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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Fachin nega liminar em ação que Lula pede suspeição de procuradores da Lava Jato

Crédito: Agência Brasil
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quinta-feira, 29, liminar na ação em que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado na Lava Jato, pede que a Corte reconheça a suposta suspeição dos procuradores da operação e a anulação de processos contra o petista.
A ação contesta decisão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que não reconheceu a suspeição de Deltan Dallagnol, Roberson Henrique Pozzobon, Laura Tessler e outros dez procuradores que integram a força-tarefa em Curitiba. A defesa afirmou ao STF que o tema tem relação com o processo no qual Lula alega que o ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, seria parcial – também tramitando no Supremo.
Na decisão, Fachin lembra que a Segunda Turma negou recentemente conceder liminar no processo relativo a Moro. “Sendo assim, prima facie, sem prejuízo de ulterior reapreciação da matéria no julgamento final do presente habeas corpus, indefiro a liminar”, disse o relator da Lava Jato no STF.
Fachin também negou um pedido da defesa de Lula de produção de provas. O petista havia pedido que o ministro Alexandre de Moraes fosse consultado sobre a possibilidade de compartilhamento das supostas mensagens trocadas entre os procuradores e outras autoridades, que digam respeito a Lula.
O conteúdo de mensagens trocadas entre agentes públicos foi apreendido durante a Operação Spoofing, que resultou na prisão de quatro suspeitos de hackear telefones de autoridades, entre elas o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça. A investigação tramita na 10ª Vara Federal do Distrito Federal.
Por sua vez, o material foi anexado em inquérito sigiloso que tramita no Supremo sob relatoria de Moraes, que apura ‘fake news’ contra o STF e ministros da Corte. Na decisão assinada nesta quarta-feira, Fachin afirma que os elementos a que Lula gostaria de ter acesso não estão submetidos a sua relatoria. “Ademais, a jurisprudência desta Suprema Corte é firme no sentido de que o habeas corpus não comporta produção probatória”, disse o ministro.
Fachin ainda pediu informações ao STJ, já que o mérito da ação apresentada pelo petista ainda será decidido futuramente. Na liminar, a defesa do ex-presidente pedia que Lula fosse posto em liberdade imediata e que processos contra ele fossem suspensos, até que a Corte avalie a suposta suspeição dos procuradores da Lava Jato.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Macron não descarta solicitar status internacional à Amazônia

Macron não descarta solicitar status internacional à Amazônia
Desmatamento na Amazônia - AFP/Arquivos
O G-7, grupo de países mais ricos do mundo, prometeu nesta segunda-feira, 26, liberar em caráter de urgência US$ 20 milhões, o equivalente a R$ 83 milhões, para enviar aviões-tanque para combater os incêndios na Amazônia. O presidente da França, Emmanuel Macron, questionou a conveniência de conferir um status internacional à floresta caso os líderes da região tomem decisões prejudiciais ao planeta.
A fala de Macron é uma clara alusão ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), que o acusou de ter uma “mentalidade colonialista” por exigir uma ação internacional a respeito da região.
Associações e organizações não governamentais (ONGs) levantaram a questão de definir um status internacional para a Amazônia.
“Este não é o quadro da iniciativa que estamos tomando, mas é uma questão real que se impõe se um Estado soberano tomar medidas concretas que obviamente se opõem ao interesse de todo o planeta”, disse Mácron. “As conversas entre (Sebastián) Piñera (presidente do Chile) e Bolsonaro não vão nessa direção, acho que ele está ciente desse assunto. Em qualquer caso, quero viver com essa esperança.”
Segundo o presidente francês, esse status “é um caminho que permanece aberto e continuará a florescer nos próximos meses e anos”. “A questão é tal no plano climático que não podemos dizer ‘Este é um problema só meu’. É o mesmo para aqueles que têm espaços glaciais em seu território ou que impactam o mundo inteiro.”
Ele garantiu, no entanto, que construiu a iniciativa que será proposta às Nações Unidas “para respeitar a soberania de cada país”.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Presidente da França chama situação na Amazônia de ‘crise internacional’

Presidente da França chama situação na Amazônia de ‘crise internacional’
O presidente francês, Emmanuel Macron, reiterou recentemente a constatação de um 'estado de emergência climática' e anunciou no fim de abril a criação do Conselho de Defesa Ecológica - AFP
O presidente da França, Emmanuel Macron, chamou a situação das queimadas na Amazônia de “crise internacional”. Ele afirmou que o tema deve ser discutido em reunião desta semana no G7 (grupo de países ricos, formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).
De 1.º de janeiro até essa terça-feira, 20, foram contabilizados 74.155 focos, alta de 84% ante o mesmo período de 2018, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Um pouco mais da metade (52,6%) desses focos têm ocorrido na Amazônia.
“Nossa casa está queimando. Literalmente. A Floresta Amazônica – o pulmão do nosso planeta, que produz 20% do oxigênio do nosso planeta – está em chamas. É uma crise internacional. Membros do G7, vamos discutir essa emergência de primeira ordem daqui a dois dias”, escreveu Macron em duas publicações seguidas, em francês e inglês, nas redes sociais.
Junto do comentário, Macron utilizou a hashtag #ActForTheAmazon (“aja pela Amazônia”) em vez de #PrayforAmazon (“reze pela Amazônia”), mais popular nas redes sociais.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

TV Lula será finalmente privatizada?

Crédito: Reprodução/YouTube El País
Na lista que circula com as empresas que o governo Bolsonaro pretende privatizar está incluída a EBC, a Empresa Brasil de Comunicação. Se essa companhia for confirmada na lista do ministro Paulo Guedes que será divulgada hoje, Jair Bolsonaro cumprirá – finalmente – uma promessa de campanha e vai reparar um dos maiores descalabros com o dinheiro público promovidos pelos governos do PT.
A EBC absorveu a TV Brasil, também conhecida como “TV traço”. Delírio do ex-presidente Lula, a estatal foi criada como peça de propaganda petista sob o argumento de repetir o modelo da BBC britânica e driblar a “falta de boa vontade” das TVs privadas. Deu no que deu. Uma fortuna do contribuinte foi jogada na lata do lixo e a empresa foi rapidamente aparelhada para abrigar os companheiro do PT. Bolsonaro prometeu acabar com a farra, mas parece que tomou gosto e ensaiou reaparelhar a EBC para seu próprio governo. Agora vai cumprir a promessa?

