ISTOÉ examinou as 820 páginas de
processo em poder do STF. Os documentos incluídos como provas por João
Santana e Mônica Moura mostram que a petista teve despesas pagas com
dinheiro da corrupção, atuou dentro do Palácio do Planalto para obstruir
a Justiça e participou do petrolão
Sérgio Pardellas e Germano Oliveira
A ex-presidente Dilma Rousseff nunca deu ouvidos para aquilo
que o filósofo espanhol José Ortega y Gasset chamava de fundo
insubornável do ser. Ou seja, o mais íntimo pensamento naquela hora em
que o indivíduo encara o seu reflexo no espelho e tenta reconhecer a
própria face. Para alcançar o poder e nele se manter a todo custo,
repetindo uma prática de seu antecessor, Dilma sustentou uma imagem que
nunca lhe pertenceu: a de uma mandatária pudica e incorruptível. Mesmo
depois do impeachment, ela insistia em se apresentar, em andanças pelo
País e palestras além-mar, como uma espécie de vestal desprovida de
mácula, vítima das circunstâncias. Não é possível mais manter a retórica
de pé. ISTOÉ teve acesso às 820 páginas que compõem o processo de
colaboração premiada dos marqueteiros João Santana e de sua mulher,
Mônica Moura. Os documentos anexados como provas vão além da delação – e
a liquidam de vez. Desmontam a tese, alardeada nos últimos dias por
Dilma, de que aquele que atuou durante anos como o seu principal
conselheiro político, bem como sua esposa, mentiram à Justiça em troca
da liberdade. Agenda entregue à Lava Jato por Mônica
Moura com o registro “reunião pessoal tia” e bilhetes de viagem (trecho
Nova York-Brasília) ajudam a comprovar encontro mantido entre a
publicitária e a então presidente Dilma Rousseff em novembro de 2014.
Na reunião, Dilma disse que estava preocupada que a Lava Jato chegasse à
conta na Suíça, que recebeu depósitos de propinas da Odebrecht
A militância costuma preferir narrativas a provas, para dourá-las ao
sabor de suas conveniências. Não é o caso aqui. Reportagem de ISTOÉ tira
o véu da “ex-presidenta inocenta”. A papelada comprova que Dilma
incorreu em toda sorte de crimes ao ter: 1. Despesas pessoais pagas com
dinheiro de corrupção desviado da Petrobras, mesmo quando não estava em
campanha; 2. Atuado dentro do Palácio da Alvorada no sentido de tentar
obstruir a Justiça; 3. Orientado a ocultação de recursos ilícitos no
exterior e 4. Determinado a transferência de dinheiro sabidamente ilegal
para os cofres de sua campanha, por meio de integrantes do primeiro
escalão do governo. Em suma, os documentos atestam que a ex-presidente
da República, durante o exercício do cargo, participou ativa, direta e
pessoalmente do esquema do Petrolão.
Uma das provas vinculadas ao acordo de colaboração premiada mostra
que Mônica Moura bancou despesas privadas da presidente Dilma, como
diárias no Hotel Bahia Othon Palace, em Salvador, no dia 24 de novembro
de 2009 –portanto fora do período eleitoral e quando a petista não era
nem presidente da República ainda. O dinheiro era oriundo da Polis,
empresa de propriedade de Mônica e João Santana, cujo caixa era
abastecido com dinheiro desviado da Petrobras. Os documentos obtidos por
ISTOÉ comprovam também que os publicitários custearam até os operadores
de teleprompter de Dilma. Eles acompanhavam a petista, já investida no
cargo de presidente, em compromissos oficiais dentro e fora do País. Uma
das faturas somou R$ 95 mil. Na delação, Mônica e Santana ainda relatam
os pagamentos “por fora” ao cabeleireiro Celso Kamura, destacado para
atender Dilma no Planalto antes, durante e depois da campanha. Na
documentação em poder do STF, o casal anexou uma nota de R$ 50 mil e um
bilhete eletrônico para não deixar margem para dúvidas de que pagou
viagens do renomado cabeleireiro a Brasília antes mesmo da eleição. O
material é gravíssimo, pois enquadra Dilma por improbidade
administrativa, o ato de “auferir vantagem patrimonial indevida em razão
do exercício do mandato”. Trata-se do designativo técnico para
conceituar corrupção administrativa. Negócios à parte Mônica (acima) e João Santana, que fizeram as duas campanhas de Dilma, revelaram segredos estarrecedores da ex-presidente (Crédito:Divulgação)Blindagem do dinheiro
De acordo com os marqueteiros, Dilma não só sabia que o casal Santana
recebia dinheiro não contabilizado, das propinas da Odebrecht, como
também orientou Mônica a blindar os recursos ilícitos depositados na
Suíça, transferindo-os para uma conta “mais segura” em Cingapura. A
ex-presidente demonstrava preocupação com o desenrolar da Lava Jato. Em
novembro de 2014, determinou que Edinho Silva, então tesoureiro,
convocasse Mônica para uma importante conversa. A mulher de João Santana
estava de férias em Nova York com o marido, mas diante do chamado da
presidente pegou o primeiro avião para Brasília. Ao desembarcar no
Palácio da Alvorada, Dilma a levou para um passeio pelos jardins, como
se quisesse contar um segredo, sem testemunhas. Insistiu que estava
preocupada com a conta na Suíça, pois sabia do depósito das propinas.
