Exército está tentando investigar quais eram seus contatos.

Anatel determina fim de venda casada -Internet,Tv e Tlf

Venda casada de produtos e serviços de telecomunicações está proibida. A decisão é da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que determinou ontem a interrupção da comercialização conjunta de banda larga pelas operadoras de telefonia fixa.
A norma só começou a valer para a Telefônica, que foi a única a não recorrer da decisão na Justiça. A [/IP8,0,0]Brasil Telecom, Companhia de Telecomunicações do Brasil Central, Global Village Telecom e Telemar Norte Leste só terão de seguir a determinação após a decisão judicial final.
A venda casada já era proibida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), mas muitas operadoras ofereciam o combo (internet, telefone fixo e TV por assinatura) por um preço promocional, enquanto que os serviços, quando pagos individualmente, ficavam mais caros para o consumidor.
“Esse tipo de prática das prestadoras é comum e a diferença de preço é tão grande que representa um ônus excessivo ao cliente, que é quase obrigado a optar pelo pacote”, afirma Guilherme Varella, advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
De acordo com a Anatel, as prestadoras podem continuar ofertando o combo e fazendo promoções, “desde que a forma como elas organizem isso não impliquem a venda casada”, informou a Agência. O calculo da multa a ser aplicada às operadoras que não seguirem a regra será feito de acordo com a média entre a receita das prestadoras e usuários.
O Idec entende ainda que a atitude de Anatel reforça a necessidade de regulamentação do setor de telecomunicações, que atuam ostensivamente no mercado, mas não atuam cumprindo as metas de qualidade necessárias para o atendimento básico do consumidor.
“É importante que práticas abusivas como essa não aconteçam, para que o consumidor tenha opção de escolher melhor serviço e preço que lhe interessar, sem ter de optar necessariamente pelo pacote”, diz Varella.
Tendo seu direito de escolha respeitado, segundo Varella, a acessibilidade à banda larga aumenta e faz com que mais pessoas possam utilizar o serviço. “Isso é muito importante em um cenário no qual só 3% das pessoas que compõe as classes D e E tem acesso ao serviço, por causa dos preços excessivamente altos”, analisa. “Venda casada significa obstáculo para que o consumidor tenha o direito à internet banda larga.”
A Telefônica informou que só vende produtos de forma separada, e que o preço isolado de sua linha clássica de voz ou de seu serviço de banda larga é “ mais baixo do que o total da oferta combinada”. A operadora informa que fez ajustes em seus canais de atendimento, para deixar mais claras para os consumidores as condições de suas ofertas

Pesadelos no Afeganistão

Não se sabe ao certo o que está por trás do timing da divulgação, pelo site WikiLeaks, em conjunto com os jornais “New York Times” e “Guardian” (britânico) e a revista “Der Spiegel” (alemã), de mais de 90 mil documentos sobre a guerra no Afeganistão, período de 2004 a 2009. O que se sabe é que muita gente está com forte dor de cabeça na Casa Branca, a começar pelo ocupante do Salão Oval. Os documentos mostram um panorama muito mais sombrio do que o admitido pelos governos Bush e Obama, no momento em que a Câmara de Representantes discute uma lei que autoriza novas verbas para financiar aquela que já é a mais longa guerra dos EUA e cujo custo, desde 2001, é calculado em US$ 345 bilhões.
Os documentos confirmam as ligações do serviço secreto do Paquistão, o ISI, com o Talibã.
O Paquistão é o maior aliado americano na região e recebe de Washington US$ 1 bilhão anual. Já o Talibã é o perigoso inimigo que abrigou Osama bin Laden. Há registros de encontros secretos de agentes do ISI com talibãs, para organizar ataques contra soldados americanos no Afeganistão e planejar o assassinato de líderes afegãos.
Um dos personagens mais citados nas informações sobre a guerra é o general paquistanês Hamid Gul, que chefiou o ISI de 1987 a 1989, período em que essa agência e a CIA operavam juntas, armando as milícias afegãs que combatiam as tropas soviéticas que haviam invadido o país. Essas milícias depois formaram o Talibã, que semeou o terror durante o período em que governou o Afeganistão (1996-2001). Gul nunca deixou de todo as atividades de inteligência e até hoje mantém suas ligações com as milícias talibãs. Um grande complicador é o arsenal nuclear do Paquistão, que poderia vir a cair em mãos de terroristas islâmicos.
A divulgação da papelada deverá aumentar a pressão sobre Obama, com a sociedade americana cada vez mais insatisfeita com os rumos, os custos e os prognósticos dessa guerra, na qual já morreram aproximadamente 1.600 militares dos EUA. O único consolo para o presidente é que os documentos não abrangem seu período na presidência; Obama mudou a estratégia americana apoiando a tática da contrainsurgência com 30 mil soldados adicionais.
Chefes militares e analistas não vêm possibilidade de uma vitória militar num país com um governo corrupto (o de Hamid Karzai, posto no cargo pelos EUA e reeleito em pleito fraudado) e dividido entre diferentes etnias, tribos e áreas de influência de senhores da guerra. País que, não bastasse tudo, é o maior produtor mundial de ópio.
Tudo isto não chega a ser novidade. Mas, como o cenário descrito nos mais de 90 mil documentos é pior do que o imaginado, os Estados Unidos precisam melhorar a estratégia para poder iniciar sua retirada em meados de 2011, como planejado. É enorme a responsabilidade do general David Petraeus, novo comandante americano no Afeganistão e que tem no currículo bom desempenho na passagem pelo Iraque. O desafio é enfraquecer substancialmente o Talibã até que sua liderança concorde com uma negociação com as demais forças políticas do Afeganistão, para que o país possa finalmente pensar num futuro sem guerras.

Guerra total à pedofilia

A Polícia Federal (PF) prendeu, ontem, pelo menos 21 pessoas em flagrante em todo o país por posse de material de pornografia infantil. Batizada de Tapete Persa, a operação cumpriu 81 mandados de busca e apreensão em dez estados e no Distrito Federal. A violência contra as crianças chocou os policiais.
Entre os presos estavam um policial militar, um adolescente e também idosos.
Em alguns locais foram encontradas armas e drogas. O objetivo é o combate à exploração, ao abuso sexual e à pedofilia na internet. A operação tem caráter internacional e conta com a colaboração da Interpol e da Polícia Criminal de Baden-Wüttenberg, da Alemanha.
Em operação realizada em junho de 2009, a polícia alemã identificou vários vídeos e imagens compartilhadas por pedófilos do mundo inteiro, inclusive do Brasil. Ontem, a operação percorreu 54 cidades.
Os criminosos foram identificados graças à utilização de programas de compartilhamento de arquivos e à identificação do endereço IP (Internet Protocol, em inglês), que permite localizar o equipamento em que o material foi adquirido.
De acordo com o delegado federal Stênio Santos Souza, coordenador do Grupo Especial de Combate aos Crimes de Ódio e à Pornografia Infantil (Gecop), o aumento do grau de violência empregada contra as crianças deixou até os mais experientes policiais perplexos.
Ranking funesto De acordo com o delegado, a prisão de 21 pessoas em flagrante é um recorde da PF. Outra triste constatação é que em cerca de 30% dos casos onde houve prisão ou indiciamento, os criminosos não apenas compartilhavam fotos e vídeos de pedofilia, como também a praticavam.
Em parte do material apreendido são eles quem aparecem em vídeos abusando de crianças.
Isso é um marco negativo lamentou o delegado.
Além disso, o Brasil está em quarto lugar no ranking dos países que mais compartilha material de pedofilia, atrás apenas da Alemanha, Espanha e Inglaterra.

