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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Comissão de Ética da Presidência recomenda exoneração de Lupi

A Comissão de Ética Pública recomendou à presidente Dilma Rousseff a exoneração de Carlos Lupi do cargo de ministro do Trabalho.

A decisão foi tomada por unanimidade em reunião do grupo nesta quarta-feira (30). "A comissão entendeu que ele não tinha explicado a base das acusações, que era a série de convênios irregulares firmados com pessoas do seu partido", afirmou Sepúlveda Pertence, presidente da Comissão.

Geraldo Magela - 17.nov.2011/Agência Senado
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, durante depoimento no Senado
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, fala no Senado

A recomendação foi feita pelos cinco integrantes da comissão presentes à reunião, a última deste ano, após cerca de cinco horas de reunião. A justificativa do grupo não aponta um motivo específico para a defesa da saída do ministro, aponta apenas o artigo do Código de Conduta da Alta Administração Federal que permite à comissão dar ao gestor público uma advertência, censura ética ou sugestão de exoneração.

Lupi foi envolvido nos últimos dias em uma série de irregularidades em convênios de sua pasta com entidades ligadas a seu partido.

A decisão da comissão surpreendeu até mesmo a base aliada. "Não sei se é fatal, mas é uma bala", disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Em audiência no Congresso, Lupi chegou a afirmar no passado que "para me tirar, só abatido à bala".

Ele afirmou ainda que Lupi deu "explicações não satisfatórias" e "resposta inconveniente" à própria comissão e ao Congresso Nacional. A exoneração é o que se prevê de mais grave no código de ética.

CRISE

As suspeitas sobre o ministro começaram após reportagem da revista "Veja" no início do mês informar o envolvimento de servidores e ex-servidores do ministério em um esquema de cobrança de propinas que revertia recursos para o caixa do PDT.

Após a reportagem, Lupi afastou um dos envolvidos e afirmou que só deixaria o governo "abatido por bala". A presidente não gostou das declarações e ele se retratou logo depois.

No dia 12, uma nova publicação da "Veja" denunciou o uso de avião contratado por um dono de uma rede de ONGs beneficiária de convênios de mais de R$ 10 milhões com o Ministério do Trabalho. O ministro, que a princípio disse desconhecer o empresário, admitiu ter feito a viagem, mas não revelou quem pagou o voo.

A situação de Lupi ficou ainda mais complicada após reportagem da Folha do último dia 26 revelar que o ministro foi funcionário-fantasma da Câmara dos Deputados por quase seis anos. Ele ficou pendurado na folha de pagamento da Casa, com lotação na liderança do PDT, de dezembro de 2000 a junho de 2006.

Juízes de todo o país ‘cruzam os braços’ nesta quarta

Juízes federais e trabalhistas anunciam para esta quarta (30) paralisação de um dia. Cruzam os braços sob críticas da cúpula do Judiciário e da OAB.

Reivindicam sobretudo reajuste salarial. Alegam que, considerando-se a evolução da inflação, seus contracheques estão defesados em pelo menos 22%.

As perdas eram maiores –32% nos últimos seis anos. Mas a magistratura foi reajustada em quase 9% no ano de 2009.

Os vencimentos dos juízes não podem ser tratados isoladamente. Eles integram uma carreira cuja folha está limitada pelo pé-direito do STF.

Situados no teto da cadeia remuneratória do serviço público, os ministros do STF recebem R$ 26,7 mil. Entre os juízes, o salário mais alto é de R$ 24,1 mil.

Os ministros do Supremo reivindicam reajuste de 14,79%. Algo que elevaria seus contracheques para R$ 30,6 mil.

Com isso, a remuneração dos juízes no topo da carreira seria içada para patamares pouco acima dos R$ 27,6 mil.

O problema é que o pedido de aumento do STF veio acompanhado de uma pauta que inclui aumento de 56% para os servidores do Judiciário.

O Ministério do Planejamento foi à calculadora. Estimou que, levando-se em conta o efeito cascata, o tônico salarial da Justiça custaria ao Tesouro R$ 7,7 bilhões.

A cifra corresponde a quase metade do que o governo espera destinar ao Bolsa Família em 2012. Dilma Rousseff torceu o nariz. E contrapôs as togas aos pobres.

Disse: atendendo ao Judiciário, o Executivo "prejudicaria a efetiva implementação de políticas essenciais, como as de saúde, educação e redução da miséria."

Caberá ao Legislativo, às voltas com a análise do Orçamento da União para 2012, decidir se inclui nas previsões de gastos a verba reivindicada pelo Judiciário.

É contra esse pano de fundo impregnado de veneno que os juízes realizam a paralisação de um dia. Além de salário, pedem coisas como melhoria das condições de trabalho e segurança.

Talvez não obtenham o que desejam. E correm o risco de irritar a clientela. A paralisação levará ao cancelamento de milhares de audiências em todo país.

Apenas na Justiça do Trabalho, estima-se que terão de ser reagendadas cerca de 20 mil audiências. Josias de Souza

Aeronáutica divulga nota contestando reportagem ‘A Farra da FAB’, da ISTOÉ

29 de novembro de 2011, em Nota Oficial, por Fernando "Nunão" De Martini

Nota Oficial – Esclarecimento sobre reportagem da Revista ISTOÉ (Ed.2194)

O Comando da Aeronáutica contesta o teor da reportagem “A Farra da FAB” da revista ISTOÉ, em sua última edição de número 2194, sobre supostas irregularidades na folha de pagamento do Comando da Aeronáutica. Dessa forma, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) presta os seguintes esclarecimentos:
O Comando da Aeronáutica, ao longo do ano de 2011, vem atualizando as informações administrativas constantes da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) decorrentes do desligamento de militares da Aeronáutica. Essa atualização se dá através do envio de informações retificadoras ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O principal item em atualização é a inclusão da data de desligamento de ex-soldados.
Por meio das informações da RAIS, o MTE poderá atualizar ou inserir a data de desligamento, bem como qualquer outro dado relativo aos ex-soldados no Cadastro Nacional de Informações e Serviços (CNIS). É importante salientar que esse cadastro não proporciona qualquer efeito na elaboração da folha de pagamento da Aeronáutica.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), por sua vez, destina-se a fornecer informações utilizadas pelo programa de seguro-desemprego, condição não aplicável aos militares.
O ato administrativo que implica o imediato cancelamento do pagamento de remuneração (salário) de um militar da Aeronáutica é a publicação do seu desligamento do serviço ativo em boletim interno de sua organização militar, fato que a própria reportagem afirma ter ocorrido.
No momento em que a reportagem acusa a Aeronáutica de desviar até R$ 3 bilhões a partir de apurações incompletas, em particular a ausência de informações contidas na RAIS, comete equívocos, mistura conceitos, apresenta deduções descontextualizadas e confunde o leitor, promovendo uma “farra de suposições”.
Outro erro da reportagem foi confundir o conceito de “inativo” extraído do Sistema de Informações Gerenciais de Pessoal (SIGPES)*, com o de “aposentado”. Inativo, no SIGPES, significa que o indivíduo não está exercendo atividade funcional na instituição, podendo estar nessa condição de forma remunerada ou não.
O ex-soldado Paulo André Schinaider da Silva, citado na matéria, teve seu licenciamento (exclusão do serviço ativo) da Aeronáutica publicado em março de 2004. Desde então não faz jus e não recebe nenhum tipo de remuneração. Tal fato também impossibilita que outro cidadão possa receber salário em seu lugar.
Cabe destacar que o Comando da Aeronáutica tem mantido informados o Ministério da Defesa e o Ministério Público Federal a respeito das acusações apresentadas por ex-soldados da Aeronáutica.

Brasília, 28 de novembro de 2011.
Brigadeiro-do-Ar Marcelo Kanitz Damasceno
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica

Esclarecimento: O Sistema de Informações Gerenciais de Pessoal (SIGPES) é uma ferramenta do Comando da Aeronáutica destinada a produzir informações relativas ao efetivo militar e civil, ativos, inativos ou pensionistas vinculados a este Comando.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

American Airlines pede concordata nos EUA

Empresa afirma que irá honrar os compromissos com as reservas dos passageiros e que possui 4,1 bilhões de dólares para continuar operando

Aviões da American Airlines na pista do aeroporto de Dallas/Fort Worth, no Texas

Aviões da American Airlines na pista do aeroporto de Dallas/Fort Worth, no Texas (Jeff Mitchell/Reuters)

A AMR, holding controladora da companhia aérea American Airlines, entrou com um pedido de concordata na corte dos Estados Unidos na manhã desta terça-feira. Em comunicado, a empresa afirmou que o movimento permitirá que sua competitividade seja restaurada no mercado de aviação internacional. Segundo a companhia, os compromissos com as reservas de passagens já feitas serão mantidos, assim como a manutenção da folha de pagamentos e benefícios de seus funcionários.

