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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Chuva dá trégua no RS, mas número de atingidos sobe para 51 mil

Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre são os mais atingidos.
A contagem de desabrigados subiu de 2.029 para 2.768 pessoas.

Do G1 RS
Famílias sofrem com a chuva que completa duas semanas e atinge a Vila Rica, em Gravataí (Foto: PEDRO H. TESCH/ELEVEN/ESTADÃO CONTEÚDO)
O número de pessoas atingidas pela chuva aumentou da manhã para a tarde desta terça-feira (21) no Rio Grande do Sul, apesar da trégua na chuva. Segundo o último balanço divulgado pela Defesa Civil estadual, às 17h, agora são 51.009 afetados, ante 50.728 divulgados anteriormente. A contagem de desabrigados também subiu: foi de 2.029 para 2.768.
Moradores tentam salvar pertences em Gravataí (Foto: PEDRO H. TESCH/ELEVEN/ESTADÃO CONTEÚDO)Moradores tentam salvar pertences (Foto: PEDRO
H. TESCH/ELEVEN/ESTADÃO CONTEÚDO)
(Correção: ao ser publicada, essa reportagem errou ao informar que o número de atingidos pela chuva no Rio Grande do Sul havia reduzido para 46.418. A informação equivocada partiu da Defesa Civil. O erro foi corrigido às 19h06.)
São 64 municípios afetados. Dentre eles, 26 estão em situação de emergência. Conforme a Defesa Civil, a situação mais grave se concentra nos municípios de Esteio, Gravataí e Cachoerinha, na Região Metropolitana, e em Porto Alegre, na Zona Norte e nas ilhas do Guaíba.
Na Vila Rica, em Gravataí, Região Metropolitana de Porto Alegre, moradores que voltaram parar conferir a situação de suas residências se desesperaram ao encontrar as casas tomadas pela água.
Limpeza Esteio chuvas RS (Foto: Pedro de Brito/Divulgação Prefeitura de Esteio) “Eu perdi tudo, tudo. Não sobrou nada das minhas coisas, nada. Cheguei do serviço, tudo boiando dentro de casa. Não tenho mais nada”, disse a diarista Grazi Lisboa, entre lágrimas.
Limpeza Esteio chuvas RS (Foto: Pedro de Brito/
Divulgação Prefeitura de Esteio)
“Fui lá olhar a casa agora, e está tudo empenhado, para cima, estamos sem luz. Tudo ruim”, completa o auxiliar de serviços gerais Luis Henrique de Jesus.
Algumas pessoas aproveitaram para tentar salvar pertences de dentro de casa. Um barco foi usado para transportar o que sobrou das residências.
“Fomos buscar o pouco que restou”, resume a estudante Brenda Flores.
Bloqueios nas estradas
Apesar da melhora na condição do tempo, o estado ainda tem bloqueios de rodovias. São oito trechos interditados, sendo sete estaduais e uma federal, conforme informações do Comando Rodoviário da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Parte do asfalto caiu depois que os bueiros cederam na BR-153 (Foto: Divulgação/PRF)Parte do asfalto caiu depois que os bueiros cederam
na BR-153 (Foto: Divulgação/PRF)
A única rodovia federal a registrar transtornos é a BR-153, em Bagé, na Região da Campanha. Parte do asfalto sobre os acostamentos nos dois sentidos caiu depois que os bueiros cederam no km 648 da estrada. A liberação estava prevista para as 19h.
Entre as rodovias estaduais, a queda parcial de uma ponte foi registrada na VRS-809 em Cachoeira do Sul, na Região Central. Na mesma região, houve bloqueio na ERS-502 entre Paraíso do Sul e Cachoeira do Sul.
Em Montenegro, no Vale do Caí, houve interrupção total da ERS-124 no km 7 devido ao alagamento da pista. O desvio é feito pela ERS-122. Ó trânsito flui em meia pista na ERS-411, entre Montenegro e Brochier, na mesma região.
A VRS-865 em Picada Café, na Serra, está bloqueada totalmente no km 3, mesmo local onde houve uma queda de barreira na tarde anterior. O tráfego também foi interrompido na ERS-240 no km 13 em Portão, na Região Metropolitana. Em Taquara, o trânsito flui em meia pista no km 57 da ERS-020 devido a uma rachadura no asfalto.
Estragos na Zona Sul de Porto Alegre
A terça-feira (21) foi dia de conferir os estragos na Zona Sul de Porto Alegre. Na Rua Jaguari, bairro Cristal, grandes buracos foram abertos no asfalto. Já no bairro Aberta dos Morros, além das crateras, vias também ficaram cobertas por terra.
A Defesa Civil municipal registrou na manhã desta terça-feira (21) dois desabamentos na região. Parte da estrutura de uma casa desabou na Travessa Coronel Rego, no bairro Aparício Borges. Houve ainda um desabamento de terra na Rua Guanabara, no bairro Cascata. Ninguém ficou ferido nas ocorrências.
Na orla de Ipanema, o nível do Guaíba subiu, e a água invadiu a rua. Parte da calçadão e alguns bancos chegaram a ficar destruídos. Ondas se formaram devido ao alto volume de chuva. Segundo o Centro Integrado de Comando (Ceic) de Porto Alegre, o Guaíba estava a 2,43 cm, mais de um metro acima da média histórica.
A cheia do Guaíba também tirou 92 pessoas de casa na região das ilhas, na capital. Segundo a Defesa Civil, cerca de 80 moradores da Ilha Grande dos Marinhos estão em um abrigo público. Outras 12 pessoas que residem na Ilha do Pavão estão alojadas em uma igreja.

Governo cria gabinete
O governo gaúcho também instalou um gabinete de emergência no Palácio Piratini para monitorar a situação das cheias no estado. A força-tarefa é formada pela Casa Militar, pelo Gabinete da Primeira-Dama e por nove secretarias de estado.
De acordo com o vice-governador José Paulo Cairoli, o objetivo do gabinete de emergência é agilizar o atendimento aos atingidos pelas fortes chuvas. As reuniões serão diárias, e as ações serão executadas de modo integrado.
"Estamos organizados e atendendo a comunidade que está sofrendo com as chuvas prolongadas que atingem o estado. Otimizamos para atender de forma rápida e com eficiência quem necessita de apoio”, disse Cairoli.

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