Encontro em São Bernardo do Campo durou pouco mais de uma hora.
Um dia após depor na Lava Jato, Lula desceu para abraçar simpatizantes.
Dilma chegou por volta das 13h deste sábado (5) a São Paulo. Ela saiu de Brasília em um avião, que pousou no início da tarde no Aeroporto de Congonhas, Zona Sul da capital paulista. Em seguida, ela foi de helicóptero até São Bernardo do Campo, no ABC, e seguiu de carro até o prédio do ex-presidente, acompanhada do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner.


Às 14h30, Dilma desceu para cumprimentar os militantes e acenar para as pessoas que desde cedo esperavam no local. Ela não falou com a imprensa e voltou para dentro do prédio. Dilma foi embora logo em seguida.

Este é o primeiro encontro da presidente com Lula depois de a Polícia Federal (PF) ter deflagrado, na sexta-feira (4), nova etapa da Operação Lava Jato, cujo foco era o ex-presidente.
Vigília
Militantes pró Lula fizeram vigília em frente ao prédio onde o ex-presidente mora. Cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar, passaram no local protestando contra a investigação da Justiça Federal, que apura se o petista recebeu dinheiro da corrupção da Petrobras.
No começo da tarde deste sábado, o ex-presidente saiu do prédio e se reuniu com os militantes. Ele foi ovacionado pelos manifestantes, tirou fotos com simpatizantes, mas não subiu em um carro de som estacionado em frente ao edifício.
"Companheiros, sei que vocês querem um discurso, mas não podemos porque tem um hospital aqui perto", disse Lula a sua militância. Em seguida, Lula voltou para dentro do prédio para esperar a chegada de Dilma.


De acordo com a Polícia Militar (PM), que estimou o número de participantes e fazia a segurança dos manifestantes, o ato seguia pacífico na Avenida Francisco Prestes Maia, em frente ao edífício onde Lula mora. A manifestação terminou por volta de 15h.


Um portão do Instituto Lula, na Zona Sul de São Paulo, apareceu pichado na manhã deste sábado após o ex-presidente que dá nome ao local ter prestado depoimento na sexta-feira (4) na 24ª fase da Operação Lava Jato. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do instituto. Posteriormente, a assessoria disse que grafiteiros cobriram a pichação.
De acordo com a assessoria, a pichação deve ter ocorrido durante a madrugada deste sábado. Câmeras de segurança do prédio deverão ser analisadas para tentar identificar os responsáveis. O G1 esteve nesta manhã no local. O portão estava levantado, mas mesmo assim era possível ver a pichação "sua hora chegou corrupto". O petista é investigado pela Justiça Federal por suspeita de ter sido beneficiado pelo esquema de desvios de dinheiro na Petrobras.
Depois da pichação, simpatizantes fizeram um grafite por cima da frase e desenharam militantes com camiseta vermelha fazendo o símbolo da mão erguida, muito repetido por Lula.


Além de levar Lula para depor, em um posto da PF no Aeroporto de Congonhas, os policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente, em São Bernardo, na sede do Instituto Lula, na capital paulista, e no sítio que era usado por ele em Atibaia (SP).
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula é investigado porque há indícios de que ele recebeu benefícios desviados da Petrobras por meio da execução de reformas no apartamento triplex do Guarujá (SP) e do sítio de Atibaia (SP). Os procuradores ressaltaram ainda que há evidências de que o petista recebeu móveis de luxo nos dois imóveis e teve a armazenagem de bens em uma transportadora bancada pela construtora OAS, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato.
Depois de prestar depoimento à PF, Lula fez um pronunciamento. O ex-presidente disse que que se sentiu "prisioneiro" por ter sido levado coercitivamente para prestar depoimento à Polícia Federal. O ex-presidente afirmou ainda que "acertaram o rabo da jararaca", mas "não mataram". E também falou sobre a presidente Dilma Rousseff: "Não permitem que a Dilma governe esse país".
Dilma
A presidente Dilma Rousseff fez uma declaração, no Palácio do Planalto, sobre o ocorrido. Ela manifestou o "mais absoluto inconformismo" com a "desnecessária condução coercitiva" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Quero manifestar o meu mais absoluto inconformismo com o fato de o ex-presidente Lula, que por várias vezes compareceu de forma voluntária para prestar esclarecimentos perante as autoridades, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar mais um depoimento", disse a presidente.





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