"É uma decisão difícil, mas necessária. É também o caminho mais correto que podemos escolher agora para nos tornarmos mais eficientes", afirmou o presidente da empresa, Thomas W. Horton, em fato relevante divulgado nesta terça-feira. Também nesta manhã o executivo assumiu o comando da empresa no lugar de Gerard Apley, antigo presidente que acaba de ser afastado. A companhia informou ainda que possui um caixa de 4,1 bilhões de dólares para continuar operando normalmente nos próximos dias, sem cancelamento de voos. A AMR possui ativos avaliados em 24,72 bilhões de dólares, enquanto suas dívidas totalizam 29,55 bilhões de dólares.

Reestruturação - A empresa informou que seus altos custos operacionais terão de ser revistos, pois impedem que o grupo assegure o futuro das subsidiárias, além de serem maiores que aqueles contabilizados pela concorrência. A decisão de entrar com o pedido agora, de acordo com o comunicado, ajudará a companhia a se reestruturar - e reestruturar seus custos - antes que a situação seja irreversível.

Segundo o Wall Street Journal, A AMR não usará, inicialmente, uma linha de crédito especial destinada a companhias em dificuldades financeiras ou sob a proteção do processo de recuperação judicial, conhecido nos EUA como "Chapter 11". Além disso, a empresa reiterou que o pedido de concordata não terá impacto legal sobre suas operações fora dos Estados Unidos. A AMR também deve iniciar negociações com todos os sindicatos para reduzir custos trabalhistas.

Desde a crise de 2008, as companhias aéreas têm passado por dificuldades nos Estados Unidos e na Europa. Entre as concorrentes da American Airlines, a United e a Delta Airlines, que também utilizaram proteção contra falência para cortar custos, realizaram fusões: a Delta comprou a Northwest Airlines e a United adquiriu a Continental Airlines para criar a United Continental Holdings.

Governo sírio mandou torturar e matar milhares de pessoas, inclusive crianças

Jamil Chade, correspondente em Genebra

GENEBRA - A investigação liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro conclui que a Síria cometeu "crimes contra a humanidade " ao reprimir manifestantes e que o responsável por esses crimes é o governo de Bashar al-Assad. A enquete está sendo publicada nesta segunda-feira, 28, em Genebra e revela que a Síria está à beira de uma guerra civil.

Torturas, violações sexuais e mortes tem sido conduzidas sob ordens do alto escalão, diz relatório - Valentina Petrova/AP
Valentina Petrova/AP
Torturas, violações sexuais e mortes tem sido conduzidas sob ordens do alto escalão, diz relatório

O documento deve aumentar a pressão sobre o governo sírio ao revelar detalhes sobre como atuam os soldados e sobre o fato de que torturas, violações sexuais, mortes e desaparecimentos de milhares de pessoas tem sido conduzidas sob ordens do alto escalão, inclusive contra crianças.

A enquete mostra que um grupo cada vez maior de militares abandonando Assad, o que tem sido respondido com uma repressão e assassinatos também contra soldados que tentam abandonar o exército.

Há seis semanas, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução que pedia o início das investigações. Pinheiro foi escolhido por sua experiência e por ser brasileiro, já que o Itamaraty ainda mantinha canais abertos com Damasco. Mas isso não foi suficiente e os sírios impediram sua entrada no país.

Mesmo assim, a enquete foi realizada e é considerada dentro da ONU como a coleta mais completa de evidências da repressão de Assad desde o começo das revoltas, em fevereiro e que já fizeram 3,5 mil mortos.

Pinheiro, que já foi ministro de Direitos Humanos no Brasil, revela uma verdadeira máquina de repressão, com a tortura e execuções ocorrendo em estádios de futebol, escolas e hospitais. Para ele, não resta dúvida de que soldados não conduziram essas operações sem o conhecimento de seus superiores. Pelas testemunhas que aceitaram falar com a comissão, está claro que as ordens de massacrar os protestos da forma que fosse necessária vinha da cúpula.

Enquete admite que governo tem a obrigação de manter a ordem. Mas sempre protegendo cidadãos e seus direitos a liberdade de expressão. Pinheiro reconhece que uma pequena parte dos manifestantes agiu de forma violenta. Mas revela como a grande maioria participou de protestos de forma pacífica e sem armas.

" Fomos ordenados a eliminar todos, inclusive crianças ", afirmou um ex-soldado. " Abrimos fogo. Eu estava lá ", confirmou. Relatos de vários soldados mostram a mesma lógica. " Eram manifestações pacíficas ", disse outro sobre um protesto no. dia 29 de abril. Naquele dia, o exército matou 40 pessoas que levavam remédios, água e alimentos a pessoas feridas.

Ex-soldados entrevistados por Pinheiro e que fugiram ou passaram para a oposição, contaram que foram obrigados a sair às ruas de algumas cidades para " atirar para matar ". Em uma ocasião, ainda em abril, soldados foram ordenados a atirar em direção a uma complexo residencial. Aqueles militares que estavam na linha de frente, atiraram para cima. Mas, como represália, foram assassinados.

" No dia 12 de agosto, recebemos ordens para ir a mesquita Omar al Khattab, em Duma", contou um soldado que aceitou testemunhar à ONU. " Eram 150 pessoas reunidas e abrimos fogo. Muitos foram mortos. Eu tentei atirar para o alto. Mais tarde, percebi que as forças de segurança estavam tirando fotos nossos e eu fui pego atirando para o ar numa foto", contou. "Fui interrogado e acusado de ser um agente secreto. Fui espancado por dois dias e me torturaram com choques elétricos ", revelou o ex-soldado.

A constatação, portanto, é de o uso excessivo da força, assassinatos e outras violações foram cometidas com frequência e sob as ordens do alto comando militar. Isso tudo em uma total impunidade. "A Síria violou o direito à vida", diz o documento, que acusa tanto os militares quanto as milícias montadas pelo estado.

Outro sinal de que a repressão é um ato de estado é a organização que foi montada para impedir que informações fossem reveladas. Antes da entrada do exército em uma cidade, jornalistas foram presos. Detenções em massa foram realizadas, sob a alegação de que estavam " fragilizando o sentimento nacional ".

Milhares desapareceram e outros milhares foram alvo de torturas. Casos revelados por Pinheiro apontam que essas violações ocorriam até mesmo em hospitais. Militares se ventiam de médicos para atender feridos de protestos e aproveitavam para tortura-los. Um estádio ainda teria sido amplamente usado para a repressão.

A violência sexual contra homens e crianças estaria sendo ainda amplamente utilizadas pelo regime, assim como a execução de menores e uso de eletrochoques. " Não me sinto mais como um homem ", afirmou uma das testemunhas.. No total, cerca de 256 crianças já teriam sido assassinadas pelo regime e nas prisões haveria inclusive garotos de dez anos.

Pinheiro apela para que a Síria interrompa imediatamente a violência e leve os militares responsáveis pelos atos aos tribunais, suspendendo suas imunidades. O brasileiro ainda pede a libertação dos prisioneiros políticos, um embargo de armas tanto para o governo quanto oposição e o acesso de investigadores internacionais à Síria.

STJ mantém prisão de José Rainha

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido de liberdade para o dissidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), José Rainha Júnior, preso em junho, acusado de desvio de verbas públicas federais destinadas a assentamentos da reforma agrária na região do Pontal do Paranapanema, no interior de São Paulo.
Rainha está preso na Cadeia Pública de Presidente Venceslau. As investigações da Operação Desfalque, da Polícia Federal (PF), apontam o ex-líder do MST como chefe de uma organização criminosa que desviava dinheiro de assentamentos, com a participação de servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O Tribunal Regional Federal da 3° Região (TRF3) já havia negado habeas corpus para Rainha. No recurso julgado pelo STJ, a defesa alegou falta de fundamentação e motivação válidas que justificassem a prisão cautelar de Rainha e de outros presos durante a operação da PF.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A farra da FAB

Ministério Público investiga fraude na folha de pagamento da Aeronáutica depois de descobrir que oito mil militares demitidos nos últimos dez anos permanecem ativos em cadastro interno

por Claudio Dantas Sequeira

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ROMBO
Fraudes na FAB podem chegar a R$ 3 bilhões, valor correspondente
a 70% do investimento previsto para o setor em 2012

O Ministério Público Federal está debruçado no que pode ser um dos maiores escândalos de desvio de verbas já descobertos envolvendo a Força Aérea Brasileira. Cerca de oito mil militares que foram demitidos nos últimos dez anos continuam ativos no cadastro interno da FAB e de órgãos federais, como o Ministério do Trabalho e da Previdência. Na enorme lista de soldados fantasmas – que corresponde a 12% do efetivo da Aeronáutica – constam até mortos, segundo documentos obtidos com exclusividade por ISTOÉ e que estão sendo analisados pelo procurador da República Valtan Timbó Furtado, do 7º Ofício Criminal, de Brasília. Depois de analisar os papéis, que incluem laudos internos da Aeronáutica e do Ministério da Defesa, o procurador encontrou elementos suficientes para investigar a FAB por crime contra o patrimônio e estelionato. “Vou pedir à Polícia Federal que instaure o inquérito”, disse Furtado à ISTOÉ. O rombo pode alcançar R$ 3 bilhões, valor equivalente a 70% de todo o investimento da Força Aérea previsto para 2012 e 20% do orçamento da Defesa. Na mira do procurador estão chefes de bases aéreas, comandantes do Estado-Maior da Aeronáutica e dos departamentos e diretorias de pessoal a eles subordinados.

