BRASÍLIA Após a homenagem aos militares brasileiros mortos em Brasília, o dia ontem foi de velórios e sepultamentos das vítimas nas suas cidades de origem.
No Rio de Janeiro, os corpos de quatro militares lotados em unidades do Exército no estado foram sepultados em Niterói e em Paracambi durante a manhã.
No cemitério Jardim da Saúde, em Sulacap, subúrbio do Rio, cerca de 300 pessoas acompanharam o sepultamento, em clima de muita emoção, do tenente coronel Márcio Guimarães Martins.
– Ele era extremamente dedicado à família, um irmão muito companheiro, muito inteligente, era um exemplo para os filhos e a família – afirmou emocionado o também militar Marcelo Guimarães Martins, irmão gêmeo do tenente coronel Márcio, cujo corpo ficou desaparecido nos escombros durante sete dias.
Casado, Márcio deixou esposa e dois filhos, uma menina de quatro meses e um menino de 6 anos de idade. Cerca de 300 pessoas acompanharam o cortejo, entre militares, parentes e amigos. Os pais do militar, muito emocionados, também estavam presentes.
Segundo o irmão, era a primeira vez que Márcio ia ao Haiti.
Ele chegou ao país no dia 10 de janeiro, dois dias antes da tragédia.
Marcelo disse que o irmão estava muito orgulhoso e feliz por integrar a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah).
Já o corpo do general de brigada Emílio Carlos Torres dos Santos foi cremado, em cerimônia reservada, no Cemitério do Caju, na zona portuária do Rio de Janeiro. Em Niterói, na região metropolitana, foi sepultado no cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, o corpo do coronel Marcus Vinicius Macedo Cysneiros.
Pela manhã, ocorreu o enterro do segundo-sargento Rodrigo de Souza Lima no cemitério de Paracambi, município da região metropolitana do Rio. O velório correu na Câmara Municipal de Piraí, sua terra natal.
No interior de São Paulo, os corpos de mais quatro militares mortos no Haiti durante o terremoto foram velados em Lorena, a 198 quilômetros da capital. Parentes e amigos prestaram a última homenagem a Douglas Pedrotti, Luís de Souza Serafim, Davi Ramos de Lima e Felipe Gonçalves. O velório foi aberto apenas para as famílias, que não permitiram à imprensa acompanhar a cerimônia.
Ao deixar a solenidade, Giane dos Santos, que foi professora de um dos militares, falou com os jornalistas.
– Sentimos muito a falta de todos eles, mas o que nos conforta é que eles morreram como heróis, fazendo o que gostavam e cumprindo seu dever – ponderou.
Os dois militares do 2º Batalhão de Infantaria Leve do Exército mortos no terremoto foram sepultados à tarde em São Vicente, a 65 km da capital paulista. Militares do batalhão, familiares e amigos choraram muito durante a cerimônia fúnebre do cabo Ari Dirceu Fernandes Júnior e do soldado Kléber da Silva Santos. Antes do sepultamento, houve salvas de tiros e marcha fúnebre.
O corpo do cabo foi velado na Catedral de Santos e trazido em cortejo para o Cemitério Metropolitano do outro município. Cerca de 300 participaram do ato.
Já o velório do soldado aconteceu em um salão no bairro onde ele vivia, também em São Vicente. Segundo a PM, 500 pessoas estiveram presentes.
Os dois caixões chegaram ao cemitério em um carro blindado e foram recebidos com salvas de tiros executadas por quatro soldados e marcha fúnebre. Cerca de 20 músicos do batalhão participaram da homenagem.
Muito emocionados, militares do batalhão choravam abraçados uns aos outros.
– O batalhão se encontra carregado de uma carga emocional muito grande.
São militares que passaram por treinamento juntos, então é difícil separar o profissional do pessoal – lamentou o tenente-coronel Sérgio Jurandir Souto Campanaro, comandante do batalhão
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