Monumento aos Pracinhas faz 50 anos

Prestes a completar 50 anos dia 5 de agosto, o Monumento aos Pracinhas, em homenagem aos soldados mortos durante a Segunda Guerra, no Parque do Flamengo, vai ganhar uma programação comemorativa que começa no sábado.
O primeiro evento será às 8h, com uma gincana de pintura que vai premiar as três melhores reproduções do monumento, cujo projeto foi feito pelos arquitetos Hélio Ribas Marinha e Marcos Konder Netto. A inauguração foi em 1960. Os quadros serão pintados entre 9h e 15h. Os vencedores receberão um prêmio em dinheiro e terão suas pinturas expostas no local até o dia 29. No domingo às 10h, será a vez da cerimônia mensal da troca de guarda do comando da Aeronáutica para o do exército. No dia 3, a partir das 9h, acontece o seminário “50 anos do MNSGM (Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra) — O porquê da sua existência”. No dia 5, a partir das 10h, uma solenidade militar celebrará o cinquentenário.
Regina Aché, que visitava ontem pela primeira vez o local, disse que a comemoração é bem-vinda pela importância da homenagem aos pracinhas brasileiros mortos em combate.
Ela elogiou o bom estado de conservação do monumento: — Circulo pela cidade e o que vejo são praças e monumentos sujos. A limpeza daqui espanta e deve ser comemorada.
Segundo o tenente Sérgio Henrique Freire, diretor do monumento, a limpeza é feita diariamente por oito pessoas do exército.

terça-feira, 27 de julho de 2010

OPERAÇÃO ATLÂNTICOII

O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, presenciou hoje uma simulação de operação de defesa da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, que engloba as usinas nucleares Angra 1, 2, e 3. A simulação foi realizada durante a operação "Atlântico II", que reúne Marinha, Exército e Força Aérea e vai até o dia 30 de julho. Durante os exercícios, o ministro citou algumas vulnerabilidades e destacou a importância de investimentos nas forças armadas.
Durante a ação, três equipes apresentaram suas principais técnicas: 1º Grupo de Artilharia Antiaérea; 1º Companhia de Guerra Eletrônica; e Companhia de Defesa Química, Biológica e Nuclear do Exército Brasileiro. Na ação, foram apresentadas as respectivas armas de defesa, como tanques, canhões, e sistemas de monitoramento de radioatividade.
- Queremos identificar a vulnerabilidade das nossas operações de defesa. Buscar os problemas nas estruturas e tentar supri-las. Na operação vamos analisar a doutrina e a logística de cada grupo e ação, assim poderemos levantar todas as hipóteses no caso da necessidade de uma operação de defesa - explicou o ministro Jobim.
O ministro ressaltou ainda, que ao final da operação, um relatório será produzido para apontar os principais problemas encontrados nos exercícios de defesa da Marinha, do Exército e da Força Aérea. Nelson Jobim afirmou que, até o momento, foram encontrados alguns problemas em relação à Defesa Antiaérea.
- Algumas das vulnerabilidades já estão sob análise, como por exemplo, a capacidade dos canhões. Hoje nós temos um canhão que, dependendo do espaço e do tempo, atinge de 5 a 7 Km de distância, o que não atende mais às nossas necessidades. E por isso há a importância de realizar investimentos no setor de defesa do nosso país - afirmou Nelson.

A Operação
Em uma operação conjunta ("Atlântico II"), a Marinha, o Exército e a Força Aérea promovem até o dia 30 de julho de 2010, exercícios de defesa em toda a "Amazônia Azul" e nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, além dos Arquipélagos Fernando de Noronha e São Pedro e São Paulo. O objetivo principal da operação é o treinamento das Forças Armadas para a defesa dos interesses do País.
A Operação "Atlântico II" é o resultado de um complexo planejamento realizado por um Estado-Maior Conjunto, composto por oficiais e praças das três Forças Armadas, que visa, fundamentalmente, a preparação para a defesa dos recursos do mar e das infraestruturas de alto valor estratégico do Brasil.
Dois cenários de ameaça foram elaborados, o primeiro, relacionado aos recursos petrolíferos, se desenvolverá nas áreas das Bacias de Campos, Espírito Santo e Santos, e da infra-estrutura de petróleo e gás da região sudeste. O segundo, relacionado à pesca, se desenvolverá junto aos Arquipélagos de Fernando de Noronha e São Pedro e São Paulo. Nesse sentido, a Operação abrangerá uma amplitude geográfica e simultaneidade de ações, inerente à defesa dos ricos recursos brasileiros ao longo da costa, bem como da região Sudeste, de extrema importância econômica para o Brasil. Cerca de 10.000 militares estão envolvidos em atividades operacionais, de apoio à população e na simulação de combate, e meios da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira.
Além das atividades essencialmente militares, estão sendo realizadas Ações Cívico-Sociais (ACISO) em diversos municípios, visando integrar e assistir segmentos da sociedade residentes na região onde o exercício será realizado.
Nas atividades são realizados atendimentos médicos e odontológicos e aulas de primeiros socorros e higiene. No último final de semana, a ação foi realizada no bairro Frade, em Angra dos Reis.

Militares recebem adestramento final antes de embarque para o Haiti

O Comando Militar do Oeste realiza no período de 26 a 30 de julho a segunda e última etapa do Exercício de Preparação do 2º Batalhão de Infantaria de Força de Paz (BRABATT 2), que atuará, a partir de agosto de 2010, na Missão de Estabilização das Nações Unidas para o Haiti (MINUSTAH).
A região noroeste de Campo Grande será usada como palco de operações e dividida em 4 (quatro) áreas que representam geograficamente a cidade de Porto Príncipe, no Haiti. Serão simuladas ocorrências que imitarão situações vivenciadas naquele país e que foram devidamente planejadas por instrutores do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (C CO PAB), formado pelo Exército, Marinha e Força Aérea.
Os cerca de 800 militares que compõem o 13º Contingente de Missão de Paz no Haiti, passarão por diversos incidentes, programados com a presença de autoridades em segurança e em saúde da cidade de Campo Grande (MS). Esses exercícios simulados receberam certificação da ONU (Organização das Nações Unidas) e colocaram o Brasil como o primeiro país da América Latina a conseguir tal reconhecimento nesse tipo de preparação.
A preparação das tropas do Comando Militar do Oeste e do Comando Militar do Planalto, que englobam os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins e o Distrito Federal durou 4 (quatro) meses, entre seleção psicológica, física e instruções básicas como o aprendizado do “creole”, língua falada no Haiti.

Jornal diz que Lula passou dos limites-NEW YORK TIMES

Rio de Janeiro - Reportagem publicada ontem no jornal americano "New York Times" afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desrespeitou as leis eleitorais ao fazer campanha para sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT).No texto intitulado "Presidente do Brasil trabalha para emprestar popularidade à protegida", o jornal afirma que Lula tenta emprestar "seu pó mágico" para a petista."Com menos de três meses para a eleição presidencial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está tentando fazer o possível para que seu pó mágico grude em sua sucessora escolhida, Dilma Rousseff, para convencer eleitores a elegerem ela como a primeira presidente do Brasil, o maior país da América Latina.", diz a reportagem. "Analistas políticos dizem que Lula está se esforçando para eleger seu sucessor mais do que qualquer outro presidente em décadas. Mas ele passou dos limites. Autoridades eleitorais multaram Lula quatro vezes (sic) nos últimos meses por campanha antecipada em favor de Dilma", diz.Lula já recebeu, na verdade, seis multas pelo Tribunal Superior Eleitoral em razão de campanha antecipada, totalizando R$ 42,5 mil.O jornal destaca ainda que o presidente tentou tornar Dilma uma candidata viável ao lhe dar o controle do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)."Em campanha por Rousseff, sua ex-chefe da Casa Civil, o presidente desrespeitou leis eleitorais e creditou a ela programas e obras públicas realizadas durante seu governo". O jornal diz que a "popularidade sozinha pode não ser suficiente".

