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quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Maduro solicitará captura de Luisa Ortega à Interpol

Dissidente do chavismo deve participar hoje de reunião do Ministério Público dos países do Mercosul, em Brasília
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Declarando-se uma vítima das perseguições de Nicolás Maduro, Luisa Ortega fugiu da Venezuela após sair uma ordem de prisão contra seu marido ( FOTO: AFP )
Caracas/Brasília. A Venezuela solicitará à Interpol uma ordem de prisão contra a ex-procuradora-geral Luisa Ortega, que fugiu do país denunciando uma perseguição do governo, anunciou, ontem, o presidente Nicolás Maduro.
"A Venezuela vai solicitar ante a Interpol um código vermelho para essas pessoas envolvidas em delitos graves", afirmou Maduro em coletiva de imprensa, em alusão também ao deputado Germán Ferrer, marido da ex-procuradora.
Ortega viajou, ontem, ao Brasil, procedente da Colômbia, aonde chegou na sexta-feira com o marido, informou o departamento de imigração em Bogotá. "Andas com a oligarquia colombiana, com os golpistas brasileiros. Diga-me com quem andas e te direi quem és", acrescentou o presidente, dirigindo-se à ex-funcionária, destituída em 5 de agosto pela Assembleia Constituinte que rege a Venezuela com poderes absolutos.
A ex-procuradora saiu de Bogotá um dia depois de o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, lhe oferecer asilo. A migração colombiana não confirmou de imediato se partiu na companhia de Ferrer.
Ortega, que fugiu da Venezuela burlando uma proibição que lhe foi imposta pelo máximo tribunal, rompeu com Maduro no final de março passado após denunciar uma ruptura da ordem constitucional.
Seu marido enfrenta uma ordem de captura por supostamente liderar uma rede que extorquia empresários petroleiros corruptos dentro da Procuradoria.
O presidente venezuelano denunciou que Ortega "estava trabalhando há tempos com os EUA para fazer mal" ao país. Segundo afirmou, esta colaboração ocorreu depois que as autoridades americanas descobriram os delitos do parlamentar.
"Os EUA conseguiram chantagear o ex-deputado Germán Ferrer, o chantagearam porque descobriram contas suas no mundo inteiro", afirmou.
Maduro também pediu, ontem, ao papa Francisco ajuda para um diálogo com a oposição e para impedir que se concretize a advertência do presidente americano, Donald Trump, de intervir militarmente na Venezuela.
"Que o papa nos ajude no diálogo respeitoso, na verdade, que o papa nos ajude a impedir que Trump lance suas tropas e invada a Venezuela. Peço ao papa ajuda contra a ameaça militar dos EUA", disse Maduro durante a coletiva de imprensa.
Asilo
Na segunda (21), o presidente Juan Manuel Santos, que não descartou romper relações com Maduro em meio à severa crise venezuelana, afirmou que lhe ofereceu asilo.
O hermetismo do governo Santos e da ex-procuradora venezuelana, que não se pronunciou desde que chegou a Bogotá, alimentou as especulações sobre um suposto asilo nos EUA.
Entretanto, o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro informou, em um comunicado, que Ortega participará hoje na sede da Procuradoria-geral da República, em Brasília, da 22ª Reunião Especializada de Ministérios Públicos do Mercosul.

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