"Não temos papel
salvacionista, mas de ajudar", disse Raul Jungmann. Ele também falou que
pode haver 'acordo' entre sistema penitenciário e crime
Estadão Conteúdo
Rio
- O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que a Forças Armadas
deverão permanecer no Rio até o fim de 2018. Jungmann informou que o
pedido foi encaminhado pelo governador Pezão e deverá ser acatado pelo
presidente Michel Temer nos próximos dias.
A ideia, no entanto, é a
partir de agora tentar fazer uma espécie de protocolo de ações, onde
seja estabelecido quais são as obrigações de cada parte. A estratégia é
um esforço para tentar blindar o ministério das críticas do baixo
impacto da atuação das forças para a melhoria da segurança no Estado.
"Nunca
nos propusemos a resolver o problema da violência no Rio", reagiu o
ministro, que considera haver uma "expectativa salvacionista" das Forças
Armadas. Jungmann disse que Pezão pediu permanência das Forças Armadas até o fim de 2018
Antonio Cruz / Agência Brasil
Ele se defendeu dizendo que o papel das Forças
Armadas é de auxílio, sobretudo na parte da inteligência. "Não é nossa
liderança. Não temos papel salvacionista, mas de ajudar. Segurança se
resolve na segurança, não na defesa."
Jungmann afirmou
haver uma espécie de "falha na arquitetura institucional" que acaba
levando as Forças de Segurança a cobrirem falhas que não são delas.
"Os
militares afirmam que eles são uma espécie de Posto Ipiranga", disse,
numa alusão à campanha publicitária. "Mas isso não se resolve o problema
de segurança. E pode trazer riscos extraordinários."
Jungmann
citou o caso do Rio Grande do Norte, Estado que, de acordo com ele, há
12 anos não realiza concurso para a área de segurança e que por três
vezes solicitou o reforço da Força Nacional.
"Estamos em estado de
prontidão. Vamos atuar caso nossa presença seja necessária." Jungmann
afirmou não estar ainda certo se o ministério encaminhará o reforço para
o Estado. Uma decisão, completou, deve ser tomada até o fim do dia de
hoje.
Raul Jungmann também afirmou haver um "acordo tácito" entre
forças de controle penitenciário e o crime organizado. "Isso precisa ser
rompido", disse. "Vamos esperar que providência sejam tomadas",
completou.
Varredura organizada pela pasta em 31 unidades
prisionais identificou que um entre cada dois presos possui uma arma.
"Isso precisa ser explicado. A ideia que nos ocorre é que existe algum
tipo de relação entre o sistema prisional e as gangues de criminosos.
Como tudo isso entrar num sistema de segregação e isolamento?",
questionou. Os dados foram apresentados para os governos estaduais.
Jungmann
afirmou ser necessário ainda se reavaliar o controle que é feito sobre
visitas íntimas, de visitas de familiares e até mesmo de advogados.
"Três grandes criminosos têm 37 advogados", exemplificou. "Não queremos
discriminar tampouco reduzir garantias.Mas há um problema que precisa
ser enfrentado "
Medidas para evitar tal relação, afirmou, devem estar
previstas num pacote que será encaminhado para o Legislativo. "É
preciso cortar a relação do crime que está preso com o crime que está
nas ruas. Ou então, vamos ficar enxugando gelo."
Ministro do Supremo observou que o sentenciado é réu primário e tem bons antecedentes
Ex-diretor de marketing do Banco do Brasil havia sido condenado
no processo do "Mensalão" a 12 anos e 7 meses de reclusão, em regime
fechado
( Foto: Folhapress )
Brasília. O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo
Tribunal Federal (STF), concedeu livramento condicional a Henrique
Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil condenado no
processo do "Mensalão" (Ação Penal 470) pelos crimes de corrupção
passiva, peculato e lavagem de dinheiro a 12 anos e 7 meses de reclusão,
em regime inicial fechado, e 530 dias-multa. Segundo o relator, "estão
preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos do artigo 83 do Código
Penal para a concessão do benefício".
A decisão foi tomada na Execução Penal (EP) 10 e as informações divulgadas no site do STF. Justificativa
O relator destacou que o livramento condicional aos condenados à pena
privativa de liberdade igual ou superior a dois anos é possível desde
que atendidos os critérios objetivos do cumprimento de mais de um terço
da pena, caso o condenado não seja reincidente em crime doloso e possua
bons antecedentes, e subjetivos, de bom comportamento durante a execução
da pena, bom desempenho no trabalho que lhe for atribuído, reparação do
dano causado pela infração cometida e condições de prover sua própria
subsistência mediante trabalho honesto.
"O atestado de pena expedido pelo Juízo delegatário desta execução
penal dá conta de que o sentenciado implementou o requisito objetivo
necessário à concessão do livramento condicional", afirmou o relator. 'Bons antecedentes'
Barroso observou ainda que Pizzolato é réu primário e tem bons antecedentes.
O relator do caso salientou que não há registro de cometimento de falta
disciplinar de natureza grave ou notícia de que o sentenciado tenha mau
comportamento carcerário.
O ministro lembrou que Pizzolato, em maio de 2017, já havia reunido os
requisitos necessários à progressão para o regime semiaberto, no
entanto, considerado o inadimplemento da pena de multa, a progressão
ficou condicionada ao início do pagamento das prestações.
Segundo o relator, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional informou
que o débito da multa foi inscrito em Dívida Ativa da União "havendo o
sentenciado comprovado a adoção das medidas necessárias à formalização
do acordo de parcelamento do débito". Condições
O ministro Luis Roberto Barroso deu o livramento condicional a
Pizzolato, "desde que observadas as condições a serem impostas pelo
Juízo da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, em especial
prestar a garantia exigida pela Fazenda Nacional, mantendo-se o regular
pagamento das parcelas ajustadas".
O anúncio do governo norte-americano não deixou claro o valor total do orçamento destinado para a organização em 2018
A embaixadora do EUA na ONU, Nikki Haley, declarou que não
permitirá que "se aproveitem da generosidade do povo americano"
( Foto: AFP )
Estadão Conteúdo
O governo dos EUA alega que negociou um significativo corte no orçamento da Organização das Nações Unidas (ONU).
A missão dos EUA na ONU afirmou que o orçamento da entidade para 2018 e 2019 sofrerá uma redução de mais de US$ 285 milhões. Segundo a missão, recursos para atividades administrativas e de apoio da ONU também serão cortados.
O anúncio não deixou claro o valor total do orçamento e também não
especificou o impacto que o corte teria na contribuição dos EUA.
A embaixadora do EUA na ONU, Nikki Haley, declarou que
a "ineficiência e gastos excessivos" da ONU são notórios e que não
permitirá que "se aproveitem da generosidade do povo americano".