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Sequestrador de ônibus no Rio morreu com 6 perfurações, indica perícia

Crédito: Ricardo CASSIANO / AGENCIA O DIA / AFP
SÃO PAULO, 20 AGO (ANSA) – O jovem Willian Augusto da Silva, de 20 anos, que sequestrou um ônibus na Ponte Rio-Niterói, na manhã desta terça-feira (20), morreu com seis perfurações, indica uma primeira análise da perícia.
A informação foi revelada pelo portal G1. Segundo o relatório, os disparos atingiram o antebraço direito, a perna esquerda, o braço esquerdo e o tórax – duas vezes – do criminoso. De acordo com os peritos, no entanto, ainda não é possível afirmar quantos tiros acertaram o rapaz, porque um mesmo disparo pode ter causado mais de um ferimento.
Durante coletiva de imprensa, a polícia do Rio de Janeiro afirmou que William estava estava em surto psicótico quando sequestrou o ônibus, permanecendo por três horas e meia com 37 reféns parados na altura do vão central da ponte, na pista sentido Rio.
A jornalistas, o governador do estado, Wilson Witzel, considerou um sucesso a operação que terminou com a morte de Willian.
“Tivemos que usar atiradores de elite para neutralizar um homem que ameaçada dezenas de vidas. Eu estive no local, subi no ônibus e vi que havia um cheiro forte de gasolina. Ele pendurou no teto do ônibus garrafas PET cortadas com gasolina e tinha um isqueiro na mão quando foi abatido. Durante a negociação ele demonstrou uma perturbação mental e disse que queria parar o estado. Vamos ouvir os reféns e familiares para entender o que levou ele a praticar este ato.” Por motivo de sigilo no inquérito, não foi revelado quantos atiradores participaram da ação nem quantos tiros foram disparados. O sequestrador foi levado para o Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio, mas não há informações se ele chegou com vida ou já morto à unidade de saúde. A Polícia Civil assumiu a ocorrência e a Delegacia de Homicídios da capital será a responsável por conduzir o inquérito, que está em sigilo.
William não tinha antecedentes criminais e parentes relataram que ele estava em surto psicótico há três dias. A arma encontrada com ele era um simulacro, ou seja, de brinquedo. (ANSA – Com informações da Agência Brasil)

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Lula continua abraçado aos corruptos

Lula continua abraçado aos corruptos
(Arquivo) O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso na carceragem da PF de Curitiba desde abril de 2018 - AFP/Arquivos
O ex-presidente Lula, preso em Curitiba por corrupção, demonstra não querer mesmo fazer um mea culpa e se afastar dos corruptos. Como ele continua mandando no PT mesmo de dentro da cadeia, decidiu que a presidência nacional do partido continue a ser ocupada pela deputada Gleisi Hoffmann, para mais um mandato de dois anos. O partido tinha uma boa oportunidade de se renovar a escolher uma nova diretoria, com gente descomprometida com atos mal-feitos, mas Lula bateu o martelo em um novo mandato para Gleisi. Como se sabe, Gleisi é investigada pelo STF por corrupção. Ela recebeu R$ 1 milhão da Odebrecht para sua campanha ao Senado de 2010. E é ré, juntamente com seu marido, o ex–ministro Paulo Bernardo, no caso dos desvios dos recursos do Ministério do Planejamento para a empresa Consist, envolvida em irregularidades com a liberação de empréstimos consignados. Gleisi foi favorecida pela Consist e até pagamento de suas contas pessoais e motorista foram pagas com esse dinheiro. O mais grave que pesa contra Gleisi, no entanto, veio agora do ex-ministro Antonio Palocci, que fez delação premiada e incluiu a deputada na lista dos petistas beneficiados com dinheiro de corrupção das empreiteiras. Segundo Palocci, a presidente nacional do PT recebeu R$ 3,8 milhões das construtoras corruptas para sua campanha ao Senado de 2010. Ou seja, não poderia ter ninguém mais corrupta para Lula escolher para manter na presidência do partido. E olha que o PT chegou a sugerir o nome do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que também não é flor que se cheire e responde a inúmeros processos. Mas, certamente, Haddad tem uma ficha corrida bem menor do que Gleisi. Lula, como se vê, não aprendeu nada com esse tempo todo de cadeia.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Palocci solta a língua. Quem perde é Lula

Ex-ministro Antonio Palocci detalha esquema de corrupção organizado pelo PT e deixa o ex-presidente petista mais distante da liberdade

Nada como um dia após o outro. Integrantes do PT já comemoravam que a partir de setembro o ex-presidente Lula, condenado a 8 anos e 10 meses de cadeia por corrupção no caso do tríplex do Guarujá, teria tudo para obter o direito à progressão de pena, o que poderia colocá-lo no mínimo em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. A divulgação das mensagens roubadas dos celulares dos procuradores de Curitiba e do ex-juiz Sergio Moro favorecia o clima em torno do petista. Mas a divulgação do teor da delação premiada feita pelo ex-ministro Antonio Palocci virou a mesa e deixou Lula novamente em maus lençóis, o que certamente pesará contra ele quando os ministros do STF forem analisar se o colocam ou não em liberdade vigiada. Conforme o acordo fechado por Palocci junto à Polícia Federal, já devidamente homologado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, o PT recebeu de empreiteiras de obras públicas, de 2002 a 2014, um total de R$ 270,5 milhões para o financiamento das campanhas de Lula e Dilma Rousseff, além de outros R$ 50 milhões de instituições bancárias para bancar as campanhas presidenciais do PT, sobretudo as da ex-presidente. Palocci jogou tudo no ventilador: além de Lula e Dilma, petistas de primeira grandeza, como ex-governadores e ex-ministros, receberam propinas de empresas favorecidas durante os governos do PT. Pelo menos 16 empresários apoiaram financeiramente as campanhas presidenciais do partido com dinheiro sujo do caixa dois.
Ex-ministro da Fazenda de Lula e da Casa Civil de Dilma, Palocci não teve papas na língua. Disse que as propinas partiram de grandes grupos empresariais que obtiveram benefícios dos governos petistas em desonerações tributárias, linhas de crédito do BNDES, auxílio a fusões e apoio da base do PT no Congresso para medidas de seus interesses. Na opereta narrada por Palocci, estão até mesmo operações para barrar ações contra a corrupção de empreiteiras em Cortes Superiores, como o STJ. A Construtora Camargo Corrêa, por exemplo, pagou propina para o PT enterrar a investigação da Castelo de Areia, que a atingia. Palocci afirma que o PT trabalhou nos bastidores para anular essa operação e que a “recompensa” foi o pagamento de pelo menos R$ 50 milhões em propinas pagas pela Camargo Corrêa, tudo a título de doações eleitorais para as eleições de Dilma em 2010 e para outros políticos do partido, como Gleisi Hoffmann, hoje presidente do PT.
Sede ao pote
A presidente nacional do PT também ganhou outros mimos das empreiteiras, conforme a delação de Palocci. Em 2010, Gleisi recebeu R$ 3,8 milhões em propinas (R$ 2 milhões da Odebrecht, R$ 800 mil da OAS, e R$ 1 milhão da Camargo Corrêa). Tudo com recursos do famigerado caixa dois. A delação de Palocci tem 23 anexos, que apontam valores destinados a doze políticos, entre os quais estão ex-ministros de Estado, parlamentares e ex-parlamentares. Além de Gleisi, também o ex-senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi com sede ao pote: recebeu R$ 3,2 milhões da Odebrecht para a sua campanha ao Senado. Já para a campanha do ex-governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, a Camargo Correa doou R$ 2 milhões. Tião Viana, ex-senador do Acre, embolsou outros R$ 2 milhões do departamento de propinas da Odebrecht.
Entre os anexos está um que revela que o filho do ex-presidente, Luiz Cláudio Lula da Silva, também se lambuzou: recebeu propinas por meio de sua empresa Touchdown, confirmando as investigações no âmbito da Operação Greenfield. Essa ação ainda não foi julgada pela Justiça Federal do DF, mas envolve também o próprio ex-presidente, que já virou réu nesse caso por corrupção. As revelações deixam Lula insone: elas poderão esticar ainda mais sua temporada na cadeia em Curitiba.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Delação de Palocci revela ‘organização criminosa’ do PT e propinas de R$ 333 mi

