Construídos inicialmente como projetos baratos para
estudantes dominarem a tecnologia espacial, os nanossatélites (que medem
centímetros de largura) têm conquistado grande importância científica. O
Brasil já está dando seus passos nessa área
Eles
são pequenos, simples e baratos, mas também eficientes e úteis. São os
nanossatélites, pequenos satélites em forma de cubo (por isso, também
chamados cubesats), com 10 centímetros de aresta e cerca de 1 kg de
peso, que estão abrindo uma nova tendência nas pesquisas espaciais.
Trata-se de uma moda à qual o Brasil aderiu, com o lançamento, no ano
passado, do primeiro artefato desse tipo totalmente construído no país.
Pelo menos outros três estão sendo criados e deverão entrar em órbita
nos próximos meses e no ano que vem.
A palavra “nanossatélite” não é lá muito precisa, já que o prefixo
nano (“anão”, em grego) é usado normalmente para medir coisas na escala
de átomos e moléculas. Um nanômetro equivale à milésima parte de um
milímetro, ou seja, um milímetro dividido por mil (para efeito de
comparação, um fio de cabelo mede 50 mil nanômetros). Mas o nome pegou
de vez.
O conceito e o formato desses pequenos satélites foram criados em
1999, pelos pesquisadores Jordi Puig-Suari e Bob Twiggs, da Universidade
Stanford, na Califórnia (EUA). O objetivo inicial dos americanos era
desenvolver projetos científicos e educacionais de baixo custo, para que
estudantes de graduação e pós-graduação pudessem aprender e dominar a
tecnologia aeroespacial. “Logo se percebeu, no entanto, que os cubesats
poderiam ser usados para outras aplicações úteis, além do ensino”, diz
Otávio Durão, coordenador de engenharia e tecnologia espacial de
projetos de nanossatélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe). “Com o passar do tempo, esses artefatos se tornaram um padrão
tecnológico espacial e abriram caminho para a construção de vários deles
com aplicações cientificas.” Um dos criadores dos nanossatélites, o americano Jordi Puig-Suari
É o caso do primeiro brasileiro lançado. Chamado de Nanossatélite
Científico Brasileiro, ou simplesmente NanoSatC-BR1, esse cubesat foi
desenvolvido por meio de uma parceria entre o Centro Regional Sul do
Inpe e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do
Sul. O lançamento ocorreu em 19 de junho de 2014, na estação russa de
Yasni, por um foguete Dnepr, um antigo míssil nuclear soviético usado
agora para pôr satélites no espaço. O BR1 tem uma órbita polar (ou seja,
passa sobre os polos) baixa, a 600 quilômetros de altura.
A bordo, ele leva uma placa com três cargas úteis. Uma delas é um
magnetômetro, que mede a intensidade do campo magnético da Terra.
Segundo Durão, esse equipamento estudará a anomalia magnética do
Atlântico Sul, fenômeno que se estende da África do Sul à costa do
Chile. Nessa faixa, o campo magnético terrestre é menos espesso e, por
isso, a proteção contra a radiação ionizante espacial e a do Sol é
menor. Ou seja, partículas de alta energia podem afetar as comunicações,
os sinais de satélites de posicionamento global (como o GPS), as redes
de distribuição de energia, ou causar falhas em equipamentos eletrônicos
como computadores de bordo.
Um circuito integrado (um chip de computador) desenvolvido pela Santa
Maria Design House da UFSM é outra carga útil. A terceira é mais um
circuito integrado, feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS) para proteger um hardware a bordo das radiações no espaço.
“São os dois primeiros circuitos integrados projetados aqui para uso
espacial”, diz Durão. “Depois de testados, eles poderão ser usados para
equipar futuros satélites brasileiros.”
Com o NanoSatC-BR1 foram levados ao espaço, no mesmo foguete, outros
36 nanossatélites de vários países. Essas operações no atacado ajudam a
baratear o custo de pôr tais artefatos em órbita. Segundo Durão, o
desenvolvimento desse objeto, incluindo o pagamento aos russos, custou
R$ 800 mil. É menos que 0,3% dos R$ 270 milhões gastos para construir o
satélite CBERS-3, em parceria com a China, que foi destruído no
lançamento, em dezembro de 2013. Por isso, afirma Durão, sai mais barato
fabricar vários pequenos satélites do que um grande. “Se um falhar,
pode ser substituído mais facilmente”, diz.
Equipe brasileira
Essa é uma das principais razões pelas quais há muitos projetos de
construção desses artefatos, inclusive no Brasil. Em 5 de fevereiro, o
cubesat Aesp-14, desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica
(ITA), foi lançado da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em
inglês), que orbita a Terra a 370 km de altura. Com 700 gramas de peso e
custo de R$ 400 mil, ele não chegou a entrar em operação, devido a uma
falha na abertura da antena. O Inpe está desenvolvendo outros dois, um
para entrar em operação em 2016 e o segundo sem data prevista.
Outro nanossatélite nacional que deverá entrar em ação em breve é o
Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com
Nanossatélites (Serpens), cuja construção, coordenada pela Agência
Espacial Brasileira (AEB), envolve a participação de várias
universidades, entre elas a de Brasília (UnB). Segundo Chantal
Cappelletti, coordenadora do projeto na UnB, o Serpens segue o padrão
cubesat em tamanho 3U. Chantal Cappelletti e o presidente da AEB, José Raimundo Braga, com o Serpens
Por convenção, os aparelhos com 10 cm de aresta têm o tamanho 1U (uma
unidade). O 3U é, portanto, um artefato com três unidades, ou seja, com
dimensões de 10 cm x 10 cm x 30 cm (três de 10 cm lado a lado). “Ele
tem a forma de um paralelepípedo e não pesa mais que 3 quilos”, diz
Chantal. Ele deverá ser lançado em outubro a partir da ISS, para onde
será levado pelo módulo espacial japonês Kibo. No espaço, o Serpens
coletará, armazenará e retransmitirá mensagens, usando bandas de
frequência de radioamadorismo.
Essa missão foi inspirada no Sistema Brasileiro de Coleta de Dados
(SBCD). “Em outras palavras, o satélite ficará passeando ao redor da
Terra e poderá receber mensagens e armazená-las, para que em um momento
oportuno o pessoal nas universidades possa fazer o download delas”,
explica Gabriel Figueiró de Oliveira, da UnB, responsável pelo processo
de desenvolvimento e montagem do pequeno satélite. “Mas o principal
objetivo do projeto é a qualificação de recursos humanos, um ponto muito
importante para o programa espacial brasileiro.” Seja como for, o leque
de aplicações para os cubesats ainda não está bem definido. De acordo
com Durão, por enquanto se procura saber até onde se pode chegar com
tais artefatos.
Além de governos, existem empresas privadas de olho nessa tendência.
Uma delas é a Planet Labs, fundada por ex-pesquisadores da Nasa, que
lançou recentemente 28 nanossatélites a partir da ISS, com o objetivo de
criar uma constelação deles para obter imagens detalhadas do nosso
planeta. “Metade dos cubesats lançados até hoje foi colocada em órbita
no ano passado”, diz. “Agora, a própria Nasa deverá lançar, em 2016,
dois desses satélites para orbitar e estudar não a Terra, mas Marte.” Ao
que parece, os pequenos satélites vão longe mesmo.
—–
Trabalho escolar
O nanossatélite brasileiro Tancredo-1 mostra como pode ser simples e
barato desenvolver um artefato desses. Ele foi criado por cerca de 150
alunos da 5ª e 6ª séries do ensino fundamental (faixa etária de 10 a 12
anos) da Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves, de Ubatuba, no
litoral paulista. A ideia partiu do físico e professor de matemática do
colégio, Candido Osvaldo de Moura, depois de assistir a um programa no
qual se falava da empresa norte-americana Interorbital Systems, que
vende kits com os principais componentes para a montagem de satélites.