Haley também afirmou que, embora tenha ficado satisfeita com os
resultados da negociação orçamentária, a missão continuará "avaliando
formas de ampliar a eficiência da ONU e, ao mesmo tempo, proteger nossos
interesses".
Decisão judicial estabelece multa diária de R$ 2.000 em caso de descumprimento da ordem
Agência Brasil
Desde o dia 22, um efetivo extra da Força Nacional de Segurança
Pública faz patrulhamento ostensivo nas ruas de Natal - Foto: Roberto
Castro
No Rio Grande do Norte, o movimento de paralisação dos trabalhadores da segurança pública pode estar chegando ao fim. A desembargadora Judite Nunes expediu, no plantão judiciário, decisão em que considera a ação ilegal.
O cumprimento da ordem, que acatou pedido da Procuradoria-Geral do Estado, deve ser imediato, sob pena de multa diária de R$ 2.000, limitada ao teto de R$ 30 mil por réu. As associações representativas ainda não receberam o comunicado oficial.
Desde o dia 19, policiais civis e militares e bombeiros não saem às
ruas do estado. Agentes, escrivães e delegados da Polícia Civil estão
trabalhando em escala de plantão. O aquartelamento foi uma forma
encontrada pelos trabalhadores da segurança pública para reivindicar o
pagamento de salários e melhores condições de trabalho. Na decisão, a
desembargadora alerta sobre o aumento de saques e roubos, registrado na
última semana, bem como sobre o risco de perdas de vidas em decorrência
da situação.
Por outro lado, estabeleceu como contrapartida a instauração de uma mesa de negociação entre representantes do estado e das categorias,
“de modo a permitir a vocalização dos interesses atingidos pela atual
inércia estatal, bem como a solução consensual do embate que deu causa a
esse feito”.
A decisão se reporta à Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais
Militares e Bombeiros Militares do Estado do Rio Grande do Norte
(ASSPMBM/RN), à Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Rio
Grande do Norte ( ASSOFME) e ao Sindicato dos Policiais Civis e
Servidores da Segurança Pública do RN (SINPOL/RN).
Força Nacional
A fim de garantir a segurança nas ruas e nos presídios, o governo
estadual pediu reforço de tropas ao governo federal. Desde o dia 22, um
efetivo extra da Força Nacional de Segurança Pública faz patrulhamento
ostensivo nas ruas de Natal.
A Força Nacional já atua no estado há mais de um ano. Inicialmente, ela
foi convocada para ajudar a controlar a crise do sistema penitenciário
no estado. Posteriormente, esses policiais deixaram de atuar nos
presídios para ajudar a Polícia Militar na segurança das ruas.
O Brasil entra em 2018 com uma grande indefinição política e outra
boa perspectiva econômica. Todos sabem: ano de eleição, de Copa do
Mundo, de beligerância entre nações no plano externo. Não faltarão
emoções. Um ano repleto de reviravoltas em várias direções e que traz,
como cereja do bolo, a retomada interna — a depender, claro, de inúmeros
fatores. Principalmente do andamento das reformas. Nesse tocante, o
papel dos senhores parlamentares é fundamental. Logo eles, que não foram
exemplos de responsabilidade e engajamento nas pautas mais decisivas
para o País. O Congresso continua a se mover por conveniências de cada
um dos seus membros. E, em inúmeras ocasiões, disposto a praticar
exclusivamente o deplorável jogo do toma lá dá cá. A contaminação dos
perrengues políticos na engrenagem de funcionamento de diversas áreas,
na atividade produtiva e na mente de cada um dos brasileiros tem gerado
incertezas. Levado a um quadro de quase paralisia. Como se todos
sofressem uma espécie de catatonia coletiva, esperando pelo desfecho
redentor, enquanto a balbúrdia dos escândalos públicos tomava conta.
Esse fenômeno foi claramente verificado no ano que passou. Existiam
razões de sobra para um resgate de ânimo da população. Os indicadores
começavam a sinalizar a estabilidade. Medidas de ajustes saíam do papel.
O compromisso fiscal era assumido, e cumprido, pelo Governo. Tudo
seguia bem até que uma verdadeira bomba atômica de denúncias — que
depois se mostraram vazias — quase coloca tudo a perder. As armações de
alguns empresários, com a colaboração decisiva de membros da Justiça,
reintroduziu o ambiente de tensão. Levaram-se meses de discussões e
investigações sobre propinas, gravações, delações, enquanto o País
aguardava ansioso. A safadeza explícita dos políticos galvanizou as
atenções. A crise de expectativas tem sido uma praga a emperrar o
desenvolvimento nacional. Enquanto ela perdura os brasileiros perdem um
tempo precioso. A boa nova é que isso ficou para trás. Um movimento
firme e consistente da maioria dos setores da sociedade resolveu dar as
costas a Brasília e seguir adiante, independentemente da fuzarca e
sem-vergonhice praticada na Capital Federal. A mudança de postura tem
dado certo. Cada um no seu quadrado tratou de voltar à rotina. Os planos
e investimentos saíram da gaveta. Os consumidores passaram a comprar.
Varejo e indústria se movimentaram. O desemprego caiu. A inflação e os
juros também. O ânimo é outro. A crença em dias melhores tomou conta.
Reflexo desse rearranjo na engrenagem, o PIB passou a crescer em ritmo
alvissareiro. Deve fechar 2017 perto de 1%, feito extraordinário para um
País que vinha de seguidas quedas no patamar de 3% negativos
anualmente. E para o ano que se avizinha as estimativas são ainda
maiores. Os analistas falam em até 4% de crescimento. É outro estado de
espírito, mas que está a depender, naturalmente, da confirmação de
algumas condicionantes. No plano político, o atual clima de
radicalização entre extremos não é nada bom. O Brasil está literalmente
conflagrado entre esquerda e direita por obra e atuação direta de dois
personagens: os presidenciáveis Lula e Bolsonaro. O primeiro,
encalacrado até o último fio de cabelo, com incontáveis processos na
Justiça que devem inviabilizar sua candidatura. O outro, movido por um
perigoso saudosismo das Forças Armadas, tenta a todo custo restabelecer o
regime autoritário no poder. Por enquanto, os demais adversários nesse
tabuleiro polarizado são figurinhas batizadas e sem talento para
encantar as massas. À espera do novo, a esmagadora maioria dos eleitores
torce pelo fim do ressentimento, da depressão e do medo que essas duas
alternativas, Lula e Bolsonaro, impõem nas urnas. Um carnaval de
notícias falsas, as chamadas fake news, deverá agravar ainda mais a
campanha. Por isso mesmo, a rápida definição de uma opção de centro
consistente e promissora pode vir a desanuviar o cenário político e, por
tabela, garantir a retomada econômica. De uma maneira ou de outra,
serão muitas emoções em 2018.
