Líder do
PMDB no Senado critica reforma da Previdência, a terceirização ampla e a
política econômica e diz que a ‘insatisfação da bancada é generalizada’
Por
Da Redação
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (Evaristo Sá/AFP)
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
voltou a criticar a falta de diálogo do governo com a bancada do
partido e disse ter conversado na quarta-feira com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) para tratar da “necessidade de desenhar o papel do PMDB no governo Michel Temer“.
“Eu não quero participar do governo, não quero
indicar ninguém no governo e hoje, como líder da bancada, diante dessa
insatisfação que é generalizada, mais do que nunca”, declarou.
Em mais um confronto direto com o Palácio do Planalto
nos últimos dias, Renan disse que quer que a bancada “seja chamada,
faça inserção no governo e discuta as reformas” e lembrou que o PMDB
representa 30% dos parlamentares da Casa e são cruciais para a aprovação
das propostas de Temer. “O que a bancada quer, e isso é insubstituível,
é participar da formulação de políticas públicas e fundamentalmente
calibrar o tamanho das reformas que são mandadas para o Congresso.”
Ele disse ainda que a bancada gostaria de dialogar com o governo antes de as reformas serem encaminhadas para o Congresso, “mas isso não foi possível”. Renan avalia que a proposta de reforma da Previdência “é exagerada” e não tem condições de ser aprovada
pelos parlamentares. “Essa reforma trata desiguais de forma igual. Não
se faz reforma para resolver problema fiscal do Brasil, e sim para
resolver problema atuarial da Previdência”, criticou.
Terceirização
Além de criticar a reforma da Previdência, Renan afirmou ainda que
está trabalhando para que a proposta da Câmara que regulamenta a
terceirização de maneira “ampla, geral e irrestrita seja alterada”. “Que
se regularize os terceirizados existentes e depois que se coloque um
limite para que essa terceirização não seja geral”, defendeu.
Para ele, o Brasil enfrentará o agravamento da crise econômica nos
próximos meses. “A terceirização vai causar um impacto muito grande na
economia brasileira do ponto de vista do desemprego, da precarização, da
rotatividade, de mais acidente, de menos arrecadação e consequentemente
de mais imposto, que foi o que nós vimos ontem”, comentou, em
referência ao anúncio do governo de corte de R$ 42,1 bilhões nas
despesas federais para conseguir cumprir a meta fiscal deste ano.
No início da noite, Renan voltou à carga contra o governo,
desta vez no Twitter, de novo centrado na política econômica. “Corte de
investimentos públicos, reoneração da folha, aumento de impostos,
terceirização geral… Tudo isso junto só vai drenar as energias de uma
economia que não consegue se levantar. O governo precisa conversar
antes”, disse.
Veja o vídeo publicado por Renan no Twitter.
pic.twitter.com/FPUkSi2OqI
— Renan Calheiros (@renancalheiros) March 30, 2017
‘Fogo amigo’ – o que Renan disse ao governo Temer
Eu não quero participar do governo, não quero indicar
ninguém no governo e hoje, como líder da bancada, diante dessa
insatisfação que é generalizada, mais do que nunca
“Essa reforma (da Previdência)trata desiguais de forma igual
“Corte de investimentos públicos, reoneração da folha, aumento de
impostos, terceirização geral… Tudo isso junto só vai drenar as energias
de uma economia que não consegue se levantar. O governo precisa
conversar antes Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado
Governo anunciou a desoneração da folha de pagamento para 50 setores da economia
Por
Da redação
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles,
durante encontro com empresários em Curitiba (PR) - 20/12/2016 (Rodolfo
Buhrer/Reuters)
O governo federal anunciou um corte de 42,1 bilhões de reais no Orçamento de 2017. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que espera que o valor do corte possa ser reduzido.
“A expectativa que esse número caia até próximo relatório, principalmente em função do reconhecimento dos precatórios”, afirmou.
Na semana passada, o governo anunciou a existência de um rombo de
58,168 bilhões de reais no Orçamento. Esse é o montante que falta para o
cumprimento da meta de déficit fiscal, de até 139 bilhões de reais.
No entanto, o anúncio do corte foi adiado para esta semana, pois o
governo esperou por algumas decisões judiciais que poderiam reduzir a
necessidade de cobertura do rombo. Elas dizem respeito, principalmente à
recuperação de usinas que poderão vir a ser privatizadas e à
desoneração parcial da folha de pagamento.
“Esperávamos decisões que ocorreram hoje e ontem, que são a devolução
[das usinas] de São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande. Essas
devoluções deverão gerar para a União receita adicional de 10,1 bilhões
de reais. Isso é processo da maior importância”, disse Meirelles.
Além da receita adicional de 10,1 bilhões, o governo conta com o
impacto do extinção parcial da desoneração da folha de pagamento. A
medida, que deve vir por medida provisória, deve gerar 4,8 bilhões de
reais em receitas adicionais em 2017 a partir de julho – o governo
precisa esperar 90 dias para elevar tributos.
“Tomamos a decisão de corrigir um processo do passado que ficou
conhecido como desoneração da folha de pagamentos, que na verdade era
uma opção para as empresas deixarem de contribuir com base da folha de
pagamentos e escolherem contribuir sobre a receita bruta. Essa medida
gerava uma perda fiscal para a União e era esperado que isso gerasse um
crescimento rápido para o Brasil. No entanto, isso não gerou os efeitos
esperados e, em consequência disso, achamos que seria necessário
eliminar essa opção”, afirmou o ministro.
Em vigor desde 2011, a desoneração da folha atualmente beneficia 56
setores da economia, que pagam 2,5% ou 4,5% do faturamento para a
Previdência Social, dependendo do setor, em vez de recolherem 20% da
folha de pagamento.
Segundo Meirelles, alguns setores poderão continuar se beneficiando
da desoneração da folha, pois são considerados altamente geradores de
emprego. São eles: transporte rodoviário coletivo de passageiros,
transporte metroviário, transporte ferroviário, construção civil, obras
de infraestrutura e comunicação (atividades de rádio e TV, prestação de
serviços de informação, empresas jornalísticas). Com a medida anunciada hoje, 50 setores deixam de se beneficiar da desoneração.
O governo também acabará com a isenção de Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF) para operações de crédito das cooperativas. De acordo
com Meirelles, a medida gerará 1,2 bilhão de reais de receitas. “Essa é
uma questão de isonomia”, justificou o ministro.
O governo pretende arrecadar de 8 bilhões a 8,7 bilhões de reais com a
regulamentação dos precatórios (dívidas que a Justiça manda o governo
pagar), mas Meirelles explicou que o volume só deverá ser incorporado ao
Orçamento daqui a dois meses, no próximo Relatório de Avaliação de
Receitas e Despesas.
Na segunda-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) editou resolução
que determina que os precatórios que não tiverem sido sacados nas contas
judiciais há mais de dois anos e meio sejam devolvidos ao Tesouro
Nacional. O dinheiro, informou Meirelles, entrará no resultado primário
do governo ainda este ano. Quando os precatórios forem liberados para a
União, explicou Meirelles, o contingenciamento será reduzido para um
intervalo entre 33,4 bilhões de reais e R$ 34,1 bilhões de reais.
Ele destacou que não haverá aumento de tributos. A expectativa do
mercado era de que o corte seria menor, em torno de 30 bilhões, mas
viria acompanhado de aumento de impostos. (Com Agência Brasil)
Ministro
relator da Lava Jato atende pedido do procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, e também prorroga por 60 dias prazo para concluir
investigação
Por
Da Redação
O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato do STF (Rosinei Coutinho/SCO/STF)
O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) para prorrogar por mais 60 dias o inquérito que investiga uma suposta obstrução de Justiça envolvendo os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, os ex-ministros Aloizio Mercadante e José Eduardo Cardozo, além de dois integrantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Com a decisão, Fachin também atende o parecer da PGR para manter a
tramitação do caso no Supremo. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, indicou ao STF as diligências que deseja cumprir antes de concluir a investigação, entre elas, ouvir o empresário Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira. Na noite de sexta-feira, Fachin autorizou que o caso fosse reencaminhado para a Polícia Federal, para prosseguir com as diligências de investigação.
A avaliação de Janot, autorizada por Fachin, diverge, a princípio, da conclusão da Polícia Federal. Há um mês, a PF encaminhou relatório
ao STF no qual atribui a Lula, Dilma e Mercadante o crime de obstrução
de Justiça e sugere que os três fossem denunciados criminalmente. No
mesmo relatório, a PF sugeria também que a denúncia tramitasse na
primeira instância, já que os três não possuem mais foro privilegiado.