Crédito: Divulgação
Antônio Palocci (Crédito: Divulgação)
A delação do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) aponta uma sucessão de ilícitos e propinas, que chegam a R$ 333,59 milhões, supostamente arrecadadas e repassadas por empresas, bancos e indústrias a políticos e partidos nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele fala em “organização criminosa” do partido e aponta situações relativas a um período de pelo menos 12 anos (2002-2014).
São 23 relatos de Palocci, que passam por grandes obras de infraestrutura, contratos fictícios, doações por meio de caixa 2 a campanhas eleitorais, liberação de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de créditos do Banco do Brasil, criação de fundos de investimentos, fusões e elaboração de Medidas Provisórias para favorecer conglomerados.
A reportagem fez contato com os citados na delação de Palocci. Alguns informaram que não vão se manifestar. Outros rechaçaram qualquer tipo de irregularidade. O espaço está aberto para manifestações.
Palocci fechou acordo de delação premiada com a Polícia Federal na Operação Lava Jato. Ele foi preso em setembro de 2016, na Operação Omertà, e condenado pelo então juiz Sergio Moro a 12 anos e dois meses de reclusão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Por força do pacto com os investigadores, homologado judicialmente, Palocci saiu da prisão em novembro de 2018. Ainda preso, interrogado por Moro, ele delatou Lula e revelou “pacto de sangue” do PT com a Odebrecht – uma suposta reserva de R$ 300 milhões que a empreiteira teria assumido com o partido.
Palocci cita Grupo Odebrecht, AMBEV, Grupo Camargo Corrêa, Pão de Açúcar, Banco Safra, Casino, Instituto Lula, Grupo Pão de Açúcar, PAIC Participações, Votorantim, Aracruz, BTG Pactual, Grupo Parmalat, Itaú-Unibanco, Bradesco, Vale, Brasil Seguros, BNDES, Sadia-Perdigão, Qualicorp, Touchdown, OAS.
Ainda, menciona os ex-presidentes Lula e Dilma, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, os executivos Benjamin Steinbruch e Rubens Ommetto, o ex-governador de Minas Fernando Pimentel, o deputado Carlos Zarattini, a deputada Gleisi Hoffman, o ex-deputado João Paulo Lima e Silva, o ex-governador do Acre Tião Viana, o ex-senador Lindbergh Farias, o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho e o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto.
Ao decretar a redistribuição das investigações sobre as revelações de Palocci, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), detalhou todos os depoimentos do petista. A delação está sob responsabilidade de Varas da Justiça Federal em Brasília, São Paulo e Curitiba. A ordem do ministro do STF foi dada em abril.
Fachin se baseia em documentos e manifestações que o Ministério Público Federal apresentou ao Supremo.
Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo revelou trechos do Termo de Depoimento 5 que “alude ao pagamento de vantagem indevida pela sociedade empresária AMBEV ao próprio colaborador e aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, no intento de obstar a majoração tributária (PIS/Cofins) sobre bebidas alcoólicas”.
Entre outros capítulos importantes, Palocci joga luz sobre uma emblemática operação deflagrada pela Polícia Federal em 2009, a Castelo de Areia. Na ocasião, os investigadores puseram as mãos em documentos que indicavam repasses da empreiteira Camargo Correa a políticos, mas o caso foi arquivado pelo Superior Tribunal de Justiça sob argumento de que o início do inquérito teve base em denúncia anônima.
Na delação, o ex-ministro dedica o Termo 6 para esmiuçar “o pagamento indevido de R$ 50 milhões, por parte do Grupo Camargo Corrêa, às campanhas do PT no pleito do ano de 2010 e para o qual concorrera a ex-presidente Dilma Rousseff, com objetivo de obter auxílio do Governo Federal na anulação da Operação Castelo de Areia junto ao Superior Tribunal de Justiça”.
O QUE PALOCCI DIZ
Termo de Depoimento 1.
Antônio Palocci Filho elabora descritivo geral da organização criminosa integrada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) com objetivo de obter vantagens indevidas de grupos empresariais em contrapartida à prática de atos de ofício em prol dos interesses das empresas.
Termo de Depoimento 2
Afirma o apoio político concedido ao consórcio empresarial formado para as obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em troca do pagamento de vantagens indevidas a filiados do Partido dos Trabalhadores, do PMDB e ao ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, nos moldes do pactuado com o colaborador, à época interlocutor do governo federal.
Termo de Depoimento 3
Pagamento de vantagem indevida por parte do Grupo Odebrecht pela concessão das obras do Aeroporto Galeão.
Termo de Depoimento 4
Pagamento de aproximados R$ 3,5 milhões, por parte do governo da Líbia (Muammar Kadafi), à campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva no ano de 2002.
Termo de Depoimento 5
Alude ao pagamento de vantagem indevida pela sociedade empresária AMBEV ao próprio colaborador e aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef, no intento de obstar a majoração tributária (PIS/Cofins) sobre bebidas alcoólicas.
Termo de Depoimento 6
Pagamento indevido de R$ 50 milhões do Grupo Camargo Corrêa, às campanhas do PT no pleito de 2010 e para o qual concorrera a ex-presidente Dilma Roussef, com objetivo de obter auxílio do Governo Federal na anulação da “Operação Castelo de Areia” junto ao STJ.
Termo de Depoimento 7
Fatos relativos às pessoas jurídicas Pão de Açúcar, Banco Safra, Casino e Instituto Lula, concernentes no repasse, pela aludida instituição financeira na defesa de interesses da Casino – quanto à assunção do controle acionário do GPA de vantagem indevida ao PT para evitar a concessão de empréstimo pelo BNDES para o processo de fusão do Grupo Pão de Açúcar e Carrefour. Concretamente, segundo afirma, o Banco Safra repassou R$ 2 milhões à campanha à Prefeitura de São Paulo de Fernando Haddad em 2012, além de R$ 10 milhões à campanha presidencial no ano de 2014, somados a “diversos repasses ao Instituto Lula”. De outro turno, ainda conforme o mesmo termo de depoimento, o colaborador Antonio Palocci atuava em favor de Abílio Diniz e do GPA, mediante ganho de R$ 2 milhões pagos em contratos fictícios da empresa PAIC participações junto à sua empresa de consultoria.
Termo de Depoimento 8
Atesta a existência de conta-corrente de vantagens indevidas entre Odebrecht e o próprio colaborador.
Termo de Depoimento 9
Assinala também o repasse de vantagem indevida de modo dissimulado, via contas eleitorais do PT, nos pleitos de 2010 e 2014, pelos Grupos Safra e Votorantim, e empresa Aracruz para viabilizar a venda da participação de Joseph Safra na empresa Aracruz ao grupo Votorantim, mediante “operação atípica de injeção de dinheiro do BNDES na empresa Aracruz”.
Termo de Depoimento 10
