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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Eduardo Cunha diz que provará ao Conselho de Ética que falou a verdade

Conselho apura se ele quebrou decoro ao negar que possui contas no exterior.
Documentos do MP da Suíça mostram existência de contas no país europeu.

Fernanda Calgaro Do G1, em Brasília
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em entrevista na Câmara (Foto: Gustavo Garcia/G1)O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em entrevista na Câmara (Foto: Gustavo Garcia/G1)
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta terça-feira (3) que irá provar no Conselho de Ética que não faltou com a verdade.

A declaração foi dada horas após o conselho instaurar processo para investigar se Cunha cometeu quebra de decoro parlamentar por não ter declarado à Justiça Eleitoral ter contas bancárias na Suíça atribuídas a ele e a parentes. Segundo a Procuradoria Geral da República, documentos enviados pelo Ministério Público suíço confirmam a existência dessas contas. Em depoimento à CPI da Petrobras, em março, Cunha negou ter qualquer conta no exterior.
As investigações do Conselho de Ética poderão resultar em absolvição, censura verbal ou escrita, suspensão ou cassação do mandato. “Vou provar que não faltei com a verdade”, afirmou o deputado. Ao ser perguntado sobre a representação contra ele, Cunha disse que ainda não havia lido o documento nem pensado sobre a estratégia de defesa.
“Não tomei nenhuma decisão a respeito, deixa primeiro definir o relator. Depois de definido, vou avaliar. Ainda nem pensei sobre isso”, afirmou. "Nem sequer li a representação", completou.  Cunha relatou que quer encontrar seu advogado ainda nesta terça-feira para definir os próximos passos. "Vou apresentar a defesa com base no fato em si. Vou pegar o meu advogado, discutir com ele", declarou.

Para Cunha, o processo no Conselho de Ética é diferente dos inquéritos a que ele responde no Supremo Tribunal Federal (STF). "São duas coisas distintas", disse, acrescentando que o processo no Supremo já tem como consequência, no caso de condenação, a perda de mandato, o que dispensaria a necessidade do Conselho de Ética.
 
"É diferente porque, se todo mundo que tivesse um processo fosse para o Conselho de Ética por quebra de decoro, teria que ter uns 150 no Conselho de Ética, porque é mais ou menos uns 150 que respondem a processo no Supremo", disse. O presidente da Câmara negou, ainda, haver qualquer constrangimento em responder a um processo no colegiado. Ele não quis comentar os nomes dos deputados sorteados para relatar o processo.

O presidente do Conselho de Ética, José Carlos de Araújo (PSD-BA), precisa escolher dentre três nomes sorteados nesta terça qual será o relator do caso, a quem caberá fazer um relatório preliminar em até 10 dias. Foram sorteados os deputados José Geraldo (PT-PA), Vinicius Gurgel (PR-AP) e Fausto Pinato (PRB-SP).

José Geraldo e Vinicius Gurgel já afirmaram que há indícios “fortes” contra o peemedebista. Já o terceiro sorteado, Fausto Pinato, não quis emitir opinião sobre as provas apresentadas até agora. “Não posso falar, porque podem me considerar impedido de relator depois”, disse. Assim como os demais, ele afirmou que aceitará ser relator, se for nomeado pelo presidente do Conselho de Ética.

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