Foto: MARCOS CORREA
Um ministro manda prender, outro
soltar. Agora, tem até magistrado colocando em risco o equilíbrio
fiscal do governo. Por que ninguém se entende no Supremo
CADA CABEÇA UMA SENTENÇA Os ministros do STF têm tomado decisões controversas
Tábata Viapiana
Em menos de 24 horas, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou
uma série de decisões que abalaram a ordem jurídica do País.
Contrariando o relator da Lava Jato, ministro Edson Fachin, a 2ª Turma
rejeitou denúncias contra três deputados e um senador acusados por
crimes de corrupção. Na mesma tarde, o ministro Ricardo Lewandowski, de
volta ao STF após um período de licença médica, derrubou uma medida que
fazia parte do ajuste fiscal do governo. Ele revogou o congelamento do
reajuste dos servidores federais válido para 2018 e o aumento da
contribuição previdenciária para o funcionalismo de 11% para 14%. Vai
aumentar os gastos públicos no ano que vem em R$ 7 bilhões. Diante desse
cenário intempestivo, a pergunta que se faz no meio jurídico é: o que
se passa no STF?
Para o ex-ministro do STJ, Gilson Dipp, falta coerência ao Supremo.
Em um momento de Legislativo e Executivo enfraquecidos, Dipp acredita
que o STF “atingiu protagonismo, mas não consegue exercer o poder com a
segurança necessária”. “Cada ministro do Supremo é uma ilha, eles não se
comunicam”. Liberou geral
Gilmar Mendes é um dos ministros que tem sido bombardeado por
críticas. Em um mesmo dia, ele converteu em domiciliar a prisão de
Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador Sérgio Cabral, condenada a 18
anos de prisão, e ainda suspendeu o trâmite de um inquérito contra o
governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). Além disso, junto com o
ministro Dias Toffoli, rejeitou, por “ausência de justa causa”, as
denúncias contra os deputados José Guimarães (PT-CE), Arthur Lira
(PP-AL), Eduardo da Fonte (PP-PE) e o senador Benedito de Lira (PP-AL). O
ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, está isolado na 2ª Turma.
Tem sido voto vencido. Enquanto seus colegas soltam investigados, Fachin
manda prender. Sem contar a decisão de Gilmar de considerar
inconstitucionais as conduções coercitivas.
É certo que não são decisões tomadas em Plenário pelo corpo de onze
ministros. Na maioria dos casos, são iniciativas monocráticas. Esse tipo
de decisão se justifica para agilizar os processos e não sobrecarregar o
Plenário. Porém, diante das contradições, seria o caso de rediscutir
essa prática. “O abuso de decisões monocráticas é muito ruim, porque o
ministro impõe sua vontade”, afirmou Gilson Dipp. Muitas vezes, as
decisões monocráticas são levadas ao Plenário, onde podem ser revistas.
Mas já causam grande incerteza jurídica, como diz o juiz aposentado de
Brasília, Pedro Paulo Castelo Branco Coelho: “Uma Turma manda prender
determinado cidadão e outro ministro, de forma monocrática, manda
soltar. Um ministro diz uma coisa, outro diz algo diferente. Ninguém se
entende”.
Para Pedro Paulo, que mandou prender os assassinos de Chico Mendes,
há “um fatiamento de posições no Supremo, o que leva a uma instabilidade
jurídica muito forte”. Nesse cenário conturbado, desponta o ministro
Luis Roberto Barroso, com votos mais coerentes. Não à toa, tem batido
boca com frequência com Gilmar Mendes. Em uma das discussões mais
acaloradas, em outubro, Barroso atacou o colega: “Não transfira para mim
a parceria que vossa excelência tem com a leniência em relação à
criminalidade do colarinho branco”. Na última sessão deste ano, houve
nova discussão entre eles. O juiz Pedro Paulo Coelho dá sua receita para
resolver os impasses do Supremo:”A sociedade quer combater a corrupção e
o Supremo parece que vai na direção contrária”. O recado do magistrado
aposentado é claro: “Não podemos brincar com fogo”.
“Cada ministro do Supremo é uma ilha, eles não se comunicam”
Gilson Dipp, ex-ministro do STJ
Um total de 128 países rejeitou a medida de Trump; embaixadora americana esnobou o placar desfavorável
Dos 193 países-membros, apenas 9 votaram contra a resolução que
repreende a Casa Branca por ter reconhecido a 'Cidade Santa' como a
capital de Israel
( Foto: AFP )
Nova York/Jerusalém. A Assembleia Geral da ONU adotou,
ontem, por ampla maioria, uma resolução condenando o reconhecimento por
Washington de Jerusalém como a capital de Israel. Dos 193
países-membros, 128 votaram a favor desta resolução e 9 contra, enquanto
35 países decidiram se abster nesta votação que o presidente americano
prometeu acompanhar de perto, ameaçando com represálias financeiras
àqueles que apoiarem o texto.
Sete países - Guatemala, Honduras, Togo, Micronésia, Nauru, Palau e as
Ilhas Marshall- se juntaram a Israel e aos Estados Unidos e se opuseram à
medida.
Entre os 35 países que se abstiveram estão Argentina, Austrália,
Canadá, Croácia, República Checa, Hungria, Letônia, México, Filipinas,
Romênia e Ruanda. A Ucrânia, que apoiou o projeto de resolução no
Conselho de Segurança, estava entre os 21 países que não se apresentaram
para a votação. Comemoração
Os palestinos comemoraram o resultado da votação. "Esta decisão
reafirma que a justa causa dos palestinos tem o apoio internacional
(...) Vamos prosseguir com os nossos esforços na ONU e em outros fóruns
internacionais para acabar com a ocupação (israelense) e criar um Estado
palestino tendo Jerusalém Oriental como capital", afirmou o porta-voz
do presidente palestino Mahmud Abbas.
Já o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, declarou estar satisfeito com o número de países que não votaram.
"Em Israel, nós rejeitamos esta decisão da ONU e reagimos com
satisfação diante do número importante de países que não votaram a favor
desta decisão", afirmou o primeiro-ministro. Reação
A medida foi enviada à Assembleia Geral depois de ter sido vetada pelos
EUA no Conselho de Segurança na segunda-feira, embora todos os outros
14 membros do colegiado tenham votado a favor. "Os EUA se lembrarão
deste dia", disse o embaixador dos EUA, Nikki Haley, à assembleia. "A
América colocará nossa embaixada em Jerusalém", disse Haley. "Nenhum
voto nas Nações Unidas fará qualquer diferença nisso".
"Mas este voto fará a diferença em como os americanos olham para a ONU e
sobre a forma como olhamos os países que nos desrespeitam na ONU",
acrescentou a embaixadora.
"Quando fazemos contribuições generosas para as Nações Unidas, também
temos uma expectativa legítima de que nossa boa vontade seja reconhecida
e respeitada", reclamou.
Embora as resoluções da Assembleia Geral não sejam vinculantes, a votação tem um forte peso político.