Moura contatou a empresa, que lhe disse que os alunos de Ubatuba
seriam as pessoas mais jovens a se envolver num projeto de pesquisa
espacial e precisariam de ajuda técnica. Ele procurou então o Instituto
Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), que na hora aceitou ajudar. O
Tancredo-1 tem peso de 750 gramas e formato cilíndrico (daí ser chamado
de tubesat), com cerca de 9 centímetros de diâmetro e 12 cm de altura,
pouco maior do que uma lata de refrigerante. Sua missão é levar ao
espaço uma frase pedindo paz no mundo, que será escolhida por concurso e
transmitida para todo o planeta.
O projeto custou cerca de R$ 30 mil, dos quais R$ 16,5 mil foram
doados por um empresário da cidade. O lançamento deveria ocorrer em
2013, a partir da Estação Espacial Internacional; depois passou para
2014 e, em seguida, para 2015. “Mas isso não deve ocorrer”, diz Maria de
Fátima Souza Barros Santos, diretora da escola. “O satélite está em
fase de ajustes no Inpe e o lançamento só deverá ser feito no ano que
vem. Mas nossos alunos já estão construindo outro, o Tancredo-2.”
Líder do PMDB pediu ao presidente interino o afastamento de funcionários indicados pelo PT e pelos irmãos Ciro e Cid Gomes
Por
Daniel Pereira
Eunício Lopes de Oliveira (PMDB CE) (VEJA.com/Folhapress/Folhapress)
A pedido do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), o
presidente interino Michel Temer decidiu demitir Eliane Libânio Brasil
de Matos e Luiz Carlos Everton de Farias dos cargos de diretores do
Banco do Nordeste. Os dois tinham como padrinhos os irmãos Ciro e Cid
Gomes e próceres do PT, que se juntaram em 2014 para derrotar Eunício na
disputa pelo governo do Ceará.
Ontem, no início da tarde, Eunício se reuniu com Temer no Palácio do
Planalto. No encontro, reclamou da quantidade de adversários políticos
lotados no Banco do Nordeste e em outros cargos federais no Ceará.
Reclamação apresentada, Eunício rumou para o plenário do Senado e
convenceu colegas a abrir mão de discursar, a fim de dar celeridade à
votação que faria de Dilma Rousseff ré no processo de impeachment. Na
madrugada desta quarta-feira, a votação foi concluída, e a presidente
afastada, derrotada, por 59 votos a 21. Se o placar se repetir na última
fase do processo, a petista perderá o mandato, e Temer assumirá de
forma efetiva.
A demissão dos dois diretores é uma retribuição ao trabalho de
Eunício, que já havia indicado o novo presidente do Banco do Nordeste,
Marcos Holanda. Segundo o Planalto, se os governistas não tivessem
aberto mão de discursar, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Ricardo Lewandowski, poderia suspender a sessão devido ao adiantado da
hora e, com isso, atrasar o cronograma do impeachment. O processo,
então, dificilmente seria concluído em agosto. É tudo o que Temer
pretende evitar. O interino, como se sabe, quer participar da reunião do
G-20, em setembro, na China, sua primeira viagem oficial ao exterior,
como presidente com plenos poderes.
Votação na
Casa determinou que a presidente afastada vá a julgamento por crime de
responsabilidade. Se condenada, será afastada definitivamente
Por
Carolina Farina
Dilma Rousseff: perspectiva sombria para resultado na votação final (Tomas Munita/The New York Times)
O plenário do Senado deu na madrugada desta quarta-feira mais
um passo para sepultar o mandato de Dilma Rousseff – e pôr fim
definitivamente à era PT no comando do país. À 1h25, o painel eletrônico
da Casa anunciou: a presidente afastada tornou-se ré e será julgada por
crime de responsabilidade. Fora do Planalto desde 12 de maio, Dilma
terá o mandato definitivamente interrompido se condenada – e ficará
inelegível por oito anos. Para tanto, são necessários dois terços dos
votos do plenário do Senado, ou seja 54 dos 81 parlamentares. Os
59 votos que autorizaram o julgamento indicam, portanto, que a
presidente afastada será derrotada também no último passo do processo. A
derradeira fase do impeachment deve ter início no final deste mês. É
difícil encontrar em Brasília, mesmo dentro do PT, alguém que acredite
na volta de Dilma ao Palácio do Planalto.
O resultado da chamada fase de pronúncia foi anunciado após 15 horas e
meia de sessão – em que apoiadores da presidente afastada lançaram mão
de artifícios para retardar ainda mais os trabalhos. Já sabiam que a
derrota de Dilma era certa. Abusaram, como de praxe da falsa
argumentação de que a presidente afastada foi vítima de um ‘golpe’.
Diante da possibilidade de manobras protelatórias e do discurso a que
cada um dos 81 senadores tem direito, a previsão inicial era de que a
sessão desta terça se arrastasse por 30 horas. Mas integrantes da base
do governo Temer tomaram medidas para acelerar os trabalhos. No PSDB,
apenas o presidente da sigla, senador Aécio Neves (MG), discursou.
Seguindo o exemplo da legenda, oito parlamentares retiraram o nome da lista de inscritos para discursar. A sessão – A retirada foi articulada pelo
líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), que também abriu mão de falar.
Além dele, os senadores Wilder Moraes (DEM-GO), Davi Alcolumbre
(DEM-AP), Ciro Nogueira (PP-PI), Romero Jucá (PMDB-RR), Raimundo Lira
(PMDB-PB), José Maranhão (PMDB-MA) e Zezé Perrela (PTB-MG) abdicaram do
direito de discursar. Já o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
aceitou reduzir seu tempo de fala de 10 para 5 minutos. Eunício afirmou
que o objetivo é evitar que o julgamento de Dilma seja concluído somente
em setembro. “Estamos ganhando tempo para não postergarmos isso para o
mês que vem.”
As primeiras horas da sessão foram gastas na discussão de questões de
ordem. Todos os pedidos foram negados pelo presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que presidiu os trabalhos.
Membros da nova oposição apresentaram oito questionamentos. Dois deles,
de autoria de Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP),
pediam a suspensão da sessão para que se aguardem os desdobramentos da
Operação Lava Jato com base nas delações de executivos da Odebrecht.
“São questões estranhas ao objeto da presente sessão. Aqui se trata
especificamente de analisar a pronúncia da presidente afastada”, disse
Lewandowski.
Aliados de Dilma também pediram a suspeição do relator do
impeachment, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). E que fossem retirados
do relatório os dados sobre o Plano Safra. Houve ainda questionamentos
para que a sessão fosse suspensa até a votação das contas do
governo de 2015 pelo Tribunal de Contas da União e pelo Congresso.
Lewandowski insistiu que questões de ordem só podem ser usadas para
esclarecimentos sobre o rito, e não para mudanças que podem alterar o
processo. “Não caberia ao presidente do STF de forma monocrática dizer o
que deve ou não ser”, afirmou.
Após quase quinze horas de discursos, incluindo meia hora para a
acusação e outra meia hora para a defesa da presidente afastada, e antes
da votação do mérito do parecer de Anastasia, os questionamentos
preliminares da defesa foram votados em destaques.