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eis a oportunidade-Lula não está atrás de oportunidades para aparecer como o líder mundial da paz? Eis uma.

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, deixou uma bela casca de banana para Hugo Chávez na despedida. Logo Uribe passa a faixa a Juan Manuel Santos, mas parece fazer questão de governar até o último dia.
Aqui uma curiosidade comum na política. Santos foi ministro linha-dura de Uribe. Da Defesa. Precisa dizer mais. Agora, como todo presidente fresquinho no cargo, fala macio. É aquela coisa bonita, o período idílico entre a eleição e a posse, quando você já é presidente mas ninguém ainda o cobra por nada. Daí que Santos apareça agora no noticiário como “moderado”. É de rolar de rir.
O que fez a Colômbia? Pediu uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) e acusou, com documentos que segundo ela comprovam a tese, a presença de bases guerrilheiras das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território venezuelano.
Bogotá não responsabilizou diretamente Caracas, mas chegou bem pertinho e criou o fato político.
Como dizia Ulysses Guimarães, quando sua excelência, o fato político, ganha pernas, ninguém segura.
Uribe desencadeou a crise e agora há duas maneiras de resolvê-la. Uma é demonstrar que as Farc não estão acantonadas na Venezuela. Se estiverem, a segunda solução é eliminar o quisto, para o que vai ser indispensável a ajuda de Chávez.
As Farc são um problema para a Colômbia, mas também começam a se transformar num grave estorvo para o presidente da Venezuela.
Sua reação ultrassensibilizada às acusações colombianas tem motivo: se se verificar que há cobertura oficial para operações das Farc em território venezuelano, o regime de Caracas será instado a dar um jeito nisso.
E Chávez teria que optar entre dois caminhos: neutralizar as Farc em seu território ou transformar-se em alvo político e militar.

Tudo muito complicado. Não se pode afirmar que as Farc estejam aliadas operacionalmente a Chávez, mas é razoável dizer que elas pertencem ao mesmo campo estratégico do dirigente venezuelano. O bolivarianismo revolucionário como fio condutor do confronto continental contra os Estados Unidos.
Chávez está entre a cruz e a espada. Daí ter reafirmado nos últimos dias que as Farc precisam abandonar a luta armada, pois o caminho escolhido por elas na Colômbia — sempre segundo ele — não atingirá os objetivos políticos, elas não chegarão ao poder.
Ao contrário, diz Chávez, a permanência da guerrilha associada ao narcotráfico abrirá cada vez mais espaço para que a presença militar dos Estados Unidos no noroeste continental seja recebida com naturalidade.
Em resumo, Chávez deseja que as Farc se rendam (mesmo que a rendição venha embrulhada num papel bonito), para reduzir as ameaças externas a ele, Chávez. Precisa ver se o pessoal da guerrilha topa.
O melhor para Chávez seria não precisar fazer nada contra as Farc em território venezuelano, mas isso exige uma solução política definitiva para a guerra civil na Colômbia. Pois se a Venezuela tem o direito de defender sua soberania, a Colômbia também tem.
Ainda que os amigos de Chávez — inclusive no Brasil — pareçam desconhecer isso. Nossa diplomacia enveredou por uma doutrina de princípios flutuantes. Direitos Humanos? Autodeterminação? Estão valendo, mas só quando beneficiam os amigos.
Como reagiria Chávez se a Colômbia desse guarida a um movimento guerrilheiro voltado para destruir o Estado bolivariano?
E o Brasil? Está razoavelmente bem colocado para ajudar na pacificação. O problema é que — assim como na bomba nuclear iranaia — só lero-lero e boas intenções não vão bastar. O novo presidente colombiano tem capital político para conviver com alguma conversa fiada, durante um tempo. Depois a vida seguirá o curso natural.
Aliás, por que o Brasil, tão ativo para em assuntos distantes, não se oferece para liderar uma comissão internacional (pode até ser da Unasul) encarregada de verificar os documentos e as evidências apresentados pela Colômbia, e também de inspecionar as áreas na Venezuela onde Bogotá diz que as Farc estão acantonadas?
Visto que Luiz Inácio Lula da Silva não pode ser apontado como um “agente do império”, acho que Chávez não vai se incomodar.
Lula não está atrás de oportunidades para aparecer como o líder mundial da paz? Eis uma.