Informada do caso em abril, a presidenta da República, Dilma Rousseff, ordenou uma devassa nas contas da Aeronáutica. Mas pediu sigilo para evitar ferir suscetibilidades. A suspeita da fraude aconteceu quando um grupo de ex-soldados decidiu recorrer à Justiça para tentar reingressar na FAB. Eles são parte de um contingente de 12 mil homens que entraram na Força Aérea entre 1994 e 2001, por meio de concurso público para o cargo de soldado especializado. A função fazia parte do Programa de Modernização da Administração de Pessoal, idealizado pelo brigadeiro José Elislande Bayo, que mais tarde seria secretário de Finanças da Aeronáutica. Em documento interno, classificado como reservado, Bayo atacou a “cultura viciada de improviso” e “métodos ultrapassados”. Para combater esses problemas, propôs a reestruturação de quadros e a criação da “figura do soldado especializado”, que poderia “dispensar o recrutamento para o serviço militar obrigatório”.

A ideia parecia boa, mas por algum motivo não funcionou. Dos 12 mil soldados especializados que prestaram concurso, apenas quatro mil foram aproveitados. Os demais acabaram desligados da FAB sem nenhuma justificativa, ao término de seis anos engajados. Como o edital não previa temporalidade, cerca de três mil desses soldados reuniram-se numa associação, a Anese, Associação Nacional dos Ex-Soldados Especializados, e passaram a cobrar o direito de reingresso. Foi quando descobriram que seus cadastros continuavam ativos, apesar da demissão. Luiz Carlos Oliveira Ferreira, por exemplo, trabalhou no Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos até 2001. Seu desligamento foi publicado em boletim interno, mas a FAB não comunicou a dispensa ao TCU, ao Ministério do Trabalho ou à Previdência. Quem consulta a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), o CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) e o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) verifica que Ferreira e tantos outros, como os ex-soldados Williams de Souza, André Miguel Braga Longo, Alexandre Gregório, Edmilson Brasil e Anviel Rodrigues, nunca foram demitidos de fato. “A FAB cometeu todo tipo de fraude cadastral”, acusou o ex-soldado Marcelo Lopes, que integra a direção da Anese em Brasília.

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NA JUSTIÇA
Cerca de 3 mil soldados reuniram-se numa associação,
a Anese, e passaram a cobrar o direito de reingresso à FAB

Robson Sampaio, da Anese do Rio, cita o caso de Alexandre Gregório, que após deixar a Aeronáutica prestou concurso para a Prefeitura do Rio e se surpreendeu ao descobrir que suas guias do CNIS, da Rais e do Caged estavam em nome de Denílson Nogueira, que consta como ativo no Parque de Material Bélico de São Paulo. Outro caso é o de Edmilson Brasil, que constam no Caged como aposentado, embora tenha sido demitido da FAB e hoje trabalhe na empresa Tecnoval Laminados. “Isso é caso de polícia. É preciso investigar a fundo essa fraude bilionária”, afirma Sampaio. As fraudes, segundo ele, também envolvem duplicidade de certificado de reservista de milhares de militares, como os ex-soldados especializados Teodoro dos Santos Gomes, Sandro Roberto de Souza, Nuil Benigno Andrade Ferreira e Alessandro Baptista. Eles descobriram que foram emitidos certificados em seus nomes tanto pelo Exército como pela Aeronáutica. Até mortos figuram como ativos na FAB, como Paulo Fabrício Cavalcante Vieira, morto em outubro de 2000 numa troca de tiros.

Questionada por ISTOÉ, a FAB negou o desvio de recursos e garantiu que os soldados especializados foram desligados da folha de pagamento da Aeronáutica. Em nota, a assessoria de imprensa alegou que os militares deixaram de constar da RAIS “desde quando deixaram de receber remunerações pela Aeronáutica”, o que não é verdade. Da mesma forma, a FAB alega que o fato de os soldados desligados estarem “ativos” no CNIS, no Caged e no CBO “não implica o pagamento de benefício pecuniário e tampouco recebimento de qualquer dotação orçamentária”. A justificativa não explica, por exemplo, o caso de Paulo André Schinaider da Silva. ISTOÉ obteve uma cópia da ficha interna do banco de dados da FAB, chamada SGIPES (Sistema de Informações Gerenciais de Pessoal). O soldado, admitido em 1998 e desligado em 2004, consta no cadastro sigiloso como “militar inativo”. Ou seja, aposentado. Portanto, beneficiário da previdência militar. Schinaider, porém, garante que não recebe o dinheiro. “Quero saber para onde está indo minha aposentadoria como militar. Para a minha conta é que não é!”, diz Schinaider. Ao procurar a FAB, o ex-soldado gravou com uma câmera escondida um funcionário informando que houve uma reunião para discutir sobre como desligar os soldados do sistema da FAB. “Ele disse que não havia como e que uma tenente ficou responsável por enviar ao Ministério do Trabalho e à Previdência pedidos de retificação da RAIS. Mas isso não muda nada lá dentro”, afirma Schinaider.

Uma análise da assessoria jurídica, mantida a sete chaves pelo comando, também atestou a falha no cadastro de soldados e alunos das escolas de formação de oficiais e sargentos, recomendando à FAB que passe a comunicar “os ingressos e saídas de praças e alunos” ao Tribunal de Contas. Descobriu-se que, embora os desligamentos dos soldados constem de boletim interno da FAB, os mesmos não foram informados aos órgãos de controle, nem ao Ministério do Trabalho ou à Previdência Social. Destacado para cuidar do assunto, o ex-deputado José Genoino, assessor especial do ministro Celso Amorim, admitiu em reunião com ex-soldados o “nó jurídico e material”. Resta saber se esse nó pode ser desatado e a quem beneficia. Em 2004, o TCU condenou Jayro José da Silva, ex-gestor de finanças da Subdiretoria de Pagamento de Pessoal, a devolver quase R$ 4,6 milhões em decorrência de uma fraude no cadastro. Ouvido por ISTOÉ, o coronel, que foi expulso da FAB, diz que assumiu a responsabilidade sozinho. “Perdi minha carreira, meu emprego e minha honra. Aguentei tudo para proteger muita gente”, disse. Questionado sobre quem seriam esses oficiais, Silva foi lacônico. “Melhor não mexer nisso.”

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PROVA DO DESCONTROLE
Foram emitidos certificados de reservista, em nome do militar Alessandro Baptista,
tanto pela Aeronáutica quanto pela Marinha, o que aumenta as suspeitas de irregularidades

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Documento da Previdência (acima) mostra que, embora tenha sido demitido da FAB,
o militar André Longo continua com cadastro ativo na Aeronáutica. O MP, em ofício
encaminhado ao Departamento de Ensino da Aeronáutica (abaixo),
alerta para as irregularidades na dispensa de soldados

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Liga Árabe aprova sanções contra Síria e admite chance de intervenção

Ministros árabes aprovaram neste domingo sanções à Síria diante do agravamento da violência no país. Entre as medidas estão: congelamento de ativos, paralisação de investimentos e suspensão de transações com o Banco Central sírio.

As sanções foram aprovadas por 19 dos 22 membros da Liga Árabe. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro do Qatar, Hamad bin Jassim Thani, após a votação.

Segundo ele, caso as medidas falhem em conter a crise no país, as forças de outras nações estrangeiras poderiam ter que intervir na Síria.

A declaração mostra uma mudança de posição, uma vez que Thani havia dito anteriormente que a Liga queria evitar de qualquer maneira um episódio semelhante ao que ocorreu na Líbia, onde uma resolução do Conselho de Segurança da ONU permitiu a intervenção da Otan, a aliança militar do Ocidente, com ataques aéreos.