Enquanto isso, a prisão provisória de duas palestinas, acusadas de
agredir soldados israelenses, cuja ação gravada em vídeo se tornou
viral, foi prolongada até segunda-feira. As palestinas foram, ontem, a
um tribunal militar israelense.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro
Gilmar Mendes, suspendeu nesta quarta-feira (20) a prisão preventiva do
ex-governador Anthony Garotinho (PR), apontado como líder de uma
organização criminosa
Garotinho foi preso em novembro sob acusação de crimes como
corrupção, participação em organização criminosa e falsidade na
prestação de contas eleitorais entre os anos 2009 e 2016. A prisão foi
pedida pelo Ministério Público Eleitoral do Rio de Janeiro (MPE-RJ),
decretada pelo juiz da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes,
Glaucenir Silva de Oliveira, e mantida pelo Tribunal Regional Eleitoral
do Estado (TRE-RJ).
A denúncia do MPE afirma que o grupo J&F fez doação ilegal de R$ 3
milhões por meio de contrato com uma empresa indicada por Garotinho
para financiar sua campanha ao governo do Estado em 2014, derrotada pela
de Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Os valores não teriam sido declarados em sua prestação de contas. O
ex-governador é acusado também de intimidar e extorquir empresários que
atuavam em Campos. Garotinho está na Cadeia Pública de Benfica. Sua
esposa e ex-governadora Rosinha Garotinho também tinha sido presa, mas
saiu no último dia 30. Ela foi beneficiada por uma decisão do TRE-RJ,
que acolheu seu habeas corpus e deixou a ex-governadora em liberdade
restrita. A decisão, no entanto, não tinha sido estendida a Garotinho.
Em sua decisão, Gilmar Mendes verificou que não há no caso requisitos
que justifiquem a prisão preventiva. O ministro alega que o TRE-RJ
simplesmente relata o modus operandi dos alegados crimes praticados,
“sem indicar, concretamente, nenhuma conduta atual do paciente que
revele, minimamente, a tentativa de afrontar a garantia da ordem pública
ou econômica, a conveniência da instrução criminal ou assegurar a
aplicação da lei penal”.
Gilmar tomou a decisão de suspender a prisão no primeiro dia do
recesso do Judiciário. O relator da ação é o ministro Jorge Mussi, mas
cabe ao presidente cuidar dos despachos da Corte Eleitoral durante o
recesso.
“Na verdade, o decreto de prisão preventiva, assim como o acórdão
regional, busca o que ocorrido no passado (eleições de 2014) para,
genericamente, concluir que o paciente em liberdade poderá praticar
novos crimes, o que, a meu ver, trata-se de ilação incompatível com a
regra constitucional da liberdade de ir e vir de cada cidadão, em
decorrência lógica da presunção de inocência”, continua Gilmar em sua
decisão.
O ministro também suspendeu a prisão para Thiago Soares de Godoy e Antonio Carlos Rodrigues. (Amanda Pupo e Rafael Moraes Moura)
O empreiteiro Marcelo Odebrecht, preso há 2 anos e meio em
Curitiba, chegou às 15h56 ao condomínio Jardim Pignatari, no Morumbi.
Ele chegou em um Kia Preto (EXI 7427). Esse mesmo carro já havia entrado
e saído do edifício entre 15h15 e 15h35. Nas duas vezes, ele foi
cercado por fotógrafos, mas era impossível identificar os ocupantes.
Mais cedo, por volta das 10h, um morador foi flagrado entrando no
Condomínio com um adesivo de apoio à Lava Jato colado no vidro de trás.
Sem se identificar, moradores se dizem preocupados com o transtorno de
um morador tão “polêmico” na vizinhança. Uma das preocupações é com a
desvalorização dos imóveis do próprio condomínio e com a presença
constante e ostensiva da imprensa.
Preso há 2 anos e meio em Curitiba, Marcelo deixou a carceragem da
Polícia Federal (PF) em um carro descaracterizado às 9h52 desta
terça-feira, 19.
O empresário foi levado em um carro da PF para a Justiça Federal onde
colocou uma tornozeleira eletrônica para iniciar o cumprimento de sua
prisão domiciliar.
Minutos depois, o empreiteiro chegou à sede da Justiça Federal para
uma audiência com a juíza Carolina Lebbos, da 12.ª Vara Federal. A
magistrada vai acompanhar a execução da pena de Marcelo.
Na chamada audiência admonitória (advertência), aquela realizada
quando ocorre suspensão condicional da pena, o juiz de execução relatou
ao condenado quais são as condições da nova etapa do cumprimento da pena
e as consequências caso ele não siga esses termos.
No caso de Odebrecht, além das explicações, o empreiteiro também recebeu a tornozeleira durante a audiência com a juíza.
Terminada a audiência, Marcelo partiu do aeroporto de Bacacheri, em
Curitiba, em torno de 13h, para desembarcar em São Paulo, de onde
seguirá para sua casa num condomínio no Morumbi, na zona sul de São
Paulo.
Pelo acordo, ele ficará 2 anos e meio em prisão domiciliar com
direito a duas saídas por ano com autorização da Justiça. Enquanto
estiver em casa, o empresário poderá receber 15 pessoas previamente
cadastradas e autorizadas no processo. Além deles, parentes em até 4.º
grau (primos e tios-avôs) poderão visitá-lo.
Depois de 913 dias de cárcere, a saída do empresário ocorre em um
momento em que a Odebrecht busca um substituto para o presidente do
conselho de administração, Emílio Odebrecht, pai de Marcelo. Quando a
Polícia Federal prendeu o empreiteiro em 19 de junho de 2015, a
empreiteira baiana acabara de ultrapassar o faturamento de R$ 100
bilhões pela primeira vez em sua história. O grupo tinha 170 mil
funcionários espalhados por quase 30 países.
A saída de Marcelo da prisão tem gerado ruídos na família e na
empresa. O empresário está proibido de ocupar cargos na companhia até
2025, quando terminará sua pena. Apesar da restrição, quem conhece o
executivo classifica seu comportamento como imprevisível. Há temor de
que ele constranja antigos aliados a informá-lo sobre o dia a dia do
grupo.
A imprevisibilidade fez com que o patriarca da família tomasse
medidas públicas às vésperas da saída do filho da prisão: anunciou sua
saída antecipada do comando do conselho de administração e a decisão de
que os Odebrecht não mais ocuparão a presidência do grupo. As medidas
reforçam a tentativa de acelerar o soerguimento do grupo e sinalizam um
esforço para blindar os negócios da influência do filho.
As últimas 24 horas de Marcelo na carceragem da PF em Curitiba
permaneceram a mesma dos 30 meses de prisão. O empresário acordou um
pouco antes do sol nascer, fez exercícios físicos e tomou café da manhã
preparado em uma cafeteira localizada no corredor próximo a cela em que o
empresário divide com o lobista Adir Assad, também acusado de fazer
parte do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
No final da tarde de segunda-feira, os advogados do empreiteiro
conversaram com ele para acertar os últimos detalhes da transferência.