domingo, 25 de julho de 2010

Lobão e aliados montam esquema para ter domínio sobre Serra Pelada

Uma operação articulada pelo senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão está por trás do projeto de retomada da exploração de ouro no lendário garimpo de Serra Pelada, no sul do Pará. A operação envolve pagamentos suspeitos a cabos eleitorais de Lobão e um emaranhado de empresas - algumas de fachada - abertas no Brasil e no Canadá.
O projeto de retomada da exploração do garimpo ganhou força quando Lobão esteve no comando do ministério, de janeiro de 2008 a março deste ano. Com aval do governo, a exploração será feita pela Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, empresa criada a partir de um contrato entre a desconhecida Colossus Minerals Inc., com sede em Toronto, no Canadá, e a Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), que reúne 40 mil garimpeiros e detém os direitos sobre a mina.
Este ano, por duas vezes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a programar visita a Serra Pelada para anunciar a reabertura do garimpo. Mas as duas viagens foram canceladas de última hora. Nas palavras de um auxiliar do presidente, a desistência se deu porque o Planalto avaliou que o acordo com a Colossus é prejudicial aos garimpeiros. "Os leões querem ficar com todo o ouro", disse o assessor.
Por ordem da Presidência, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e o ministério tiveram de firmar um termo de compromisso com a Colossus em que a empresa canadense se compromete a ajustar cláusulas do contrato com potencial de prejuízo aos garimpeiros. Até o fechamento desta edição nada havia mudado.
Como senador e depois como ministro, Lobão atuou pessoalmente em várias frentes, dentro e fora do governo, para possibilitar o negócio. Primeiro, operou para formalizar a Coomigasp como proprietária do garimpo.
Nos bastidores, ainda em 2007, como senador, Lobão atuou para conseguir que o governo federal convencesse a Vale, até então detentora da mina, a transferir à cooperativa seus direitos de exploração de ouro e outros metais nobres em Serra Pelada. A Vale submeteu a proposta a seu conselho de administração, que concordou em atender ao pedido de Brasília e, em fevereiro de 2007 assinou um "termo de anuência" repassando à cooperativa dos garimpeiros o direito de explorar a mina principal.
No ano passado, já com Lobão ministro, o governo fez nova gestão em favor do negócio e obteve da Vale os direitos sobre mais 700 hectares de Serra Pelada.
Ao Estado, o secretário de Geologia e Mineração, Claudio Scliar, que elogia o desempenho de Lobão na condução da reabertura de Serra Pelada, admitiu ser amigo de geólogos brasileiros que integram o comando da Colossus, como Pérsio Mandetta, Darci Lindenmeyer e Augusto Kishida. "O Darci chegou a ser meu chefe no passado", diz.
Controle. Garantido formalmente o direito da Coomigasp de operar no garimpo, Lobão lançou outra ofensiva. Desta vez, para tomar o controle da cooperativa. Num processo conturbado, marcado por ações judiciais e violência, garimpeiros do Maranhão ligados ao ex-ministro conseguiram assumir a Coomigasp.
É justamente nessa época que surge a Colossus. A proposta de contrato com a empresa foi aprovada a toque de caixa pelos associados da cooperativa. Pelo acerto, a Colossus entra com capital e tecnologia e a cooperativa cede seus direitos sobre a mina. Pesquisas autorizadas pelo DNPM indicam haver pelo menos 20 toneladas de ouro no subsolo de Serra Pelada. Geólogos com acesso às sondagens mais recentes afirmam, porém, que a quantidade pode passar de 50 toneladas.
O potencial de sucesso da mina é a principal razão da trama. Um ex-funcionário do gabinete de Lobão no Senado encarregou-se de articular e defender o contrato com a Colossus. Antonio Duarte, que se apresenta como assessor do ex-ministro, chegou a criar uma entidade, a Associação Nacional dos Garimpeiros de Serra Pelada (Agasp-Brasil), para funcionar como linha auxiliar da Coomigasp na defesa do consórcio.
No escritório em Brasília que serve como sede da Agasp e sucursal da Coomigasp, fotos de Lobão na parede evidenciam a relação de proximidade entre o ex-ministro e os encarregados de tocar o negócio com a empresa canadense.
"Quem é contra esse projeto é contra os garimpeiros", diz Raimundo Nonato Ramalho, de 77 anos, vice-presidente da Agasp, apontando para um dos quadros de Lobão. "Esse aí é o nosso patrono, o melhor ministro de Minas e Energia que o Brasil já teve porque conseguiu reabrir Serra Pelada."
Antônio Duarte, o presidente da associação, não é o único egresso do Senado. Na joint venture surgida da associação da Colossus com a Coomigasp, há outro ex-funcionário da Casa, o advogado Jairo Oliveira Leite. Também ligado a Lobão, Leite representa a cooperativa de garimpeiros na direção da companhia.
Além de facilitar o negócio a partir do cargo, o ex-ministro e candidato à reeleição ao Senado chegou a participar pessoalmente das articulações em torno do negócio. O Estado teve acesso a um vídeo que mostra Lobão, no ministério, reunido com representantes da Colossus e da Coomigasp para tratar da parceria.
Lama. Apesar do discurso de que o consórcio com a Colossus traria bons resultados, o texto inicial do contrato firmado entre a cooperativa e a empresa canadense já indicava prejuízo para os garimpeiros: eles ficam, literalmente, com a lama da mina e com uma fatia menor do lucro.
A Colossus já entrou na sociedade com 51% de participação na nova empresa. A Coomigasp ficou com 49%. Pouco depois, sempre com a anuência dos diretores da cooperativa ligados a Lobão, a Colossus conseguiu ampliar sua participação para 75%. 

Começam exercícios militares conjuntos entre EUA e Coreia do Sul

SEUL- Os Estados Unidos e a Coreia do Sul começaram na noite deste sábado, 24 (manhã de domingo pelo horário local) seus exercícios militares conjuntos no Mar do Japão, segundo a imprensa sul-coreana, em manobras que provocaram ameaças de uma "potente dissuasão nuclear" da Coreia do Norte.
Os exercícios militares conjuntos tem como objetivo "enviar uma mensagem forte" a Pyongyang, de acordo com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, e o ministro de Defesa sul-coreano, Kim Tae-Young.
As manobras, que durarão três dias, poderão dar relevo à determinação dos países de "enfrentar qualquer tipo de ameaça que a Coreia do Norte possa representar".
Elas são uma resposta ao naufrágio de um navio de guerra sul-coreano que deixou 46 mortos em março. Uma investigação internacional liderada por Seul concluiu que o afundamento foi provocado por um torpedo norte-coreano, o que Pyongyang nega.
No sábado, a Coreia do Norte advertiu que está preparada para uma "guerra santa de represálias", segundo a agência KCNA, que cita a Comissão de Defesa Nacional, presidida pelo número um do regime comunista, Kim Jong-il.
Retomando a expressão usada na sexta-feira, a Coreia do Norte voltou a ameaçar responder os exercícios conjuntos com "fortes medidas físicas".
"O Exército e o povo da Coreia do Norte responderão legitimamente com sua potente dissuasão nuclear os grandes exercícios de guerra nuclear que serão realizados pelos EUA e as forças títere da Coreia do Sul", afirmou a Comissão de Defesa Nacional, de acordo com a KCNA.
Na demonstração de força, Seul e Washington usarão 200 aviões, 20 navios de guerra, 8.000 efetivos e o gigantesco porta-aviões USS George Washington.

sábado, 24 de julho de 2010

Jornal argentino chama escolha do técnico da seleção brasileira de "papelão mundial"

"Um papelão mundial", estampou a edição deste sábado do diário argentino "Olé" sobre a definição do novo treinador da seleção brasileira. A reportagem, publicada antes do "sim" de Mano Menezes, comparou a situação a uma telenovela."Meio da tarde, horário típico de telenovela. Brasileira, claro. Drama, paixão, sofrimento. Não, não é "Xica da Silva", tampouco "Terra Nostra". A novela que mantém o Brasil inteiro ligado tem a ver com o 'ferro quente' que é sua seleção de olho na Copa de 2014", escreveu o mais popular jornal esportivo do país. "Ontem [sexta], tudo parecia que Muricy Ramalho, técnico do Fluminense, assumiria o cargo. Todos os veículos brasileiros anunciaram a notícia com pompa e circunstância. Tudo muito lindo, mas, como toda novela, lhe faltava um drama. Como aconteceu há quatro anos na Argentina, quando Basile era o técnico do Boca e foi chamado para a seleção, no Brasil ocorreu o mesmo. Porém, o final foi distinto", completou o "Olé".
A publicação se referiu à recusa do profissional e mencionou uma entrevista concedida por ele "meses atrás" ao site da Fifa, onde teria dito não ser possível negar um chamado da seleção e que isso se tratava de um "obsessão". "Bem que Parreira destacou: quem assumir esse cargo vai sofrer um massacre", finalizaram os argentinos.