"Todo trabalho que estamos fazendo é para evitar essa interferência", afirmou ele, acrescentando que não conseguiriam fazê-lo caso a comunidade internacional não levasse a Liga a sério.

Entre as sanções colocadas, está a proibição de viagens de autoridades sírias, o congelamento de fundos relacionados ao regime, o bloqueio de acordos e transações com o banco central do país e o fim de investimentos no local.

Também está contemplado o fim das relações comerciais com o Executivo de Damasco, com exceção de mercadorias estratégicas que afetem a população. O regime já havia dito que tais punições prejudicariam o povo da Síria.

Segundo a emissora britânica de TV BBC, a Síria rejeitou a iniciativa da Liga Árabe, alegando que o organismo está interferindo em assuntos internos e tentando "internacionalizar" o conflito sírio. Damasco retrata a ação como uma "conspiração ocidental" para prejudicar o país, por conta de sua oposição a Israel.

A TV estatal síria descreveu as sanções, antes mesmo de elas serem divulgadas, como "medidas sem precedentes que alvejam a população". E, segundo a agência Associated Press, autoridades sírias consideraram as sanções como uma traição à "solidariedade árabe".

IMPASSE

Os ministros foram instigados a agir pelo agravamento da situação no país do ditador Bashar Assad depois de ele ter falhado em implementar um plano de paz regional.

Damasco ignorou prazo para deixar entrar no país monitores árabes e para tomar medidas para acabar com a repressão do governo a um levante que já dura oito meses contra o regime de Assad.

O ultimato dado pela Liga Árabe para que a Síria assinasse um acordo permitindo a entrada de uma missão de observadores chegou ao fim na sexta-feira (25) sem que houvesse uma resposta concreta de Damasco. Com o fim do prazo, a organização havia prometido aplicar sanções contra o regime.


Reuters
Assento do ministro das Relações Exteriores da Síria fica vazio durante encontro da Liga Árabe
Assento do ministro das Relações Exteriores da Síria fica vazio durante encontro da Liga Árabe

O órgão desejava enviar 500 pessoas para monitorar a onda de repressão a opositores e tentar colocar um fim à violência no país. As autoridades sírias, porém, disseram que permitiriam apenas 40 pessoas.

Segundo estimativas da ONU, desde o início das revoltas em março, mais de 3.500 pessoas morreram, entre elas centenas de crianças. O regime liderado por Bashar Assad afirma que é vítima de grupos terroristas armados apoiados por estrangeiros e que já perdeu mais de 1.100 soldados.

Atualmente, a Síria não está representada na reunião da Liga Árabe porque sua filiação foi suspensa por ter fracassado em implementar um plano da Liga para acabar com a repressão aos protestos contra Assad.

Em 2 de novembro, o regime havia firmado um acordo com o órgão de colocar um fim à violência, retirar os militares das regiões com manifestantes e libertar presos políticos. Damasco, porém, continuou a repressão, o que fez com que a Liga, que rejeitou por décadas medidas contra qualquer Estado-membro, decidiu suspender o país.

VIOLÊNCIA

Durante encontro com estudantes, o ditador sírio, Bashar Assad, afirmou neste domingo que as forças do regime continuarão lutando contra os "terroristas" no país. "Não haverá tolerância com eles", garantiu, dizendo que o Exército realizou "golpes contundentes e decisivos contra os terroristas".

Assad afirmou que "os grupos armados que aterrorizam os cidadãos sírios estão divididos em três grupos: uns pertencem aos Irmãos Muçulmanos, outros a grupos fanáticos islâmicos, e por último são os que estão condenados à morte ou à prisão perpétua e não hesitam em cometer estes atos".

Em relação às informações que um número indeterminado de soldados teria abandonado as fileiras do Exército sírio, Assad declarou que "se o abandono de dezenas de soldados se chama deserção, então todos os países têm deserções".

Ao mesmo tempo, pelo menos dez pessoas morreram na Síria, uma delas menor de idade, segundo o grupo Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres.


Arte Folha/Arte Folha
arte mundo árabe

domingo, 27 de novembro de 2011

Intentona comunista de 27 Nov 1935 - Solenidade na Praia Vermelha

Solenidade na Praia Vermelha

Intentona Comunista (1935). Clarim, toque Vitória!




Escrito por Texto: Com Social do CML - Fotos e comentários: Ten Mergulhão

Uma linda manhã de sol nesta sexta-feira, as Forças Armadas capitaneadas pelo Exército tendo seu Comandante, General Enzo, presidido a cerimônia, foram prestadas homenagens às vítimas da Intentona Comunista.

Os antigos Chefes, agora na Reserva, estavam todos lá. Alguns, pela adiantada idade e o sol forte, precisaram de atendimento médico. Familiares de alguns mortos também lá estavam e foram – durante a cerimônia, cumprimentados por todas as autoridades.


Um desses familiares, nosso velho conhecido, é o General de Exército Ivan de Mendonça Bastos, antigo Chefe do DEP.


Após alguns dias feios e chuvosos, Ele mandou um radiante dia de sol para abrilhantar ainda mais essa reverência aos que tombaram naquele ato covarde dos comunistas da Aliança Nacional Libertadora (ANL).

Este redator chegou cedo

e aproveitou para cumprimentar muitos dos antigos Chefes como os Generais Curado, Lessa, Carvalho, Cesário e Castro.

Mas a quantidade de amigos era grande para nominá-los todos e, ao cumprimentar o General Montezano que conversava com o General Raton, o primeiro, substituirá o General Rui no DECEX no próximo dia 20 de dezembro e o segundo, Comanda o Instituo Militar de Engenharia, deixamos aqui registrados todos os demais não esquecendo dos Coronéis Haroldo (Diretor Hospital Geral da Vila Militar) e Helder Braga (Comandante de um Batalhão de Infantaria Paraquedista) e demais amigos.


Do Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil estavam o Ten Monteiro (presidente) e dois diretores, eu e o

Ten Paulo.Eles ficaram em forma com as demais autoridades e convidados.


O texto com o roteiro,

agradeço à Ten Sheila Morello da Com Social do CML.


Chegada a hora, o pessoal da Comunicação Social do CML anunciou que se aproximavam do local da cerimônia o General de Exército Enzo Martins Peri acompanhado dos Generais Rui (Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército)

e Adriano (Comandante Militar do leste) e após os toques regulamentares foram prestadas as honras militares ao Comandante do Exército com exórdio executado pela magnífica Banda Militar do I Batalhão de Guardas, o Batalhão do Imperador.


A Tenente Sheila dizia ao

microfone: - Prestigiam esta cerimônia antigos e atuais membros do Almirantado, dos Alto-Comando do Exército e da Aeronáutica, Oficiais-Generais das Forças Armadas da Ativa e da Reserva, autoridades eclesiásticas, autoridades federais, estadua

is e municipais, senhoras e senhores convidados.


O Cel Robson a seu lado, completava: - A presente cerimônia tem por finalidade reverenciar a memória dos militares mortos na intentona comunista em 27 de novembro de 1935.


E após cantarmos junto com a tropa o Hino Nacional Brasileiro, prosseguiu o narrador e

m sua explicação, coisa que hoje, nossos jovens pouco sabem...


A intentona comunista foi uma rebelião contra o Governo

da República, liderada pela Aliança Nacional Libertadora (ANL) e tinha por objetivos derrubar o governo e tomar o poder.


O movimento ganhou adeptos dentro de Unidades do Exército, onde militares cooptados e influenciados por ideias revolucionárias, iniciaram uma rebelião no interior de algumas organizações militares do Exército.


Deflagrado na noite de 23 de novembro de 1935, em Natal, no Rio Grande do Norte, aonde, os amotinados chegaram a tomar o poder estadual durante três dias, estendeu-se para o Recife em 25 de novembro e, por último, para o Rio de Janeiro, então sede do Governo Federal, no dia 27. Em todos esses locais as lideranças do movimento esperavam obter o apoio popular

que não se concretizou.


No Rio de Janeiro, as proporções do

movimento foram mais amplas e cruéis, tendo sido deflagrados motins, simultâneos, no 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha; no 2º Regimento de Infantaria e no Batalhão de Comunicações, na Vila Militar; e na Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos. Nos Quartéis em prontidão, os amotinados, na madrugada do dia 27, feriram e mataram seus companheiros de véspera enquanto dormiam.


Assim como no Recife, a mobilização no Rio de Janeiro foi rapidamente sufocada, o que não evitou que ocorressem mortes nos confrontos entre amotinados e forças legalistas. No ataque ao 3º Regimento de Infantaria, cujo aquartelamen

to, à época, emoldurava a Praia Vermelha, localizando-se entre as atuais instalações do Circulo Militar e da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), morreram 28 militares.