Janot indicou que ainda não é possível encerrar o caso com acusação
criminal dos envolvidos. O procurador-geral também pede a continuidade
da tramitação perante o STF, apesar da perda de foro dos ex-ministros e
de Dilma. O caso está na Corte porque, no mesmo inquérito, são
investigados os ministros do STJ Marcelo Navarro Ribeiro Dantas e
Francisco Falcão, que possuem foro no Supremo.
No inquérito, investigadores analisam suposta tentativa de obstruir
as investigações da Lava Jato por Dilma, Lula, ex-ministros de estado e
ministros do STJ. São indicados três fatos na investigação: a nomeação
de Lula para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil por Dilma; a
indicação do ministro Marcelo Navarro para o STJ, em episódio que
envolve o ex-presidente da Corte, Francisco Falcão; e uma conversa
gravada entre Mercadante e um assessor do senador cassado Delcídio
Amaral no Senado após a prisão do ex-parlamentar.
Em delação premiada, Delcídio disse que a nomeação de Navarro para o
STJ fez parte de uma tratativa para conceder liberdade ao empreiteiro
Marcelo Odebrecht, que tinha habeas corpus a ser julgado pela Corte. Os
investigados negam as acusações e a participação em tratativas para
obstruir a Justiça. (Com Estadão Conteúdo)
Se Estados e
municípios não mexerem nas regras de aposentadoria nesse prazo, serão
obrigados a se adequar à reforma da Previdência que for aprovada
Por
Da redação
Pela proposta, se Estados e municípios não
mexerem nas regras para concessão dos benefícios nesse prazo, serão
obrigados a se adequar à reforma da Previdência que for aprovada pelo
Congresso (Alexssandro Loyola/PSDB/Divulgação)
Os Estados e municípios terão seis meses de prazo para promoverem mudanças nos sistemas de aposentadoria dos servidores públicos. A
ideia de estabelecer prazo para que os governos estaduais e municipais
façam os seus ajustes será apresentada pelo governo como emenda à
proposta de reforma da Previdência.
Pela proposta, se Estados e municípios não mexerem nas regras para
concessão dos benefícios nesse prazo, serão obrigados a se adequar à reforma da Previdência que for aprovada pelo Congresso.
“Trata-se de uma ideia vinda da própria Câmara, para oferecer mais
responsabilidade fiscal e para que os próprios governadores possam ter
condições de argumentação junto às Assembleias Legislativas de seus
respectivos Estados”, afirmou o ministro-chefe da Secretaria de Governo,
Antonio Imbassahy.
Segundo ele, “isso funcionaria como se fosse uma trava, um
instrumento que dá mais competência para que governadores examinem o
assunto.” Na semana passada, o presidente Michel Temer decidiu excluir
funcionários públicos estaduais e municipais da reforma da Previdência
enviada pelo governo à Câmara. O presidente tomou a iniciativa após
sofrer forte pressão de deputados da base aliada, que ameaçavam votar
contra a proposta. Imbassahy se reúne hoje com líderes da base aliada no Palácio do Planalto.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse que “juridicamente”
esta é uma solução viável. “Fica para os Estados e municípios a decisão
de adotar ou não um regime diferente daquele da União”, argumentou.
“Cada um terá de tomar a sua própria iniciativa.”
Para o deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da comissão especial
que analisa a reforma da Previdência na Câmara, tudo está sendo feito
respeitando o pacto federativo. “Os governos estaduais e municipais
terão de regulamentar a Previdência dos servidores no prazo de seis
meses (após a aprovação da reforma), pois caso contrário terão de seguir
as regras federais”, afirmou ele. (Com Estadão Conteúdo)
Lápides com
nomes de políticos, como Fernando Collor, Renan Calheiros e Aécio Neves
foram levadas para a frente do Congresso Nacional
Por
da Redação
(VemPrarua/Facebook/Reprodução)
Uma das principais pautas de reivindicação dos
manifestantes de Brasília repudiava a lista fechada, que vem sendo
defendida por vários políticos. No alto de um carro de som, a
coordenadora do movimento Vem Pra Rua, Juliana Dias, discursou contra o
modelo eleitoral proposto no Congresso, que considera “a coisa mais
antidemocrática que existe”.
“Lista fechada é contra a democracia. É votar no partido e não mais
nas pessoas e eles põem lá dentro quem eles quiserem. Essa é a principal
pauta do dia”, explicou. No modelo, defendido pelo presidente da
Câmara, Rodrigo Maia, dentre outros parlamentares, os partidos definem
previamente os nomes que estarão na disputa e o eleitor vota no partido e
não mais no candidato.
O ato, porém, terminou por volta do meio dia, com um enterro
simbólico do que chamaram de “velha política”. Lápides foram levadas
para a frente do espelho d’água do Congresso Nacional, ao som de uma
marcha fúnebre. Em cada uma das lápides, a foto de um político. Fernando
Collor, Aécio Neves, Gleisi Hoffmann, Jader Barbalho, Renan Calheiros,
Edison Lobão, Jorge Viana foram lembrados, além do deputado Rodrigo
Maia, Dilma Rousseff e Lula. Ao final, os manifestantes cantaram o hino
nacional e se dispersaram.
Os manifestantes também criticaram as tentativas de mudança das Dez
Medidas contra a Corrupção. Uma faixa mencionava o senador Renan
Calheiros, um dos que defendem alterações no projeto de iniciativa
popular enviado ao Congresso: “Renan, abuso de autoridade é a autoridade
abusar do dinheiro do povo”.
O projeto das Dez Medidas contra a Corrupção foi alterado para
incluir a previsão de crimes de responsabilidade para punir juízes e
membros do Ministério Público (MP) por abuso de autoridade. A tramitação
do projeto acabou sendo suspensa pelo Supremo Tribunal Federal.
O número de manifestantes foi muito abaixo do esperado: cerca de 600, de acordo com a polícia.
Depoimento de Marcelo Odebrecht ao TSE
arrasta Dilma e Lula para a cena do crime ao mostrar que os
ex-presidentes petistas não só tinham conhecimento, como participaram
ativamente do esquema ilegal de caixa dois e propinas que alimentou as
campanhas de 2010 e 2014
Ary Filgueira
O que falta para o País finalmente perceber que Lula e Dilma,
juntos, como irmãos siameses, arquitetaram, coordenaram e estiveram à
frente de toda sorte de desvios ilegais de recursos que marcaram os
governos petistas nos últimos 13 anos? Em recente depoimento ao ministro
Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o empreiteiro
Marcelo Odebrecht começou a jogar luz sobre o modo de operar da dupla
petista cujo esquema desviou mais de R$ 40 bilhões dos cofres da
Petrobras. O relato de Odebrecht liquida de uma vez por todas a
“reputação ilibada” reivindicada por Dilma em seus já célebres discursos
borrifados de pretensa superioridade moral.
Segundo o empresário, que arrasta os dois petistas para a cena do
crime eleitoral, a ex-presidente, assim como Lula, sempre soube dos
esquemas de propina e de caixa dois em suas campanhas, foi alertada em
encontro pessoal com Marcelo Odebrecht sobre a “contaminação” das
doações, incluindo a remuneração ao marqueteiro João Santana no caixa
parelelo e tinha a exata ciência de que Antonio Palocci (o Italiano) e o
ex-ministro Guido Mantega (Pós-Itália) cumpriam jornada dupla como
ministros e arrecadadores. Não por acaso, “quatro quintos” das doações
via caixa dois envolveram, conforme Odebrecht, as campanhas de Dilma.
Mantega foi categórico ao dizer a Marcelo Odebrecht, segundo revelação
do mesmo, que a orientação da ex-presidente petista era no sentido de
que “todos os recursos” da Odebrecht fossem remetidos à campanha dela.
