Rudolfo Lago
Dormita em algum escaninho perdido da República o processo de
“Concessão de Aposentadoria Especial de Anistiado” do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, atualmente preso numa sala-cela da Polícia
Federal de Curitiba. A ação em exame pela Comissão Nacional de Anistia
versa sobre um valor de aposentadoria de R$ 56,7 mil. Não se sabe,
porém, se Lula recebe uma pensão nesse valor ou se foi contemplado com
esse montante de indenização em uma única vez. Não se consegue na
verdade saber nenhum detalhe a mais do processo – uma verdadeira
caixa-preta. Tudo porque a Dataprev, que organiza as informações de
pensões pagas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS),
simplesmente informa que não consegue “gerar o arquivo” referente à
aposentadoria de Lula. CLIQUE AQUI PARA VER A LISTA COMPLETA DOS BENEFICIÁRIOS
O mistério em torno da aposentadoria de anistiado do ex-presidente
presidiário é apenas um dos vários pontos obscuros relativos a
pagamentos de pensões e indenizações de caráter político a integrantes
da cúpula petista. Desde 2001, a concessão e o gerenciamento desses
pagamentos é feito pela Comissão Nacional de Anistia. Até o governo
Michel Temer, o órgão era subordinado ao Ministério da Justiça. Agora,
com o presidente Jair Bolsonaro, ela passou para a alçada do Ministério
dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves. “Há uma grande
confusão e informações desencontradas a respeito do que foi concedido de
indenizações durante os anos que o PT esteve no poder. Nós vamos
identificando as distorções para organizar isso tudo e fazer revisões
nos critérios. Vou mexer nessa caixinha das indenizações políticas”,
prometeu Damares, em entrevista a ISTOÉ. ISTOÉ traz à tona, pela primeira vez e com exclusividade, relatórios internos da Comissão da Anistia sobre as indenizações da ditadura
Nos últimos dias, ISTOÉ teve acesso com exclusividade a relatórios
internos com base em documentos da Comissão da Anistia e mergulhou nas
informações relativas aos processos indenizatórios. O caso de Lula é
mesmo emblemático. O processo envolvendo o petista está arquivado na
Comissão de Anistia sob o número 2003.02.24764. Em 1980, Lula era
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema.
Comandava as históricas greves do ABC, que ajudaram a abalar a ditadura
militar nos seus estertores. Naquele ano, o sindicato que Lula presidia
sofreu intervenção federal. E Lula teve seus direitos sindicais cassados
no dia 24 de abril de 1980. Em 1993, o ex-presidente hoje preso foi
declarado anistiado político.
Passou a receber, segundo consta no processo ao qual ISTOÉ teve
acesso, uma aposentadoria de R$ 3,2 mil (em valores atualizados R$ 8,9
mil), paga a partir de 22 de novembro de 1990, contado desde 5 de
outubro de 1988. A quantia é referente a um tempo de serviço de 32 anos,
quatro meses e 24 dias. O Despacho nº 03 do INSS informa, no entanto,
ter havido uma autorização para uma “revisão de Aposentadoria
Excepcional de Anistiado”, então no valor de R$ 56,7 mil, “atualizado
até maio de 1998”. Seria um repasse mensal? Foi efetuado um pagamento
só? Ninguém sabe responder. No dia 30 de novembro de 2018, o colegiado
cobrou do INSS um extrato de todos os pagamentos feitos referentes ao
“benefício NB-58/102.535.870-0, do requerente Luiz Inácio Lula da Silva,
filho de Eurídice Ferreira Melo,nascido em 06/10/1945” para esclarecer a
questão. Nada obteve. Como inacreditavelmente a própria Dataprev
informou que não conseguia acessar os dados, a Comissão Nacional de
Anistia ainda não desvendou o mistério. A assessoria de Lula, procurada
por ISTOÉ, confirma que ele, de fato, possui uma pensão referente à
cassação dos seus direitos sindicais quando deixou o Sindicato dos
Metalúrgicos. Informou não saber, porém, qual o valor. Ou seja, nem a
Comissão de Anistia, nem o INSS, nem o próprio Lula sabe dizer ao certo
quanto tem entrado na conta do petista a título de pensão. Diante da
nuvem de mistério, a reportagem procurou a ministra dos Direitos
Humanos. “Não é possível que determinados situações não possam ser bem
esclarecidas. Não é admissível tal falta de transparência”, bradou
Damares, que promete intensificar o pente-fino sobre o setor.