Nos últimos dias, a saída de Marcelo chegou a ser dúvida quando o
Ministério Público Federal de Curitiba afirmou que precisava avaliar
“documentos faltantes” do empresário para saber se ele estava
“adimplente com seu acordo” e, assim, receber os benefícios.
O criminalista Nabor Bulhões entregou a documentação à Justiça na
segunda-feira, 18, e falou à reportagem sobre o pedido dos
investigadores: “A própria Justiça concordou com os termos quando ele
foi assinado. Como a previsão do acordo é que ele seja solto amanhã
(hoje), estamos aguardando que isso seja cumprido”, disse Bulhões ontem.
Marcelo ficará 10 anos preso. Além dos 2 anos e meio de regime
fechado já cumprido e os outros 2 anos e meio de regime domiciliar
fechado, o empresário terá que cumprir ainda 5 anos de pena – 2 anos e
meio em regime diferenciado, com obrigação de recolhimento noturno e nos
fim de semanas e feriados, e 2 anos e meio de aberto, com a obrigação
de comunicação à Justiça. Defesa
Em nota, a empresa Odebrecht manifestou solidariedade ao empreiteiro.
“A Odebrecht manifesta solidariedade com Marcelo, esposa e filhas por
seu retorno ao convívio familiar. Marcelo conta com o reconhecimento da
empresa por enfrentar as adversidades atuais com coragem e espírito de
colaboração”, diz o texto.
BUENOS AIRES, 19 DEZ (ANSA) – A série de protestos contra a
reforma da previdência em Buenos Aires, na Argentina, deixou ao menos
162 pessoas feridas entre manifestantes e policiais nesta segunda-feira
(18), informam as autoridades de Saúde.
Destes, 88 eram agentes que tentavam impedir os grupos de se
aproximarem dos prédios públicos, onde os deputados se reuniam para
debater o tema. Segundo dados da polícia, ao menos 60 pessoas foram
presas durante os protestos.
Apesar do ápice dos confrontos ter ocorrido durante a tarde e o
início da noite, as manifestações seguiram noite adentro também em
outras cidades argentinas.
O maior momento de tensão ocorreu quando um grupo tentou invadir o
Congresso e, como foram impedidos por um cordão policial, muitos
manifestantes começaram a jogar garrafas, pedras e pedaços de madeira
contra os agentes.
O projeto segue sendo debatido dentro da Câmara e estima-se que vá
para a votação ainda nesta terça-feira (19), de acordo com os principais
jornais argentinos. No entanto, o clima de tensão também é visto entre
os congressistas, que trocaram uma série de insultos durante as longas
horas de sessão.
O projeto de reforma da previdência prevê um corte de cerca de US$
5,7 milhões nos pagamentos mínimos, nas atribuições universais e nas
aposentadorias dos veteranos das Malvinas, em um impacto na vida de
cerca de 17 milhões de pessoas.
Segundo o governo, a mudança no cálculo vai beneficiar os aposentados
no médio e longo prazo, mas a oposição e os sindicatos afirmam que a
renda deles vai cair por conta do avanço da inflação.
Por causa do projeto, que é apoiado pelo presidente Mauricio Macri,
as centrais sindicais convocaram uma greve de 24 horas que atinge todo o
setor de transportes – nacional e internacional – além de serviços de
banco e comércio.
Na última quinta-feira (14), cenas de violência parecidas foram
vistas nas ruas argentinas e o governo decidiu passar a votação para
esta semana. (ANSA)
Em reação à definição da data do julgamento do petista, a sigla marcou uma série de atos pelo País
( Foto: AFP )
Brasília. O Partido dos Trabalhadores iniciará
terça-feira um calendário de manifestações contra uma eventual
condenação do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que
possa inviabilizar a candidatura dele ao Planalto em 2018.
Está prevista uma aula aberta de advogados na frente do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, além de grandes
atos em São Paulo e na capital gaúcha.
No sábado (16), o Diretório Nacional do partido aprovou resolução na
qual reafirma a defesa da pré-candidatura do ex-presidente, diz que a
eventualidade de o petista ser barrado pela Justiça pode levar à
"rebeldia popular" e alerta para o risco de "desobediência civil" diante
de suposta "arbitrariedade" do Judiciário. A decisão do TRF-4 de marcar
para 24 de janeiro o julgamento que pode tornar Lula inelegível dominou
os dois dias de reunião da cúpula petista realizada em São Paulo.
Como a maior facção criminosa do País
opera seu setor de inteligência, com membros treinados para planejar
secretamente assassinatos
de agentes penitenciários e espalhar o terror no sistema carcerário
Fabíola Perez
SOFISTICAÇÃO
Líderes da Cúpula do PCC, entre eles Marcola (ao centro), têm enviado
cartas codificadas ao núcleo de inteligência da facção, que executa
ações como a que matou o agente Alex Belarmino no veículo que dirigia a
caminho do presídio de Catanduvas
Fecha na Restrita. Essa é a ordem dada pela cúpula do Primeiro
Comando da Capital, o PCC, a um núcleo da facção que vem se estruturando
e ganhando cada vez mais força para orquestrar execuções em diferentes
estados do País, conforme afirmou à ISTOÉ um agente da Polícia Federal
sob a condição de anonimato. Em liberdade, esses membros recebem as
instruções por bilhetes codificados e lacrados que viajam quilômetros
até o destino final. Uma vez que a mensagem chega à Sintonia Restrita, a
célula de inteligência se encarrega de delegar a missão aos executores,
em geral aqueles que possuem dívidas com o grupo ou têm histórico de
indisciplina. “Se não cumprirem, sabem que também serão mortos”, diz o
policial. De acordo com as investigações do promotor de Justiça do Grupo
de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado de Presidente
Prudente, Lincoln Gakiya, o núcleo principal é formado por três ou
quatro pessoas de São Paulo, com movimentação por todo o País. “Eles
planejam ações como levantamento de dados, vigilância, aluguel de
imóveis e veículos para perseguir alvos e gerar terror”, afirma. Esses
membros não utilizam celulares, afastam-se de funções relacionadas ao
tráfico e ficam isentos de pagar a “mensalidade”, que é obrigatória para
todos os integrantes. “Eles são muito dinâmicos e criam várias camadas
de hierarquia para dificultar as investigações”, afirma Gakiya.