“Você não vai mais doar para o PT, você só vai doar para a campanha
dela”, disse-lhe Mantega, instruído por Dilma. DILMA TINHA CIÊNCIA DO CAIXA 2
Odebrecht disse que a petista tinha conhecimento da dimensão das doações
à campanha e dos pagamentos de caixa 2 ao publicitário João Santana CONTAMINAÇÃO PELA PROPINA
O empreiteiro alertou Dilma de que o dinheiro estava contaminado por
propina e que Mantega lhe pediu para doar tudo para a campanha dela e
não para o PT PALOCCI FALAVA POR LULA
Odebrecht disse que tudo o que tratava com Palocci em matéria de liberação de recursos era combinado com Lula. Dilma deu o “ok”
A íntegra do depoimento, ao qual ISTOÉ também teve acesso, foi
antecipada na última semana pelo site “O Antagonista”. As versões
apresentadas até agora candidamente por Dilma, como se estivesse alheia
do maior esquema de corrupção da história recente do País, não param
mais em pé. Foram desmoronadas como um castelo de cartas por quem
“inventou” a sua própria reeleição, o príncipe das empreiteiras. Foi
Marcelo Odebrecht quem arquitetou toda a engenharia financeira da
campanha. “Dilma sabia da dimensão da nossa doação. Que éramos nós quem
fazíamos grande parte do pagamento via caixa dois para João Santana. Ela
sabia que toda aquela dimensão de pagamentos não estava na prestação do
partido”, asseverou Odebrecht. Arrecadou no cargo
Igualmente gravíssimas são as revelações de Marcelo Odebrecht que
implicam Lula. O relato do empresário deixa claro que, ainda investido
no cargo de presidente da República, Lula se encarregou pessoalmente de
arrecadar dinheiro, inclusive no caixa 2, para a campanha de eleição de
Dilma, o que é indiscutivelmente crime. De acordo com Odebrecht, o
petista era quem gerenciava a conta-corrente da R$ 150 milhões aberta
pela empreiteira para o PT. Além disso, possuía uma conta-propina
associada a seu condinome, o “Amigo”, da qual teria sacado R$ 13 milhões
em espécie. Dinheiro vivo, como antecipou reportagem de capa de ISTOÉ
de novembro de 2016. Segundo o empresário, ao contrário do que se
imaginava ate agora, a conta PT pertencia não ao partido, mas “à
Presidência” e foi Lula quem o encarregou de tratar dos repasses
ilegais. DINHEIRO VIVO
O ex-diretor da Odebrecht Hilberto Silva disse ao TSE que o
“departamento de propina” só pagava em dinheiro vivo. Lula bebeu dessa
fonte O “AMIGO” É LULA
A conta dos petistas no “departamento de propina” da Odebrecht somou R$
71 milhões em 2012. Itália é Palocci, Amigo é Lula e Pós Itália é
Mantega TUDO PARA A PRESIDÊNCIA
Marcelo afirmou que o dinheiro doado não era para o PT, mas “para a Presidência” (Lula e Dilma), com a coordenação de Mantega
Primeiramente com Antonio Palocci e depois com Guido Mantega,
conhecidos como Italiano e Pós-Itália. A própria Dilma foi informada por
Marcelo Odebrecht, e também por Lula, sobre os intermediários e
respectivos papéis no esquema: “Palocci era da relação do Lula…apesar de
que a Dilma, eu falei com ela…presidente, tudo eu estou tratando com o
Palocci, era meu combinado com o Lula, tá ok? Ela falou: “tá ok”. Como
se nota, se ainda restava algum resquício de capital moral atribuído à
dupla de ex-presidentes petistas, ele se esvaiu pelo ralo ante o
depoimento de Marcelo Odebrecht ao TSE.
O empresário também confirmou o que a ISTOÉ divulgou em 10 de
fevereiro deste ano: como contrapartida à MP que isentava a Braskem,
petroquímica da Odebrecht, de pagamentos de tributos, o departamento de
propina da empreiteira repassou R$ 50 milhões para a campanha de Dilma. A
equação era simples: de cada R$ 5 investidos na campanha de Dilma, R$ 4
não eram contabilizados na prestação de contas. Os recursos, embora
resultado de um acerto em 2010, foram utilizados na campanha à reeleição
em 2014. Boa parte desses depósitos foi feito em contas não declaradas
no exterior, conforme o próprio Marcelo alertou pessoalmente Dilma.
“Olha, presidente, eu quero informar para a senhora o seguinte: eu tenho
medo de que…vi a questão da Lava Jato…exista uma contaminação das
contas no exterior que foram usadas para pagamento para João Santana.
Então quero alertar a senhora disso tudo”. “Eu alertei ela e vários
outros assessores dela”, insistiu Odebrecht. Sobre o atual presidente, o
empreiteiro foi taxativo: “jamais recebi pedido específico de Michel
Temer”. Segundo ele, num jantar no Palácio do Jaburu, Temer não tratou
de doações de dinheiro. O MENTOR DA REELEIÇÃO
O dono da Odebrecht disse que ele arquitetou a candidatura de Dilmaem 2014 e definiu a engenharia financeira da campanha NO RASTRO DA SUJEIRA
Dos R$ 150 milhões repassados para a campanha de Dilma em 2014, R$ 50
milhões referem-se à propina pedida por Mantega em 2009 em troca de
isenção fiscal
Os repasses de dinheiro sujo, que já assustam pela dimensão alcançada
e valores exorbitantes, não se limitaram a irrigar o PT e as campanhas
dilmistas, por intermédio de Palocci e Mantega. A dinheirama contemplou
partidos ligados à chapa de Dilma nas eleições de 2014. No depoimento
prestado no dia 6 de março ao ministro Herman Benjamin, o ex-diretor de
relações institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar afirmou que
operacionalizou a entrega em espécie de R$ 21 milhões de caixa dois para
três partidos aliados, entre eles o PRB, o Pros e o PC do B. Segundo
afirmou, cada legenda recebeu um aporte de R$ 7 milhões. No depoimento,
Alexandrino disse ter entregue pessoalmente R$ 4 milhões só ao PDT. SEM RODEIOS Marcelo Odebrecht foi taxativo: Lula e Dilma estiveram no epicentro do esquema de corrupção
O inteiro teor da colaboração judicial dos 77 executivos da Odebrecht
deve vir à tona nos próximos dias. Ainda aguarda uma canetada do
ministro-relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin. Só o relato do
empreiteiro ao TSE, no entanto, já foi capaz de reduzir tanto Dilma como
Lula aos seus tamanhos originais – bem diferentes daqueles que se
apresentavam quando turbinados pelo marketing e pela narrativa petista.
Por intermédio de lentes sem retoques, aparentam pequenez inata.
Ministro do
STF defende adoção de modelo, que considera mais transparente que o
atual: ‘90% dos candidatos hoje não são eleitos com votação própria’,
afirma
Por
Da Redação
Ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (Carlos Humberto/STF/Divulgação)
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta quinta-feira a proposta de que nas próximas eleições, em 2018, o voto se dê em lista fechada, na qual o eleitor vota no partido
e não em um candidato específico. A proposta voltou a ser discutida
abertamente nesta semana no Congresso, defendida pelo presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Reportagem de VEJA desta semana mostrou que o modelo também é o preferido do deputado federal Vicente Cândido(PT-SP),
relator da comissão especial que discute a reforma política. Ele
defende que a lista fechada seja adotada também na eleição de 2022 – a
partir daí, o país implantaria o modelo alemão, do voto distrital misto (conheça abaixo as alternativas em discussão).
Já ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em vídeo publicado em sua página no Facebook na quarta-feira, criticou o modelo e a própria discussão sobre reforma eleitoral. “E o povo vai votar em partidos? Quais? O povo nem sabe o nome dos partidos”, disse.
Pelo sistema de lista fechada, o eleitor vota no
partido, que, de acordo com a votação, ganha um determinado número de
vagas na Câmara dos Deputados. O preenchimento dessas vagas, então, é
feito com base em uma lista de candidatos, que como defendem Maia e
Barroso, pode ser pré-ordenada – ou seja, a legenda já indica a ordem de
preferência.
Barroso criticou o sistema atual, em que os deputados federais são
eleitos de modo proporcional, mas o voto é nominal (no candidato). Por
esse modelo, o eleitor escolhe um candidato A, mas seu voto é
contabilizado para a legenda e, com isso, pode garantir indiretamente a
eleição de outro candidato B, que recebeu poucos votos diretos.
“A vida demonstra que mais de 90% dos candidatos não são eleitos com
votação própria. Portanto, o eleitor pensa que está elegendo quem ele
quer, no entanto, ele está elegendo quem ele não tem a menor ideia”,
afirmou Barroso nesta quarta-feira, durante um seminário sobre reforma
política e financiamento de campanha no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE).
Barroso defendeu que, pelo sistema de lista pré-ordenada, o eleitor
pode analisar o “pacote completo”. “Aberto parece bacana e fechado
parece ruim. No entanto, no sistema de lista pré-ordenada, você olha o
pacote completo. Embora não possa eleger nominalmente, você sabe quem
está mandando [ao Congresso]”, acrescentou o ministro.
Críticas
Uma das principais críticas à proposta é a de que ela estaria sendo
defendida neste momento com o objetivo de garantir a reeleição, e
portanto o foro privilegiado, para parlamentares alvos da Operação Lava Jato. Isso porque deputados e senadores que já possuem mandato teriam mais condições políticas de garantir uma vaga no topo.