As reclamações a respeito da pendência do julgamento nas contas da
gestão petista e a suspeição de Anastasia foram unificadas em um único
debate. Os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Ronaldo Caiado
(DEM-GO), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Lindbergh Farias (PT-PR), dois
contrários e dois favoráveis à aprovação das preliminares, se revezaram
em encaminhamentos de cinco minutos. Depois das explanações sobre os
questionamentos da defesa, os senadores decidiram por 59 votos a 21
rejeitá-las e manter o texto do tucano.
Em seguida, Humberto Costa, Cássio Cunha Lima, Jorge Vianna (PT-AC) e
Simone Tebet (PMDB-MS) se intercalaram em manifestações contrárias e
favoráveis ao parecer de Anastasia. Por fim, o plenário do Senado
decidiu favoravelmente ao texto do mineiro também por 59 votos
favoráveis e 21 contrários e tornou Dilma Rousseff ré por crimes de
responsabilidade. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), não
votou. Mais três votações – Depois da decisão pela
continuidade do processo de impeachment contra a petista ao julgamento
final, outros três destaques, que poderiam alterar a acusação contra
Dilma, foram votados separadamente. As votações duraram cerca de uma
hora.
O plenário do Senado apreciou, nesta ordem, os pedidos da defesa para
que fossem excluídos do processo as pedaladas fiscais via Plano Safra,
o decreto de 29,9 bilhões de reais assinado pela presidente afastada em
junho de 2015 e o decreto de 600 milhões de reais baixado pela petista
em agosto do ano passado.
Nas duas primeiras votações em separado, os senadores rejeitaram por
58 votos a 22 os questionamentos da defesa e de aliados de Dilma
Rousseff. Na terceira e última, o placar foi de 59 votos a 21 pela
rejeição dos pedidos. Deste modo, o texto do parecer de Antonio
Anastasia foi mantido integralmente. Dilma x PT – Apesar da grita no Senado, o Partido
dos Trabalhadores já pensa no pós-Dilma – sobretudo de olho nas eleições
municipais de outubro. A sempre conturbada relação da petista com o
próprio partido torna-se cada vez mais fria. Na semana passada a
presidente afastada defendeu uma “transformação” do PT em função das
denúncias de corrupção reveladas pela Operação Lava Jato e de seu
próprio afastamento da Presidência. Também sugeriu que o uso de dinheiro
sujo em sua campanha era um problema da sigla, não dela. Em resposta. o
presidente nacional do partido, Rui Falcão, afirmou que não vê “nenhuma
viabilidade” na proposta de consultar a população para a realização de novas eleições.
A ideia vem sendo estudada por Dilma, que estaria preparando uma carta
para defendê-la publicamente. A carta seria enviada aos senadores na
tentativa de angariar votos por sua permanência. Como informa a coluna
Radar, senadores que estiveram com a petista afirmam que ela está “fora
da realidade” – e age como se ainda fosse possível alterar seu destino.
A nova derrota de Dilma se dá na esteira da revelação, por VEJA, de que o marqueteiro João Santana entregou ao Ministério Público na negociação de sua delação premiada um cardápio destruidor
para Dilma. A principal revelação que Santana e a sua mulher, Mônica
Moura, se dispuseram a comprovar é que a presidente afastada autorizou
ela mesma as operações de caixa dois de sua campanha. Ou seja: não se
trata de dizer que Dilma sabia do que acontecia nos bastidores
clandestinos de suas finanças eleitorais, mas sim que ela própria
comandava o jogo. Votação final – Atendendo a apelos do Planalto,
Renan Calheiros quer dar início à etapa final do julgamento em 25 de
agosto. Mas Lewandowski só pretende fazê-lo no dia 29, o que empurraria o
afastamento definitivo de Dilma para setembro. Ele também já disse ao
presidente da Comissão do Impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB), que não
pretende marcar sessões no fim de semana. O Planalto pressiona pela
celeridade porque Temer quer viajar para a reunião do G20 na China. no
início de setembro, já como presidente da República.
A pressa do interino também atende pelo nome de Lava Jato: reportagem de VEJA desta semana revela
que diretores da Odebrecht estariam dispostos a apresentar à
força-tarefa documentos que comprovariam que a empreiteira entregou 10
milhões de reais em dinheiro vivo ao PMDB para a campanha de 2014. A
verba teria sido pedida a Marcelo Odebrecht, então na presidência do
grupo, em jantar no Palácio do Jaburu, na presença de Michel Temer e
Eliseu Padilha, hoje ministro da Casa Civil. No domingo, o jornal Folha de S. Paulo
informou que diretores da Odebrecht também relataram que a campanha de
José Serra (PSDB), hoje ministro das Relações Exteriores, à Presidência
em 2010 recebeu 23 milhões de reais da empreiteira pelo caixa dois —
parte do dinheiro teria sido depositada no exterior. Em dois meses de
interinidade, Temer conseguiu plantar um clima de estabilidade na
política e na economia que favorece sua permanência no poder. Mas a
crise é profunda e a Operação Lava Jato, irrefreável – não importa quem
ocupe o terceiro andar do Palácio do Planalto.
Colunista para América Latina da publicação cita os desmandos da era petista que resultaram nas crises política e econômica
Por
Da redação
O ex-presidente Lula, durante o Seminário
Nacional do Sistema Financeiro e Sociedade, em São Paulo (SP) -
29/07/2016 (Paulo Whitaker/Reuters)
“Quando o Rio venceu o disputa para sediar os Jogos Olímpicos,
em 2009, não estava previsto que o Brasil estivesse hoje nessa
situação”, afirma em artigo publicado neste domingo pela editora para
Américas e colunista do jornal The Wall Street Journal Mary
Anastasia O’Grady. Na sequência, ela cita as graves crises política e
econômica que assolam o país. E resume o tom de seu texto no título:
“Como Lula enganou o mundo”. Mary Anastasia abre seu artigo citando o início “sem incidentes” da
Olimpíada carioca – e ressalta que isso surpreende, dada a avalanche de
notícias negativas que antecederam os Jogos. Mas lembra que ainda é cedo
para saber se os turistas e cariocas passarão os próximos quinze dias
livres de uma catástrofe. Na sequência, a colunista ressalta como a
retórica lulista (mantida nos anos seguintes por sua sucessora, Dilma
Rousseff) ocultou os problemas do país e o fato de que, mesmo nos anos
de bonança, nada tenha sido feito para reduzir o fardo do governo sobre
os empresários. “A Caixa Econômica Federal e o BNDES expandiram
rapidamente o crédito, o que foi arriscado e provocou inflação, mas o
Banco Central ignorou o problema”, afirma o texto. “O Rio é um
microcosmo do Brasil de Lula”, prossegue.
A colunista trata também da corrupção na classe política. “Os
políticos do Brasil aspiram à grandeza de Primeiro Mundo, mas preservam
instituições de terceiro. Não porque não entendam a eficácia das
instituições independentes. É justamente porque as entendem”, afirma.
Ela lembra que Lula se tornou réu por obstrução de Justiça e é um dos
alvos da Operação Lava Jato. E também das razões pelas quais Dilma
sofre hoje um processo de impeachment. “Se a fraude política para levar
uma nação à ruína fosse crime, ambos já estariam condenados”, finaliza.
Processo que
pode cassar registro do partido se baseia em informações da Lava-Jato;
Tribunal diz que requisição original, feita em 2015, foi extraviada
Por
Da redação
O processo apura se o PT recebeu repasses
ilegais de empreiteiras, inclusive para campanhas presidenciais (Nelson
Jr./ASICS/TSE/VEJA)
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar
Mendes, abriu processo para apurar uso de verbas públicas da Petrobras
pelo PT. Em caso de confirmação da ilegalidade, o partido pode ter o
registro de funcionamento cassado. O pedido original da
Corregedoria-Geral Eleitoral foi feito em setembro do ano passado, mas,
segundo a Corte, teria “extraviado”.
