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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Valor do corte no Orçamento foi 'adequado', avalia Levy

Ministro também admitiu que espera uma retração no resultado do PIB no primeiro trimestre deste ano


Em Brasília, no Banco Central, Joaquim Levy toma posse como novo ministro da Fazenda
Ministro da fazenda, Joaquim Levy (Ueslei Marcelino/Reuters)
O ministro da Fazenda Joaquim Levy afirmou nesta segunda-feira que o corte de 69,9 bilhões de reais no Orçamento veio no "valor adequado". A aparição pública de Levy era bastante esperada, sobretudo, por ele não ter comparecido ao evento de anúncio do congelamento de repasses feito na última sexta-feira. Oficialmente, o ministro justificou a ausência dizendo estar com gripe. No entanto, muitos viram a atitude como um recado ao governo de que ele não havia ficado satisfeito com o tamanho do contingenciamento - Levy desejava um corte entre 70 e 80 bilhões de reais.
Defendendo a necessidade dos cortes, o ministro afirmou que as receitas previstas no Orçamento "não têm conexão com a realidade da arrecadação" e que o contingenciamento foi feito "na medida em que se poderia fazer sem pôr o menor risco para o crescimento econômico". Segundo o ministro, como as receitas não estão próximas do previsto, o governo precisou "cortar na carne", mas com "muita cautela e equilíbrio".
O ministro também expressou preocupação quanto à queda na arrecadação registrada no primeiro trimestre, principalmente em um momento em que o governo tenta reequilibrar as contas públicas e atingir a meta de superávit primário, de 1,1% do PIB. "Nos últimos anos a arrecadação sistematicamente não tem atendido às necessidades de governo. Tem se vivido de receitas extraordinárias, de programas como Refis [de Recuperação Fiscal], ao mesmo tempo em que se dava um número de desonerações", afirmou.
Levy ainda pediu agilidade na tramitação das medidas de ajuste fiscal no Congresso. Segundo ele, o empresariado não quer privilégios, mas precisa de clareza para se preparar para o segundo semestre do ano. "Eles (os empresários) querem avançar e por isso delongas não favorecem a retomada do crescimento", disse.
Retração - O ministro da Fazenda também afirmou que não ficará surpreso se o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) registrar uma "retração" no primeiro trimestre deste ano. O dado que soma todos os bens e serviços produzidos e consumidos no país deve ser divulgado na próxima sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Acho que o PIB vinha e deu um pequeno blipping [sinal de alerta] no quarto trimestre [do ano passado], que, aliás, pode ser revisto. No começo do ano, os agentes estavam em grande expectativa de retração. Então, não seria surpresa a gente ver uma situação desta", disse o ministro ao chegar ao Ministério da Fazenda. "Como eu tenho dito, o PIB não está devagar por causa do ajuste. A gente está fazendo o ajuste porque o PIB vinha devagar", completou.
Além disso, fez questão de dizer que o corte é apenas uma das políticas que estão sendo colocadas em prática pelo governo. "É uma parte importante, outras partes são até mais estruturais, têm a ver com o realinhamento de preços, atividades de concessões, vamos ver como a gente reorganiza o financiamento de longo prazo agora que acabou o dinheiro via aquele modelo mais baseado em recursos públicos", afirmou o ministro.
Nesta manhã, Levy e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, participaram de uma reunião da coordenação política da presidente Dilma Rousseff, no Planalto, na qual foi discutida a estratégia para as votações do ajuste fiscal no Senado, nesta semana.
(Da redação)

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