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terça-feira, 19 de abril de 2016

"Me sinto injustiçada e indignada", diz Dilma sobre impeachment

"A mim se reserva um tratamento que não se reservou a ninguém", afirmou a presidente um dia depois da Câmara autorizar abertura de processo

Da redação
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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (18) que se sente "injustiçada e indignada" após a aceitação do prosseguimento do processo de impeachment, ocorrida na Câmara dos Deputados neste domingo (17).

Segundo a mandatária, que agora enfrenta o processo no Senado por crime de responsabilidade fiscal, o pedido de impeachment "não tem base legal" e foi motivado "por vingança".

Dilma fez referência ao fato de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ter aceitado iniciar o impeachment logo após o PT se recusar a apoiá-lo na comissão de ética da Câmara, que conduz procedimento por quebra de decoro parlamentar contra o peemedebista.

A presidente da República afirmou que as chamadas pedaladas fiscais não configuram crime de responsabilidade porque foram praticadas por outros presidentes sem que houvesse punição ou condenação.

"A mim se reserva um tratamento que não se reservou a ninguém", disse Dilma.

A presidente descartou a possibilidade de renúncia. "Continuarei lutando e vou enfrentar todo o processo", afirmou.

Em diversas ocasiões, embora indiretamente, Dilma fez referência os crimes dos quais Eduardo Cunha é acusado. "Não há contra mim acusação de enriquecimento ilícito, desvio de dinheiro ou de manter contas no exterior."

A presidente voltou a afirmar que o processo de impeachment "sem crime" é um golpe de Estado. "Esta tentativa de eleição indireta se dá porque aqueles que querem chegar ao poder não têm votos para tal", disse.

Em seu pronunciamento, Dilma também acusou a oposição de adotar a tática do "quanto pior, melhor" e de insistir nas chamadas pautas-bomba para inviabilizar seu governo.

A presidente da República ainda comparou as dificuldades do atual governo com as provações enfrentadas na luta contra a ditadura militar, quando Dilma foi presa e torturada. "Na minha juventude, enfrentei por convicção a ditadura e agora também enfrento por convicção um golpe de Estado, que não é o tradicional da minha juventude, mas é o golpe da minha maturidade, que se usa da aparência do processo legal e democrático para perpetrar o mais abominável crime: a injustiça."

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