O processo deriva da prestação das contas da campanha da presidente
Dilma Rousseff e do Comitê Financeiro do PT em 2014, aprovadas com
ressalvas, devido às suspeitas de irregularidades detectadas à época.
Foi instaurado com base em informações da Operação Lava-Jato, que
levantou provas de que o esquema de desvio de recursos na estatal
abasteceu o caixa da legenda.
Em troca de contratos públicos, empreiteiras teriam feito repasses ao
PT e às campanhas do partido, inclusive as presidenciais, na forma de
doações oficiais e clandestinas. O suposto uso do sistema oficial para
recebimento de propina é um indício de lavagem de dinheiro obtido por
meio de corrupção.
O pedido de abertura de processo havia sido feito em setembro do ano
passado pelo ex-corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João
Otávio de Noronha, ao gabinete do então presidente do TSE, Dias Toffoli.
Ele embasou o pedido em informações remetidas por Mendes, relator das
contas de campanha de Dilma e do PT.
“As doações contabilizadas parecem formar um ciclo que retirava os
recursos da estatal, abastecia contas do partido, mesmo fora do período
eleitoral, e circulava para as campanhas eleitorais. No período
eleitoral, o esquema abasteceria também as campanhas diretamente”,
escreveu Mendes à época. “Aparentemente, o ciclo se completaria não
somente com o efetivo financiamento das campanhas com dinheiro sujo, mas
também com a conversão do capital em ativos aparentemente desvinculados
de sua origem criminosa, podendo ser empregados, como se lícitos
fossem, em finalidades outras, até o momento não reveladas”,
acrescentou.
A instauração do processo, no entanto, não foi levada adiante pelo
gabinete de Toffoli. O TSE sustenta que o pedido do ex-corregedor
“extraviou”. Recentemente, a gestão de Mendes constatou que não havia
sido tomada providência a respeito e pediu que o procedimento fosse
reconstituído.
Nesta sexta-feira, 11 meses após o pedido original, o atual
presidente autuou e deu número ao processo, que inicialmente ficará sob
relatoria da atual corregedora, ministra Maria Thereza de Assis Moura.
Ela fica no cargo este mês e depois será substituída pelo ministro
Herman Benjamin, que assumirá o caso.
O processo ainda está em fase inicial, cabendo toda a coleta de
provas e de depoimentos. Não há prazo para que a investigação se encerre
e seja levada a julgamento em plenário.
Conforme a Lei dos Partidos, as legendas só podem usar recursos
públicos se a fonte for o Fundo Partidário. O uso de qualquer outra
verba é considerado irregularidade grave, passível da cassação do
registro de funcionamento. Na prática, deixa de existir formalmente, não
podendo mais disputar eleições, receber doações e fazer propaganda
partidária. (Com Estadão Conteúdo)
Nova investigação do MP indica que
Rosemary Noronha, a protegida de Lula, obteve um imóvel da Bancoop sem
tirar um centavo do bolso, num desdobramento do esquema que beneficiou o
ex-presidente com o tríplex no Guarujá. Outros personagens ligados ao
petista também foram contemplados
Pedro Marcondes de Moura
Em março deste ano, o Ministério Público de São Paulo pediu a
prisão preventiva do ex-presidente Lula pelos crimes de lavagem de
dinheiro e falsidade ideológica no caso do tríplex do Guarujá. Agora, se
descobre que o esquema do imóvel ocultado pela família Lula da Silva
tem mais capilaridade do que se imagina e não se limitou a beneficiar o
petista. Privilegiou também outros personagens ligados a Lula, à cúpula
do PT e à Central Única dos Trabalhadores. É o que demonstra o
Ministério Público de São Paulo em nova fase da investigação, batizada
de Operação Alcateia. Mais de sete volumes de documentos colhidos pelos
promotores até agora dão segurança para eles afirmarem que a amiga de
Lula, Rosemary Noronha, recebeu um apartamento da falida Cooperativa
Habitacional dos Bancários (Bancoop) sem tirar um centavo do bolso.
Rose, como era conhecida no governo quando, a pedido de Lula, ocupou a
chefia de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, teria sido
favorecida com um duplex de cerca de 150 metros quadrados no Condomínio
Residencial Ilhas D’ Itália, numa área nobre do bairro paulistano da
Mooca. “Rosemary Noronha não conseguiu provar que pagou o imóvel”,
afirmou à ISTOÉ o promotor Cássio Conserino. “Ela, assim como outros
personagens ligados a Lula, não apresentou um mísero comprovante
bancário de pagamento de uma parcela”, complementa. Os outros
personagens íntimos de Lula a que Conserino se refere são o presidente
da CUT, Vagner Freitas, e a própria Central Única dos Trabalhadores. O
lado mais sórdido disso tudo é a consequência desta e de outras fraudes
da Bancoop. Com a falência da cooperativa, mais de sete mil famílias
perderam as economias de uma vida e o sonho da casa própria ao
investirem na entidade ligada ao sindicato dos bancários. Enquanto
cooperados de boa-fé foram lesados em suas poupanças, Lula e amigos, de
acordo com a investigação, acabaram contemplados com imóveis sem
precisar mexer no bolso. CLIQUE PARA AUMENTAR
A nova fase da investigação, filhote daquela que chegou ao tríplex de
Lula, está prestes a ser concluída. O nome Alcateia foi escolhido pela
semelhança entre a cadeia hierárquica existente entre os investigados e a
adotada pelos lobos. Em ambos os casos, acreditam os promotores, há um
líder central que designa o papel e garante a sobrevivência dos outros
integrantes do bando. Neste caso, o chefe seria o ex-presidente Lula,
como mostram documentos e depoimentos. Em um deles, uma testemunha narra
ter presenciado João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT preso na Lava
Jato e então presidente da Bancoop, afirmar, aos risos, que em breve a
cooperativa iria quebrar. Mas a bancarrota, segundo Vaccari, pouparia o
tríplex do chefe no Guarujá e apartamentos de pessoas íntimas dele. Os
promotores já sabem que Vaccari não blefou. O que o ex-tesoureiro do PT
implicado na Lava Jato não revelou, naquela ocasião, é que muitos desses
imóveis sequer seriam pagos pelos futuros proprietários. O MP chegou a
essa conclusão ao enviar para Rosemary Noronha e outras doze pessoas
próximas ao “chefe” uma lista de questionamentos. Perguntaram quais
imóveis eles teriam adquirido da Bancoop e pediram que comprovassem o
pagamento das parcelas.
A protegida
De acordo com o MP, Rose possui dois apartamentos da Bancoop. Ambos
localizados no bairro paulistano da Mooca. Em relação ao mais valioso
deles, um duplex de 150 metros quadrados no Condomínio Residencial Ilhas
D’ Itália, a amiga de Lula não apresentou um documento sequer que
atestasse o pagamento. “Rosemary não apresentou um comprovante e ainda
omitiu que era dona deste imóvel em sua resposta”, afirmou o promotor
Cássio Conserino.
Algumas das respostas chamaram a atenção do Ministério Público. Em
documento enviado em junho, Rose passou com louvor na prestação de
contas de um outro imóvel construído pela Bancoop também na Mooca.