Os restos mortais desses mártires repousam no mausoléu construído à nossa frente, nesta histórica Praça General Tibúrcio, e um encontra-se na cidade de Belo Horizonte.

Assim, hoje, formamos perfilados para solenemente, reverenciar a memória desses heróis que, 76 anos atrás, tombaram no triste e sangrento episódio da intentona comunista. Militares que levaram ao extremo o juramento firmado ao ingressarem nas fileiras do Exército, de defender a Pátria, mesmo com o sacrifício da própria vida.


Este ato, repetido anualmente, mantém viva em nossa memóri

a a lembrança dos horrores da traição praticada nos quartéis em 35, alertando aos militares de hoje e de amanhã, sobre os perigos que podem advir da presença de ideologias políticas no interior das Unidades e renovando o permanente compromisso das Forças Armadas com a defesa da Pátria e dos ideais democráticos da Nação Brasileira.

Após esta alocução o Comandante do Exército, General Enzo, acompanhado por familiares dos mortos, o General de Exército Ivan de Mendonça Bastos e a Senhora Irma Paladini da Silveira, fizeram aposição de uma coroa de flores junto ao Mausoléu guarnecido por militar

es trajando uniformes históricos do 1º Batalhão de Guardas, Batalhão do Imperador, onde estão guardados aqueles que deram suas vidas em prol dos ideais democráticos em 1935.

Na sequencia, foi executado

o toque de silêncio em memória aos nossos companheiros e ao mesmo tempo uma Bateria do 31º GAC (escola) executou uma Salva de Gala (15 tiros).


Após, as mais altas autoridades foram cumprimentar os familiares dos heróis tombados em novembro de 1935 retornando a seus lugares...

E antão veio o ponto que mais me emocionou da cerimônia. Foi feita uma chamada nominal das vítimas a que todos os presentes respondiam PRESENTE!

E prosseguiu o narrador: - Em homenagem aos heróis que de maneira tão dignificante contribuíram para a manutenção dos elevados anseios de liberdade e de democracia do povo brasileiro, será procedida a chamada nominal dos que tembaram em 1935.

Ten Cel MISAEL DE MENDONÇA

Majores: ARMANDO DE SOUZA MELLO e

JOÃO RIBEIRO PINHEIRO

Capitães: GERALDO DE OLIVEIRA

DANILO PALADINI e

BENEDITO LOPES BRAGANÇA

1º Tenente JOSÉ SAMPAIO XAVIER

2º Tenente LAUDO LEÃO DE SANTA ROSA

Segundos Sargentos: JOSÉ BERNARDO ROSA e

JAIME PANTALEÃO DE MORAIS

Terceiros Sargentos: CORIOLANO FERREIRA SANTIAGO

ABDIEL RIBEIRO DOS SANTOS e

GREGÓRIO SOARES

Primeiros Cabos: LUIZ AUGUSTO PEREIRA e

ANTONIO CARLOS BOTELHO

Segundos Cabos: ALBERTO BERNARDINO DE ARAGÃO

PEDRO MARIA NETTO

FIDÉLIS BATISTA DE AGUIAR

JOSÉ HERMITO DE SÁ

CLODOALDO URSULANO

MANOEL BIRÊ DE AGRELLA e

FRANCISCO ALVES DA ROCHA

Soldados: LUIZ GONZAGA

LINO VITOR DOS SANTOS

JOÃO DE DEUS ARAÚJO

ÁLVARO DE SOUZA PEREIRA

GENARO PEDRO LIMA

WILSON FRANÇA

PÉRICLES LEAL BEZERRA

ORLANDO HENRIQUE e

JOSÉ MENEZES FILHO.

E o Cel Robson narra ao microfone: - A Banda de Clarins do 2º Regimento de Cavalaria de Guarda, Regimento Andrade Neves, executará o toque da Vitória, em memória dos militares imolados, setenta e seis anos atrás.

Clarim, toque VITÓRIA!

Comissão da Verdade sofrerá pressão por punição

Mas lei sancionada por Dilma não prevê criminalização, além de STF já ter julgado que Lei da Anistia atingiu todos

Evandro Éboli

BRASÍLIA. Antes mesmo da escolha dos integrantes da Comissão da Verdade, familiares de desaparecidos e entidades de direitos humanos já discutem os rumos que gostariam de dar ao grupo. Identificar, convocar e dar publicidade aos nomes de agentes do Estado que mataram, torturaram e desapareceram com militantes de esquerda durante a ditadura é o propósito maior desses militantes. Também é prioridade para setores do governo. O que os diferencia é a pretensão de familiares de levar à Justiça o resultado da apuração da comissão.
A lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff não prevê a criminalização desses agentes do Estado, mas os familiares acreditam ser inevitável que, revelados nomes de torturadores, eles sejam levados aos tribunais. Apesar desse desejo, o STF já decidiu que a Lei de Anistia impede condenações de responsáveis por violações de direitos humanos durante a ditadura.
Gilney Viana, coordenador do projeto Direito à Memória e à Verdade da Secretaria de Direitos Humanos, defende a identificação dos agressores.
- Isso é óbvio. Esse é um ponto de que não se abre mão. Os casos serão individualizados. Não tem como fugir da identificação dessas pessoas. Os torturadores serão todos nominados e serão convocados. Mesmo que a comissão não queira, não vamos deixar - disse Viana.
A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, lembra que a lei prevê a identificação e convocação dos torturadores.
- Sim, está na lei e vai ocorrer a convocação dessas pessoas. Não só isso, mas também o esclarecimento de circunstâncias em que se deram essas violações e a divulgação dos lugares onde ocorreram - disse a ministra ao GLOBO sexta-feira. - A presidente Dilma, pela sua vontade, está disposta a agir sem vacilações. Não vamos pecar pela omissão.
Viana cita casos que serão analisados, como o do líder estudantil Honestino Guimarães, que viveu na clandestinidade, foi preso, no Rio e em Brasília, e desapareceu, quando estava detido, em 1973. Outro alvo da comissão, para Viana, é a denúncia de que desaparecidos teriam sido enterrados na chamada Casa da Morte, em Petrópolis.
Os familiares começam a se mobilizar. Na quinta e na sexta-feira da semana passada, antigos militantes de esquerda, ligados hoje a comissões da Memória e Verdade, discutiram como atuar na Comissão da Verdade e se dividiram entre fazer indicações ou não ao governo de nomes para a comissão.
Maria do Rosário ouviu as queixas dos familiares e sugeriu que apresentem nomes. A ministra prometeu agendar encontro de um grupo deles com Dilma, que escolherá os sete integrantes da comissão.
- Estou à disposição para levar a ela todos os nomes e preocupações. É minha tarefa - afirmou.
Se militantes querem indicar nomes à comissão, outros querem vetar. No encontro, vários deles se mostraram contrários à possível nomeação do ex-vice-presidente Marco Maciel para a comissão. Seu nome tem sido citado como possível integrante.
- Quem foi cúmplice da ditadura não pode participar da comissão. É uma ofensa aos nossos mortos - disse o jornalista Antônio Carlos Fon, do comitê de São Paulo.

General critica Comissão da Verdade em seu Twitter
Para Iara Xavier, do Comitê de Memória e Verdade de Brasília e que teve dois irmãos mortos na ditadura, a prioridade da Comissão da Verdade são os casos de mortes e desaparecimentos.
- Do meu ponto de vista, dos familiares e da torcida do Flamengo. Uma vez identificado o torturador, o próximo passo é levá-lo à Justiça - diz Iara, que teve seu nome apresentado ao governo como possível integrante da comissão. - Nosso olhar vai ser para identificação dos autores. Estou orientando as famílias a pegar toda a papelada.
Os militares estão apreensivos, mas não tratam publicamente do assunto. A manifestação das Forças Armadas aparece sempre por quem não está na ativa. É o caso do general Augusto Heleno, ex-comandante da Amazônia e das tropas brasileiras no Haiti, hoje na reserva. No seu Twitter, ele critica a comissão: "A presidente Dilma declara: "o passado passou". E a Comissão da Verdade? Pra revirar o passado, só de um lado. Ou seja, revanchismo e incoerência."
"Como lembrança à Comissão da Verdade: no Brasil, nenhum grupo pegou em armas em defesa da Democracia e da Liberdade. Começa daí a mentira", também postou o general.