A nova bravata de Chávez

Diante das evidências contundentes sobre a presença de 1.500 guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território venezuelano, apresentadas à Organização dos Estados Americanos (OEA), o presidente Hugo Chávez reagiu na sua típica maneira destemperada: invocando a "dignidade" nacional, rompeu relações diplomáticas com o governo de Bogotá e ordenou às Forças Armadas que entrassem em "alerta máximo" na fronteira entre os dois países.
A dignidade da Venezuela estaria mais bem servida se, em primeiro lugar, tivesse um dirigente que não se comportasse como um histrião. Mas Chávez armou o cenário para o anúncio da ruptura com a participação, que acabou sendo ridícula, de seu "correligionário" argentino Diego Maradona, que com ar estuporado ouviu a catadupa de impropérios que dirigiu ao presidente colombiano Álvaro Uribe. Essa foi a resposta às provas exibidas na OEA de que continua dando guarida ao bando de narcotraficantes em que se transformaram as antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, que desgraçaram a nação vizinha antes de serem acuadas pela tenaz política de segurança adotada por Uribe.
"A Venezuela deveria romper relações com as gangues que sequestram, matam e traficam drogas, e não com um governo legalmente constituído", comentou o embaixador colombiano na OEA, Luis Alfonso Hoyos. Foi na sede da OEA, em Washington, que os representantes colombianos exibiram vídeos, mapas e fotos aéreas indicando a localização dos acampamentos das Farc e do Exército de Libertação Nacional (ELN).
"São ao menos 87 estruturas completamente armadas em território venezuelano", descreveu Hoyos. Os acampamentos "continuam se consolidando". Nas regiões do país onde se instalaram, geralmente em locais fronteiriços, os farquistas não se conduzem como se estivessem batendo em retirada ou apenas se reagrupando. Controlam com mão de ferro as desafortunadas populações, a ponto de lhes impor o toque de recolher a cada dia.
Foi essa realidade que a Colômbia buscou descortinar na reunião de emergência da OEA, convocada a seu pedido. Além disso, representantes de Bogotá exortaram Chávez a permitir que observadores estrangeiros visitassem as áreas onde se situam os santuários das Farc. Para surpresa de ninguém, a Venezuela se recusou a fazê-lo, o que dá a devida dimensão a suas tentativas de desmentir fatos que constituem uma clara violação das normas da Carta da OEA sobre a convivência pacífica dos países do Hemisfério.
A bravata do rompimento vem sendo, em geral, interpretada como a reencenação do velho truque da transmutação do agressor em vítima. A plateia a que o caudilho se dirige é a população venezuelana. Já se apontou neste espaço a urgência de Chávez em fabricar inimigos internos (a imprensa, a Igreja, o empresariado) e externos (o "Império" e a Colômbia) para mascarar o estado pré-falimentar a que as suas políticas "bolivarianas" reduziram a economia nacional, em recessão pelo segundo ano consecutivo. Ele teme o troco do povo nas eleições legislativas de setembro.
Se os motivos de Chávez são claros, os de Uribe suscitam controvérsias. Segundo uma versão, ele teria resolvido levar o venezuelano ao pelourinho a duas semanas da transmissão do poder ao sucessor Juan Manoel Santos, o ex-ministro a quem apoiou na campanha, para sabotar a sua anunciada política de distensão com a Venezuela. Mais convincente, talvez, parece ser a hipótese de que, tendo só agora reunido as condições para denunciar a proteção chavista às Farc, Uribe quis fechar um ciclo no contencioso bilateral e deixar o campo livre para Santos fazer nova política na matéria.
De seu lado, o governo brasileiro, que até há pouco preferia se envolver nos conflitos do Oriente Médio em vez de se voltar para tensões na vizinhança, mais do que depressa anunciou a intenção de agir como mediador entre Colômbia e Venezuela. Antes tarde do que nunca, seria o caso de dizer, se a oferta já não estivesse contaminada pelas manifestas simpatias do presidente Lula e do seu entorno pelo autocrata venezuelano.

Aeroportos já contam com juizados especiais

BRASÍLIA, SÃO PAULO e RIO. Começaram a funcionar ontem, inicialmente por seis meses, os juizados especiais nos cinco aeroportos mais movimentados do país: Galeão, Santos Dumont, Guarulhos, Congonhas e Brasília.
O objetivo é resolver, por meio de conciliações rápidas entre passageiros e companhias aéreas, problemas de overbooking, atrasos e cancelamentos de voos e extravio de bagagens.

O passageiro não precisa de advogado.
As unidades vão atuar com juiz virtual. Ou seja, o juiz não estará presente fisicamente o tempo todo, mas poderá ser contactado pelos conciliadores pela internet a qualquer momento. Nos terminais que operam voos internacionais, o expediente será de 24 horas.
Na cerimônia de instalação dos juizados nos aeroportos em Brasília, da qual a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não participou, o corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Gilson Dipp, destacou que o objetivo é a conciliação.
— Sempre que for necessário, o juiz estará fisicamente presente. A informática está modernizando o Judiciário. É possível decidir à distância, basta que a demanda seja apresentada — afirmou o ministro, que reconheceu que os aeroportos do Brasil precisam melhorar sua infraestrutura.
Ele destacou que a instalação de juizados é uma alternativa à falta de ação dos órgãos do setor, sobretudo no momento em que a Anac ampliou os direitos dos passageiros.
— Os serviços nos aeroportos não dependem só da Infraero, mas da cooperação de todos os órgãos que atuam nos terminais.
Os juizados vão facilitar muito — disse o presidente da Infraero, Murilo Barboza.
A sala do juizado especial no aeroporto de Brasília começou a funcionar às 14h40. Em menos de duas horas de funcionamento, foram registradas três queixas.
Até as 18h30m, eram dez. A maior parte delas (sete) não foi resolvida na hora.
Marco Antonio Borges foi um dos primeiros usuários a pedir ajuda. Ele contou que o voo da WebJet de Belo Horizonte para Brasília partiu com quatro horas de atraso e acabou perdendo uma entrevista agendada para quinta-feira, na embaixada americana.
Agora, não poderá voltar para Nova York no domingo, onde trabalha como técnico de eletroeletrônica.
— Aguardo um retorno da embaixada, mas, com certeza, não conseguirei embarcar no domingo — disse ele, que teve a opção de acordo com a empresa, mas preferiu aguardar uma resposta da embaixada.
Os juizados funcionaram durante a crise aérea e, segundo levantamento do CNJ, entre outubro de 2007 e março de 2008, foram registradas 15.213 queixas, que resultaram em 1.658 acordos e 7.519 processos.
Em SP, atendimento começou de forma precária O juizado especial do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, começou a funcionar ontem de forma precária.
Apenas três funcionários do Tribunal de Justiça e um do Tribunal Regional Federal faziam o atendimento, que começou com atraso de 30 minutos em relação ao horário previsto (14h). A sala, cedida pela Infraero, ainda tinha fios pelo chão, parafusos e muitas caixas. O primeiro passageiro só foi atendido perto das 15h.
A professora Cristiane Prata Ribeiro, de 32 anos, estava desesperada depois que perdeu um voo da TAM para Aracaju (SE). Em São Paulo para o enterro da irmã, Cristiane perdeu o voo porque não foi avisada a tempo sobre a mudança do portão de embarque: — Cheguei no aeroporto bem antes do voo. Fiz logo o check in e fiquei esperando no portão indicado no bilhete. Disseram que avisaram pelo alto-falante a mudança do portão, mas não ouvi e perdi o voo. Estou sem dinheiro para comer, sem crédito no telefone e preocupada com o horário de chegada em Aracaju.
Depois da reclamação no juizado especial, a TAM pagou uma refeição para Cristiane, mas não quis arcar com os custos extras com o táxi. Cristiane abriu, então, um processo contra a empresa.
Em Congonhas, o juizado especial funcionará das 10h às 19h.
Já em Cumbica, o funcionamento será 24 horas. Ontem, porém, o serviço em Cumbica seria encerrado no início da noite.
No Rio, não houve reclamações nos juizados dos aeroportos Santos Dumont e do Galeão à tarde. Duas passageiras chegaram a pedir informações na unidade do Santos Dumont após a inauguração, às 14h, mas seus casos não podiam ser resolvidos no juizado. A unidade do Galeão só começou a funcionar às 18h.
O juizado especial do Galeão fica no segundo andar, ao lado do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTUR). O atendimento será feito por dois conciliadores e dois atendentes.
Já a unidade do Santos Dumont fica no salão de embarque e conta também com dois conciliadores e dois atendentes. Lá, o juizado vai funcionar todos os dias da semana das 6h às 22h. A juíza Isabela Lobão, titular do 20oJuizado Especial Cível, na Ilha do Governador, será a responsável pelos dois juizados no período do dia. Por meio de um sistema on-line, avalizará as conciliações feitas e tomará decisões. Após as 18h, o responsável será um magistrado do plantão judiciário.
No Rio, companhias serão chamadas para colaborar O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Zveiter, convocou para quarta-feira reunião com as companhias aéreas para que assinem um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) em que se comprometem a colaborar com os juizados.
— As companhias não poderão se recusar a atender a uma convocação dos juizados.
O representante das empresas será intimado a comparecer.
Caso se recuse, poderá vir até algemado, se for necessário