Juntou uma série de comprovantes que mostram o pagamento do apartamento
no Condomínio Torres da Mooca. Não falou, no entanto, uma palavra sobre
um imóvel mais valioso localizado na mesma rua: o duplex de 150 metros
quadrados, que está em nome de sua filha Mirelle. Às autoridades, a
própria Mirelle confirmou que quem comprou o duplex da Bancoop, avaliado
em R$ 1,5 milhão, foi sua mãe. Em janeiro de 2014, o apartamento teria
sido repassado para a filha. “A partir deste momento, passei a arcar com
os pagamentos do imóvel”, disse Mirelle em documento enviado para as
autoridades paulistas.
Amigos de Lula
Ocorre que Mirelle também não conseguiu comprovar o pagamento de uma
parcela sequer. Apresentou uma planilha da empreiteira OAS, que assumiu o
empreendimento da Bancoop, e uma declaração de quitação em que não
aparecem nem o valor total pago nem a forma como se deu o pagamento.
“Além dos documentos apresentados não terem validade, é estranho que ela
não tenha feito nenhuma referência ao pagamento da taxa de migração
para a OAS que todos os cooperados tinham de arcar. Há cada vez mais
indícios de que os suspeitos receberam um tratamento diferenciado”,
complementa Cássio Conserino. Para os promotores, está claro que o
apartamento não foi pago. Foi doado pela Bancoop em uma das muitas
fraudes que levaram a cooperativa à falência. “Quaisquer vantagens
obtidas ocorreram em detrimento das famílias lesadas”, lamentou o
promotor. CLIQUE PARA AUMENTAR
No meio político, Rosemary Noronha ganhou notoriedade pela
proximidade com o ex-presidente. A relação dos dois remonta a 1988,
quando ela trabalhava como caixa da agência bancária onde o Sindicato
dos Metalúrgicos do ABC detinha conta corrente em São Bernardo do Campo.
A amizade levou Rose a administrar as contas pessoais de Lula, que
depois a convidou para ser secretária da sede do PT em São Paulo. Lá,
ela trabalhou por 12 anos. Quando ascendeu à Presidência, Lula nomeou
Rosemary como assessora do gabinete em São Paulo. Depois, como chefe de
gabinete do escritório da presidência da República, também na capital
paulista. Em diversas viagens de Lula ao exterior, ela esteve presente
na comitiva. Nos bastidores, o poder alcançado por Rose incomodava a
ex-primeira-dama Marisa Letícia. Em dezembro de 2012, Rosemary deixou o
governo após ser um dos alvos da Operação Porto Seguro. A protegida de
Lula foi acusada de envolvimento com uma organização criminosa que fazia
tráfico de influência em órgãos públicos.
As informações colhidas até agora pelo Ministério Público complicam
outro aliado do ex-presidente. O presidente da Central Única dos
Trabalhadores, Vagner Freitas, não conseguiu demonstrar ter pago à
Bancoop por um apartamento registrado em seu nome no condomínio Altos do
Butantã. Apresentou apenas uma explicação fajuta de que teria comprado a
unidade na capital paulista a partir da soma de valores de cotas que
teria adquirido de dois apartamentos. “É estranho que ele tenha
investido em duas unidades e não tenha mostrado comprovantes de
nenhuma”, diz Conserino. Segundo o Ministério Público, a matrícula
registrada em cartório não comprova que Vagner Freitas quitou o imóvel.
“A questão é se ele pagou. Isso ele não conseguiu mostrar”, afirma o
promotor.
As provas reunidas até agora pelo Ministério Público demonstram
também que a Central Única dos Trabalhadores, fundada por Lula e braço
sindical do PT, também teria sido aquinhoada com imóveis da Bancoop de
maneira irregular. Questionado pelos promotores, Vagner Freitas se
limitou a dizer que as unidades, sem mencionar quais, foram negociadas
diretamente com a Bancoop e que não ocorreram repasses para a OAS. Não
demonstrou um comprovante bancário, transferência ou boleto atestando
que a CUT realmente pagou alguma parcela das duas unidades que possui em
um empreendimento construído pela Bancoop no bairro paulistano do
Tatuapé. Com três quartos, cada apartamento está avaliando em cerca de
R$ 400 mil. “Há uma simbiose grande entre a CUT e Bancoop, cooperativa
do sindicato dos bancários. Inclusive, há, atualmente, integrantes da
CUT que participam do alto escalão da cooperativa”, complementa o
promotor Cássio Conserino. Rosemary,
assim como outros, não apresentou um mísero comprovante bancário de
pagamento do imóvel” – Cássio Conserino, promotor de Justiça de São
Paulo
Houve, entre os investigados pela Operação Alcateia, quem conseguisse
comprovar que desembolsou pelos imóveis. Carlos Gabas, ex-ministro de
Dilma Rousseff, forneceu comprovantes suficientes para lotar uma pasta.
Freud Godoy, ex-segurança de Lula, e a esposa dele também enviaram uma
série de registros de pagamentos dos apartamentos que compraram da
Bancoop. No entanto, nessa nova fase da investigação, os promotores
ainda vão periciar os documentos. Em pelo menos um caso, mantido em
sigilo, constam recibos pela metade ou boletos sem autenticação
bancária. O Ministério Público ainda pretende cruzar as informações de
pagamento dos investigados com os dados fiscais da Bancoop, obtidos em
outra denúncia sobre fraudes na cooperativa.
Uma cooperativa de fraudes
Na lista de suspeitos do Ministério Público aparecem ainda conhecidos
da Operação Lava Jato. São os casos do ex-tesoureiro do PT e
ex-presidente da Bancoop, João Vaccari Neto, e da cunhada dele, Marice
Corrêa de Lima. Ambos foram presos por envolvimento no Petrolão. Ao
responder aos promotores, Marice disse que as escrituras dos
apartamentos que teria adquirido da Bancoop já estavam com a
força-tarefa do Petrolão. Enviou apenas uma planilha da Bancoop. Nela,
estão as somas das parcelas pagas. Para os promotores, o documento por
si só não serve para afastar as suspeitas que recaem sobre eles. “Não há
como levar a sério uma planilha referendada pela cooperativa se os
acusados são dirigentes ou pessoas próximas a ela”, afirma o promotor do
MP-SP. Em um despacho sobre Marice, o próprio juiz Sergio Moro disse
que “enquanto vários foram prejudicados pela gestão da BANCOOP”, “a
investigada aparenta ter lucrado em decorrência de aparente generosidade
da OAS”. A cunhada de Vaccari recebeu da empreiteira envolvida no
Petrolão mais de duas vezes o valor que pagou ao devolver um apartamento
no prédio em que está o tríplex atribuído à família Lula. O mesmo
imóvel foi vendido, em seguida, pela construtora por um valor abaixo do
pago a Marice.
A situação de Vaccari é ainda mais grave. O ex-tesoureiro do PT se
tornou um personagem onipresente nas investigações da Bancoop. Sua
passagem pela presidência da cooperativa, entre 2004 e 2008, foi
marcante. Cooperados reclamam de assembleias fraudadas e cobranças de
taxas irregulares. Foi pelas mãos dele que a Bancoop foi à bancarrota e
iniciou as controversas transferências de empreendimentos inacabados.
Desde 2010, ele é réu de uma ação por lavagem de dinheiro, estelionato e
formação de organização criminosa. Recentemente, teve a sua prisão
pedida no caso do tríplex do Guarujá, apesar de já estar detido, desde
abril de 2015, por envolvimento na Operação Lava Jato. Operação Alcatéia Promotores paulistas estão prestes a concluir a segunda fase da
investigação do tríplex de Lula. Suspeitas chegam à Rosemary Noronha,
amiga do ex-presidente. Confira: > A
investigação é a segunda etapa da que pediu a prisão do ex-presidente.