Amorim nega palavra a familiares e militares

Na cerimônia em que o governo sancionou a criação da Comissão da Verdade, o ministro da Defesa, Celso Amorim, não abriu o microfone a familiares de desaparecidos políticos por entender que as falas poderiam afrontar os militares e que, se isso ocorresse, oficiais também pediriam a palavra. A psicóloga Vera Paiva, filha do ex-deputado e desaparecido Rubens Paiva, acredita que Amorim poderia ter recorrido a uma saída diplomática, relembrando seus tempos de ministro das Relações Exteriores: “Se o dilema era esse, era só deixar os familiares falarem e deixar os militares falarem também.” O problema dessa solução é que, pela hierarquia da caserna, militar não fala. Quem fala por eles, se quiser, é o ministro da Defesa. Assim, o dilema era outro: temendo a represália de militares, Amorim, na verdade, temia presenciar um ato de insubordinação que desmoralizaria sua autoridade.

Militares ainda temem Comissão da Verdade

Para eles, objetivo é criar bases legais para um processo de mudança na Lei da Anistia

ROLDÃO ARRUDA - O Estado de S.Paulo

Não deram certo as longas negociações e concessões do governo para acalmar os militares em relação à Comissão da Verdade. Desde que foi aprovada pela presidente Dilma Rousseff, nove dias atrás, observa-se uma crescente inquietação nesse meio quanto aos rumos da comissão. Teme-se, sobretudo, a possibilidade de caminhar para um processo de judicialização.
Com os militares da ativa legalmente impedidos de se manifestar sobre questões políticas, a reação ocorre por meio de oficiais da reserva. Fala-se até na formação de uma frente para impedir ações da comissão.
Na semana passada, o capitão da reserva José Geraldo Pimentel divulgou em seu site uma carta na qual afirma que o primeiro passo da comissão será criar bases legais para um processo de mudança na Lei da Anistia. Em seguida, continua, os agentes das Forças Armadas serão levados a tribunais.
"Condenar os militares e agentes do Estado que lutaram contra os ex-terroristas e ex-guerrilheiros é o grande objetivo", diz. Para evitar que isso ocorra, o autor recomenda aos militares que ainda mantêm documentos sobre aquele período que não os apresentem.
"Se vocês tiverem em seu poder registros dos acontecimentos da luta travada contra os comunistas, desfaçam-se dos documentos, ou os guardem em lugar seguro", assinala. "Só a posteriori, quando o rancor da vingança desaparecer, é que poderão torná-los públicos."
Manifestações semelhantes partiram de vários outros pontos na internet. O Clube Militar do Rio criou um link em seu site para abrigar manifestações sobre a comissão. Um dos artigos, assinado pelo general da reserva Maynard Marques de Santa Rosa, qualificou-a de "estratagema de um grupo de vingadores obstinados, dirigida aos que lhes frustraram o projeto de aqui implantar a tirania contraditória".
Críticas. Entre familiares de mortos e desaparecidos no período da ditadura, assim como no meio de partidos à esquerda do espectro político, o movimento ocorre é contrário: critica-se o governo pelas concessões.
Segundo o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), esses militares da reserva ainda acreditam que têm força para criar uma crise institucional e política no País tentam intimidar o governo. "Mas isso não existe. Eles não têm projeto para o País nem representam a nova geração de oficiais, que não devem carregar a canga daquele passado", diz o deputado. "O melhor para a nova geração seria apoiar a apuração dos fatos."
Nesse cenário, segundo o deputado, o pior papel é o do governo, que cede às pressões. "Foi vergonhosa a decisão de impedir que um representantes dos familiares falasse na cerimônia de instalação da comissão", lembra.
Nos dois lados do debate as atenções estão voltadas agora a escolha das sete personalidades públicas que farão parte da comissão. As manifestações dos militares destinam-se em grande parte a influir na decisão da presidente Dilma.

sábado, 26 de novembro de 2011

O natal dos tablets

Conheça melhor as máquinas que abalaram o reinado dos computadores pessoais e saiba por que elas estão no topo da lista de presentes dos fãs de tecnologia

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Bem-vindo à era pós-PC. O computador pessoal, ícone da tecnologia pessoal nos últimos 30 anos, ficou para trás. A culpa é dos tablets, ou melhor dizendo, do pioneiro iPad. Não que os tablets tenham surgido assim, de uma hora para outra. A popularização, somada ao preço cada vez mais atraente para produtos fabricados no Brasil graças a uma medida provisória que reduz impostos desse equipamento, torna o conceito muito mais desejável e atraente para todos os bolsos.

As primeiras tentativas comerciais de produzir um tipo de comprodutos equipaconceito computador portátil com tela sensível vêm do começo dos anos 2000, quando fabricantes de PCs, incentivados pela Microsoft, criaram modelos híbridos que, bem, não deram muito certo. Pesados, com um teclado embutido e uma tela que não era lá grande coisa, ficaram bastante restritos ao mundo das empresas e dos negócios.

A história mudou em janeiro de 2010, quando a Apple anunciou o lançamento do seu primeiro iPad. Rumores de que a empresa iria lançar um portátil com tela grande, sem teclado ou caneta digital, eram antigos, e o próprio Steve Jobs, fundador e então executivo-chefe, fazia questão de desdenhar desse tipo de tecnologia. No primeiro dia de vendas nos Estados Unidos, 3 de abril de 2010, a Apple comercializou 300 mil unidades do iPad, de acordo com números oficiais da fabricante. Um mês depois, eram mais de 1 milhão de máquinas nas mãos de consumidores em todo o mundo. Em 60 dias, o número pulou para 2 milhões e, em 80, 3 milhões. Um sucesso absoluto que inspirou os concorrentes a lançarem suas novas plataformas móveis. Em fevereiro de 2011, Jobs mostrou o iPad 2, mais fino e aprimorado em relação ao primeiro tablet, e o sucesso de vendas continuou.

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MERCADO ABERTO
Tablets como os da linha Tabway, da Itautec (acima), ajudam
a popularizar o sistema operacional Android entre os usuários

Entra em cena, então, o Android. O sistema operacional para smartphones desenvolvido pelo Google já era uma pequena ameaça ao reinado do iPhone nos celulares. Nove meses após o lançamento do iPad, saiu o primeiro tablet Android, o Samsung Galaxy Tab, com tela de 7 polegadas: era um telefone adaptado à tela grande, com capacidade de navegar na rede, baixar aplicativos e fazer ligações – mas usando fones de ouvido. O Google, então, decidiu modificar o processo de criação do sistema, e anunciou no início deste ano o Android 3.0, específico para tablets: isso abriu espaço para fabricantes criarem produtos mais poderosos e focados em nichos como o mercado corporativo, por exemplo. Agora, no final do ano, sai o Android 4.0, que unifica o sistema novamente em um só para telefones e tablets.

Mas quem usa um tablet? Apesar da popularidade do iPad e do crescimento dos modelos com Android, esses aparelhos podem ser vistos apenas como dispositivos com tela grande e fácil de ler, de acordo com uma pesquisa feita com consumidores quatro países da região (México, Colômbia, Brasil e Argentina) pela fabricante de processadores Intel.

O estudo revelou ainda que o tablet é considerado algo bom para armazenar dados e informações e para visualizar revistas, livros e jornais. Um dos pontos positivos é o tablet ser algo “altamente portátil”, mas que muitos consumidores ainda não enxergam por completo os benefícios do brinquedo tecnológico – principalmente pelo preço alto.

E, por enquanto, a liderança nos tablets é mesmo do iPad. A consultoria Gartner estima que, neste ano, 73,4% dos tablets vendidos serão iPads, e o restante do bolo fica dividido com o Android e seus diversos fabricantes (Itautec, LG, Samsung, Sony, Asus, entre outros). Outros sistemas somados não terão mais de 5% do mercado, e o Windows nem aparece nessa lista.

Vale esperar o lançamento, em 2012, do Windows 8, que será adaptado e melhorado para esse tipo de computador portátil. Se fecharemos 2011 com 63,6 milhões de tablets vendidos a consumidores em todo mundo, o crescimento vai até 2015, com o pico de 326,3 milhões de unidades comercializadas.

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CAMPEÃO MUNDIAL
A linha iPad, da Apple, inaugurou o mercado de tablets e virou febre e, todo o planeta

Até lá, já teremos tablets com Android 5.0 ou 6.0 e novíssimas versões do iPad. A Apple nunca comenta rumores, mas a partir de 2012 a companhia de Steve Jobs deve começar a seguir o cronograma de lançamentos anuais comuns a seus produtos, com o anúncio de um novo iPad (que pode ser o iPad 3, iPad HD ou qualquer outro nome) já em fevereiro – visto que o iPad 2 foi mostrado pela primeira vez em fevereiro deste ano.

