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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Delator apresenta à PF documentos contra Renato Duque

Executivo Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, da Toyo Setal, entregou notas fiscais que comprovariam o pagamento de propina ao ex-diretor da Petrobras

O ELO – Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, que cobrava 3% de propina para o PT: preso depois que a Polícia Federal descobriu que ele tinha contas secretas no exterior
Pagamento de propina a Renato Duque seria feito através de empresas de fachada (Márcia Poletto/Agência o Globo)
O executivo Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, dono da Toyo Setal e um dos delatores do petrolão, entregou à Polícia Federal contratos e notas fiscais que comprovariam o pagamento de propina ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, apontado como o interlocutor do PT no esquema de corrupção. As informações são do jornal O Globo. Mendonça Neto afirmou em sua delação premiada na Operação Lava Jato que empresas de fachada eram usadas para maquiar os repasses de dinheiro a Duque.

Nesta segunda-feira, o juiz federal Sérgio Moro começou a ouvir em Curitiba testemunhas na sétima fase da Operação Lava Jato, entre elas Mendonça Neto. Os depoimentos seguem até 13 de fevereiro.

Segundo O Globo, os documentos apresentados pelo delator mostram que o pagamento da propina foi feito através de contratos de serviços e consultorias fictícios realizados pelas empresas Power To Tem Engenharia, Legend Engenheiros Associados, Rock Star Marketing, SM Terraplanagem e Soterra Terraplanagem. Os pagamentos foram feitos entre 2009 e 2012 e somam 40 milhões de reais. Alvo da Lava Jato, Duque chegou ao cargo de diretor de Serviços da Petrobras em 2003, por indicação do petista José Dirceu, e saiu em 2012.

Preso por ordem da Justiça Federal em 14 de novembro, Duque deixou a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, em 3 de dezembro, beneficiado por uma liminar do ministro do STF Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato na Corte. Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu em parecer enviado ao Supremo que o ex-diretor da estatal volte para a cadeia. Para o chefe do Ministério Público, há indícios de que Duque, a exemplo de outros réus do escândalo do petrolão, tenha escondido dinheiro no exterior, o que facilitaria uma potencial fuga das autoridades brasileiras.

Delações – Durante as investigações da Operação Lava Jato, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, ex-subordinado de Duque na Petrobras, fechou acordo de delação premiada segundo o qual se comprometeu a devolver aos cofres públicos cerca de 97 milhões de dólares obtidos no esquema de corrupção. Depois da prisão do ex-diretor, a Galvão Engenharia admitiu que pagou 8,8 milhões de reais em propina a um emissário de Duque. Também vieram à tona pagamentos de 2 milhões de reais feitos pela UTC ao ex-diretor da Petrobras sob justificativa de que foram desembolsados pela prestação de serviços de consultoria.

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