Ela recebeu o nome de Operação Alcatéia pela semelhança entre a
hierarquia existente entre os investigados e a dos lobos. Em ambos os
casos, há um líder central que designa o papel e garante a sobrevivência
dos outros integrantes do bando. Neste caso, seria o ex-presidente Lula >Com base
em mais de sete volumes repletos de documentos, os promotores suspeitam
que personagens ligados a Lula, ao PT e à CUT receberam vantagens da
Bancoop. Há fortes indícios de que alguns chegaram a ganhar apartamentos
sem pagar nada. Rosemary Noronha, amiga de Lula, não conseguiu
comprovar o pagamento de um duplex na capital paulista.
Segundo cônsul da Rússia no Rio, o consulado sequer emite carteira de identificação
O Dia
Rio
- Um homem que teria se apresentado à polícia como vice-cônsul da
Rússia no Rio reagiu ao que seria uma tentativa de assalto na tarde
desta quinta-feira e matou o suposto assaltante. O caso ocorreu na
Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, a poucos metros do Parque
Olímpico, ao lado da estação do BRT Transoeste Bosque da Barra, e
provocou pânico na região, cercada de condomínios.
Moto em que estaria o assaltante, morto por
vítima que reagiu a assalto em frente a BRT e a poucos metros do Parque
Olímpico da Barra
Foto: Leitor
Um homem que ocupava uma moto morreu ainda no
local. O cônsul da Rússia no Rio, Vladimir Tokmakov, negou à imprensa
que o atirador seria vice-cônsul daquele país, conforme chegou a ser
informado pela Polícia Civil. Segundo ele, o consulado sequer emite
carteira de identificação. De acordo com a polícia, o atirador seria um
advogado de 60 anos, natural de Minas Gerais e praticante de jiu-jitsu,
que possuía carteira de vice-cônsul da Rússia.
A Delegacia de
Homicídios da Capital (DH) informou que ele estava acompanhado da esposa
e da filha no carro, parado em um engarrafamento, quando foi abordado
pelo motociclista pela janela do veículo. Os dois entraram em luta
corporal e o motorista conseguiu pegar a arma e atirar nele. Outro homem
que estava na moto conseguiu fugir. Outro carro também teria sido
atingido por tiros.
Políticos não são denunciados pela Turbulência porque têm foro privilegiado
Por
Da redação
Arthur e Benedito de Lira (VEJA.com/Folhapress)
A Procuradoria da República em Pernambuco cita na denúncia contra 18 alvos da Operação Turbulência
que o senador Fernando Coelho Bezerra (PSB-PE), pai do ministro das
Minas e Energia do governo interino Michel Temer (PMDB), Fernando Filho,
é ‘cliente’ de um esquema de lavagem de dinheiro desviado dos cofres
públicos supostamente liderado pelo empresário João Carlos Lyra. Ainda
segundo a Procuradoria, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) e seu
pai, o senador Benedito de Lira (PP-AL), também teriam se favorecido da
estrutura montada por João Carlos Lyra, apontado também como pagador de
propinas.
Os políticos não são denunciados pela Turbulência. Como detentores de
foro privilegiado, os Lira e Bezerra Coelho são investigados perante a
Procuradoria-Geral da República no âmbito do Supremo Tribunal Federal
(STF). Ao denunciar 18 investigados, o procurador Cláudio Henrique Dias
menciona o deputado e os senadores.
“Frise-se que até o presente momento, os parlamentares citados no
presente apuratório apenas se valeram dos serviços da organização
criminosa, sem a integrarem, não havendo qualquer indício da
participação ativa e concreta de agente político ou autoridade detentora
de prerrogativa de foro nas condutas descritas nesta denúncia. Daí
porque a tramitação desse feito no Juízo de primeiro grau não acarreta
nem mesmo a probabilidade de violação da competência prevista no artigo
102, I, b, da Constituição Federal”, diz o procurador.
A denúncia da Procuradoria na Operação Turbulência foi entregue na
segunda-feira à Justiça Federal. O documento diz que o ex-governador de
Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo em agosto de
2014, também era “cliente” do esquema de lavagem. Lyra seria líder de
suposto grupo criminoso encarregado de entregar propina da empreiteira
Camargo Corrêa ao ex-governador Eduardo Campos. “Por meio dessa rede de
controle, João Carlos Lyra operacionalizava a prática sistemática de
agiotagem e de lavagem de capitais desviados dos cofres públicos”,
aponta a denúncia.
A acusação diz que Lyra tinha seis “clientes” em um esquema de
agiotagem, emprestando “montantes altos, com juros de 2% e curto período
de resgate”. “Ele fazia, assim, circularizar os capitais que
movimentava em razão do segundo crime, de branqueamento de capitais,
mediante a ‘venda’ de dinheiro em espécie, também mediante a cobrança de
juros de 2%, esquema do qual eram seus ‘clientes’ a Construtora OAS, o
deputado federal Arthur Lira, o senador Benedito de Lira, o falecido
ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e Fernando Bezerra Coelho.”
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) foi ministro de Integração Nacional
entre 2011 e 2013 (governo Dilma). Seu filho, Fernando Bezerra Coelho
Filho (PSB-PE), é ministro de Minas e Energia do governo interino Michel
Temer. O documento indica ainda que João Carlos Lyra “atuava também por
sua própria conta nas práticas de lavagem de dinheiro e agiotagem”.
“Ele foi reconhecido pelos ex-empregados da Camargo Corrêa como sendo
a pessoa encarregada de entregar a propina devida por aquela
empreiteira ao ex-governador Eduardo Campos e ao senador Fernando
Bezerra Coelho em virtude das obras na Refinaria Abreu e Lima”, acusa o
procurador da República Cláudio Henrique Dias, autor da denúncia da
Turbulência.
A denúncia inclui ainda outro empresário, Eduardo Bezerra Leite, o
“Eduardo Ventola”, sócio de João Carlos Lyra. A acusação aponta que
Eduardo Ventola também “operacionalizava a prática sistemática de
agiotagem e de lavagem de capitais desviados dos cofres públicos”.
Nesse trecho da denúncia, a Procuradoria inclui o Consórcio Mendes
Júnior como um dos clientes do esquema de lavagem, ao lado da OAS, do
deputado federal Arthur de Lira, do senador Benedito de Lira, do
ex-governador Eduardo Campos e de Fernando Bezerra Coelho. Defesa – O advogado André Callegari, que defende o
senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), “esclarece que são
absolutamente imprecisas as afirmações feitas pela Procuradoria da
República em Pernambuco na denúncia oferecida e relacionada ao Inquérito
163/2016 (‘Operação Turbulência’), as quais vão de frontal encontro aos
depoimentos anexados ao Inquérito 4005 (‘Operação Lava Jato’).
Diferentemente do que foi descrito pelo MPF naquele Estado, Fernando
Bezerra não foi citado por qualquer pessoa ligada à construtora Camargo
Correa – muito menos, como sendo receptor de recursos da empresa –
conforme atestam testemunhas cujos depoimentos constam das páginas 859 e
890-891 do Inquérito 4005″.
Nessas páginas, verifica-se que, nos depoimentos de Gilmar Pereira
Campos e Wilson da Costa (ex-funcionários da empresa Camargo Correa),
utilizados para subsidiar a denúncia, conforme item 24 da mesma, não há
sequer a citação do nome do Senador Fernando Bezerra Coelho.
Outrossim, no tocante ao inquérito 4005, a defesa deixa claro que,
passado mais de um ano do início das investigações, o procedimento segue
sem qualquer prova sobre a participação do senador em qualquer
atividade ilícita, e continua calcado tão-somente nas informações
conflitantes fornecidas por delatores, declarações estas que não vem com
sequer um documento comprobatório.