Além do acesso aos relatórios, ISTOÉ obteve a lista completa das
indenizações, com seus respectivos valores e nomes de beneficiários. O
Ministério dos Direitos Humanos analisa os dados da Comissão da Anistia,
desde o dia 30 de janeiro. Uma avaliação preliminar revela indícios de
direcionamento para o pagamento de indenizações a pessoas próximas dos
governos petistas. Por exemplo, ISTOÉ apurou junto a técnicos que
atuaram e ainda atuam na Comissão de Anistia que a regra geral
estabelecida pelas gestões do PT era a de conceder as indenizações.
Alguns critérios vagos e genéricos atuaram, conforme denunciam os
próprios técnicos da Comissão, para facilitar a aprovação dos
pagamentos. Eram as “brechas” para que as indenizações fossem
concedidas. Por exemplo, toda greve ocorrida durante o período militar,
mesmo que fosse de cunho trabalhista, era considerada política só pelo
fato de ter ocorrido durante a ditadura. Gerou, assim, toda a sorte de
indenizações.
Foi por se deparar com critérios elásticos como esse que o
ex-ministro da Justiça de Michel Temer, Torquato Jardim, redefiniu a
questão ao julgar um processo referente a uma paralisação de
funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). Imagine: queriam
relacionar uma greve eminentemente corporativa a uma suposta
perseguição a militantes. Torquato barrou a farra. Também para facilitar
as indenizações e pensões, havia também um mecanismo batizado de
“perseguição reversa”, que permitia que filhos e até netos de vítimas da
ditadura recebessem recursos alegando traumas causados pelas
perseguições e torturas de seus parentes. Imagina a festa. O órgão, no
início do governo Temer, também aboliu de vez esse mecanismo.
A lista total de pessoas beneficiadas até o final de 2018 inclui 39 mil
nomes. Mas houve um salto mais do que considerável após o início dos
governos petistas. Especialmente nos dois primeiros anos do primeiro
governo Lula. Em 2001, ano de criação da Comissão, foram concedidas
2.970 indenizações. Em 2002, 3.706. Em 2003, após a posse de Lula, o
número saltou para 13.237, quase 10 mil processos a mais que no ano
anterior. Em 2004, continuou bem mais alto: 9.510. Até que em 2015, o
Tribunal de Contas da União (TCU) publicou o acórdão 2.632/2014-TCU-2ª
Câmara, determinando maior publicidade e critérios mais objetivos para a
concessão dos benefícios. Depois disso, a concessão caiu
vertiginosamente. Naquele ano, foram apenas cinco. E depois disso,
somente mais duas em 2017. Ligações com o PT
De acordo com a lista obtida por ISTOÉ, a maioria dos beneficiários é
composta por nomes desconhecidos do grande público. Há, porém, pessoas
claramente identificadas com o petismo e a esquerda. Como Rui Falcão,
que recebe R$ 11,7 mil mensais de pensão. Quando não há implicações
trabalhistas, o teto de indenização determinado por lei é R$ 100 mil.
Nos dois casos, as indenizações autorizadas, ambas em 2005, têm esse
valor. Mas esse também é o montante concedido ao ex-presidente do PT
José Genoino, detido na primeira leva de guerrilheiros presos do
Araguaia. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi outro agraciado:
recebeu uma indenização de R$ 66 mil. O ex-ministro dos Direitos Humanos
de Lula Paulo Vannuchi levou R$ 54 mil. O PSL, partido do presidente
Bolsonaro, já cogita pedir a instalação de uma CPI para investigar os
critérios de concessões das indenizações durante a era em que o PT ficou
no poder. Desde que a comissão foi criada, as indenizações de caráter
político concedidas já somam um total de R$ 9,9 bilhões. Sergio LIMA / AFP“Vou estabelecer um momento para o fim das reparações. O regime militar acabou há 35 anos. Isso vai durar para sempre?” Damares, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos
Outro processo que está sob análise da comissão e nas mãos de Damares
para deferir ou não diz respeito à ex-presidente Dilma Rousseff, que
sofreu processo de impeachment em 2016. Os Estados também têm suas
comissões de anistia. Dilma requereu indenizações junto às comissões de
quatro Estados: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do
Sul. Em Minas, obteve um pagamento de R$ 30 mil. No Rio, de R$ 20 mil.