“Pessoas que nunca defenderam esse ponto de vista [lista fechada]
subitamente o estão defendendo, porque as circunstâncias mudaram, os
interesses mudaram, e há algumas conveniências. Mas se as pessoas
estiverem fazendo o que é certo, não importa a sua motivação”, disse
Barroso.
A crítica é semelhante à feita por FHC. “Não dá para aprovar nada que tenha cheiro de impunidade. Uma lei para evitar que a Lava Jato vá adiante. Não pode. As leis estão aí. Errou, vai ter que pagar”, disse. (Com Agência Brasil)
Conheça os diferentes sistemas de votação
Voto proporcional, com lista aberta
É o sistema em vigor no Brasil. Como funciona: o eleitor escolhe um determinado
candidato e vota especificamente nele. Os votos são somados e garantem
um determinado número de cadeiras para o partido ou a coligação, que são
distribuídas entre os mais votados no conjunto. Contra: é considerado caro, porque promove uma
disputa de “todos contra todos”, permite a existência de “puxadores de
voto”, que ajudam a eleger políticos com menos apoio popular que outros
que ficam de fora, favorece o “culto à personalidade”, a ideia de que se
vota em uma pessoa e não em determinado conjunto de ideias que ela
colocaria em prática se eleita. A favor: o sistema considera que candidatos do mesmo
partido ou coligação têm interesses semelhantes e garante a cada
conjunto de ideias o espaço que elas ocupam na sociedade. Com a lista
aberta, as ideias são representadas pelos seus expoentes mais populares.
Voto proporcional, com lista fechada
É o sistema em vigor em países europeus, como Portugal e Espanha. Como funciona: o eleitor escolhe um partido político
apenas. Os votos são somados e garantem um determinado número de
cadeiras para o partido ou coligação, distribuídas entre políticos
previamente definidos pela legenda em uma lista. O que está sendo
defendido por políticos como Rodrigo Maia (DEM-RJ) é o modelo mais
tradicional, no qual a ordem é pré-definida antes e são escolhidos os
candidatos aos quais o partido político deu preferência. Contra: dá todo o poder de decisão aos partidos, que
passariam a escolher pelo eleitor os que devem ser eleitos, podendo
beneficiar candidatos com acusações na Justiça, que teriam mais
dificuldade de obter o voto popular. O sistema também cria um entrave à
renovação na política, uma vez que as cúpulas dos partidos tenderiam a
ser formadas por aqueles que já estão no poder – e que, por
consequência, privilegiariam na lista os atuais políticos. A favor: é mais barato, uma vez que os candidatos
não disputam mais contra outros do seu partido. Força a evolução dos
partidos, que reduziriam em quantidade e ficariam coesos, com mais
identidade ideológica, uma vez que são obrigados a criar um discurso e
um conjunto de propostas para buscar o voto do eleitor. A lista fechada
também permite que sejam feitas leis complementares que garantam cotas –
um determinado número de mulheres – de modo mais eficiente que o atual,
que depende dos resultados eleitorais dessas candidaturas.
Voto distrital puro
É o sistema em vigor nos Estados Unidos e no Reino Unido. Como funciona: se são 513 vagas na Câmara dos
Deputados, serão 513 distritos eleitorais, que correspondem a uma
determinada região. A eleição para o Legislativo passa a ser semelhante à
do Executivo: cada partido oferece um nome para a disputa e o eleitor
escolhe entre as opções disponíveis. No final, o parlamentar acaba sendo
o representante de uma região (como um conjunto de bairros de São
Paulo, por exemplo) no Legislativo federal. Contra: o sistema asfixiaria as minorias, como
defensores das pessoas com deficiência, por exemplo. Considerando que
dificilmente estas pessoas serão a maioria em uma determinada região, um
ativista que se proponha a defender exclusivamente a causa teria a
tendência a não ser eleito em nenhum distrito do país. O mesmo para
outras causas específicas, como ambientalistas e religiosos. Não resolve
o problema do “culto à personalidade”, uma vez que um líder local, como
um comerciante ou um empresário, não se precisaria se comprometer com
causas nacionais ou partidos para se eleger – e, no parlamento federal,
teria de se posicionar sobre esses temas. A favor: é o sistema mais barato de todos, restringe
as campanhas parlamentares ao universo regional, uma vez que o
candidato disputa exclusivamente os votos daqueles que vivem em seu
distrito, diminuindo o universo de eleitores a serem conquistados. O
voto distrital puro também é visto como uma aproximação entre os
eleitores e o Congresso Nacional, já que cada parlamentar que ali está
veio de uma determinada região do país. Não seria possível, portanto,
que em um determinado raio de distância não haja nenhum parlamentar
próximo a você ou a seu bairro, por exemplo.
Voto distrital misto
É o sistema em vigor na Alemanha Como funciona: é uma mistura dos dois sistemas
anteriores. O eleitor vai às urnas duas vezes. Em uma, escolhe um
partido. Na outra, escolhe um candidato. As cadeiras são divididas.
Metade é distribuída entre os nomes presentes nas listas dos partidos,
enquanto a outra metade vai para os distritos, que, por serem em menor
número, comportam mais eleitores. Contra: sofre críticas dos defensores do voto
distrital puro e do proporcional de lista fechada. Para os primeiros,
ter só a metade das cadeiras ocupadas pelo voto distrital anula o efeito
de aproximação com o eleitor, uma vez que os distritos – principalmente
em um país continental como o Brasil – ficam com um número muito grande
de pessoas, permanecendo distantes dos candidatos. Para os favoráveis à
lista fechada, enfraquece o compromisso ideológico e a coesão dos
candidatos com as legendas. A favor: mesmo com os distritos maiores, o sistema
ainda garante que o Parlamento esteja mais próximo da população,
trazendo demandas regionais para o debate federal, sem comprometer as
ideologias e as causas não-majoritárias, uma vez que o voto pulverizado
em uma causa, representada por partido, pode garantir a eleição de um
parlamentar. O voto espalhado em todo um estado em uma legenda que
defenda o ambientalismo, por exemplo, permitiria a eleição de um
deputado. Outro benefício da lista que permanece é a possibilidade de
políticas que reduzam desigualdades.
Chamado de fraco pela antecessora, presidente afirmou que 'as pessoas confundem educação com eventual fraqueza'
Por
Da redação
Michel Temer e Dilma Rousseff no Desfile da Independência em Brasília (DF) (Pedro Ladeira/Folhapress)
O presidente Michel Temer rebateu
nesta quarta-feira as declarações de sua antecessora Dilma Rousseff, que
o chamou de “fraco e medroso” em entrevista concedida na semana passada
ao jornal Valor Econômico. “Os que se dizem fortes destruíram o
país”, afirmou o peemedebista, completando que “as pessoas confundem
educação pessoal com eventual fraqueza”.
Temer conversou com o jornalista Roberto D’Ávila em entrevista que
foi ao ar na noite desta quarta no canal Globonews. Além de rebater
Dilma, o presidente falou sobre outros assuntos, como a Operação Carne
Fraca e a “paternidade” da transposição do Rio São Francisco.
Sobre a Carne Fraca, Temer ressaltou que apenas 21 frigoríferos estão
sob suspeita de um total de mais de 4 mil e destacou que o “espetáculo”
da operação prejudicou o país, que viu as exportações de carne
despencarem após embargos de nações compradoras. “Faz-se um espetáculo
com esse episódio e cria-se um problema internacional”, lamentou. Apesar
da crítica, o peemedebista disse que não vê razão para trocar o comando
da Polícia Federal.
Lula
Questionado sobre o encontro com o ex-presidente Luis Inácio Lula da
Silva em São Paulo, durante a internação da ex-primeira-dama Marisa
Letícia, Temer afirmou que teve o cuidado de ligar para o médico Roberto
Kalil Filho antes da visita, para saber se o petista poderia recebê-lo.
“Ele disse que receberia com muito gosto.” O peemedebista defendeu que
os ex-presidentes deveriam conversar mais e prometeu: “Chamarei os
ex-presidentes para ajudar”.
Temer também chamou de “discussão inútil” a disputa pela
“paternidade” da transposição do Rio São Francisco. Um dos trechos da
obra, na Paraíba, foi inaugurado pelo peemedebista no início do mês e
reinaugurado por Dilma e Lula dias depois. “O que importa é que a água
chegou lá”, disse Temer. “O Lula fez o trabalho dele, sem dúvida
nenhuma, como fez a ex-presidente Dilma.”