Por fim, frisa a defesa que o senador não participou da coordenação das campanhas de 2010 e 2014 de Eduardo Campos”.
O deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou que não se pronunciará sobre esse assunto. (Com Estadão Conteúdo)
Presidente
do Senado afirmou que julgamento deve ter início dia 25 ou 26 de agosto e
será concluído até 29 - não mais na primeira semana de setembro
Por
Da redação
O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros
(PMDB-AL), preside sessão em plenário, destinada à promulgação da
Emenda Constitucional nº 92, de 2016, que reconhece o TST como órgão do
Judiciário (Marcos Oliveira/Agência Senado)
O presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou nesta
terça-feira que vai trabalhar para selar o destino da presidente
afastada Dilma Rousseff até 29 de agosto – evitando, portanto, que a
conclusão do impeachment fique para setembro. A demora para definir a
questão vinha sendo criticada pelo presidente interino Michel Temer.
Segundo Renan, porém, não há pressão do Planalto em prol da agilidade do
julgamento.
De acordo com o presidente do Senado, a Casa não vai votar projetos
essa semana para não atrapalhar o andamento dos trabalhos da Comissão
Especial do Impeachment. Dessa forma, explicou, se a pronúncia de Dilma
Rousseff for votada no dia 9 ou 10, o julgamento final poderá ter início
em 25 ou 26 de agosto. Os senadores trabalhariam ao longo do fim de
semana na oitiva de testemunhas para que o veredicto fosse conhecido no
dia 29.
O Supremo Tribunal Federal informou no último sábado que o julgamento
do processo de impeachment seria iniciado em 29 de agosto, o que
arrastaria a conclusão para a primeira semana de setembro. A sessão de
julgamento será comandada pelo presidente da corte, ministro Ricardo
Lewandowski. Um dia antes, o presidente em exercício afirmou que a
aprovação do processo de impeachment depende de uma avaliação política, e
não jurídica, e quanto mais demorar a decisão a ser tomada pelo Senado,
pior será para o país.
O Planalto pressionava pela mudança da data porque Temer quer viajar
para a reunião do G20 na China. no início de setembro, já como
presidente da República. “Entre fazer piquenique no final de semana e
decidir o futuro do Brasil, tenho certeza que a maioria dos senadores
optará por decidir o futuro do Brasil”, afirmou nesta terça o senador
Romero Jucá (PMDB-RR).
Em coletiva
de imprensa, Ronaldo Lundgren disse que a facção responsável pelos 65
ataques nos últimos três dias é uma "entidade em formação"
Por
Da redação
Bandidos queimam ônibus e postos policiais em Natal, no Rio Grande do Norte (Frankie Marcone/Folhapress)
O secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Rio
Grande do Norte, Ronaldo Lundgren, classificou nesta segunda-feira como
“terrorismo” a onda de violência que afeta o Estado nos últimos três
dias. Desde a sexta-feira passada, bandidos realizaram 65 ataques em 21
cidades potiguares, sobretudo na região metropolitana da capital, Natal.
Lundgren deu a declaração em uma entrevista coletiva para apresentar o
balanço das ações da polícia contra os ataques.
“O que estamos vivendo são atos de terrorismo sim. Esses atos visam
amedrontar toda a população e acuar as autoridades. Essas pessoas não
querem obter lucro econômico, mas sim amedrontar. Não é um grupo
terrorista, mas são pessoas que estão fazendo atos de terror”, afirmou o
secretário. Para ele, os atos de violência diminuirão à medida que se
interromper a comunicação entre presos e bandidos do lado de fora das
penitenciárias.
A noite desta segunda-feira
foi a terceira de atentados ordenados por facções criminosas no Rio
Grande do Norte. O governo de Robinson Lima (PSD) acredita que as ações
criminosas são uma retaliação à instalação de bloqueadores de celular na
Penitenciária de Parnamirim, uma das maiores do Estado. A principal
organização que está por trás dos ataques é chamada de Sindicato do
Crime.
Apesar do número de ataques e da necessidade de apelar à ajuda das
Forças Armadas, o secretário disse na coletiva que a facção “ainda é uma
entidade em formação”. A pedido do governador potiguar e com a autorização do presidente interino,
Michel Temer (PMDB), o Exército enviará 1.000 homens ao Estado, vindos
também de quartéis em Pernambuco e Paraíba, e 200 da Marinha, todos
baseados no Rio Grande do Norte.
Já foram registradas ocorrências de disparos contra delegacias,
depredações de prédios públicos e barricadas de fogo montadas na via de
acesso ao aeroporto Internacional Augusto Severo, em São Gonçalo do
Amarante, na Grande Natal. Até agora foram presas 61 pessoas e há o
registro de apenas um ferido — um motorista de ônibus que sofreu
queimaduras nos braços e nas pernas.
Segundo o governo do Rio Grande do Norte, um dos principais mandantes
dos atentados foi preso na tarde de domingo. João Maria dos Santos de
Oliveira, de 32 anos, foi detido com 300.000 reais em dinheiro vivo e
com 70 celulares em um condomínio de luxo em Parnamirim, na Grande Natal
O ex-presidente estará no centro das
investigações sobre os financiamentos concedidos pelo banco para obras
no exterior. Procuradores têm indícios de que parte do dinheiro desviado
foi usada para bancar entidades comandadas pelo líder petista
O CHEFE membros da
força-tarefa acreditam que desvios de recursos do BNDES financiavam as
atividade de Lula (Crédito: Ilustrações: Rica Ramos)
Mário Simas Filho, Mel Bleil Gallo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará no centro
das investigações da operação Lava Jato. É que, nas próximas semanas,
uma equipe da força-tarefa passará a dar prioridade às apurações que
envolvem financiamentos feitos pelo BNDES às empreiteiras envolvidas com
o Petrolão. Preliminarmente serão analisados os casos que envolvem
obras realizadas no exterior e que até agora têm seus contratos tratados
como segredo de Estado. Depoimentos já prestados por executivos de
diversas construtoras revelam que parte dos financiamentos concedidos
pelo banco foi obtida mediante pagamento de propinas que seriam, na
verdade, uma espécie de contrapartida ao tráfico de influência praticado
pelo ex-presidente no exterior.