Em São Paulo, de R$ 22 mil. No Rio Grande do Sul, ela requereu a
“reintegração” no cargo de Assistente Técnica da Fundação de Economia e
Estatística (FEE) do governo do Rio Grande do Sul, onde trabalhou até
1977 e teria sido “compelida” a pedir demissão por razões políticas,
porque seu nome constava de uma Lista Nacional de Subversivos. Em 1990,
ela pleiteou junto ao governo do Rio Grande do Sul sua reintegração.
Segundo relatório ao qual ISTOÉ teve acesso, Dilma alega, porém, que foi
“readmitida”, não “reintegrada”. Ou seja, voltou ao cargo, mas não
recebeu valores retroativos pelo tempo em que ficou fora do serviço nem
as promoções que poderia ter tido caso tivesse permanecido.
Assim, ela requereu “reparação econômica, de caráter indenizatório,
em prestação mensal, permanente e continuada de R$ 10.735,55”. A ação
está em análise da comissão, que já fez diligências com relação aos
argumentos da ex-presidente. Damares, no entanto, está inclinada a negar
o pedido. Em casos semelhantes, o ex-ministro Torquato Jardim indeferiu
alegando que a lei impede duas decisões diferentes sobre o mesmo fato
gerador. Em nota, Dilma afirma ter direito à indenização. “O que é meu
por direito não pode ser negado pela história”, declarou a
ex-presidente, depois que valores foram divulgados pelo Antagonista. INVESTIGAÇÃO Bancada do PSL trabalha pela CPI das Indenizações (Crédito:Dida Sampaio)
Uma história assombrosa, em termos de valores, da generosidade na
concessão envolve o que os técnicos da comissão chamam de caso dos
“cabos da FAB”. Antes do golpe de 1964, militares da Força Aérea
Brasileira se organizaram numa associação, a Associação dos Cabos da FAB
– Acafab. Com o golpe, esse tipo de associação de militares foi
considerada proibida. As portarias da Aeronáutica de números 1.103 e
1.104 proibiram a associação e determinaram a expulsão de 11 militares
que foram considerados os líderes do movimento. Com a criação da
Comissão da Anistia, eles entraram com pedido de reparação. Na esteira,
entre 2002 e 2006, diversos outros entraram também com base no mesmo
caso. A situação seguiu sem controle, porque a comissão foi autorizando
as indenizações. Há mais de três mil ex-militares da Força Aérea
Brasileira que pediram reparação. Inclusive 500 que entraram na FAB
depois da edição das portarias.Conseguiram o pagamento de uma pensão
chamada de Prestação Permanente Continuada (PMPC). Mas exigem pagamentos
retroativos. Segundo cálculos da Aeronáutica, em média cada um deles
teria a receber cerca de R$ 800 mil. A Advocacia Geral da União recorreu
desse pagamento. O caso está no Supremo Tribunal Federal (STF), nas
mãos do ministro Ricardo Lewandowski. Em números desatualizados, a
bolada soma R$ 7 bilhões. Com correção monetária, ultrapassa R$ 16
bilhões. Se Lewandowski autorizar a concessão, a Aeronáutica ficará
literalmente sem mais um recurso sequer. O Orçamento de todo o
Ministério da Defesa para 2019 é de R$ 11 bilhões. “Como vemos, a lei
que criou a Comissão Nacional de Anistia criou critérios muito amplos,
vagos, subjetivos, para a concessão das indenizações. Além de precisar
ser reavaliado, é preciso se estabelecer um momento em que se considere
que o trabalho de indenização já foi feito. Um momento para o fim das
reparações. Afinal, o regime militar já acabou há quase 35 anos. Isso
vai durar para sempre?”, questiona a ministra.
A ministra Damares Alves é polêmica. E, de fato, são polêmicas as
suas declarações. Mas ela acredita que o bombardeio que vem sofrendo faz
parte de um processo para desmoralizá-la e evitar que ela mexa “nessa e
outras caixinhas”. Como se vê, trata-se, de fato, de um vespeiro. (Colaboraram Ary Filgueira e Wilson Lima)
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/
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