Para registrar essa reunião, Mônica escreveu em sua agenda particular
“reunião pessoal tia”. A cópia da agenda, que ISTOÉ apresenta nesta
edição, consta do material sigiloso remetido ao STF. Confere
verossimilhança ao relato de mulher de Santana e enterra o argumento de
Dilma de que o casal mentiu à Justiça a respeito do encontro. Dos R$ 105 milhões que Santana recebeu da campanha de Dilma em 2014, R$ 35 milhões foram “por fora”
Na mesma conversa, a ex-presidente propôs que as duas se falassem com
mais freqüência, sempre sob total sigilo. A própria Dilma, então
presidente da República, se encarregou de arrumar um modo de repassar a
Mônica as informações privilegiadas: por meio de uma conta de email
(2606iolanda@gmail.com) em que ambas teriam a senha de acesso. As
mensagens seriam cifradas e salvas na pasta “rascunho”. As cópias das
mensagens eletrônicas integram o material hoje nas mãos da Justiça. São
evidências indiscutíveis de obstrução de Justiça, com potencial para
condenar a ex-presidente à prisão. Numa das mensagens, a publicitária
escreve: “Vamos visitar nosso amigo querido amanhã. Espero não ter
nenhum espetáculo nos esperando. Acho que pode nos ajudar nisso, né?”.
Mônica referia-se à intenção do casal de publicitários de evitar que
fossem presos tão logo desembarcassem no Brasil no dia 23 de fevereiro
de 2016, advindos da Republica Dominicana. Além da mensagem, a
marqueteira incluiu entre os documentos da delação senhas e cópia do
wifi do Alvorada no dia da criação do email. O dinheiro sujo da Odebrecht
Antes da campanha de 2014, ficou acertado que o marketing custaria R$
105 milhões, dos quais R$ 70 milhões seriam pagos “por dentro”,
resultado de arrecadações oficiais, e outros R$ 35 milhões “por fora”,
dinheiro de caixa dois, que Dilma arrecadaria com empreiteiras. A
determinação da presidente era no sentido de que Mônica procurasse Giles
Azevedo, assessor de confiança, para acertar os detalhes do pagamento
por fora, classificado por ela de “tradicional”. Foi então que Giles,
orientado por Dilma, recomendou à Mônica que se entendesse com o
ministro da Fazenda, Guido Mantega. Nas conversas mantidas com Mantega,
Mônica se referia ao ministro como “laticínio”, numa alusão à
“manteiga”, fato que ela comprovou abrindo sua agenda aos
investigadores. Uma das páginas exibe o manuscrito: reunião com
“laticínio”, constituindo mais uma evidência de que, ao contrário do que
afirmou Dilma, Mônica e Santana estavam bem calçados em seu acordo de
delação.
A petista demonstra que sempre desprezou as lições políticas de
Maquiavel. A principal delas: “quando um governante deixa tudo por conta
da sorte, do acaso, ele se arruína logo que ela muda”. Dilma contou
muito com a sorte, até ser bafejada por ventos desfavoráveis. Depois de
apeada do Planalto, a ex-presidente foi citada em 38 fatos de
irregularidades na delação da Odebrecht, muitos dos quais se configuram
crimes, como o uso de dinheiro sujo da corrupção na Petrobras. Por isso,
a petista deverá responder a vários inquéritos por corrupção quando as
delações chegarem ao juiz Sergio Moro, como já decidiu o ministro do
STF, Edson Fachin. Hoje, ela já responde a um inquérito criminal por
obstrução de Justiça ao tentar nomear Lula ministro da Casa Civil. Coragem
Juristas ouvidos por ISTOÉ destacam que o material encalacra Dilma.
Criminalista com 20 anos de experiência e especialista em direito penal
pela Fundação Getúlio Vargas e Universidade Coimbra, Jair Jaloreto
destaca que os fatos narrados indicam embaraço às investigações. “Em
tese, qualquer pessoa que saiba que vai haver diligência e faz algo para
impedir que essa ação seja exitosa, pratica obstrução da Justiça. Vinga
o princípio de que todos são inocentes até que se prove o contrário,
mas, se há provas suficientes, ela pode ser investigada, processada e
condenada.” Professor de direito penal da Universidade Estácio de Sá,
Rafael Faria diz que as delações e os documentos são fortes o suficiente
para embasar o indiciamento da ex-presidente. Já o professor de direito
e de temas anticorrupção na Universidade de Brasília, Thiago Sombra,
destaca que as provas, em seu conjunto, formam um cenário devastador
para a petista. “Isoladamente, seriam provas indiciárias, mas, quando
consideradas no todo, têm um grau de consistência elevado”, avalia.
Em discurso de posse da primeira eleição em 2010, Dilma invocou um
trecho da obra de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas. “O correr da
vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí
afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é
coragem”. Não faltou coragem para Dilma. De fato é preciso coragem para,
na condição de presidente da República, bolar dentro das fronteiras do
Palácio da Alvorada uma estratégia sorrateira de comunicação eletrônica,
a partir da criação de um email secreto, a fim de alertar subordinados
sobre a iminência de suas prisões – o que configura obstrução clara e
manifesta de Justiça. Do mesmo modo, é preciso muita coragem para
ordenar, do alto do cargo de presidente da República, que terceiros
bancassem suas despesas pessoais – e com o dinheiro sujo da corrupção.
Como também são necessárias doses cavalares de coragem, além da certeza
da impunidade, para sugerir a transferência de uma conta-paralela da
Suíça para Cingapura destinada a acobertar ilegalidades das quais foi
cúmplice. Para Dilma, o excesso de coragem pode sair caro. A
ex-presidente quebrou um País, atentou contra os preceitos republicanos,
e, se não roubou, foi no mínimo conivente. As barras da Justiça a
aguardam. Colaborou Eduardo Militão
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/
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