A reiteração de repasses indevidos pelo Banco Pactual, nos seguintes valores e hipóteses: (i) R$ 4 milhões sob roupagem de doação eleitoral à campanha presidencial no ano de 2006 a Luiz Inácio Lula da Silva, pela atuação do governo na resolução de procedimento disciplinar contra André Esteves perante o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro. (ii) R$ 2 milhões à campanha presidencial do ano de 2010 de Dilma Rousseff, em troca da atuação da base governista em prol dos interesses daquela instituição financeira. (iii) R$ 9,5 milhões entregues à campanha presidencial do ano de 2014 de Dilma Rousseff para obter informação financeira privilegiada a ser concedida pelo colaborador. Além disso, aponta a criação de um fundo de investimento da instituição para gerir os recursos repassados ao PT e repasses indevidos de valores ao grupo liderado por Eduardo Cunha, no ano de 2014, para auxílio de agentes políticos na compra da empresa AMIL pelo BTG Pactual.
Termo de Depoimento 11
Discorre sobre repasses indevidos às contas eleitorais do PT, no ano de 2010, em troca da promulgação da MP 470, efetuada do seguinte modo: (i) R$ 50 milhões da Odebrecht (ii) R$ 14 milhões, via caixa dois, por Benjamin Steinbruch; e (iii) pagamento ás contas partidárias por Rubens Ometto.
Termo de Depoimento 12
Episódios de doações extraoficiais à campanhas do ano 2010, de acordo com o seguinte elenco: (i) pagamento de R$ 2 milhões pela Camargo Correa a Fernando Pimentel, no pleito de 2010. (ii) pagamento de R$ 1 milhão pela Camargo Corrêa (para estancar a Operação Castelo de Areia), de R$ 2 milhões, via caixa dois, pela empresa Grupo Odebrecht, e de R$ 800 mil pela empresa OAS, destinados no total à campanha de Gleisi Hoffmann, no pleito de 2010, a Carlos Zarattini, que também recebera vantagens no ano de 2014 pela sua atuação na relatoria da Lei Anticorrupção, (iv) repasse de R$ 500 mil pelo Grupo Odebrecht a João Paulo Lima e Silva, no pleito de 2010, (v) pagamento de R$ 500 mil e R$ 1,5 milhão, este último via caixa dois, pelo Grupo Odebrecht a Tião Viana, na campanha do ano de 2010, (iv) pagamento de R$ 3,2 milhões, via caixa dois, pela empresa Odebrecht a Lindbergh Farias, no ano de 2010.
Termo de Depoimento 13
Refere-se à liberação de crédito pelo Banco do Brasil ao Grupo Parmalat, no ano de 2008, em troca do pagamento de R$ 100 mil ao colaborador, via contrato fictício celebrado entre sua empresa de consultoria (Projeto) e àquele Grupo.
Termo de Depoimento 14
Cita o repasse de R$ 4 milhões à campanha presidencial da ex-presidente Dilma Rousseff para atuação da base em favor do Itaú-Unibanco.
Termo de Depoimento 15
Transferências financeiras ao PT em contrapartida ao apoio do governo na defesa dos interesses do Bradesco, em especial no âmbito do Conselho de Administração da Vale do Rio Doce, enumerada para tanto, os seguintes lançamentos (i) no ano de 2002, o Bradesco doou R$ 500 mil e a Vale do Rio Doce R$ 160 mil, (ii) em 2006, o Bradesco doou R$ 3,524 milhões e a Vale do Rio Doce R$ 7,6 milhões, (iii) no ano de 2010, o Bradesco doou R$ 9,1 milhões e a Vale do RIo Doce R$ 10,038 milhões; (iV) Em 2014, o Bradesco doou R$ 14,093 milhões e a Vale do Rio Doce R$ 8,250 milhões. Além disso, houve repasse, no ano de 2010, à campanha eleitoral da ex-presidente Dilma Rousseff em troca de informações privilegiadas ao Banco Bradesco, obtidas pelo colaborador junto ao Banco Central.
Termo de Depoimento 16
No Termo de Depoimento n. 16, o colaborador trata do pagamento de vantagem indevida ao Partido dos Trabalhadores (PT) para garantir sua escolha como parceira da Brasil Seguros, quitados no exterior em conta aberta por Joesley Batista para alocar recursos partidários.
Termo de Depoimento 17
Elucida atuação de Luciano Coutinho, na qualidade de presidente do BNDES, na solicitação de pagamentos indevidos por parte de empresários com financiamento junto ao Bloco, os quais teriam aportado às campanhas eleitorais do PT em 2010 e 2014.
Termo de Depoimento 18
Repasse de R$ 3,6 milhões ao PT realizado no ano de 2010, por meio de doação oficial, em troca de atuação do governo no processo de fusão da Sadia-Perdigão junto ao CADE.
Termo de Depoimento 19
Salienta a atuação do governo na aprovação na MP 592/2012 (MP dos Portos), convertida na lei 12.815/2013.
Termo de Depoimento 20
O Grupo Odebrecht fez repasse de R$ 50 milhões ao PT em prol de projeto de construção de submarinos Prosub.
Termo de Depoimento 21
O pagamento de R$ 64 milhões ao PT em razão do auxílio político concedido ao Grupo Odebrecht “no tocante a linha de crédito junto ao BNDES para atuação da empresa nos empreendimentos existentes em Angola”.
Termo de Depoimento 22
Concernem com repasses efetuados pela Qualicorp ao PT, ao Instituto Lula e à empresa Touchdown em troca de benefícios concedidos pelo governo no âmbito da ANS.
Termo de Depoimento 23
Narra pagamento de vantagens a conselheiros do CARF para obstar processo administrativo fiscal em desfavor da RBS.
Defesas
RBS
A empresa afirma que “não vai comentar o assunto”.
BTG
“O BTG Pactual repudia a tentativa de vinculação de doações eleitorais feitas inteiramente de acordo com a legislação em vigor, durante os ciclos eleitorais, a qualquer benefício indevido.
O BTG Pactual salienta ainda, ao contrário do descrito, que não fez qualquer doação eleitoral no ano de 2006, que jamais gerenciou recursos de qualquer partido político e que tampouco negociou a aquisição da empresa mencionada.
Todos os fatos acima são de fácil comprovação pelas autoridades competentes, que contam com a total cooperação do BTG Pactual e seus executivos.”
QUALICORP
“A Qualicorp é uma companhia de capital aberto, com milhares de acionistas nacionais e internacionais, e todos os seus contratos são auditados por empresas renomadas. Sua atividade é exclusivamente privada e depende da contratação voluntária de cada cliente de plano de saúde. A empresa nunca pleiteou ou obteve qualquer tipo de benefício público e jamais transgrediu a lei. A companhia não comentará supostas acusações do ex-ministro, que foram rejeitadas pelo Ministério Público Federal por ausência de base fática.”
ITAÚ-UNIBANCO
“O Itaú Unibanco repudia a tentativa de vincular doações eleitorais feitas de forma legal a supostas condutas para atender a interesses particulares. O banco não teve acesso à delação, mas afirma que a declaração mencionada é mentirosa. Nas eleições de 2006, 2010 e 2014, o banco doou montantes iguais aos candidatos que lideravam as pesquisas de opinião, conforme consta nos registros do TSE, o que deixa claro que não houve privilégio a qualquer um dos partidos. O Itaú Unibanco lamenta que seu nome tenha sido usado indevidamente por um réu confesso que tenta obter vantagens em acordos com a Justiça.”
GRUPO PÃO DE AÇÚCAR
“A empresa não vai comentar”
VALE
“A Vale repudia enfaticamente qualquer alegação que procure distorcer suas doações eleitorais ou questionar sua legalidade. As doações sempre foram feitas em estrita observância da legislação e com total transparência, podendo ser conferidas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).”
BRF
“Todas as doações eleitorais que foram realizadas pela BRF em 2010 são públicas e foram devidamente registradas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de acordo com a legislação vigente na época. A companhia é a principal interessada e colaborará sempre que requisitado pelas autoridades para que quaisquer fatos sejam esclarecidos em toda a sua profundidade e extensão.”