Embora atuem de maneira quase invisível, passaram a chamar a atenção
dos investigadores após uma onda de assassinatos de agentes
penitenciários federais. Em junho do ano passado, Roberto Soriano,
membro da cúpula do PCC conhecido como Tiriça, deu ordens para o
assassinato de diversos funcionários de dentro do presídio de segurança
máxima de Catanduvas (PR). “Não são ataques pessoais, são atentados
contra a instituição, que ocorreram em represália aos padrões de
disciplina do sistema penitenciário federal”, afirma Carlos Augusto
Machado, agente em Catanduvas desde 2010 e atual presidente do Sindicato
dos agentes penitenciários federais do Paraná. Seguindo a ordem de
Tiriça, membros do PCC alugaram uma casa vizinha à do agente Alex
Belarmino. Em 2 de dezembro, o carro oficial que o agente utilizava para
chegar ao trabalho foi cercado por um veículo com homens do PCC. Ele
foi morto com 23 disparos. Em abril deste ano, o agente penitenciário
Henry Charles Gama Filho foi assassinado em um bar na cidade de Mossoró,
no Rio Grande do Norte. Segundo a Polícia Federal, criminosos se
aproximaram em um carro e atiraram contra o servidor. Um mês depois, foi
a vez de Melissa de Almeida Araújo, psicóloga do presídio de
Catanduvas. Monitorada por 40 dias, era considerada um alvo fácil por
não andar armada. No dia 25 de maio, foi alvejada por dois homens ao
entrar no condomínio em que vivia com o marido e o filho de dez meses. A
série de assassinato espalhou o terror entre os agentes penitenciários.
Com os suspeitos da execução de Belarmino a Polícia Federal encontrou
uma lista com mais 20 nomes e endereços de funcionários de presídios
federais tidos como alvos da facção criminosa. “Depois disso, vários
protocolos foram melhorados para dar mais segurança ao deslocamento de
agentes”, diz Machado.
VERBA DE R$ 150 MIL
As missões especiais da Sintonia Restrita se tornaram tão
sofisticadas que contam com estruturas próprias. O PCC paga até o
treinamento para os membros encarregados das missões, como demonstram
planilhas obtidas pelos investigadores. Elas detalham todos os gastos
com os assassinatos. Uma denúncia encaminhada ao Ministério Público de
São Paulo, em dezembro de 2016, pelo Gaeco, revelou cartas “restritas”
apreendidas na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau com ordens para
integrantes em liberdade localizarem dados e endereços de agentes
públicos. Após investigações, uma ação policial apreendeu em Ribeirão
Preto documentos com determinações para “matar como se fosse
latrocínio”, de forma a não levantar suspeitas sobre a cúpula da
organização criminosa. “É para escolher quatro irmãos de sua confiança
capacitados para executar fatal, que sejam pegadores para eliminar esses
frangos”, diz um trecho da correspondência. A planilha apreendida
indica um volume de R$ 150 mil gastos em viagens, celulares, veículos,
passagens e até cursos para bancar estratégias do setor de inteligência.
Ações como essas podem ganhar um novo fôlego com a saída do líder
Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, do regime de isolamento para a
Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde se encontra presa a
cúpula do PCC. “Ele vai receber visitas privadas, isso aumenta a
facilidade com que as ordens entram e saem do presídio”, diz Gakiya.
Nesse sentido, o vice-presidente da Federação Nacional de Policiais
Federais, Flávio Werneck, afirma que o País acumulou uma série de erros
na aplicação da Lei de Execução Penal. “São concedidos benefícios a
pessoas que passam longe de ter alcançado um bom comportamento”, afirma.
Isso porque, mesmo em presídios de segurança máxima, há relatos de que
informações são transmitidas por meio das visitas íntimas e sociais.
“Apenas o tempo é controlado, não há qualquer monitoramento de áudio”,
diz Machado. O que reforça a munição do já robusto setor de inteligência
do crime.
“É um núcleo técnico que faz o levantamento de vulnerabilidade da vítima e dos
riscos da ação. Assim, além de executar, conseguem disseminar o medo”
Flávio Werneck, vice-presidente da Federação Nacional de Policiais Federais
Inquérito do Ministério Público, ao
qual ISTOÉ teve acesso, identifica irregularidades na estatização em
2013 de uma universidade privada, que pertenceu a Gilmar Mendes. Quem
selou a transação de R$ 7,7 milhões foi o ex-governador Silval Barbosa,
dileto amigo do ministro do STF
Octávio Costa e Tábata Viapiana
Por conta de sua atuação controversa, Gilmar Mendes tem desagradado à direita e à esquerda (Crédito:Foto: Carlos Humberto/STF)
O Ministério Público do Mato Grosso está prestes a oferecer denúncia
contra o ex-governador do Estado Silval Barbosa e outras quatro pessoas
por atos de improbidade administrativa. Seria apenas mais um processo
contra um ex-governador de Estado, preso por quase dois anos acusado de
chefiar uma organização criminosa, se não envolvesse uma das figuras
mais controvertidas da República, dono de um proeminente assento no
Judiciário brasileiro: o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.
A denúncia tem como base uma longa investigação, concluída pelo MP em
novembro, sobre a aquisição de uma universidade particular pelo governo
do Mato Grosso durante a gestão de Silval Barbosa. ISTOÉ teve acesso ao
inquérito. Nele, o MP diz que a transação foi marcada por “práticas de
ilícitos morais administrativos”. A instituição de ensino, localizada no
pequeno município de Diamantino, foi fundada em 1999 por Gilmar Mendes e
sua irmã, Maria da Conceição Mendes França. Os dois eram sócios no
negócio. No ano seguinte, para poder assumir a Advocacia-Geral da União,
Gilmar teve de repassar sua parte na sociedade à irmã. Em 2013, Maria
da Conceição vendeu a instituição para a Unemat, a Universidade do
Estado do Mato Grosso, por R$ 7,7 milhões. O governo adquiriu 100% da
unidade, incluindo toda a estrutura de salas de aula, laboratórios e
biblioteca dos quatro cursos de graduação (Direito, Administração,
Educação Física e Enfermagem). E instalou ali o campus Diamantino da
Unemat.
A investigação do MP
O diabo mora nos detalhes. A compra, segundo o MP, esteve eivada de
irregularidades. Além da suspeita de superfaturamento, o negócio foi
realizado com recursos extra-orçamentários do Estado e sem autorização
da Assembleia Legislativa. A Promotoria apontou ainda falta de
planejamento do governo na hora de efetivar a compra, ao lançar luz para
a ausência de estruturação do corpo docente e para as condições
precárias das instalações. Outra particularidade da venda da
universidade que chamou a atenção do Ministério Público foi a diferença
na metragem do terreno informada por Maria da Conceição em comparação
com o estudo realizado por técnicos do governo. Segundo o MP, “a
referida unidade de ensino foi previamente avaliada pela Coordenadoria
de Avaliação de Imóveis com área total 164.852,49m2 e área construída de
5727,93m2 (4.967,93m2 edifício e 760m2 galpão). Porém, ao ofertar a
referida unidade ao Estado, a sócia diretora da UNED, Maria da Conceição
Mendes França, especificou metragem distinta, a saber: área total de
16.4852 ha e área construída de 7.565,21m2”. Inicialmente, Maria da
Conceição chegou a oferecer o campus ao Estado por R$ 8,1 milhões, mas
uma avaliação da Secretária de Administração apontou que o campus valia
R$ 7,7 milhões, valor final do contrato. O decreto nº 1931 que selou o
negócio foi assinado por Silval Barbosa em 13/09/2013.