Contratações e voos reforçam a demanda-SETOR EM EXPANSÃO

São Paulo - O lançamento de voos é outro artifício que vem sendo usado para atender a um crescimento de demanda. Além de frequências para cidades já exploradas, algumas empresas abriram rotas para lugares onde ainda não operavam.A TAM começou a voar para Cabo Frio, no Rio de Janeiro, e iniciará em dezembro suas operações em Bogotá, na Colômbia. O especialista em aviação Paulo Sampaio, da consultoria Multiplan, destaca que a oferta de assentos pelas companhias aéreas deve continuar crescendo, pois além de novas frequências, novos aviões ou serão incorporados às frotas ou substituirão aeronaves menores.A oferta de assentos por quilômetro voado (ASK, na sigla em inglês), cresceu 19,53% no primeiro semestre, comparativamente a igual intervalo de 2009. Com relação ao movimento nos aeroportos brasileiros, que foi de 27,58% no período, deve ficar na faixa de 20% no segundo semestre, na avaliação de Sampaio. Ele espera que nos próximos três anos este mercado cresça em torno de 18% anualmente. A melhora "significativa" do cenário, como lembrou Caio Dias, analista de transportes do banco Santander, também incentivou a retomada das captações pelas aéreas.A Gol anunciou neste mês uma oferta de notas seniores, no exterior, no valor aproximado de US$ 400 milhões. Os papéis vencem em 2020 e servirão ao propósito de melhorar o endividamento da empresa, já que cobrirá dívidas que vencerão nos próximos três anos. No final de 2009, a TAM havia colocado US$ 300 milhões em bônus de dez anos. Com a "casa arrumada" e diante das boas perspectivas de mercado, as empresas voltaram a contratar.Conforme o presidente do Centro Educacional de Aviação do Brasil (CEAB), Salmeron Cardoso Junior, a procura de companhias aéreas por profissionais especializados está em franca expansão. Em sua escola, que forma tripulantes para as aeronaves, houve um incremento de 30% na procura de alunos pelas empresas de aviação no primeiro semestre, comparativamente a igual intervalo de 2009. O executivo espera formar, neste ano, 1.800 comissários, contra 1 500 profissionais no ano anterior. "A NHT Linhas Aéreas (empresa de aviação regional sediada em Porto Alegre) é uma das empresas que está contratando. Com a maturidade do setor e melhora das perspectivas, amparadas pelo maior poder de compra das classes C e D, as empresas tendem a explorar mercados maiores", avalia.Entraves-Apesar do otimismo generalizado para a aviação, analistas alertam que o crescimento do setor aéreo tem um limite que não pode ser ignorado: a infraestrutura aeroportuária e o controle de tráfego aéreo."Quem determinará o limite não será a demanda, e sim a infraestrutura", destaca o analista de transportes do banco Santander, Caio Dias.Se a demanda continuar crescendo e os problemas estruturais não forem solucionados, no médio e longo prazos o preço das passagens terá de ser elevado, constata Dias. Por ora, ele acha que 2010 fechará com estabilidade nos preços ante 2009, de R$ 0,20, em média, pago por quilômetro voado.Na opinião de Respício do Espírito Santo Junior, do Instituto Cepta e UFRJ, não adianta as empresas ampliarem suas frotas e o governo abrir a possibilidade de mais capital estrangeiro nas aéreas (está para ser aprovada a ampliação de 20% para 49% destes investidores), se não há aeroportos e espaço aéreo. "Este é um problema que deve ser resolvido pelo governo. O crescimento do mercado poderia ser bem maior", afirma.Na avaliação do especialista em aviação Paulo Sampaio, da consultoria Multiplan, o governo precisa fazer valer as projeções "generosas" traçadas para o mercado de aviação.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Haiti precisará da ONU por "um bom tempo"--general Luiz Guilherme Paul Cruz

SÃO PAULO (Reuters) - O Haiti terá de contar com a ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU) ainda "por um bom tempo" e a redução do efetivo militar da entidade dependerá da evolução institucional no país, inclusive com as eleições presidencial e legislativa marcadas para o fim de novembro deste ano, segundo o comandante militar da missão de paz da ONU.
O general Luiz Guilherme Paul Cruz, que comanda os cerca de 7.800 militares --a maioria brasileiros--, que compõem as tropas da Minustah (sigla para Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), disse em entrevista à Reuters nesta quinta-feira que os haitianos retornam pouco a pouco à normalidade, cerca de seis meses após um devastador terremoto que matou cerca de 225 mil pessoas e deixou 1,5 milhão desabrigadas.
"Eu vejo sim esse desenvolvimento em todo o país, vejo uma melhoria a toda a hora, mas o país vem de uma base bastante frágil. Em função disso, a missão das Nações Unidas, vai permanecer aqui por um bom tempo", disse Paul Cruz, que assumiu o comando militar da Minustah em abril, mas já havia comandado o batalhão brasileiro no Haiti.
"Eu não estou falando sobre a questão de segurança e estabilidade, porque assim que forem atingidos novos patamares, o perfil da missão vai sendo alterado", acrescentou.
De acordo com o general, assim que a Polícia Nacional do Haiti atingir um efetivo de 14 mil homens, ela passará a ter controle da segurança do país. "Eles estão com por volta de 9 mil, caíram um pouquinho agora, mas estão nessa fase", contou.
"Aí, tudo depende do entendimento político... da liderança do país poder conduzir o país dentro do jogo democrático", avaliou para, em seguida, acrescentar que uma eventual redução no número de militares boinas azuis no país "não tem data".
Além da devastação, que destruiu até o palácio presidencial, os tremores que atingiram o país em janeiro também trouxeram preocupações de segurança. Líderes de gangues armadas que estavam presos fugiram da principal prisão de Porto Príncipe, detruídadestruída pelo terremoto, e os relatos de violência nos acampamentos improvisados para os refugiados aumentaram.
"Hoje nós estamos numa situação de estabilidade que permite o desencadeamento dos trabalhos da reconstrução do Haiti e do governo do Haiti, e o desencadeamento do processo eleitoral, que vai ocorrer no final do ano para a passagem do governo no próximo ano", disse.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ação popular cobra da Coelce ressarcimento de contas-ENERGIA ELÉTRICA