CAMARGO CORRÊA
“A empresa não vai comentar”
BRADESCO
“As empresas do Grupo Bradesco realizaram doações eleitorais aos partidos, todas elas públicas e devidamente registradas, conforme consta no site do Tribunal Superior Eleitoral. Por isso mesmo, repudiamos quaisquer ilações descabidas formuladas em relação ao fato”.
BANCO SAFRA
O banco não se manifestou.
LUCIANO COUTINHO
“Reafirmo que o Sr. Palocci mente de forma descarada e sem escrúpulos na expectativa de obter vantagens em seus processos judiciais. Durante todo o período em que estive à frente do BNDES nunca favoreci empresas, grupos de empresas ou quem quer que seja e jamais participei de contribuições políticas. Zelei pela autonomia técnica da instituição e sempre pautei-me por conduta íntegra, de adesão ao interesse público e respeito à lei. Importa lembrar que todas as operações de financiamento do Banco são fruto de avaliações técnicas, que envolvem diferentes equipes e áreas, resultam de decisões colegiadas e asseguram sólida governança à instituição.
Ao longo de minha gestão foi ampliado o acesso a informações, aperfeiçoados os controles, introduzidas práticas de compliance e acordos de cooperação anti-corrupção.”
FERNANDO HADDAD
O ex-prefeito Fernando Haddad, por meio de sua assessoria, informa que o Banco Safra não fez uma contribuição direta para a sua campanha de 2012. Mas, contribuiu para o Diretório Nacional, como consta das duas prestações de conta.
DELFIM NETTO
Por meio de sua defesa, Delfim Netto informou que recebeu recursos no âmbito de contrato de consultoria nas obras de Belo Monte. Ele nega qualquer tipo de irregularidade. A defesa de Delfim destacou que ele declarou à Receita o valor do contrato pela consultoria.
LINDBERGH FARIAS
Não tem interesse em responder. Disse que vale a nota do PT.
PARTIDO DOS TRABALHADORES
Sobre afirmações mentirosas e sem provas atribuídas a Antonio Palocci, o PT já se manifestou por meio de nota oficial divulgada ontem (14/08) na página do Partido na Internet: https://pt.org.br/nota-do-pt-nada-que-palocci-diga-sobre-o-partido-tem-credibilidade/
GLEISI HOFFMANN
“Sobre afirmações mentirosas atribuídas a Antonio Palocci pelo site da revista Veja nesta quarta-feira (14), o Partido dos Trabalhadores esclarece:
1) Nada que Antonio Palocci diga sobre o PT e seus dirigentes tem qualquer resquício de credibilidade desde que ele negociou com a Polícia Federal, no âmbito da Lava Jato, um pacote de mentiras para escapar da cadeia e usufruir de dezenas de milhões em valores que haviam sido bloqueados;
2) Sua delação à PF foi desmoralizada até pela Força Tarefa de Curitiba, que já havia rejeitado cinco versões diferentes das mentiras de Palocci: ‘Fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja’, diz o procurador Antônio Carlos Welter nas mensagens reveladas pelo The Intercept Brasil;
3) As mesmas mensagens mostram que o então juiz Sergio Moro também desqualificava alegações de Palocci ‘difíceis de provar’, o que não o impediu de fazer uso político dessas mentiras, divulgando-as para prejudicar o PT na última semana do primeiro turno das eleições de 2018;
4) O mais recente frenesi de vazamentos ilegais de papéis sob sigilo de Justiça mostra o desespero de Sergio Moro e seus cúmplices com a revelação dos crimes que cometeram para condenar Lula numa farsa judicial; desespero compartilhado pela mídia antipetista. Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores Brasília, 14 de agosto de 2019”
VOTORANTIM
“A Votorantim, por razão de princípio, não se manifesta sobre vazamentos. Se vier a existir investigação sobre os pretensos fatos, será demonstrada a verdade e a inexistência de qualquer ilícito. A Votorantim adota postura apartidária e sempre prezou pela total transparência nos processos de doações eleitorais, seguindo rígida Política Corporativa de Doações Eleitorais.”
FERNANDO PIMENTEL
O advogado Eugênio Pacelli, que representa o ex-governador de Minas Fernando Pimentel, disse que desconhece os termos da delação de Antônio Palocci. Ele disse que o ex-ministro fez delação para “se livrar da cadeia”. “As cabeças do PT foram o bilhete de saída.”
“Nem vi. Desconheço. Palocci não tem credibilidade nem com o Ministério Público. Delação compreensível, para se livrar da cadeia. As cabeças do PT foram o bilhete de saída.”
ARACRUZ
A reportagem busca contato com a Aracruz. O espaço está aberto para manifestação.
AMBEV
“A Ambev esclarece que as alegações relatadas são falsas e incoerentes. Falsas porque nunca fizemos pagamentos de qualquer natureza para obtenção de vantagens indevidas. E incoerentes porque, desde 2015, o setor de bebidas sofreu um grande aumento da carga tributária referente a PIS/Cofins, da ordem de 60%, contradizendo tudo o que foi alegado.”
BANCO DO BRASIL
“O Banco do Brasil informa que não tem conhecimento sobre o teor da delação, por isso, não irá se manifestar.
O BB reafirma que possui robusto processo de governança para concessão de crédito, com análises e decisões tomadas de forma colegiada.”
BNDES
A reportagem tenta contato. O espaço está aberto para manifestação.
CARREFOUR
O Grupo Carrefour informa que não tem qualquer relação com os fatos citados no referido depoimento.
AMIL
A reportagem entrou em contato. O espaço está aberto para manifestação.
PARMALAT
A reportagem tenta contato. O espaço está aberto para manifestação.
ODEBRECHT
A reportagem entrou em contato. O espaço está aberto para manifestação.
LULA
A reportagem entrou em contato. O espaço está aberto para manifestação.
DILMA ROUSSEFF
A reportagem entrou em contato com a assessoria. O espaço está aberto para manifestação.
CARLOS ZARATTINI
Em nota, o advogado Fernando Fernandes afirmou: “A Lei anticorrupção é um marco na luta pela probidade no Brasil e o trabalho do Deputado Zarattini, como relator do projeto, foi fundamental para esse avanço.
O deputado Zarattini somente recebeu doações legais, em época que a legislação eleitoral permitia às empresas realizarem doação a campanha política.
As afirmações atribuídas a Palocci faltam com a verdade. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal proferiu decisão terminativa quanto ao tipo penal de corrupção em inquérito que apurou delações, eis que em relatório final da Policia Federal foi verificada a inexistência de indícios de corrupção na atividade do parlamentar.
A Vaza jato tem mostrado as espúrias relações entre autoridades públicas e as formas de pressão que resultam no oferecimento de dados mentiroso em delações conduzidas com interesses políticos de autoridades pela instrumentalização de réus que se veem coagidos e restando-lhes apenas ‘colaborar’ para resistir às acusações.”
BENJAMIN STEINBRUCH, EXECUTIVO DO GRUPO VICUNHA
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Vicunha. O espaço está aberto para manifestação.
RUBENS OMETTO
Em nota, a assessoria de imprensa da Cosan informou: “A Cosan informa que todas as suas doações partidárias foram devidamente registradas nos órgãos competentes e seguiram estritamente as regras da legislação vigente.”

