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segunda-feira, 7 de março de 2016

Corretoras miram serviços e taxas do Tesouro Direto


O número de investidores cadastrados passou de 334 mil em 2013 para os atuais 651 mil ( FOTO: FERNANDA SIEBRA )
São Paulo. Gráficos de cotações de ações e carteiras recomendadas pouco a pouco perderam espaço para ferramentas e análises de renda fixa. Com a baixa da Bolsa nos últimos meses e a rigidez da taxa de juro em patamar elevado, a demanda do pequeno investidor de varejo voltou-se às aplicações de baixo risco, sobretudo o Tesouro Direto.
Para ganhar este público, a guerra das instituições chega às taxas cobradas nas operações e aos serviços. Em três anos, o número de investidores cadastrados no Tesouro praticamente dobrou, passando de 334 mil em janeiro de 2013 para os atuais 651 mil. Em contrapartida, na BM&FBovespa, o total de acionistas individuais recuou cerca de 5%. Num cenário de juro alto e inflação elevada, que faz aumentar a busca por opções mais rentáveis, o Tesouro ganhou destaque. "Atualmente, menos de 20% do meu faturamento vem de bolsa", diz o sócio-diretor da Easynvest, Marcio Cardoso.
Vitrine
Títulos públicos viraram uma vitrine para atrair investidores. "Vemos o Tesouro como um produto de entrada, um investimento onde se inicia o contato com a corretora ao sair da poupança ou de um fundo", diz Rodrigo Puga, sócio do Modalmais, home broker recém-criado do banco Modal. Após três anos de estudo, o banco - que sempre focou no público de alta renda - lançou no último trimestre de 2015 uma plataforma que tenta oferecer todo o leque de renda fixa do Modal aos pequenos investidores.
Não há taxa de administração na compra de títulos públicos. A ideia é que a pessoa se torne um cliente por meio do cadastro do Tesouro, mas com o tempo passe a aplicar em outros produtos da prateleira, em geral de renda fixa, como os títulos bancários CDB (Certificado de Depósito Bancário) e LCI (Letra de Crédito Imobiliário).
Quem já adota a estratégia há anos diz que vale a pena. "No último pagamento de juros semestrais do Tesouro, do total de recursos que caíram na conta dos investidores, 70% foram para outros produtos", diz o sócio-diretor da Easynvest, Marcio Cardoso, corretora que também não cobra taxa no Tesouro Direto.
Se para a corretora a estratégia de taxas baixas funciona como marketing, para o investidor é um meio de garantir maiores retornos. Se aplicar R$ 5 mil por seis anos, por exemplo, a diferença de rentabilidade chega a cerca de R$ 1 mil, quando comparadas a maior (2% ao ano) e a menor taxa (0%) hoje cobradas no Tesouro.

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