Procurado pela reportagem da ISTOÉ, o ministro Gilmar Mendes
confirmou que foi sócio da UNED até o ano 2000, quando assumiu a
Advocacia-Geral da União, mas disse que não teve qualquer participação
na venda da universidade. Em Brasília, no entanto, até as emas que
circulam pelos jardins dos palácios sabem que é praxe no serviço público
a transferência de propriedades para parentes somente para se enquadrar
às imposições legais. Uma mera formalidade. Na prática, em geral, os
antigos donos continuam a influir nos destinos das empresas. É o que os
indícios apontam aqui nessa transação para lá de suspeita. Embora Maria
da Conceição tenha sido formalmente a responsável legal pela celebração
do negócio, é difícil crer que uma senhora de 63 anos, residente no
interior do Mato Grosso, tivesse acesso direto ao governador de seu
Estado a ponto de convencê-lo a comprar uma universidade particular
deficitária, localizada em um município de apenas 21 mil habitantes.
Pior quando o governador em questão é Silval Barbosa. Em 2015, depois de
ser alvo de um mandado de busca e apreensão em sua casa, ele foi
flagrado num grampo da Polícia Federal em conversas no mínimo impróprias
com Gilmar Mendes. “Que absurdo isso. Um abraço aí de solidariedade”,
afirmou o ministro do STF no diálogo telefônico. Em 2013, o próprio
Gilmar resumiu assim sua relação com Silval: “Somos amigos de muitos
anos, sempre temos conversas muito proveitosas”. Além dos laços
estreitos com o ex-governador, a influência que o ministro Gilmar Mendes
exerce até hoje no Mato Grosso é pública e notória. Numa das discussões
mais acaloradas já vistas no Plenário do Supremo, em 2009, o
ex-ministro Joaquim Barbosa usou esse argumento para atacar seu colega
de Corte. “Vossa Excelência quando se dirige a mim não está falando com
os seus capangas do Mato Grosso”, disse Barbosa.
Outra importante questão que se impõe envolvendo a estatização da
UNED é por que o Estado compraria uma universidade particular quando o
mais comum é o caminho inverso, da privatização? No momento da aquisição
da UNED, a Universidade do Estado do Mato Grosso já possuía 11 campus e
estava em processo de compra de um 12º prédio. Depois desse negócio, a
Unemat não adquiriu mais nenhuma instituição particular. Ou seja,
tratou-se de uma compra sui generis – singularíssima, obviamente. No
inquérito, o próprio Ministério Público concluiu que não havia previsão,
por parte do governo, de expandir suas atividades para a região de
Diamantino, o que levanta mais suspeitas sobre a compra. “Em nenhum
momento se vislumbra um estudo a respeito do impacto na folha de
pagamentos da Unemat, notadamente, ante a necessidade de realizar
concurso público. Eis a razão pela qual o quadro de funcionários da
instituição é majoritariamente integrado por funcionários contratados
precariamente”, disse o promotor responsável pelo caso, Daniel Balan
Zappia.
Chamada a prestar depoimento ao MP em agosto de 2016, a irmã de
Gilmar Mendes negou as irregularidades. Alegou que sua universidade
enfrentava dificuldades financeiras, devido à inadimplência dos alunos.
Eram cerca de 900 alunos em 2013. Na investigação, porém, o MP revelou a
prática de ilícitos. A promotoria ainda não decidiu como irá enquadrar a
irmã do ministro do Supremo, mas a principal ponta do outro lado do
balcão, o ex-governador Silval Barbosa, será denunciado com base em três
artigos da Lei de Improbidade Administrativa.
O MP não descarta a ligação entre a estatização da universidade de
Diamantino e a contratação do Instituto Brasiliense de Direito Público
(IDP) – por coincidência, de propriedade de Gilmar Mendes – para
realização de um concurso público a fim de recrutar 430 servidores à
Assembleia Legislativa do Estado. O edital também foi alvo de
investigação pelo Ministério Público. O IDP é outra incursão do ministro
Gilmar Mendes no mundo acadêmico e que também já levantou uma série de
suspeitas.
“Somos amigos de muitos anos e sempre temos conversas muito proveitosas”
Gilmar Mendes, sobre sua relação com o ex-governador Silval Barbosa,
o responsável por adquirir a universidade da qual ele foi sócio
Fundado em 1998 em Brasília, o IDP oferece cursos, presenciais e à
distância, de graduação, extensão, especialização e mestrado nas áreas
de Direito e Administração Pública. Gilmar Mendes é um dos
sócio-fundadores do Instituto. Desde sua fundação, a instituição de
ensino está rodeada de polêmicas. Uma delas é justamente a atuação de
Mendes no IDP enquanto ministro do STF. Fala-se em conflito ético. Entre
2003 e 2008, o IDP fechou convênios de pelo menos R$ 1,6 milhão,
incluindo com órgãos do governo federal, sem licitação. Neste ano, a
Lava Jato descobriu que o Instituto recebeu R$ 2,1 milhões do grupo
J&F, holding que controla a JBS, como patrocínio para cinco eventos.
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O empresário Jacob Barata Filho foi solto três vezes por Gilmar Mendes, seu padrinho de casamento
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Foto: JOSE LUCENA/FUTURA PRESS
Holofotes
Agora enredado em mais uma suspeita, Gilmar Mendes durante muito
tempo despontava como um integrante da ala técnica do STF, junto com
outros ministros, como Celso de Mello e Ayres Britto. A formação de
Gilmar sempre foi muito respeitada. De repente, porém, não se sabe
exatamente porque, o ministro abandonou a liturgia da toga e passou a
buscar a luz dos holofotes a todo custo. Começou a opinar sobre todos os
assuntos de interesse do País. E habituou-se a manter discussões
ásperas com colegas de STF. Invariavelmente suas posições vão contra os
anseios da população em acabar com a impunidade contra políticos e
poderosos. Com seus votos inflamados, Gilmar Mendes tornou-se uma figura
controversa e impopular.
Entre as polêmicas recentes do ministro, estão votos pela soltura do
empresário Eike Batista, o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado
Eduardo Cunha. Gilmar também destila críticas às investigações da Lava
Jato, disse que as prisões em Curitiba “se alongaram demais”, e agora,
em mais um gesto contrário aos interesses da sociedade, quer revisar um
entendimento do próprio STF que permite a execução da pena após
confirmação da sentença em segunda instância. A medida beneficiaria
diretamente condenados poderosos.