Outros temas
Na entrevista, Temer também defendeu a reforma da Previdência,
afirmou que vai lutar contra sua cassação no TSE, disse que ainda não há
nenhum encontro marcado com Donald Trump e repetiu que não apela para
“atos populistas” ao justificar seu baixo índice de aprovação.
Perguntado sobre a mudança-relâmpago do Palácio da Alvorada de volta
para o Jabuti, o peemedebista reafirmou que ele e sua família
estranharam muito a residência oficial do presidente. “Não deixo de
acreditar em certas energias. Não me senti à vontade.”
A decisão faz com que
professores da rede pública estadual e policiais civis estaduais, dentre
outras categorias vinculadas aos governos dos estados, aguardem uma
reforma específica
Agência Brasil
Brasília
- O presidente da República, Michel Temer, tirou da proposta de reforma
da Previdência enviada ao Congresso Nacional os servidores públicos
estaduais. O anúncio foi feito na noite desta terça-feira no Palácio do
Planalto.
Segundo o presidente, a decisão reforça o princípio
federativo e a autonomia dos estados, algo que segundo ele é exaltado
pelo governo. A medida também vale para os municípios. Com a decisão, os
servidores públicos estaduais e municipais saem da reforma discutida
atualmente na Câmara dos Deputados. O presidente Michel Temer fala sobre a alterações na proposta da reforma da Previdência
Valter Campanato / Agência Brasil
“Vários estados já providenciaram sua reformulação
previdenciária. E seria uma relativa invasão de competência, que nós
não queremos levar adiante, portanto disciplinando a Previdência apenas
para servidores federais”, disse o presidente, em rápido pronunciamento.
A decisão faz com que professores da rede pública estadual e policiais
civis estaduais, dentre outras categorias vinculadas aos governos dos
estados, aguardem uma reforma específica, definida pelos governadores e
deputados estaduais.
Continuam dentro da reforma apresentada pelo governo
os servidores públicos federais, bem como os trabalhadores da iniciativa
privada, como por exemplo os regidos pela Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT).
Com isso, Temer atende a um pedido da base
governista no Congresso. “Isso agrada a base. É um pleito da base sendo
atendido pelo governo. Cada estado trata dos seus funcionários e nós
aqui, a nível federal, tratamos dos servidores públicos federais”, disse
o deputado Carlos Marun (PMDB/MS), presidente da comissão especial
criada para analisar a proposta da Reforma da Previdência.
A venda dos
produtos fabricados por essas empresas investigadas na Operação Carne
Fraca continua liberada para o consumidor brasileiro
Por
Da redação
A venda dos produtos fabricados por essas
empresas investigadas na Operação Carne Fraca continua liberada para o
consumidor brasileiro (Miguel SCHINCARIOL/AFP)
O Brasil suspendeu a exportação de carne das 21 empresas investigadas na Operação Carne Fraca, que investiga um esquema de corrupção envolvendo fiscais agropecuários e frigoríficos. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que não serão mais emitidos certificados de exportação para essas empresas.
No entanto, a venda dos produtos fabricados por essas 21 empresas continuará liberada para o consumidor brasileiro. Maggi disse que essas companhias estão sob um regime especial de fiscalização.
“Não há qualquer preocupação. O que aconteceu foi um desvio de
pessoas, que já foram afastadas. Espero que as demais estejam
trabalhando dentro da lisura e ética que convém.”
O ministro afirmou que o consumidor brasileiro pode continuar
comprando suas carnes com tranquilidade, pois confia na qualidade do
produto.
“A garantia é que nosso sistema é forte, mas está sob suspeição. Não
posso acabar com uma cadeia produtiva inteira por suspeição. Se olhar
por que estão sob suspeita, ninguém será por adulteração de produto, não
é sobre qualidade. São problemas de relacionamento de fiscais com
frigoríficos. A suspeição não é sobre a qualidade”, disse.
Ele voltou a ressaltar a importância do setor de produção de carnes,
lembrando que emprega 6 milhões de pessoas e exporta 14 bilhões de
dólares por ano.
Maggi afirmou que o governo está trabalhando para que as restrições
fiquem restritas às 21 empresas que estão sob suspeita. Dessa forma,
eventuais restrições à carne brasileira não atingiriam toda a cadeia
produtiva. Ele lembrou que das 21 empresas, apenas quatro exportam para a
União Europeia.
No mercado interno, três fábricas foram interditadas: a da BRF
localizada em Mineiros (GO) e as da Peccin Agro Industrial em Jaraguá do
Sul (SC) e Curitiba. As demais passarão por auditoria nas próximas três
semanas.
Segundo ele, a carne alvo da investigação já deve ter sido consumida,
uma vez que a operação da Polícia Federa tem mais de dois anos. De
qualquer forma, o ministério está coletando amostrar de carnes nos
mercados, e, caso encontre problemas, irá recomendar a retirada das
mercadorias de circulação.
Maggi afirma que a BRF já está retirando por conta própria lotes com o selo de inspeção “SIF 1010” de circulação.
“Fizemos a exoneração dos dois superintendentes e vamos intervir sim,
se necessário”, afirmou ele sobre superintendências regionais. (Com agência Reuters)
A ex-presidente atingiu as raias da
insensatez. Como se vivesse num mundo paralelo, a petista ousa dizer que
o PT não roubou, e que – pasme! – seu governo não contribuiu para a
ruína econômica, que ela própria legou ao País. O bom, até para a
democracia, é que poucos (muito poucos) são capazes de cair nessa
ladainha
Ary Filgueira
A ex-presidente Dilma Rousseff não se emenda. A petista
insiste numa cantilena antiga para não responder aos atos que cometeu no
passado, como se pouco ou quase nada fosse responsável pela ruína
econômica, ética e política que ela própria legou ao País. Uma pilhéria.
Depois da batida retórica de que o processo legítimo do impeachment
sacramentado no Senado foi um golpe, Dilma usa novamente o discurso da
vitimização para tentar escapar do alcance dos tentáculos da lei. Pior,
suas idéias não correspondem aos fatos. Fala pelos cotovelos em
palestras além-mar como se vivesse num mundo paralelo, o da fantasia,
como Alice. Em recentes intervenções, a petista, integrante da lista de
Janot e cada vez mais encalacrada no processo que analisa a cassação da
chapa que venceu a eleição presidencial em 2014, tentou imputar às
forças e corporações que combatem a corrupção no País – em especial à
força-tarefa da Lava Jato – a pecha de que são meros instrumentos de
luta política e ideológica contra inimigos e opositores. Ao perceber que
a mácula não colou nas equipes que investigam os vultosos desvios de
dinheiro impostos por agentes do PT à Petrobras, pois havia por trás da
declaração dela a tentativa de salvar a própria pele, Dilma agora quer
reunir num mesmo balaio todos os políticos que receberam apoio
financeiro, inclusive aqueles que declaram as doações ao Tribunal
Superior Eleitoral. A estratégia dela não é mais que um disparate, ao
querer defender a ideia de que a corrupção é sistêmica, ou seja, está em
todos os poderes, e que todos têm o mesmo grau de responsabilidade. AMNÉSIA DE DILMA Os devaneios não param. Não param, não. Em recente viagem por
Genebra, na Suíça, Dilma, que, pasme, arriscou dialogar em francês num
programa de televisão, – não bastasse tanto maltratar o idioma pátrio – ,
tornou a se defender das acusações de Marcelo Odebrecht de que não só
sabia do pagamento de propina ao Partido dos Trabalhadores bem como
também consentiu a prática criminosa. Porém, dessa vez, com menos ênfase
na sua defesa e usando um novo expediente: de dividir o delito que
praticou o PT ao longo dos 13 anos que ficou no poder com todos os
agentes da política brasileira. “O sistema político brasileiro vai ser
investigado, mas nenhum partido apenas pode ser chamado de corrupto.
Duvido que vão continuar dizendo que o PT é corrupto. Porque não sobra
ninguém nos outros”, vociferou ela, como se tivesse esquecido que foi o
PT quem sistematizou o maior esquema de corrupção da história do País.