Especulações sobre como será o novo produto não faltam: tela Retina Display, de maior resolução, igual à usada no iPhone 4/4S, aumento do armazenamento para até 128 GB (o dobro da capacidade máxima atual), design mais fino com o possível uso de fibra de carbono na carcaça e melhoria da câmera. Fato é que, quando Tim Cook, o sucessor de Steve Jobs no comando da Apple, subir ao palco em algum momento do começo de 2012, saberemos com certeza o que virá de novidade – e corremos o risco de descobrir que nenhum dos boatos e rumores estavam corretos. Quem sabe, com sorte, essa nova geração de iPads possa até ser fabricada no Brasil.

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Com PMs em greve, Exército faz segurança de São Luís (MA)

SÃO LUIS - Tropas do Exército Brasileiro foram para as ruas de São Luís no início da tarde de sexta-feira, 25. Cerca de 200 militares do 24.° Batalhão de Caçadores deixaram o quartel para somar esforços com 500 homens da Força Nacional que já estão na capital maranhense tentando compensar a perda do policiamento ostensivo provocado pela greve dos policias militares.

Segundo o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes, a Força Nacional e o Exército garantirão a segurança da população maranhense durante os dias de greve dos policiais militares e bombeiros.

“A coordenação operacional da Operação Maranhão ficará a cargo do Exército”, disse o secretário.

Ele também informou que mais homens da Força Nacional, que reúne policiais e bombeiros de todo o País para casos de emergências de segurança pública, chegaram à capital.

No fim da tarde de sexta, o governo estadual divulgou nota afirmando que informações de que vários arrastões estariam acontecendo na capital maranhense não passavam de boatos plantados para provocar inquietação na população.

Boatos. “A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informa à população que nenhuma ocorrência de ‘arrastão’ ou ação do gênero foi registrada em São Luís até o fim da tarde desta sexta-feira. Esclarece ainda que boatos estão sendo disseminados por pessoas que estão se aproveitando da situação para criar um clima de insegurança visando aterrorizar trabalhadores e pessoas de bem.”

Enquanto o reforço chegava a São Luís, deputados estaduais tentavam negociar com os cerca de 400 grevistas que continuavam acampados na Assembleia Legislativa, sede do Legislativo maranhense.

A comitiva formada basicamente por deputados que apoiam o governo informaram ao comando do movimento que o governo está disposto a negociar, desde que os os grevistas suspendam a paralisação.

Acampamento. Mas os policiais militares em greve responderam que não pretendem desmontar o acampamento e prometem levar suas famílias para também passarem o fim de semana dentro do parlamento estadual maranhense.

O impasse deve continuar pelo menos até a próxima segunda-feira, quando nova reunião deve ocorrer.

Lupi foi assessor-fantasma da Câmara por quase seis anos

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi funcionário-fantasma da Câmara dos Deputados por quase seis anos. Ele ficou pendurado na folha de pagamento da Casa, com lotação na liderança do PDT, de dezembro de 2000 a junho de 2006, informa reportagem de Andreza Matais e Fernando Melo, publicada na Folha deste sábado.

No período, ele exercia atividades partidárias, como vice e presidente da sigla.

Geraldo Magela - 17.nov.2011/Agência Senado
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, durante depoimento no Senado
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, fala no Senado

A Folha ouviu assessores, deputados e ex-deputados do PDT. Os funcionários do partido em Brasília, que pediram para não ser identificados, confirmaram que Lupi não aparecia no gabinete da Câmara e se dedicava exclusivamente a tarefas partidárias.

OUTRO LADO

Questionado sobre sua passagem pelo Legislativo, Lupi afirmou apenas que de 1995 a 2000 exerceu, "em alguns períodos, assessorias legislativas na liderança do PDT", omitindo a maior parte de sua posterior passagem pela liderança do PDT na Câmara dos Deputados entre 2000 e 2006.

Entre 1997 e 1999, Lupi foi assessor da liderança do PDT no Senado Federal. Mas, em 2002, segundo registros da Câmara ele era assessor da Casa e não teria se licenciado para candidatar-se ao Senado, como prevê a legislação.

Ele nega e disse que cumpriu a lei.


Editoria de Arte/Folhapress

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Pressão de Estados fez Dilma alterar projetos para Copa 2014

Após pressão de governadores, a presidente Dilma Rousseff ordenou ao Ministério das Cidades que mudasse a toque de caixa projetos de transportes para a Copa-2014, informa reportagem de Dimmi Amora, Breno Costa e Valdo Cruz, publicada na Folha .

Graças à interferência, as cidades de Salvador (BA) e Cuiabá (MT) puderam trocar o BRT (ônibus em corredores exclusivos) por sistemas mais caros e demorados, como metrô e VLT, o Veículo Leve sobre Trilhos.

Os governadores Jaques Wagner (PT-BA) e Sinval Barbosa (PMDB-MT) capitanearam o lobby pela mudança.

Wagner recebeu o sinal verde de Dilma em 5 de agosto, durante viagem no avião presidencial a Salvador. Até então, a presidente insistia nos sistemas de transporte do plano original da Copa.

OUTRO LADO

O Palácio do Planalto e o Ministério das Cidades negam que tenha havido qualquer pressão política para que os setores técnicos aprovassem a mudança no projeto de sistemas de transportes proposto pelos governos da Bahia e de Mato Grosso.

A assessoria do governador Jaques Wagner (BA) defendeu as mudanças, dizendo que eram tecnicamente adequadas e informou que um técnico entraria em contato para explicar as mudanças. No entanto, isso não havia ocorrido até o início da noite de ontem.


Editoria de Arte/Folhapress

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O PREÇO DO SUCATEAMENTO

Carlos Chagas-Falta dinheiro para tudo, na realidade atual, mas quando a carência atinge prioritariamente as forças armadas, dá o que pensar. O Brasil não se encontra envolvido em contendas castrenses com nossos vizinhos nem com qualquer outro país do mundo. Nossos militares engolem sapos em posição de sentido, tendo aberto mão da esdrúxula condição de tutores da nação. Não exigem nada. Mesmo assim, salta aos olhos o sucateamento de suas estruturas. Metade dos navios da Marinha de Guerra não sai das bases navais. Dos aviões da Força Aérea, já quase obsoletos, a maioria obriga-se a permanecer no solo. Helicópteros, tanques e canhões do Exército encontram-se acometidos de paralisia.
Um único porta-aviões dos Estados Unidos dispõe de mais poder de fogo e de ação do que nossas forças armadas. Estamos vulneráveis a qualquer ameaça ao litoral, quanto mais ao pré-sal mais remoto, sem falar da Amazônia. Nossas fronteiras a oeste só não se encontram em frangalhos iguais porque do outro lado a situação é ainda pior.
Culpar o governo pela débâcle seria pueril, já que nossa inferioridade bélica vem de séculos. Mesmo durante o regime militar, o quadro não era melhor, apesar de dispormos de alguma indústria de armamentos, depois levada à falência. Fazer o quê? Ignorar os conflitos que não nos atingem de perto, mas potencialmente assustadores? Acomodarmo-nos ao papel de subservientes da maior potência militar do planeta, com todas as imposições econômicas e comerciais decorrentes? Eis aí um nó a desatar.

Verba para Amazônia cai de R$ 1 bilhão para R$ 105,5 milhões

Apesar do discurso de que a vigilância da fronteira na Amazônia é uma prioridade, os recursos repassados pelo governo para os projetos que atendem à região minguaram. Para 2012, o Exército pretendia investir pelo menos R$ 1 bilhão para acelerar a implementação do projeto Sistema Integrado de Monitoramente de Fronteira (Sisfron). No entanto, o orçamento enviado ao Congresso prevê o emprego de apenas R$ 105,5 milhões.

O valor representa um décimo do pedido para modernizar e aumentar a fiscalização dos 16,8 mil quilômetros de fronteira seca com dez países vizinhos, sendo que cerca de 13 mil são na Amazônia. O valor do projeto foi estimado em R$ 17 bilhões, para ser desenvolvido em dez anos.

O corte tem como consequência imediata o atraso da instalação de radares e sensores na região, previstas no projeto, que facilitaria, por exemplo, a detecção de ameaças ao País, de traficantes a narcoguerrilheiros. É, segundo militares, mais um sintoma do sucateamento provocado por cortes orçamentários.

Ontem, o Estado revelou um documento sigiloso da Defesa que fez uma radiografia completa dos equipamentos militares no "estaleiro", fora de operação, de aviões a submarinos. Sem os equipamentos não é possível identificar as ameaças à distância. Além disso, a aquisição de rádios comunicadores, equipamentos essenciais para manter contato entre a base e os pelotões avançados de fronteira, estão com a licitação atrasada.