Parlamentares cearenses ajuizaram, na tarde de ontem, na Justiça Federal, uma ação popular contra as 72 concessionárias de energia elétrica em todo o País, incluindo a Companhia Energética do Ceará (Coelce), a União e contra a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Subscrita pelos advogados Cláudia Santos e Odijas Frota, a ação pede à Justiça que determine às concessionárias o ressarcimento aos consumidores, de cerca de R$ 8 bilhões, que foram cobrados a mais, em decorrência de erros na metodologia de cobrança, desde 2002.O requerimento tem por base um documento do Tribunal de Contas da União (TCU), que detectou, no ano passado, erros nos cálculos de cobrança das tarifas de energia. Conforme relatório do TCU, nos contratos originais da Aneel com as concessionárias, o reajuste concedido anualmente fazia com que as distribuidoras incorporassem ganhos que tinham com o crescimento de seu mercado, sem reparti-los com o consumidor."Queremos que os valores cobrados a maior, desde 2002, sejam reembolsados ou compensados nas próximas contas, a critério do consumidor", defendeu Cláudia Santos. E, para que esse tipo de erro não mais ocorra, acrescenta a advogada, a Ação Popular requer a nulidade das cláusulas contratuais que beneficiaram as empresas, em detrimento dos usuários.Proposta em conjunto pelos deputados federal e estadual cearenses, respectivamente, Chico Lopes e Lula Morais, a ação pede a Antecipação de Tutela, para que as tarifas de energia sejam revistas, extraordinariamente, antes do próximo reajuste, como forma de compensar parte dos valores pagos a maior. "Pedimos ao juiz a Antecipação de Tutela para que a decisão pelo ressarcimento seja determinada antes do julgamento do mérito da ação.Um só processoA medida, explica Cláudia Santos, tem o objetivo de agilizar a devolução do dinheiro pago a mais nas contas de luz. Ela reconhece que uma única ação contra as 72 concessionárias de energia do País, por meio de um único processo, pode levar vários anos para ser julgada."Acreditamos que, através de uma ação conjunta, que beneficie todos os usuários brasileiros, poderemos envolver a militância de cada Estado, para pressionar politicamente a Justiça", justifica Chico Lopes. A advogada explica ainda, que a Aneel está sendo citada na ação, porque é um órgão Federal "que tem a obrigação de regular e fiscalizar e não o fez".Por meio de nota, a Coelce afirma que em referência "ao processo de ressarcimento, a Aneel já se pronunciou sobre o assunto, esclarecendo que não houve erro no cálculo da tarifa. E como empresa regulada, a distribuidora cumpre o que for determinado pela Agência Nacional". Segundo a Coelce, "as condições do reajuste e revisão de tarifas de energia elétrica estão dispostas no Contrato de Concessão e nas Leis Federais e Resoluções da Aneel, que foi consultada, mas não retornou.

Começa a 19ª edição do Fortal

A 19ª edição do Fortal, a maior micareta fora de época do Brasil, começa hoje. O primeiro bloco a desfilar será o Aviões Elétrico, puxado pela banda Aviões do Forró, a partir das 20h15. A organização do evento, entretanto, alerta a todos que pode haver mudanças nos horários.Ontem, o dia foi de grande movimentação na Cidade Fortal, localizada na Avenida Engenheiro Santana Júnior, logo depois da Cidade 2000. Para montar o gigantesco equipamento numa área total de 140 mil metros quadrados, metade dos quais destinados apenas para estacionamento, cerca de mil homens trabalharam duro nos últimos 30 dias.Foi o caso de Cláudio da Conceição, 34 anos, e que há 10 trabalha na função de montar estruturas metálicas. "A mão-de-obra é grande, mas vale a pena quando está concluído. A gente tem a certeza de que o esforço não foi em vão", garante Cláudio. O operário frisa que este é o terceiro ano seguido que é escalado para fazer parte do grupo que realiza a montagem das arquibancadas. "É uma responsabilidade muito grande, pois muita gente vai usá-las, e não podemos deixar de observar todos os detalhes para que tudo saia bem. Até hoje, graças a Deus, tudo correu normalmente".Quem também tem experiência de sobra é o baiano José Augusto Santana. A exemplo de Cláudio, ele é funcionário da empresa de montagem. "Tenho experiência de montagem já há 12 anos só no Fortal, desde a época em que a festa acontecia na Avenida Beira-Mar", destaca José Augusto.Mais trabalho-Para quem vai brincar nos quatro dias de micareta, a festa acaba no próximo domingo. Para os trabalhadores responsáveis pelo soerguimento da Cidade Fortal, nada disso.Muito pelo contrário. Além de serem obrigados, por dever profissional, a ficar durante toda a festa fazendo a vistoria dos equipamentos, os operários passarão mais 15 dias desfazendo o que realizaram. Mas, dizem, fazem tudo com muito prazer."É isso mesmo. Quando o pessoal está preocupado com a folia, a gente pega no pesado. Mas tudo bem, depois teremos nossos dias de folga", conclui, satisfeito, José Augusto.Programação-Nesta quinta feira, depois do bloco Aviões, será a vez do Nana Banana, embalado por uma das maiores atrações da festa e a única a se apresentar todos os dias, o Chiclete com Banana. Por fim, para o corredor da folia virar boate, conforme os organizadores, a noite será encerrada com "Ian Carey nas picapes do Mucuripe Sensation".Amanhã, as atrações são Banda Eva (bloco Eh Loco), Sirigüella (Chiclete com Banana) e Asa de Águia (Cerveja & Coco); no sábado, Jammil e Uma Noites (Eh Loco), Chiclete com Banana (Sirigüella) e Ivete Sangalo (Cerveja & Coco). No domingo, Banda Eva, Chiclete com Banana e Asa de Águia.

Continua impasse para abertura da Copa-2014; veja estádios que podem ser opção

Nesta quinta-feira, o Governador de São Paulo, Alberto Goldman, voltou a afirmar que não será gasto dinheiro público para que o estado receba a Copa-2014, sediada no Brasil, e que confia que investidores viabilizem o recebimento da partida inaugural em São Paulo.
Goldman também afirmou que existe a possibilidade de construção de um novo estádio na capital paulista, com verba privada, para a abertura. Goldman disse que 'paira no ar' a possibilidade de investidores privados buscarem a construção.É do interesse de todos que São Paulo receba a Copa, inclusive da CBF. Todos nós estamos convictos que São Paulo deve receber a abertura', disse.
Até agora, não está definida a cidade que receberá o jogo de abertura da Copa do Mundo-2014. Veja abaixo algumas opções

Novo texto evita conflitos com militares -programa de governo de Dilma Rousseff

Além de retirar ou amenizar de texto original entregue à Justiça Eleitoral propostas consideradas radicais, o PT alterou na segunda versão do programa de governo de Dilma Rousseff questões sobre direitos humanos, fazendo concessão à área militar.
Na segunda versão, entregue horas depois de o PT apresentar o texto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no dia 5 de julho, o partido mudou pontos polêmicos, como a questão da homossexualidade nas Forças Armadas e o esclarecimento de crimes ocorridos na ditadura.
O texto inicial pedia que as Forças combinassem disciplina militar com "relações democráticas que devem marcar a sociedade moderna", como relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. O novo excluiu o termo "diversidade homoafetiva".
O texto também aborda a abertura dos arquivos da ditadura e da instalação da Comissão da Verdade para apurar crimes políticos. O PT, no entanto, optou por não defender explicitamente o "esclarecimento público" de crimes do regime militar.
O coordenador do programa de governo de Dilma, Marco Aurélio Garcia, minimizou a retirada dos pontos.
Ele disse que não sabe se essas questões serão tratadas na terceira versão do programa, que será finalizada em agosto com os aliados. "Não há recuo porque o programa de governo ainda não está pronto", disse.