Dilma é suspeita de comandar a captação ilegal de R$ 50 milhões da Odebrecht para sua campanha, coordenada pelo publicitário João Santana (abaixo)
Felizmente, não é assim que pensam as autoridades. Responsável por
colocar em julgamento a ação proposta pelo PSDB no TSE, com foco na
arrecadação de verba para a campanha de Dilma em 2014 – essa sim, uma
prática com fortes indícios de lavagem de dinheiro – o presidente
daquela corte eleitoral, ministro Gilmar Mendes, chegou a afirmar para a
imprensa que as doações por meio de caixa dois podem não configurar
corrupção. Definitivamente, não foi o caso da campanha petista. Três
gráficas que não fizeram por merecer a fortuna de R$ 52 milhões pagas
pelo PT não conseguiram comprovar até hoje que tipo de serviço prestaram
à campanha de Dilma Rousseff à reeleição em 2014. Tudo indica que a
VTPB, Focal e Red Seg são empresas de fachada e serviram de ponte para o
pagamento de propinas do Petrolão por meio do caixa um, aquele
declarado ao TSE, como doação legal. ELA SABIA DE TUDO Não é somente sobre esse fato que se debruçam os
investigadores. Em sua delação premiada, Marcelo Odebrecht contou como
participou pessoalmente da negociação de um pagamento de um caminhão de
dinheiro à campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010: um total de
R$ 50 milhões em propinas da Braskem em troca de benefícios fiscais para
a petroquímica. Os valores sairiam do caixa dois da Braskem no setor de
operações estruturadas, nome pomposo para o departamento de propinas da
Odebrecht. Marcelo relatou que tratou de propina com Dilma Rousseff em
um encontro que teve com ela no México. Segundo o empresário, ele avisou
que os pagamentos feitos ao marqueteiro João Santana estariam
“contaminados” porque partiram de contas que a Odebrecht usava para
pagar propina. Ou seja: Dilma sabia do que estava acontecendo, ao
contrário do que sempre negou com veemência. O episódio narrado pelo
príncipe-herdeiro da maior construtora do País é a demonstração cabal do
envolvimento de Dilma Rousseff, não por acaso uma das integrantes da
Lista de Janot encaminhada pelo procurador-geral da República Rodrigo
Janot ao STF e à primeira instância, situação em que ela se enquadra por
não ter privilégio de foro. QUEM BANCA?
Em seu paraíso particular, no qual a acompanha somente uns gatos
pingados de uma turma de bajuladores, Dilma é incapaz de realizar
qualquer tipo de autocrítica. À plateia estrangeira, que
inacreditavelmente ainda a leva a sério, Dilma Rousseff ainda mencionou
duas supostas “tramas” para, pasme, afastar Lula de uma possível nova
candidatura à Presidência da República: a adoção do parlamentarismo e o
adiamento das eleições de 2018. Não tem pé nem cabeça. Nenhuma das duas
propostas se encontram na agenda do dia no Congresso ou fora dele. Por
falar nisso, convém perguntar: qual é a agenda da ex-presidente
destituída? Com que objetivo ela é cumprida? E, principalmente, quem a
banca?
Enquanto Brasília ainda contabiliza os
atingidos pela “lista de Janot”, os integrantes de quase todos os
partidos já começam a articular a reação para evitar que venham a ser
punidos pelos crimes que cometeram
Aguirre Talento
“Cuidado com os idos de março”. A expressão, que remonta a 44
a.C., numa alusão à conspiração senatorial contra Júlio Cesar em 15 de
março, ajusta-se como uma luva ao atual momento político. Mesmo com a
escassez de chuvas em Brasília na última semana, uma nuvem negra com
estrondosos relâmpagos estacionou sobre o Congresso Nacional e não tem
previsão de se dissipar tão cedo. A aguardada “lista de Janot”, baseada
na delação dos 77 executivos da Odebrecht, com 83 pedidos de abertura de
inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) e 211 solicitações de
distribuição de investigações para outras instâncias da Justiça, atingiu
em cheio a classe política brasileira e provocou um festival de
desfaçatez, mesmo ainda sem a revelação dos detalhes que fundamentam as
futuras investigações. Os políticos, verdadeiros camaleões que se
adaptam a toda e qualquer nova situação, começaram a se movimentar nos
porões do navio em busca de boias para salvarem a própria pele, nem que
para isso precisem editar leis que apaguem os crimes que cometeram no
passado. O grande perigo é a lista de Janot ser triturada pelas
conveniências políticas do momento. Fazer picadinho do material
encaminhado pelo procurador-geral significa submeter as investigações da
Lava Jato ao risco de terminar como a Operação Mãos Limpas, na Itália,
que perdeu fôlego e, ao fim e ao cabo, serviu aos interesses dos
corruptos. “Não pode acontecer o que ocorreu na Itália. Logo depois da
operação, houve uma redução dos crimes. É verdade. Mas como os políticos
agiram para garantir a própria impunidade, os crimes voltaram a ocorrer
e de forma ainda mais sofisticada. A mobilização da sociedade diminuiu
porque as pessoas caíram em desesperança”, alertou o coordenador da Lava
Jato, Deltan Dallagnol. CARGA PESADA A lista de Janot chegou ao STF dentro de dez caixas, carregadas por funcionárias da Procuradoria-Geral da República
Até agora, foram revelados 38 nomes da lista, mas informações de
fontes com acesso às investigações apontam que mais de 150 políticos
devem se tornar alvos de inquéritos. Os pedidos chegaram ao Supremo na
terça-feira 12, mas ainda estão guardados sob sigilo até que o relator
da Lava Jato, ministro Edson Fachin, autorize a divulgação das
informações.
O pânico se alastra entre membros do Executivo, Legislativo e
ex-autoridades, sob a percepção de que a lista pode ser capaz de
implodir o sistema político brasileiro: os repasses de recursos feitos
pela Odebrecht, registrados oficialmente ou por caixa dois, poderão
implicar num grande número de parlamentares em casos de corrupção. O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou uma mensagem
interna aos seus pares, após a apresentação da lista, na qual
diagnostica uma democracia marcada essencialmente pela corrupção. Suas
palavras são de perplexidade. “As revelações que surgem dos depoimentos,
embora já fossem presumidas por muitos, lançadas assim à luz do dia, em
um procedimento formal perante a nossa Suprema Corte, nos confrontarão
com a triste realidade de uma democracia sob ataque e, em grande medida,
conspurcada na sua essência pela corrupção e pelo abuso do poder
econômico e político”, escreveu Janot.
Os políticos atingidos, em um primeiro momento, exibiram o já usual
cinismo. Como sempre, tentaram diminuir o fato de estarem na lista,
dizendo que ser citado por delatores não basta e que vão provar a
inocência durante as investigações. Mero malabarismo de palavras. A
mesma adaptação do discurso ocorre quando são indiciados, denunciados
até quando se tornam réus. É do jogo. O que traz riscos à democracia é a
ofensiva, em geral deflagrada em conjunto pelas vossas excelências, no
sentido de descriminalizar os crimes que eles próprios cometeram. É o
que ocorre agora. Nos últimos dias, em meio ao clima de salve-se quem
puder, o espírito de corpo prevaleceu e os parlamentares se uniram para
articular, mais uma vez, uma anistia ao caixa dois. Nessa empreitada,
contaram, até mesmo, com o apoio do presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, que deu surpreendentes
declarações à BBC Brasil defendendo “desmistificar” a prática,
classificando-a como uma “opção” das empresas para evitar serem
achacadas pelos candidatos enciumados com doações aos concorrentes. Sem
corar a face, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou
até que pautaria o projeto, desde que algum deputado se identificasse
como autor. “Qualquer tema pode ser pautado. Não tenho objeção a nenhum
tema, contanto que ele seja feito com nome, sobrenome e endereço fixo da
matéria e um pedido dos partidos políticos. Aí a gente não pode se
negar a pautar”, afirmou. Primeira lista foi aperitivo
O que os parlamentares tentam fazer agora é o mesmo que mudar as regras
de um jogo com a partida em andamento. Ou pior. É como se tivessem sido
flagrados roubando lanche da cantina do Congresso e, de repente,
resolvessem estabelecer que o furto não só será permitido como quem
furtou não receberá qualquer tipo de sanção ou punição. Atingido pela
lista, o PMDB do Senado convocou uma reunião de emergência na
quarta-feira 15 no gabinete do presidente da Casa, Eunício Oliveira. Na
saída, os parlamentares evitaram comentar o motivo da reunião, mas não
puderam se esquivar das perguntas sobre o assunto. Sem meias-palavras, o
senador Edison Lobão (PMDB-MA) classificou as delações como “má-fé”. “A
investigação não constitui uma acusação concreta. Não me oponho a
nenhuma investigação. É o momento de se provar inocência”, repetia. O
atual líder do PMDB no Senado, Romero Jucá (RR), conhecido por suas
declarações desastrosas, não fugiu ao hábito. Primeiro, tentou
transparecer tranquilidade: “A melhor resposta que o Congresso pode dar é
trabalhar. Votar aquilo que precisa ser votado”, explicou. Mas, em
seguida, escancarou seu verdadeiro estado de espírito: “Estamos em
guerra e, morrer na guerra, acontece, faz parte”. Seis ministros na lista
A grandiosidade do material gerado pela delação da Odebrecht deixa no
chinelo a primeira lista de Janot, enviada ao Supremo em março de 2015
com base nas delações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e
do doleiro Alberto Youssef. Na ocasião, foram abertos 21 inquéritos. O
número agora representa quase quatro vezes a quantidade de investigações
iniciadas no Supremo naquela ocasião e também vai significar a remessa
de cerca de 200 petições às primeiras instâncias judiciais por não
envolver autoridades com foro privilegiado – estão nesse pacote, por
exemplo, as citações a Lula e Dilma. Foram cerca de 950 depoimentos de
77 executivos e ex-executivos da Odebrecht e da Braskem (braço
petroquímico da empreiteira), que foram gravados em vídeo e totalizam
500 gigabytes de dados.