Para minimizar o impacto do ajuste fiscal, o Ministério da Defesa negocia com o Planejamento a ampliação dos R$ 105,5 milhões previstos para, pelo menos, R$ 500 milhões, com o compromisso de que os recursos para os próximos anos sejam garantidos no orçamento, seguindo o Plano Plurianual, que prevê R$ 710,44 milhões para 2013, R$ 780, 98 milhões para 2014 e R$ 929,61 milhões para 2015.

Devagar. O assessor especial do Ministério da Defesa, José Genoino, rebateu ontem as queixas de cortes e falta de recursos alegando que "as coisas na área de defesa não acontecem de uma vez só". E emendou: "O importante é que todos os projetos importantes estão em andamento, devagar, mas caminhando".

Ele lembrou que em dezembro será realizada a Operação Ágata 3, que fará um trabalho de prevenção, controle, fiscalização e repressão aos crimes nas fronteiras, com participação de forças policias federais e estaduais.

Os militares que atuam na região reconhecem a importância deste tipo de operação pelo efeito demonstração, mas ressalvam que o trabalho tem de ser permanente. Também lamentam que na maior parte da Amazônia apenas o Exército tenha presença efetiva.

Nem mesmo a transferência de mais militares para a região está cumprindo o cronograma preestabelecido. O Comando Militar da Amazônia pretendia no curto prazo contar com pelo menos 35 mil homens na região, mas, no momento, o Exército possui apenas 26,6 mil militares.

ANP suspende atuação da Chevron no Brasil

SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA
CIRILO JUNIOR
DO RIO

A ANP (Agência Nacional do Petróleo) determinou nesta quarta-feira a suspensão das atividades de perfuração da Chevron no Campo de Frade, até que sejam identificadas as causas e os responsáveis pelo vazamento de petróleo e restabelecidas as condições de segurança na área.

A medida significa a suspensão de toda atividade de perfuração da Chevron do Brasil no território nacional.

Novas autorizações só poderão ser concedidas quando as causas do vazamento forem identificadas e as condições de segurança na área de Frade forem restabelecidas, decidiu a diretoria da agência em reunião extraordinária.

A petroleira americana explora 12 poços no campo de Frade, entre eles o que apresenta vazamento de óleo desde o dia 8 de novembro.

A ANP rejeitou ainda pedido da concessionária para perfurar novo poço no Campo de Frade com o objetivo de atingir o pré-sal.

A diretoria da agência informou que a perfuração de reservatórios no pré-sal "implicaria riscos de natureza idêntica aos ocorridos no poço que originou o vazamento, maiores e agravados pela maior profundidade".

A medida não alcança as atividades necessárias ao abandono definitivo do poço com vazamento e a restauração das suas condições de segurança, informou a agência.

A Chevron informou que ainda não foi notificada sobre a decisão, e vai seguir todas as normas e regulamentos do governo brasileiro e suas agências.

SEGURANÇA

O presidente da Chevron no Brasil, George Buck, afirmou nesta quarta-feira que a empresa tomou todas as medidas necessárias de segurança para evitar acidentes e que cumpriu todas as exigências do plano de emergência, uma vez verificado o vazamento no campo de Frade.

Segundo Buck, a petroleira irá apresentar todas as informações solicitadas, inclusive provas da localização dos navios para conter a mancha de óleo e informações completas sobre o acidente.

O presidente da petroleira afirmou que houve dificuldade com transmissão de dados por limitação da banda larga da região, motivo pelo qual as primeiras fotos do acidente enviadas pela empresa foram editadas em versões mais compactas. "Todos os segundos de dados estão à disposição e serão fornecidos", disse.

O executivo reiterou que a primeira preocupação foi tentar interromper o fluxo na fonte do vazamento. O vazamento ainda não foi totalmente estancado. "A Chevron assume total responsabilidade por esse incidente, e vai continuar tomando as medidas necessárias", disse Buck, durante audiência pública na Câmara dos Deputados.

Buck afirmou ainda que não tem conhecimento de discrepância nos relatórios enviados às autoridades brasileiras, mas disse que a hipótese será investigada. Também afirmou que a empresa tinha todos os equipamentos necessários para conter o vazamento.

Na mesma audiência, ele pediu desculpas ao povo brasileiro pelo vazamento.


Editoria de Arte/Folhapress

TCU

O TCU (Tribunal de Contas da União) decidiu nesta quarta-feira investigar a ANP (Agência Nacional do Petróleo) após o vazamento.

A auditoria, proposta pelo ministro Raimundo Carreiro, pretende saber se a agência tem ações preventivas de controle para este tipo de vazamento e se está fiscalizando os planos de emergência das petrolíferas.

Além disso, o tribunal também pediu uma auditoria na Petrobras para saber se ela será ressarcida pelos gastos feitos no apoio à Chevron para controlar o vazamento.

MULTA

O presidente da Petobras, José Sérgio Gabrielli, disse nesta quarta-feira que a multa em caso de acidentes em operações petrolíferas são de responsabilidade do operador, mas que os sócios podem ter de arcar com uma fatia da punição dependendo dos contratos entre as partes.

Gabrielli não quis relevar se a Petrobras terá que pagar o referente à sua participação no campo de Frade, onde ocorreu o acidente da Chevron há duas semanas, mas ressaltou que o diálogo entre os sócios nas empresas de petróleo é permanente.

A estatal é sócia da Chevron no campo de Frade. A empresa já foi multada em R$ 50 milhões pelo Ibama, mas pode ter de pagar até R$ 260 milhões em punições.

PRAIAS

O governo do Rio considera haver, ainda, risco de o óleo que vaza na bacia de Campos chegar à costa. Técnicos do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) consideram haver quantidade relevante de óleo em partes mais fundas e que esse material pode se dirigir a praias próximas por meio de correntes marítimas.

A mudança do clima pode contribuir a isso. Segundo o o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a alteração na direção dos ventos de leste --contrária à costa-- para o sul pode favorecer a aproximação da mancha.

O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, disse que, como o petróleo que vazou é pesado, pode não subir imediatamente, transformando-se em pelotas que podem ser carregadas para diferentes pontos.

"Em duas semanas a um mês, há o risco de essas bolas de piche aparecerem em praias de Arraial do Cabo, Macaé [ambas no Rio] e em Ubatuba [SP]."

Ano de 2011 bate recorde em números de minas terrestres no mundo

Até 2010, havia 4.191 artefatos registrados no mundo; tratado de proibição conta com a participação direta e apoio de 158 países

Agência Brasil

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O ano de 2011 bateu o recorde em comparação aos anos anteriores no que se refere ao número de minas antipessoais (terrestres). Até 2010, havia 4.191 minas registradas no mundo. Os dados ainda estão sendo compilados. Mas a conclusão está no relatório da instituição independente Monitor de Minas Terrestres – formada por cinco organizações não governamentais – que monitora e informa sobre a execução de tratados humanitários e de desarmamento.

O organismo alerta que governos e grupos armados ainda fazem uso das minas antipessoais como armas de guerra. O Monitor de Minas Terrestres foi criado em 1998 e conta com o apoio de entidades civis de vários segmentos de defesa dos direitos humanos. No relatório, o organismo elogia os esforços da comunidade internacional em livrar o mundo das minas.

O Monitor de Minas Terrestres registra a dificuldade em levantar o número preciso de vítimas das minas antipessoais. A entidade disse que as dificuldades são causadas em decorrência da ausência de informações transmitidas por órgãos públicos e autoridades.

Pelo estudo, 31 doadores contribuíram com US$ 480 milhões em ações para a retirada e contenção das minas em 57 países. Foi a maior quantidade de contribuições de doadores já registrada pela entidade. Pelo estudo, 87 países completaram a destruição dos estoques de minas terrestres.

O Monitor de Minas Terrestres informou ainda que pelo menos 200 quilômetros quadrados de terra foram libertados das minas terrestres no ano passado. Segundo o órgão, foram destruídas 388 mil minas antipessoal e 27 mil minas usadas para atingir veículos.

O Tratado de Proibição de Minas conta com a participação direta e apoio de 158 países – o equivalente a 80% das nações do mundo. Pelo tratado, são proibidas as minas antipessoais e exigida assistência aos sobreviventes. Os últimos países a aderir ao tratado foram o Tuvalu, em setembro deste ano, e o Sudão do Sul, há 12 dias. A Finlândia e a Polônia negociam a adesão.

Porém, o Monitor de Minas Terrestres alerta que em direção oposta caminharam este ano Israel, Líbia e Mianmar, pois há indicações que nesses países foram plantadas minas em diferentes áreas.

Os três países não integram o Tratado de Proibição de Minas. A entidade informou ainda que grupos armados no Afeganistão, na Colômbia, em Mianmar e no Paquistão também fizeram o mesmo.