
Tenente-coronel Alexander
Vindman (dir.), especialista em Ucrânia no Conselho de Segurança
Nacional, ao chegar ao Congresso para depor na Câmara de Representantes
contra Trump, em Washington, 29 de outubro de 2019 - AFP
O especialista em Ucrânia no Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês), tenente-coronel Alexander Vindman, disse ter informado, duas vezes, sobre sua preocupação com as intensas tentativas da Casa Branca para que Kiev fizesse investigações para favorecer Trump politicamente.
O testemunho foi preparado por escrito e divulgado, na noite de segunda-feira, antes da audiência.
Nele, Vindman relata ter ouvido Trump, pessoalmente, pressionar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante uma conversa por telefone em 25 de julho.
Após o comparecimento de Vindman, a Casa Branca rechaçou o plano dos democratas no Congresso para iniciar um processo de impeachment contra Trump, ao considerá-lo uma fraude.
O julgamento político impulsionado pelos democratas contra o presidente é “uma farsa ilegítima desde o começo, desde o momento em que não contou com um voto de autorização da Câmara” baixa, declarou a porta-voz da Presidência, Stephanie Grisham, em um comunicado.
– Veterano de guerra condecorado –
Um veterano condecorado da guerra do Iraque, Vindman se apresentou nesta terça de manhã no Congresso, com seu uniforme militar completo.
Trump, por sua vez, atacou o tenente-coronel pelo Twitter, classificando-o como um #NeverTrumpist, hashtag usado pelos republicanos que se opõem ao presidente.
“Mais quantos #NeverTrumpist vão ter permissão para falar sobre um telefonema perfeitamente adequado?”, questionou o milionário republicano.
“Donald Trump é inocente. O ‘Deep State’ é culpado”, disse o representante republicano Matt Gaetz, um dos mais estridentes defensores do presidente no Congresso, referindo-se a uma teoria conspiratória apontada com frequência pelo presidente sobre um suposto governo paralelo que opera clandestinamente.
– Primeira testemunha da Casa Branca –
O militar é a primeira testemunha desta investigação que tenta estabelecer se Trump abusou de seu poder no polêmico telefonema de 25 de julho ao colega ucraniano. A ligação foi revelada por um informante anônimo.
Os republicanos minimizaram o peso de testemunhos anteriores, com o argumento de que seu conhecimento do conteúdo da conversa era oriundo de uma terceira fonte.
Segundo Vindman, Sondland disse a Danylyuk que a possibilidade de uma reunião entre Trump e Zelensky estava sujeita à abertura de uma investigação sobre os Biden.
Depois desse encontro, completou Vindman, “disse ao embaixador Sondland que suas colocações eram inadequadas, que pedir que se investigasse Biden e seu filho não tinha nada a ver com segurança nacional”.
“Não achei que fosse apropriado exigir que um governo estrangeiro investigue um cidadão dos Estados Unidos e estava preocupado com as consequências para o apoio do governo dos Estados Unidos à Ucrânia”, declarou.
“Me dei conta (…) de que era muito provável que fosse interpretado como uma jogada partidária”, acrescentou.
Vindman relatou suas preocupações sobre a reunião de 10 de julho e o telefonema de 25 de julho ao principal advogado do NSC.
Apesar da insistência de Trump sobre o caráter inócuo de sua chamada, a qual classificou como “perfeita”, os democratas buscam avançar os procedimentos e formalizar a investigação em curso para um julgamento político em uma votação nesta quinta-feira (31), na Câmara de Representantes.
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