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

EUA: China está movendo tropas para fronteira com Hong Kong

EUA: China está movendo tropas para fronteira com Hong Kong
Manifestantes ocupam o aeroporto de Hong Kong - AFP
A Inteligência dos Estados Unidos alertou que a China está transferindo tropas para a fronteira com Hong Kong, em meio a intensos protestos contra o governo naquele centro financeiro semiautônomo – informou o presidente Donald Trump, nesta terça-feira (13).
“Nossa Inteligência nos informou que o governo chinês está transferindo tropas para a fronteira com Hong Kong. Todos devem permanecer calmos e a salvo!”, tuitou Trump.
Mais cedo, o governo chinês e usuários nas redes sociais publicaram vídeos das forças de segurança se reunindo ao longo da fronteira.
Os jornais “Global Times” e “People’s Daily” divulgaram um vídeo de cerca de um minuto, compilando imagens de blindados com pessoal armado seguindo para Shenzhen, no limite com Hong Kong.
O vídeo mostra pelo menos duas dúzias de blindados que aparentemente circulam por Shenzhen, assim como outros veículos de transporte de tropas, deixando a província de Fujian, a 600 quilômetros de Honk Kong.
Nas redes sociais, o editor-chefe do “Global Times”, Hu Xijin, disse que a presença militar é um sinal de que, se a situação em Hong Kong não melhorar, a China intervirá.
Em declarações a jornalistas em Morristown, Nova Jersey, nesta terça, Trump classificou a situação em Hong Kong como “muito difícil”, “complicada”.
“Espero que se resolva pacificamente. Espero que ninguém saia ferido. Espero que ninguém seja assassinado”, afirmou.
Ontem, Washington já havia pedido a “todas as partes” que evitem a violência.
A ex-colônia britânica atravessa sua crise política mais grave desde que a China assumiu o controle em 1997.
Milhões de pessoas saíram às ruas no início de junho para rejeitar um projeto de lei que autorizava extradições para a China. A lista de demandas se ampliou e passou a incluir o pedido da garantia das liberdades e a não ingerência de Pequim.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Argentina derrete… e Lula comemora

Argentina derrete… e Lula comemora
(Arquivo) O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso na carceragem da PF de Curitiba desde abril de 2018 - AFP/Arquivos
A vitória do kirchnerista Alberto Fernández nas primárias argentinas de domingo (11/8) provocou um tsunami nos mercados do país. A bolsa caía 35%, depois de atingir baixa de 47%. O dólar subiu 20%, após atingir um pico de 30%. Para conter o pânico, o banco central do país aumentou a taxa básica de juros em 10 pontos percentuais, para 74% ao ano.
Um eventual triunfo da chapa de Fernández, que tem Cristina Kirchner como vice, deve enterrar a agenda de abertura econômica do presidente Mauricio Macri, que tenta se reeleger nas eleições marcadas para outubro – e ficou 15 pontos percentuais abaixo na prévia do domingo.
O ex-presidente Lula comemorou no Twitter: “Parabéns aos companheiros Alberto Fernández e Cristina Kirchner pelo expressivo resultado nas primárias argentinas. É preciso dar esperança ao povo, trazer dias melhores e cuidar de quem mais precisa. Um forte abraço do amigo Lula.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

STF salva Lula

Crédito: Divulgação
AGILIDADE Ministros do STF agem para evitar a mudança de Curitiba (Crédito: Divulgação)
Lula escapou por um triz de ter que cortar a barba e deixar de usar as roupas que bem entende na sua cela na sede da PF do Paraná, onde está preso há um ano e quatro meses. Na quarta-feira 7 pela manhã, a juíza da 12ª Vara Federal de Curitiba, Carolina Lebbos, determinou a transferência do ex-presidente para uma cadeia de São Paulo, a pedido da PF. O argumento é que a presença do petista no Paraná causa transtornos ao bom funcionamento da superintendência e à vizinhança, além de custar caro. Menos de uma hora depois, o juiz corregedor Paulo Eduardo de Almeida Sorci, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), especificou que Lula seria transferido para a Penitenciária de Tremembé, conhecida como “presídio dos famosos”, onde perderia pequenas liberdades e vestiria uniforme. No final da tarde, porém, o Supremo Tribunal Federal (STF), a partir de um recurso da defesa, suspendeu por 10 votos a 1 a mudança e decidiu mantê-lo preso em Curitiba pelo menos até que a corte julgue o pedido de habeas corpus que questiona a atuação do juiz Sérgio Moro no seu caso.
Trazer Lula para São Paulo não seria problema desde que ele fosse mandado para instalações especiais. Mas a juíza Lebbos se equivocou ao considerar que ele pudesse ficar em uma cela comum, onde correria risco de vida. A juíza não especificou que Lula ficaria sempre em um espaço isolado, sob proteção policial permanente e admitiu que ele pudesse ser preso em um alojamento coletivo, desde que se considerasse “os requisitos de salubridade do ambiente e pela concorrência de fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequados”. Como ex-presidente, Lula só poderia ficar em uma sala do Estado Maior das Forças Armadas. Para seus advogados, foram desconsiderados “direitos e prerrogativas decorrentes do exercício do cargo de Presidente da República”. Segundo a defesa, a transferência só seria aceitável se fosse para uma unidade militar da Grande São Paulo, em estabelecimento compatível com uma sala de Estado Maior.