Além dos abalos ao Congresso, a lista de Janot atinge o coração do
governo: ao menos seis ministros estão nos pedidos de investigação,
incluindo o palaciano Eliseu Padilha (Casa Civil), apontado como
interlocutores de Temer na obtenção de recursos da Odebrecht. A situação
de Padilha é a mais complicada, porque o ex-assessor de Temer José
Yunes contou em depoimento aos investigadores que recebeu um pacote em
seu escritório a pedido de Padilha. A suspeita é que o ministro da Casa
Civil tenha recebido R$ 4 milhões da Odebrecht, por diversos meios,
inclusive envio de dinheiro em espécie ao Rio Grande do Sul, seu Estado.
Temer não deve ser investigado nesse caso, apesar de ter participado de
um jantar com Marcelo Odebrecht para selar o pedido de R$ 10 milhões ao
PMDB. O entendimento adotado por Janot é que o presidente da República
não pode ser processado por fatos estranhos ao exercício do atual
mandato. Os outros quatro ministros alvos de pedidos de investigação são
Gilberto Kassab (PSD-SP), da Ciência e Tecnologia, Aloysio Nunes
(PSDB-SP), das Relações Exteriores, Bruno Araújo (PSDB-PE), das Cidades e
Marcos Pereira (PRB-RJ), da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Os
chefes dos Executivos estaduais também não foram poupados, já que
diretores regionais da Odebrecht participaram das delações e cuidavam
dos acertos locais. Ao menos seis governadores devem ser alvos de
investigações no STJ: Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Luiz Fernando Pezão
(PMDB-RJ), Renan Filho (PMDB-AL), Fernando Pimentel (PT-MG), Tião Viana
(PT-AC) e Beto Richa (PSDB-PR).
A expectativa é que o ministro Fachin demore alguns dias para
despachar os pedidos de Janot. Apesar de ter juízes auxiliares, ele quer
ler pessoalmente as peças. Não foi o que o ex-ministro Teori Zavascki
fez quando recebeu a primeira lista. Ele, quase que imediatamente,
tornou-a pública. Quando Fachin autorizar as aberturas de inquérito, ele
deve também retirar o sigilo dos processos. A grande dúvida é se as
investigações servirão para realmente separar o joio do trigo e punir
corruptos ou se elas fornecerão combustível à realização de uma anistia
geral. As palavras finais da carta de Janot dão um norte do que seria
possível construir para aprimorar a democracia, em vez de enterrá-la de
vez: “Por fim, é preciso ficar absolutamente claro que, seja sob o ponto
de vista pessoal, seja sob a ótica da missão constitucional do MP de
defender o regime democrático e a ordem jurídica, o trabalho
desenvolvido na Lava Jato não tem e jamais poderia ter a finalidade de
criminalizar a atividade política”, ponderou. Para Janot, o sucesso das
investigações conduzidas pelo MPF representa uma oportunidade ímpar de
depuração do processo político nacional. Ao menos para aqueles que
acreditam verdadeiramente ser possível fazer política sem crime e para
os que crêem que a democracia não é um jogo de fraudes, nem instrumento
para uso retórico de demagogos. Que a Justiça acompanhe a precisão
cirúrgica das palavras do procurador-geral da República. Colaborou Ary
Filgueira
Omissão de rendimentos recebidos pelo titular ou dependente é um dos erros que mais levam à malha fina
Por
Da redação
Omissão de rendimentos recebidos pelo titular ou dependente é um dos erros que mais levam à malha fina (VEJA.com/VEJA/VEJA)
A Receita Federal listou quais os erros mais frequentes na hora de fazer a declaração do Imposto de Renda. O preenchimento incorreto pode levar o contribuinte a ficar retido na malha fina.
No ano passado, 771.801 contribuintes ficaram retidos na malha fina, um aumento considerável em relação a 2015, quando 617.695 declarações apresentaram inconsistência de dados.
O prazo para apresentar a declaração acaba em 28 de abril. Até as
17h, a Receita recebeu 3,457 milhões de declarações. A expectativa é que
28,3 milhões de contribuintes prestem contas ao Fisco.
Veja abaixo os erros mais frequentes no preenchimento da declaração:
1 – Omissão de rendimentos do titular, em especial de uma segunda fonte, tais como honorários, alugueis e palestras.
2 – Omissão de rendimentos de dependente.
3 – Informação de valor de imposto de renda retido na fonte maior do que o que consta na declaração do empregador.
4 – Dependentes que não preenchem as condições, em especial por
contarem de outra declaração ou terem apresentado declaração em seu
nome.
5 – Despesas médicas não realizadas, de titular e de dependentes e
ainda de não dependentes relativas a consultas, Planos de Saúde e
Clínicas.
6 – Contribuições de empregadas domésticas não realizadas.
Carlos
Fernando dos Santos Lima, um dos coordenadores da Lava Jato em Curitiba,
acredita que tentativas de anistia no Congresso serão "inúteis"
Por
Da Redação
O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima (Vagner Rosario/VEJA)
Um dos coordenadores da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, Carlos Fernando dos Santos Lima afirma que até 350 novos inquéritos serão iniciadas em decorrência das delações premiadas de 77 executivos do GrupoOdebrecht, revelando como a corrupção percorre todo o espectro político, das menores cidades aos escalões mais altos do governo.
Santos Lima diz que os relatos da Odebrecht ampliam as investigações
para muito além das expectativas e que irão envolver membros de destaque
do Executivo e do Legislativo, entre outros políticos, como
governadores de estado.
Na terça-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de 83 novas investigações
contra políticos baseadas nos depoimentos, ainda sigilosos. Janot ainda
solicitou que outros 211 casos em potencial sejam encaminhados a
instâncias inferiores.
“Eu diria que, entre os casos que vão ao Supremo e os que ficam aqui
em Curitiba, eu calcularia que em torno de até 350 novas investigações
vão começar”, estima Santos Lima.
O procurador prevê que as novas investigações irão contemplar vários
outros países que ainda não investigam a Odebrecht e que os depoimentos
dos ex-executivos do conglomerado vão mostrar como a corrupção é
endêmica em todos os níveis de governo, do municipal ao federal.
“Agora vai ficar sem nenhuma dúvida o grau de extensão da corrupção
no sistema político brasileiro em todos os níveis, isso vai ser colocado
à vista de todos”, observa.
“A Lava Jato em si não vai mudar nada, ela vai revelar a extensão do
que acontece, o que tem que mudar é a própria democracia”, afirma Santos
Lima. “A população brasileira tem que decidir se vamos continuar sendo
enganados, ou realmente nós vamos atrás de alguma coisa maior que é
mudar”, completa.
Lista de Janot
Sobre a lista encaminhada por Rodrigo Janot ao Supremo, o procurador
afirma que os congressistas vêm trabalhando há meses para minar a Lava
Jato, tentando aprovar medidas de anistia. Para Santos Lima, a reação
deve sofrer um baque após a revelação dos nomes que o procurador-geral
quer investigar.
“Assim que se souber quem não está envolvido, o clima entre aqueles
que não estão sob investigação ficará mais positivo, e acredito que
verão que é inútil tentar aprovar anistias ou outras medidas para
permitir que aqueles que são corruptos escapem da Justiça”, afirma. (com Reuters)
A PGR teria solicitado ainda a abertura de inquérito contra 2 ex-presidentes da República e 1 deputado
Brasília. O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, encaminhou ontem ao Supremo Tribunal Federal, 83 pedidos de
inquéritos contra políticos com foro privilegiado - deputados, senadores
e ministros. Os documentos da Procuradoria-Geral da República chegaram
ao Supremo Tribunal Federal em dois carros, às 17h.
