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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Não temos 'coelho na cartola' para salvar economia, diz ministro

Jaques Wagner afirma que não é "tempo de pacotes" para solucionar a questão. Frase se dá em meio a notícias de que o Planalto prepararia um 'novo PAC'

Por: Felipe Frazão, de Brasília
Ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, durante evento no Palácio do Planalto, Brasília - 03/12/2015
Ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, durante evento no Palácio do Planalto, Brasília - 03/12/2015(Ueslei Marcelino/Reuters)
O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), disse nesta quarta-feira que o governo federal não tem "coelho na cartola" para solucionar a crise econômica neste ano. Wagner se reuniu à tarde com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), em Brasília e pediu a ele colaboração para manter um ambiente de "harmonia e calma" política - aliados do vice, entre eles o presidente da Câmara Eduardo Cunha, defendem que o PMDB abandone o governo em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que deve ser retomado no fim de fevereiro.
"Acho que tem uma expectativa de muita gente da política e de vocês da imprensa, que na minha opinião não será correspondida. Ficam perguntando quando sairá a grande notícia. Nós não estamos mais em tempo de pacotes, apesar de isso não estar a meus cuidados, e sim muito mais [aos cuidados] do Nelson [Barbosa] e do Waldir [Simão], da Fazenda e do Planejamento. É evidente que a Casa Civil participa, mas acho que não tem nada bombástico. Na verdade a gente tem consciência de que as coisas vão ser passo a passo, retomando a confiança do empresariado interna e externamente e recuperando a esperança das pessoas em mais emprego paulatinamente", disse o ministro. "Não tem coelho na cartola. A gente vai continuar buscando o equilíbrio macroeconômico e fiscal e abrindo trilhas para retomada do crescimento."
As afirmações se dão em meio a notícias de que o Planalto estaria planejando apresentar ainda neste mês medidas e propostas que ajudem a retomar o crescimento e animar a economia, mas sem abandonar o ajuste fiscal que desde o início do segundo mandato tenta implementar. O plano seria tratado no governo como um 'novo PAC'.
Sobre a crise interna que rachou a bancada do PMDB na Câmara, o principal aliado do governo Dilma, Wanger afirmou que "todos os partidos tem pessoas mais próximas e outras não tão próximas do governo". "Falamos de expectativa positiva principalmente de harmonia e calma. A sociedade brasileira espera que a classe política brigue um pouco menos para que abra espaço para cuidar do principal que é a economia a geração de emprego e a retomada da prosperidade."
Segundo ele, o ex-presidente Lula e o presidente do PT, Rui Falcão, avaliaram nesta terça-feira em reunião com a presidente Dilma Rousseff que o "ambiente político melhorou" para o governo no fim de 2015. "Fechamos o ano melhor", disse Wagner. O ministro afirmou que o "impeachment perdeu força" e deve ser julgado o mais rápido possível. "Essa não é uma agenda nossa, mas eu reconheço que ele perdeu força. O bom é que o impeachment termine definitivamente, e só termina com a votação na Câmara, eu acho que a gente vai derrotar já na Câmara dos Deputados."
Michel Temer afirmou que o encontro serviu para analisar a conjuntura política do país e para estabelecer a ideia de "harmonia absoluta". Ele disse que o PMDB não vai interferir na eleição do líder da bancada do partido na Câmara - entre Leonardo Quintão (MG), apoiado por defensores do impeachment, e Leonardo Picciani (RJ), deputado com trânsito no Planalto. "Nós temos pregado unidade na bancada. Eu disse a deputados que falaram comigo hoje que o partido evidentemente não vai interferir, porque essa é uma questão interna da bancada. E não se pode dividir a bancada entre governistas e não-governistas. Deve haver uma conjugação pela unidade", afirmou o vice. Temer também explicou o motivo pelo qual decidiu processar o ex-ministro da Educação Cid Gomes, que o chamou de "chefe de uma quadrilha de achacadores": "Ele falou mal de mim".

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