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

STF suspende transferência de Lula para penitenciária de Tremembé

Decisão de transferir ex-presidente para São Paulo havia sido tomada nesta quarta-feira pela juíza substituta Carolina Lebbos

Por O Dia
Ex-presidente Lula
Ex-presidente Lula -
Brasília - Por maioria de 10 votos a 1, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a decisão da juíza substituta Carolina Lebbos, da 12ª vara de Curitiba, de transferir o ex-presidente Lula para a penitenciária de Tremembé, em São Paulo. 
Quase todos os ministros seguiram a decisão do relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin, de suspender a transferência do ex-presidente. Apenas o ministro Marco Aurélio Mello votou contra. Para ele, não cabe ao Supremo decidir o assunto, e sim ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). "Não cabe ao Supremo se pronunciar sobre essa matéria, mas sim ao TRF4", afirmou ele.
Em sua decisão, Fachin reforçou a importância de assegurar uma sala de Estado Maior a Lula. "Concedo a liminar para suspender a eficácia da decisão proferida pelo juízo da 12ª Vara Federal de Curitiba e da Vara de Execução Penal de São Paulo, até a apreciação final desta petição, e ainda para assegurar ao paciente o direito de permanecer em sala de Estado-Maior, tal qual se encontra neste momento", disse, no plenário.
O advogado de defesa do ex-presidente, Cristiano Zanin, já havia afirmado mais cedo que a decisão da juíza, que não garantia uma sala de Estado Maior ao ex-presidente em Tremembé, "contraria precedentes já observados em relação a outro ex-presidente da República (referindo-se a Michel Temer)".

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Câmara aprova texto-base da reforma da Previdência em 2º turno

Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Depois de mais de cinco horas de sessão, o Plenário da Câmara dos Deputados  aprovou o texto-base da reforma da Previdência em 2º turno por 370 a favor, 124 contra e uma abstenção.  O quorum foi de 495 deputados.
A votação só se iniciou depois de os parlamentares aprovarem requerimentos que aceleraram o andamento da sessão. Por 304 votos a 9, o último requerimento rejeitou, em bloco, todos os destaques individuais.
Mais cedo, o Plenário tinha aprovado, por 353 votos a 10, um requerimento para encerrar as discussões depois de dois deputados terem falado contra a proposta e dois favoravelmente. Em seguida, deputados do centrão e do governo esvaziaram o plenário para forçar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a encerrar e reabrir a sessão por volta das 21h40.
A manobra reduziu o número de requerimentos para adiar o início da votação. Isso porque as requisições anteriores foram tiradas de pauta, forçando a oposição a reapresentar as propostas. Após a reabertura, Maia apresentou uma consulta de sua autoria para parcelar a votação do texto principal, rejeitada por 355 votos a 11. A manobra prejudicou os requerimentos que tentavam fatiar a votação em segundo turno.
A sessão para votar a reforma da Previdência em segundo turno começou às 19h15, depois de Rodrigo Maia passar o dia esperando a formação de quórum no Plenário da Casa. Por volta das 19h50, os deputados rejeitaram um requerimento do PSOL para retirar a proposta de pauta, por 306 votos a 18.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Após polêmica, ministro coloca militar como interino do Inpe

Crédito: Agência Brasil
Marcos Pontes (Crédito: Agência Brasil)
O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) anunciou que Darcton Policarpo Damião foi escolhido para assumir interinamente a diretoria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ele substitui o ex-diretor Ricardo Galvão, demitido na sexta-feira.
“Ele é uma pessoa de confiança, logicamente. E uma pessoa com uma capacidade de gestão já demonstrada pelos cargos que exerceu e, portanto, será um ótimo diretor interino para dar continuidade nesse trabalho”, afirmou Marcos Pontes em vídeo divulgado nas redes sociais.
Pontes confirmou que o substituto de Galvão deve permanecer no cargo até que seja estabelecido o comitê de busca com três nomes, de onde deve sair o diretor oficial. Ainda não há uma data para que isso ocorra.
O regimento interno do Inpe, aprovado pela Portaria n° 897, de 3 de dezembro de 2008, prevê que a escolha do diretor deve ocorrer por meio de uma lista tríplice elaborada por um comitê.
Darcton Policarpo Damião é formado em Ciências Aeronáuticas na Academia da Força Aérea (AFA), tem MBA em Gestão Empreendedora pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), mestrado em Sensoriamento Remoto pelo Inpe e doutorado em Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Brasília (UnB).

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Brasil sobe para o segundo lugar no quadro de medalhas dos Jogos Pan-Americanos

Brasil sobe para o segundo lugar no quadro de medalhas dos Jogos Pan-Americanos
A vila nacional esportiva dos Jogos Pan-americanos 2019, Videna, em Lima - AFP
O Brasil conquistou sete ouros no domingo e assumiu o segundo lugar no quadro de medalhas dos Jogos Pan-Americanos Lima-2019.
O país chegou ao lugar mais alto do pódio com Chloé Calmon no longboard, Ana Marcela Cunha na maratona aquática e João Menezes no tênis. Mas o destaque ficou por conta da canoagem, com duas medalhas de ouro para Ana Sátila (C1 e Extreme) e outras duas para “Pepê” Gonçalves (K1 e Extreme).
Agora o Brasil tem 22 medalhas de ouro, 16 de prata e 35 de bronze. O quadro de medalhas é liderado com folga pelos Estados Unidos, com 54 de ouro.