Segundo o Jornal Nacional, a PGR solicitou que o Supremo Tribunal
Federal autorize abertura de investigação de pelo menos cinco ministros,
seis senadores, um deputado e ex-integrantes do governo Lula e Dilma,
inclusive os dois ex-presidentes. Os nomes são os seguintes, a começar
pelos ministros: Aloysio Nunes, ministro das Relações Exteriores; Eliseu
Padilha, ministro-chefe da Casa Civil; Moreira Franco, ministro da
Secretaria Geral da Presidência; Gilberto Kassab, ministro de Ciência e
Tecnologia; e Bruno Araújo, ministro das Cidades. Além desses, Rodrigo
Maia, presidente da Câmara; Eunício Oliveira, presidente do Senado; e os
senadores Edison Lobão, José Serra, Aécio Neves, Romero Jucá e Renan
Calheiros.
Para a primeira instância vão os ex-presidentes Lula, Dilma, e os
ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega. Todos eles serão alvo de
investigação.
Esses são alguns dos nomes que a TV Globo apurou. As acusações de modo
geral são corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro,
fraude em licitação, formação de cartel, e o artigo 350 do Código
Eleitoral, que é prestar informações falsas à Justiça Eleitoral. Respostas
O Jornal Nacional procurou todos os citados. Ao longo do jornal vamos dar as respostas de cada um.
O ministro das Cidades, Bruno Araújo, disse que pediu doações à
Odebrecht dentro da lei em vigor na época e que sempre manteve relações
institucionais com as empresas doadoras.
O líder do governo, senador Romero Jucá, do PMDB, disse que está
tranquilo, que apoia todas as investigações e que está à disposição da
Justiça.
A assessoria do presidente do Senado, Eunício Oliveira, afirmou que a
Casa recebe com absoluta serenidade e confiança na Justiça o envio dos
pedidos de investigação relacionados a alguns de seus integrantes; que
pedidos de investigação não convertem investigados em réus nem são
sentenças; que é preciso obedecer e respeitar o amplo direito de defesa;
e que o Judiciário terá instrumentos de apuração, maturidade e firmeza
para distinguir mentiras ou versões alternativas da verdade dos fatos. O
senador José Serra afirmou que só vai se manifestar quando os nomes da
lista forem confirmados pelo Supremo Tribunal Federal.
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, e os ministros Eliseu
Padilha, da Casa Civil, Moreira Franco, da Secretaria Geral da
Presidência, e Aloysio Nunes, das Relações Exteriores, também não
quiseram se manifestar. O senador mineiro Aécio Neves disse que, na
condição de presidente do PSDB, buscou apoio para diversos candidatos
sempre dentro do que determinava a legislação na época o que, segundo
ele, ficará provado ao fim das investigações.
A defesa do senador Edison Lobão, do PMDB, declarou que os nomes estão
aparecendo sem um contexto e que, por isso, não tem como se manifestar.
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, não quis se manifestar. O
JN tentou entrar em contato, sem sucesso, com as defesas do ministro da
Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, dos ex-presidentes Lula e Dilma
Rousseff, e dos ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega.
O presidente do Senado Eunício Oliveira (PMDB-CE) publicou nota oficial
em que afirma receber a notícia do envio dos pedidos de inquérito com
tranquilidade. Leia a nota de Eunício Oliveira, na íntegra: "O Senado
Federal recebe com absoluta serenidade e confiança na Justiça o envio ao
Supremo Tribunal Federal dos pedidos de investigação relacionados a
alguns de seus integrantes. Pedidos de investigação não convertem
investigados em réus e nem são sentenças proferidas. Há que se obedecer e
respeitar o amplo direito de defesa, uma das mais sólidas pedras
basilares do Estado Democrático. O Judiciário terá instrumentos de
apuração, maturidade e firmeza para distinguir mentiras ou versões
alternativas e a verdade dos fatos". Colaboração
O acordo entre a Odebrecht e o Ministério Público Federal foi o maior desse tipo já feito no país.
Antes da assinatura dos acordos de colaboração, foram feitas 48
reuniões entre advogados e o Ministério Público. Foram quase dez meses
de negociação até o acordo ser fechado em dezembro de 2016. Em janeiro,
com a morte do ministro Teori Zavascki, a presidente do Supremo,
ministra Cármen Lúcia, homologou as delações. Depois, o ministro Fachin
assumiu a relatoria da Operação Lava Jato. Cronologia 19.Jun.15
Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo homônimo, é preso na Operação Lava-Jato 8.Mar.16
Marcelo Odebrecht é condenado a 19 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e integrar organização criminosa 22.Mar.16
Após a prisão e delação de secretária responsável por pagamento de propinas, grupo Odebrecht negocia um acordo de colaboração 25.Mai.16
Odebrecht e MPF assinam documento que formaliza a delação premiada e leniência; Marcelo Odebrecht é um dos delatores 3.Out.16
PGR propõe aos advogados de Marcelo que ele cumpra pena de quatro anos
em regime fechado; punição foi fechada em 10 anos com dois em regime
fechado 1º e 2.Dez.16
Assinados os acordos de leniência e delação. Documentos são enviados ao ministro do STF, Teori Zavascki, relator do caso 19.Jan.17
O ministro Teori Zavascki morre em queda de avião em Paraty (RJ). Causas são investigadas 24 a 27.Jan.17
Realizadas as audiências de instrução, em que delatores confirmam que fizeram o acordo espontaneamente 30.Jan.17
A Presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, homologa as delações. Com
as medidas, elas passam a valer e podem ser usadas em inquéritos ou
ações penais 2.Fev.17
Após sorteio, ministro Edson Fachin é definido o novo relator da Lava-Jato no STF
Nos
primeiros eventos públicos após morte da mulher, Marisa, petista retoma
atividade política para viabilizar candidatura ao terceiro mandato
presidencial
Por
Da Redação
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vai tentar novo mandato presidencial (Orlando Brito/VEJA)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
que ensaia lançar a sua candidatura a um terceiro mandato como
presidente da República, volta esta semana a participar de atos
públicos, com três eventos previstos em sua agenda, os primeiros desde a
morte de sua mulher, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, no dia 3 de fevereiro.
Nesta segunda-feira, o petista esteve em Brasília na
abertura do 12º congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura (Contag), evento que vai até a próxima sexta-feira no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e que reúne lideranças de agricultores familiares de todo o país.
Na primeira parada do périplo, o ex-presidente não falou sobre ser
candidato nas eleições em 2018 – disse apenas estar “disposto a voltar a
ter meus 35 anos de idade e andar esse país” – e nem citou as
investigações de que é alvo, nas operações Lava Jato, Zelotes e Janus.
Em seu discurso, Lula lançou mão do discurso “nós contra eles”, comum
em sua retórica, para criticar a reforma da Previdência proposta pelo
governo do presidente Michel Temer. “Nunca um presidente teve tão pouco
prestígio e tanto voto no Congresso”, provocou. Ele participou da reunião um dia antes de prestar depoimento na
10ª Vara da Justiça Federal, também em Brasília, sobre processo em que o
ex-senador Delcídio do Amaral o acusa de ter tentado comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, por causa dos escândalos na estatal.
Na quarta-feira, segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o ex-presidente irá à Avenida Paulista, em São Paulo, participar de protesto nacional contra as reformas trabalhistas e da Previdência propostas pelo presidente Michel Temer.
Já no domingo, 19, o ex-presidente irá à cidade de Monteiro (PB),
para participar de evento sobre a transposição do Rio São Francisco,
projeto que o PT considera uma iniciativa da gestão de Lula que estaria
sendo apropriada por Temer – que esteve lá na semana passada inaugurando
uma fase da obra – e até por políticos tucanos, como o governador Geraldo Alckmin e o senador Cássio Cunha Lima, que também foram ao local gravar vídeos sobre o projeto.
Segundo a coluna “Radar”,
do site de VEJA, Lula chegou nesta manhã à capital federal e já começou
a receber petistas no hotel em que está hospedado. Nesta terça-feira,
depois do depoimento – previsto para as 10h -, ele terá novas conversas
com parlamentares do partido.
Na segunda-feira, dia 6, Lula já disse aos deputados federais Luciana
Santos (PE) e Orlando Silva (SP), líderes do PCdoB, tradicional aliado
petista, que será candidato a presidente em 2018.
Foi a primeira vez desde que virou réu na Lava Jato que ele começou a
chamar aliados para detalhar seus planos e admitir a intenção de tentar o
terceiro mandato presidencial.
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/