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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Em junho, juro bancário de pessoa física sobe e bate recorde da série

No mês passado, taxa cobrada pelos bancos alcançou 58,6% ao ano.
Inadimplência de pessoa física registrou estabilidade em junho, diz BC.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília
Os juros cobrados pelos bancos nas operações com pessoas físicas, excluindo o crédito imobiliário e rural, avançaram pelo sexto mês consecutivo em junho e somaram 58,6% ao ano, segundo informações divulgadas pelo Banco Central  nesta quinta-feira (30). É o maior patamar da série histórica do BC para este indicador, que tem início em março de 2011.
Ainda de acordo com o Banco Central, a taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com pessoas físicas subiu de 1,3 ponto percentual no mês passado e 9 pontos percentuais no acumulado de 2015. Em maio, os juros bancários estavam em 57,3% ao ano.
JUROS PARA A PESSOA FÍSICA
Em % ao ano
49,549,749,250,651,149,65254,354,456,157,358,6em % ao anojul/14ago/14set/14out/14nov/14dez/14jan/15fev/15mar/15abr/15mai/15jun/15506047,552,55557,5
Fonte: BC
Juro bancário subiu mais que taxa básica
O aumento dos juros bancários acompanha a alta da taxa básica da economia (Selic), fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para tentar conter a alta da inflação. Desde outubro do ano passado o BC vem subindo os juros ininterruptamente. Naquele momento, a taxa estava em 11% ao ano. No fim de junho, já havia avançado para 13,75% ao ano, um aumento de 2,75 pontos percentuais.
Os números mostram que os bancos elevaram suas taxas de juros ao consumidor de maneira mais intensa. Em setembro do ano passado, antes que o BC voltasse a elevar a Selic, os juros bancários para pessoas físicas estavam em 49,2% ao ano, avançando para 58,6% ao ano em junho – um aumento de 9,4 pontos  percentuais, ou seja, mais do que três vezes a alta da taxa Selic.
Segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, aponta que, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014 – mais que o dobro da rentabilidade dos bancos americanos (7,68%).
Taxa de todas operações e de empresas
Já a taxa de juros média de crédito de todas operações (pessoas físicas e empresas), ainda somente com recursos livres, ou seja, sem contar crédito habitacional, rural e do BNDES, subiu de 42,5% ao ano em maio para 43,5% ao ano em junho deste ano – também o maior patamar da série histórica, que tem início em março de 2011.
A taxa das operações de pessoas jurídicas, com recursos livres, avançou 0,6 ponto percentual em junho, para 27,5% ao ano. Em maio, estava em 26,9% ao ano. O nível de março é o mais alto desde julho de 2011, quando somou 27,6% ao ano.
Inadimplência
Segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos empréstimos bancários com recursos livres (sem contar crédito rural e habitacional), que mede atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, ficou estável em 5,4% em junho, o mesmo patamar de maio. É o maior patamar desde novembro do ano passado (5,5%).
Já a taxa de inadimplência das operações dos bancos com as empresas, ainda no segmento com recursos livres, permaneceu inalterada em 3,9% em maio.
Considerando a taxa total de inadimplência, que engloba operações com as pessoas físicas e empresas, ainda nas operações com recursos livres, a taxa ficou estável em 4,7% em junho deste ano.
'Spread' bancário
Com o aumento das taxas de juros bancárias de pessoa física em junho, houve alta do chamado "spread bancário" – que é a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e quanto cobram de seus clientes – no mês passado.
Em maio, "spread" nas operações com pessoas físicas somava 44,4 pontos percentuais, avançando para 45,5 pontos em junho, o maior patamar da série histórica do BC. Na parcial deste ano, houve um forte aumento de 8,1 pontos percentuais. Com isso, o spread continua em níveis historicamente elevados.
O "spread" é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.

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