Força-tarefa planeja recorrer ao Judiciário para ter acesso aos contratos
e transações realizadas entre o BNDES e as empreiteiras do petróleo
Na semana passada, membros da força-tarefa ouvidos por ISTOÉ
afirmaram já dispor de indícios suficientes para acreditarem que no
BNDES havia um esquema a serviço de Lula e que, além de ajudar a bancar
campanhas petistas, o dinheiro desviado teria sido utilizado para
financiar o instituto comandado pelo ex-presidente, por meio de
palestras. Antes de colherem novos depoimentos de empresários e
executivos já comprometidos com delações premiadas, a Lava Jato pretende
recorrer ao Judiciário para ter acesso aos contratos e transações
realizadas entre o BNDES e as empreiteiras. O Ministério Público já
dispõe de uma série de depoimentos e documentos a respeito do
faturamento do Instituto Lula e da LILS Palestras e Eventos. Entre as
empresas que negociaram com o petista e têm suas relações com o BNDES no
alvo das investigações estão a Odebrecht, a Camargo Corrêa, a Andrade
Gutierrez, a Queiroz Galvão e a OAS. Somadas, elas repassaram quase R$
30 milhões às duas entidades ligadas a Lula, entre 2011 e 2014. LONGEVO
Luciano Coutinho permaneceu nove anos no comando do banco e impôs o
estilo petista de gestão (Crédito:Ilustrações: Rica Ramos)
OS DELATORES E AS PROPINAS
Em Curitiba, onde se concentra o comando da Lava Jato, a frente de
investigação que coloca o ex-presidente no alvo da força-tarefa ganhou
corpo após executivos de pelo menos três empresas terem denunciado o
aparelhamento do banco para arrecadar recursos de campanha do PT. A mais
recente acusação partiu do dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, que
no mês passado prestou novas declarações em delação premiada. Ele disse
que participou de uma reunião com Luciano Coutinho, ex-presidente do
banco, às vésperas da eleição de 2014. No encontro, ocorrido no
escritório do BNDES, os executivos discutiram o projeto de ampliação do
Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). Líder do
consórcio, a UTC recebeu um empréstimo de R$ 1,5 bilhão, aprovado em
dezembro de 2013. Ao final da reunião, Coutinho teria orientado a
empresa a procurar o tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma
Rousseff, Edinho Silva (PT-SP), para acertar o repasse de doações da UTC
à candidata petista. A suspeita dos investigadores é de que Coutinho
condicionava financiamentos do BNDES ao compromisso de doações
eleitorais por parte dos empresários no caso de obras realizadas no
Brasil. Mas, nas obras feitas no exterior, a propina seria transferida
naquilo que os agentes da Lava Jato classificam de o “Esquema de Lula”.
“Há evidente relação entre as empresas favorecidas pelo BNDES e os
repasses de recursos ao Instituto Lula”, disse um dos procuradores da
Lava Jato, na quarta-feira 27. “Vamos agora também apurar o
superfaturamento em obras no exterior e esses pagamentos de palestras.”
Dono da UTC afirma que ex-presidente do BNDES pediu propina em
troca de financiamento para ampliação do Aeroporto de Viracopos
Em maio, durante negociação para delação premiada, o empreiteiro
Marcelo Odebrecht descreveu a membros do Ministério Público os detalhes
sobre um esquema de propinas envolvendo 1% dos valores de todos os
financiamentos feitos pelo BNDES para obras fora do Brasil. Segundo
Odebrecht, Coutinho e o ex-ministro Guido Mantega eram os responsáveis
por obter o compromisso por parte dos empresários. Na ocasião, Odebrecht
afirmou que o dinheiro seria destinado ao PT, sem entrar em maiores
detalhes. Nas próximas semanas, diretores e funcionários da empreiteira
serão chamados para novos depoimentos e serão questionados exatamente
sobre o destino dessa dinheirama. A Odebrechet foi a empresa que mais
recebeu financiamentos do banco para atuar em obras no exterior. A
versão da propina sobre os contratos com o BNDES fora do Brasil é
confirmada pelo executivo da Andrade Gutierrez, Flávio Gomes Machado
Filho, delator da Lava Jato. Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro,
ele afirmou que a empreiteira pagou a dita propina sobre obras na
Venezuela financiadas pelo banco. Segundo Machado Filho, a contrapartida
das doações teria sido exigida pelo então presidente do PT, Ricardo
Berzoini, e realizadas de forma oficial para as campanhas petistas. “As
contratações de palestras feitas pelo ex-presidente Lula também são
pagas de forma regular. Isso não significa que a origem do dinheiro seja
irregular”, afirma um dos procuradores da Lava Jato.
OPERAÇÕES DE R$ 1,56 TRILHÃO
Coutinho é reconhecido por ter sido o presidente mais longevo do
BNDES. Comandou o banco de maio de 2007 a maio de 2016. Ao longo destes
nove anos, o BNDES seguiu a cartilha petista de expansão dos gastos e
oferta de créditos, expressas na aprovação de operações que totalizaram
R$ 1,56 trilhão, do qual R$ 1,2 trilhão chegou a ser desembolsado. Como
resultado, a dívida do órgão junto ao Tesouro subiu para R$ 518 bilhões,
montante cobiçado pelo ministro da Fazenda do governo Temer, Henrique
Meirelles, para reduzir o rombo fiscal. Coutinho confirma as reuniões
com os executivos da UTC e da Andrade Gutierrez, mas nega ter discutido
doações eleitorais. No mês seguinte a sua saída do comando do BNDES, a
nova gestão da entidade criou uma Diretoria de Controladoria e Gestão de
Riscos, voltada para o controle interno. “O objetivo é assegurar a
adequação de ferramentas e processos, avaliar a eficácia dos
investimentos e contribuir para o aumento da transparência e do retorno
dos investimentos”, afirmou o banco, em nota à ISTOÉ. O órgão cita ainda
o acordo de Cooperação firmado com a Controladoria-Geral da União
(CGU), em maio, e informa que, de 2012 a 2015, o BNDES respondeu a 1945
diferentes demandas formais de órgãos como a própria CGU, o Banco
Central, ministérios, o Tribunal de Contas da União e tribunais de
contas estaduais. Mas, pelo jeito, não foi suficiente. Acima, o juiz Sérgio Moro que atemoriza Lula (Crédito:Ilustrações: Rica Ramos)
Nas mãos de Moro
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou o golpe na última
semana. Recorreu à ONU contra o juiz Sergio Moro. Chegou ao absurdo de
dizer que o magistrado o persegue por ter pretensões eleitorais. Na
prática, recorre à estratégia do tudo ou nada. Sabe que provas não
faltam para que Moro decrete a prisão de Lula. Recentemente, aliás, o
juiz foi categórico ao afirmar que o ex-presidente já poderia estar
preso por obstrução à Justiça. E ainda pesam outras acusações. Nas
próximas semanas, Moro irá se manifestar sobre a ocultação pela família
do petista da propriedade de um tríplex no Guarujá e de um sítio em
Atibaia. Provas não faltam. Um laudo da Polícia Federal atesta que a
família Lula é dona do imóvel no interior paulista. Os peritos reuniram
mensagem de dirigentes da OAS que mostram que o ex-presidente e a
ex-primeira-dama, Marisa Letícia, orientaram reformas pagas pela
empreiteira no sítio que dizem não ser deles. As obras, como a cozinha
gourmet, faziam parte de um centro de custo da construtora apelidado de
Zeca Pagodinho. Há ainda uma foto de Paulo Gordilho, arquiteto da OAS,
bebendo com Lula no sítio. EM
CASA Acima Ex-presidente Lula bebe com o arquiteto da OAS responsável
pela reforma do sítio que ele nega ser dono (Crédito:Ilustrações: Rica
Ramos)
O esperneio de Lula na ONU foi um tiro no pé e um desrespeito ao
País. Sua estratégia de defesa só faria sentido se o Brasil não fosse um
país democrático. Os 14 anos do PT no poder mostram que não é o caso.
Provavelmente, acontecerá com ele o mesmo que ocorreu com petistas que
ameaçaram durante o Mensalão, sem sucesso, recorrer a cortes
internacionais. Conseguiram apenas, assim como Lula, insultar a
comunidade jurídica. “É típico de quem não têm sentido de grandeza e de
estadismo e não se preocupa em desmoralizar o seu país”, resumiu Carlos
Velloso, ex-presidente do STF. O presidente da Associação Nacional dos
Procuradores da República, José Robalinho, foi além. “É uma argumentação
completamente ofensiva e que expõe o País de uma maneira deplorável.”
Já, para a Associação dos Magistrados do Brasil, “é inadmissível a
utilização de quaisquer outros meios, que não os legais, para tentar
inibir o trabalho de agentes públicos no desempenho de suas funções.” CONVERSAS MOSTRAM QUE LULA ORIENTOU REFORMA EM SÍTIO. CONFIRA:
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/