Quadro de medalhas dos Jogos de Lima-2019:
Ouro Prata Bronze Total
1. Estados Unidos 54 44 35 133
2. Brasil 22 16 35 73
3. México 20 15 35 70
4. Canadá 19 36 24 79
5. Colômbia 16 12 15 43
6. Argentina 14 15 15 44
7. Cuba 14 12 11 37
8. Peru 7 6 10 23
9. Chile 5 7 7 19
10. República Dominicana 4 6 9 19
11. Equador 4 6 8 18
12. Porto Rico 3 2 4 9
13. Venezuela 2 2 6 10
14. Trinidad e Tobago 2 1 1 4
15. Guatemala 1 3 4 8
16. Jamaica 0 1 1 2
. Paraguai 0 1 1 2
. Uruguai 0 1 1 2
19. Bolívia 0 1 0 1
20. Nicarágua 0 0 3 3
21. Antigua e Barbuda 0 0 1 1
. Costa Rica 0 0 1 1
. El Salvador 0 0 1 1

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Brasil e Paraguai anulam acordo que causou crise política em Assunção

Brasil e Paraguai anulam acordo que causou crise política em Assunção
(Arquivo) O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (3-E), e o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez (4-E), em cerimônia em Foz do Iguaçu, em maio de 2019 - AFP
Brasil e Paraguai decidiram anular um ato bilateral para a distribuição de energia hidrelétrica de Itaipu, assinado em maio passado e que desencadeou uma crise política para o governo do presidente Mario Abdo.
O documento “será devolvido às instâncias técnicas para a negociação da contratação de energia elétrica da Itaipu Binacional”, afirma um comunicado oficial divulgado nesta quinta-feira.
O pedido para cancelar o ato bilateral veio do governo de Abdo, após a rejeição que provocou no Paraguai e que levou a oposição a anunciar que iria exigir seu impeachment.
Após essa anulação, o pedido que devia ser feito ante o congresso perdeu força.
“Nós nos recuamos da intenção de iniciar o julgamento político contra o presidente da República. Acreditamos que com o documento que deixa a ata bilateral sem efeito, o dano está reparado”, anunciou o deputado governista dissidente Pedro Alliana em sua conta no Twitter.
Sem os dissidentes do governista Partido Colorado, a oposição não conta com os votos necessários para destituir o presidente.
Depois de 24 horas sem aparecer em público, Abdo emitiu uma mensagem à nação, agradecendo aos que o apoiaram na crise, em particular o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
“A democracia triunfou”, disse ele.
Bolsonaro havia dito na quarta-feira que a relação com o Paraguai é excelente e se declarou disposto a fazer justiça no tema de Itaipu, binacional, que considerou “importantíssimo”.
O Itamaraty ratificou seu apoio nesta quinta-feira em um comunicado, destacando a convergência de valores entre os dois governos e desejou um deselnace sem quebra da ordem democrática.
A crise provocada pelo acordo obrigou na segunda Luis Castiglioni a renunciar ao cargo como chanceler do Paraguai. Junto com ele, apresentaram demissão outros três funcionários.
– Preço de mercado –
As autoridades de ambos os países ordenaram que as instâncias técnicas retomassem as reuniões para definir o cronograma de energia contratado pela empresa brasileira Electrobras e a paraguaia Ande para a distribuição da energia elétrica da usina hidrelétrica binacional de Itaipu aos dois países no período de 2019- 2022.
Segundo alguns especialistas, o acordo teria causado uma perda de mais de 200 milhões de dólares para o Paraguai.
“O Paraguai deixou de receber US$ 75 bilhões por não vender sua parte de energia ao Brasil a preço de mercado, desde que a usina começou a operar em 1984”, disse o cientista político Miguel Carter à AFP, segundo um cálculo baseado em números oficiais.
A hidrelétrica de Itaipu, erguida sobre o caudaloso rio fronteiriço do Paraná, é considerada a segunda maior do mundo depois da de Três Gargantas da China.
Possui uma capacidade instalada de 14.000 megawatts e abastece os estados mais ricos do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul, entre outros.
O Paraguai utiliza apenas 7% da energia produzida e vende todo o seu excedente para a Eletrobras.
Os paraguaios acreditam que o Brasil paga um preço ridículo pela energia que compra do sócio e vizinho.
“Exigimos pagamento a preço de mercado”, disse Ricardo Canese, especialista em hidrelétricas e parlamentar da Frente Guasú (Frente Ampla).
“Esta questão é tão sensível para os paraguaios que deveria ter sido tratada diretamente entre Abdo e Bolsonaro”, destacou, por sua vez, o analista brasileiro Hiram Pessoa de Melo, especialista em campanhas políticas.
Mais cedo, em um comunicado, o Itamaraty afirmou que o Brasil expressava seu apoio ao presidente Abdo ante sua ameaça de impeachment, destacando “convergência de valores” entre os governos paraguaio e brasileiro.
“O desenvolvimento do Paraguai e sua participação ativa como valioso membro do Mercosul e da comunidade hemisférica é de enorme interesse para o Brasil”, afirmou ainda o texto.
Bolsonaro chegou a declarar que estava aberto a discutir com o Paraguai.
“Lá vocês sabem como funciona, né? Lá é muito rápido o impeachment”, afirmou.
Otávio Rêgo Barros, porta-voz de Bolsonaro, confirmou em outro comunicado que “o Brasil está aberto para discutir os termos do acordo que busca o benefício dos dois países”.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Banco Central corta taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, para 6% ao ano

Banco Central corta taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, para 6% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a Selic, a taxa básica de juros, em 0,50 ponto porcentual, para 6% ao ano, nesta quarta-feira, 31. Depois de 16 meses de estabilidade, decisão do Copom foi unânime.
Com a inflação sob controle e a aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara, a maior parte do mercado financeiro já dava como certa a redução da taxa, que já estava no nível mais baixo da história – a dúvida era apenas quanto ao tamanho do corte, se seria 0,25 ou de 0,50 ponto porcentual.
Em sua reunião de junho, o Copom já havia indicado que, caso a Previdência avançasse na Câmara, a Selic poderia cair. Isso porque a aprovação da reforma abre espaço para um reequilíbrio das contas públicas, reduzindo o risco de a inflação voltar a acelerar.
O Copom se reúne a cada 45 dias para definir a Selic com o objetivo de buscar o cumprimento da meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2019, a meta central de inflação é de 4,25%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo (ou seja, o índice pode ficar entre 2,75% e 5,75%).
Quando a inflação está alta ou indica que vai ficar acima da meta, o Copom eleva a Selic. Com isso, os juros bancários tendem a subir, freando o crédito e o consumo. Assim, a inflação costuma cair.
Os dados mais recentes, porém, mostram que a inflação segue acomodada no Brasil. Para completar, a atividade econômica continua fraca. Em junho, o BC já havia alertado que o processo de recuperação da atividade foi interrompido.
A redução dos juros, porém, não tem efeito imediato na economia. “Do começo da crise até agora, o Brasil já derrubou a Selic de 14,25% para 6,5% ao ano e a economia está praticamente parada. E 0,25 ponto ou 0,50 ponto não vai mudar as coisas”, afirma a economista-chefe do XP Investimentos, Zeina Latif.
Queda também nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou nesta quarta a redução dos juros no país em 0,25 ponto porcentual, baixando a taxa básica para a faixa entre 2% e 2,25%. É a primeiro corte feito pelo Fed desde a crise de 2008. O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a decisão foi um “ajuste no meio de um ciclo” da política monetária.
Segundo ele, foram considerados fatores como crescimento global modesto, comércio e inflação contida. “Sem dúvida há um aspecto de seguro na decisão de cortar juros”, declarou, pontuando que o crescimento no exterior desapontou, especialmente na zona do euro e na China.