Aeroportos da Copa estão sem os projetos básicos e com prazos fictícios

BRASÍLIA - Documento da Infraero, estatal que controla os aeroportos do País, prevê intervalo de apenas seis meses entre o início da elaboração do projeto, recém-licitado, e o início das obras do terceiro terminal de passageiros do aeroporto internacional de Guarulhos.
Essa é a obra mais cara do pacote destinado às cidades-sede da Copa, e seu cronograma – difícil de ser cumprido - dá uma ideia dos riscos de os investimentos de R$ 5 bilhões programados pelo governo até 2014 não ficarem prontos a tempo.No intervalo de seis meses previsto no cronograma do aeroporto de Cumbica, os projetos terão de ser detalhados e uma nova licitação precisará ser feita para a obra bilionária. Dos 13 aeroportos que passarão por obras em 12 cidades-sede até a Copa, são quatro os que nem sequer contam com projetos até agora, mostra documento da Infraero a que o Estado teve acesso.
Um número ainda maior de aeroportos do pacote (sete) têm o início das obras programado entre janeiro de 2011 e fevereiro de 2012, a pouco mais de um ano da Copa das Confederações, torneio que antecede a Copa.
O único aeroporto que já tem obras iniciadas é o Galeão, no Rio de Janeiro, mas já com atraso registrado em relatório do Tribunal de Contas da União (TCU).
Entre os aeroportos que receberão investimentos por causa da Copa, o novo aeroporto de Natal, São Gonçalo do Amarante, enfrenta situação particular. Por ora, a obra da pista avança sem definição de quem vai construir e operar o terminal de passageiros para o embarque e o desembarque dos voos. O aeroporto será objeto de concessão à iniciativa privada – a primeira do país –, cujo modelo ainda passa por definição no governo.
Há duas semanas, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, apontou os aeroportos como o principal obstáculo à infraestrutura do próximo mundial. "Os três grandes problemas que temos para a Copa são aeroporto em primeiro, aeroporto em segundo e aeroporto em terceiro".
O presidente Lula reagiu e chamou de "descabida" a preocupação com os preparativos da Copa. Documentos da Infraero mostram, porém, que há motivos para a inquietação.
Questionada, a estatal respondeu, por meio da assessoria, que "se empenha" em realizar os trabalhos previstos em seu plano de investimentos. Sobre a obra em Cumbica, a Infraero informou que pode começar a construção do terceiro terminal sem que o projeto esteja completamente concluído, porque a obra tem mais de uma fase. O cronograma prevê o início das obras em janeiro do ano que vem.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Japão propõe transmissão de jogos em 3D em 400 estádios do mundo

OSAKA, Japão (AFP) - O Japão, que recebe desde segunda-feira uma comissão de inspeção da Fifa, propõe em seu expediente de candidatura para a organização do Mundial de 2022 a projeção em 3D das partidas em 400 estádios dos 208 países-membros do órgão diretor do futebol mundial.Segundo seu projeto, "Festa universal de torcedores", o Japão, que atuou na organização do Mundial de 2002 com a Coreia do Sul, prometeu investir seis bilhões de dólares para permitir que 360 milhões de espectadores de 208 países-membros da Fifa acompanhem por telões instalados em 400 estádios as transmissões em 3D dos jogos do Mundial de 2022.
Mas, além disso, se os progressos tecnológicos permitirem, estas partidas serão transmitidas até mesmo no gramado. Desta forma, os espectadores que estiverem a milhares de quilômetros do local da partida, terão a sensação de estarem assistindo a um jogo 'original'.
Após sobrevoar de helicóptero o local em Osaka escolhido para a construção de um estádio com capacidade para 83.000 lugares, previsto para abrigar a abertura e a final do Mundial de 2002, caso o Japão seja escolhido para organizar o torneio, os dirigentes japoneses se mostraram satisfeitos.
"Os cinco membros da comissão leram bem nosso expediente e agora têm um conhecimento melhor do conceito proposto pelo Japão", declarou Motoaki Inukai, presidente da Federação Japonesa de Futebol, em entrevista coletiva.
Os membros da comissão, dirigida pelo presidente da Federação Chilena de Futebol, Harold Mayne-Nicholls, devem visitar na quarta-feira a sede de Tóquio, isto é, o estádio de Saitama, que poderá servir para realizar o sorteio da competição.
Japão, Austrália, Coreia do Sul, Qatar e Estados Unidos são candidatos para sediar o evento planetário de 2022, enquanto Inglaterra, Estados Unidos, Rússia, Austrália, Bélgica e Holanda (candidatura comum), bem como Espanha e Portugal (candidatura conjunta), são para 2018.

Ação contra Google visa combater crimes de pedofilia

A Procuradoria Geral do Estado do Rio (PGE-RJ) abriu processo contra o Google por corresponsabilidade nos crimes de pedofilia, difamação, apologia ao crime, falsa identidade, entre outros, no site de relacionamentos Orkut. Na ação impetrada na 10ª Vara da Fazenda Pública, a PGE-RJ exige que em 120 dias o Google mantenha em seu banco de dados todos os IPs (protocolos de internet) dos usuários e crie um sistema capaz de rastrear páginas e imagens dedicadas à apologia ao crime, além de abrir um canal para que o usuário difamado exija a supressão imediata do conteúdo."Esses mecanismos já existem. No entanto, o Google armazena os dados dos usuários por apenas 30 dias. Isto é um problema que a polícia enfrenta quando investiga um crime, pois na hora do rastreamento o perfil já foi apagado", explicou o subprocurador-geral da PGE-RJ, Rodrigo Mascarenhas.
Segundo ele, o principal alvo da ação são os crimes de pedofilia. "É necessário que a empresa crie um mecanismo para o rastreamento e a retirada imediata do ar de páginas com imagens e textos de apologia à exploração sexual de crianças e adolescentes", declarou o subprocurador. A ação reivindica ainda que a empresa realize uma campanha de mídia pela promoção do "uso responsável da internet". Procurada pelo reportagem, a assessoria de comunicação do Google não retornou as ligações.
Não é a primeira vez que o site de buscas se envolve em questões judiciais no Brasil. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por exemplo, acionou a empresa diversas vezes no primeiro semestre deste ano para que fossem retirados sites favoráveis a políticos que participarão das eleições de outubro.
No Senado, a CPI da Pedofilia travou batalha com a empresa até conseguir estabelecer acordo que criou ferramentas de bloqueio de páginas com material pornográfico com crianças e adolescentes. Em março, a comissão determinou que o Google abrisse o sigilo digital de mais de 1.200 conjuntos de dados. No mesmo período a empresa anunciou a erradicação de 98% do conteúdo pedófilo do Orkut.
Também em março, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou recurso especial apresentado pela empresa contra decisão do Tribunal de Justiça de Rondônia, que havia estabelecido multa diária de R$ 5 mil contra o site pela veiculação de conteúdo ofensivo a crianças e adolescente em comunidades do Orkut.
Este ano, o Google ainda sofreu derrotas em ações individuais em tribunais de todo o País. Em Minas Gerais, a Justiça estadual condenou a empresa a pagar R$ 15 mil a um padre que era chamado de "pedófilo" e "ladrão" numa comunidade do Orkut. Uma mulher teve um perfil falso criado no mesmo site de relacionamento e ganhou, em primeira instância, um processo em que o Google foi condenado a pagar R$ 4.150,00.