Mas a decisão mais vulnerável de Gilmar envolve o empresário Jacob
Barata Filho, conhecido como o “rei do ônibus” no Rio de Janeiro. Ele
foi preso três vezes, e em todas elas, foi solto graças a habeas corpus
da lavra de Gilmar. Acontece que o ministro foi padrinho de casamento da
filha de Barata em 2013. Há relação de proximidade entre investigado e
juiz. Existe um problema de ordem ética. Não aos olhos de Gilmar. Ele
não vê conflito de interesse e nem se declarou impedido de julgar os
casos de Barata Filho. Diz que o fato de ser padrinho de casamento não
significa intimidade. Em outubro deste ano, durante bate-boca acalorado
com o ministro Luís Roberto Barroso, Gilmar foi encurralado: ouviu de
seu colega de Tribunal que é um juiz que “destila ódio e muda a
jurisprudência de acordo com o réu”. Barroso recomendou que Gilmar
ouvisse uma música de Chico Buarque, que diz: “a raiva é filha do medo e
mãe da covardia”. Faz sentido. Gilmar precisa ouvir mais os apelos das
ruas, pois hoje é uma das poucas unanimidades num País dividido: ele
consegue provocar reações de desagrado à direita e à esquerda.
Para o MP, instituto de Direito de Gilmar Mendes
pode estar envolvido com compra de universidade
O
princípio consistia em obrigar os fornecedores de serviços da Internet a
tratar os conteúdos de forma igualitária, sem discriminar o tipo de
dado
AFP
Princípio da neutralidade proíbe provedores de banda larga de oferecer acesso à internet rápida de forma diferenciada.
( FOTO: Reprodução )
A Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) revogou nesta quinta-feira, 14, o princípio de "neutralidade na rede"
alegando que é um freio aos investimentos, enquanto os críticos
denunciam uma decisão que permitirá a criação de uma "Internet de duas
velocidades". O que é a neutralidade?
O princípio consistia em obrigar os fornecedores de serviços da
Internet (ISP, em inglês) a tratar os conteúdos de forma igualitária,
sem discriminar o tipo de dado. Os defensores da neutralidade sustentam
que a decisão afetará os mais pobres, ou os pequenos empresários, com
assinaturas mais caras por uma maior velocidade, ou o bloqueio de alguns
serviços da concorrência, como streaming, telefonia por Internet e
motores de busca.
Mas para a FCC, as regras atuais colocam no mesmo pacote os operadores
de telecomunicações e os serviços públicos, e impedem o investimento em
novos serviços que precisam de banda larga, como a videoconferência, a
telemedicina e os veículos conectados. Neutralidade desde quando?
De acordo com o professor de Direito Tim Wu, a quem se deve o termo
"neutralidade na rede", o princípio remonta à década de 1970. Os
reguladores queriam impedir que a AT&T, que então possuía o
monopólio das telecomunicações, dificultasse o surgimento de novas
companhias telefônicas.
No início da década de 2000, as tentativas de regular o novo mundo da
Internet fracassaram, e várias decisões judiciais se negaram a equiparar
os ISP com as "empresas de telecomunicações".
Não foi até 2015, sob o governo de Barack Obama, que a autoridade de
comunicações pôde equiparar esses provedores de acesso à Internet de
banda larga com companhias de telecomunicações, mas usando uma lei que
datava de 1934.
Ajit Pai, nomeado líder da FCC pelo presidente Donald Trump, afirma que
as regulações atuais - muito estritas - desestimulam o investimento em
banda larga. E advoga por uma volta a um enfoque regulador "suave" como o
da década de 2000, que permitiu que a Internet se expandisse.
Essa decisão "não matará a democracia", assegura Pai.
Mas para os defensores dos direitos digitais, é o fim da Internet em sua forma atual. Acabou a neutralidade?
Os grandes operadores - incluindo AT&T, Comcast e Verizon
- asseguram que o funcionamento da Internet não mudará e terão as mãos
livres para investir em novas tecnologias. "Haveria muita resistência"
em caso de bloqueio de conteúdos, considera Doug Brake, da Information
Technology and Innovation Foundation, um grupo de especialistas com sede
em Washington.
O especialista menciona a "pressão social", já que 83% dos americanos
se opõem a uma mudança de status, segundo uma pesquisa recente. Também
fala da possibilidade de uma investigação por parte das autoridades
contra o monopólio que poderia levar ao retorno de uma neutralidade
estrita depois de uma nova mudança de governo.
Mas os defensores da neutralidade temem que uma diferenciação imposta
pelos operadores implique um aumento nos custos para os grandes usuários
de dados, como Netflix e outros serviços de vídeo em streaming. Esse
aumento provavelmente será compensado por uma alta do preço das
assinaturas aos clientes.
Para as empresas emergentes de tecnologia, que não têm os recursos de
Google e Facebook, a nova diretriz é "uma barreira para a inovação e
concorrência", diz Ferras Vinh, do Center for Democracy &
Technology, que defende a neutralidade. "É uma luta para a próxima
geração de jovens empreendedores ter espaço para inovar e difundir novas
ideias".
A FCC promete "transparência" e assegura que as queixas serão geridas
por outra agência, a Comissão Federal de Concorrência (FTC),
especializada em proteção ao consumidor e regras contra o monopólio.
No entanto, seus críticos asseguram que essa comissão não tem
autoridade legal para gerir certos casos. A nova diretriz também poderia
ser demandada ante o tribunal. A neutralidade é mundial?
Muitos países baseiam suas legislações sobre a Internet no modelo
americano. A União Europeia aprovou diretrizes, mas cada Estado-membro
tem sua própria regulação. A situação americana é única porque são os
operadores privados que criam e investem em suas próprias redes,
enquanto em outros lugares as infraestruturas pertencentes a um atual ou
antigo monopólico são divididas. "Isso impulsionará os operadores a
explorar novas vias para serem competitivos em um setor onde os custos
fixos são altos", sustenta Doug Brake.
(Arquivo) O presidente do Parlamento venezuelano Julio Borges - afp/AFP
AFP
Líderes opositores venezuelanos pediram nesta quarta-feira
(13) à União Europeia (UE) que mantenha uma atitude firme ante a
ditadura de Nicolás Maduro ao receber o Prêmio Sakharov de Liberdade de
Opinião concedido pela Eurocâmara a todos os venezuelanos.
O presidente do Parlamento da Venezuela, Julio Borges, e o exilado
ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma receberam o prêmio em
Estrasburgo, nordeste da França, com um chamado à comunidade
internacional para alcançar uma “transição” em seu país.
“Pedimos à Europa que se mantenha firme em seu compromisso para
conseguir a liberdade de mais de 300 presos e de 30 milhões de
venezuelanos que hoje não a respiram”, disse Ledezma, lendo uma mensagem
do líder opositor Leopoldo López, em prisão domiciliar em seu país.
Com discursos enérgicos apelando para a emoção, os dois líderes
descreveram a “crise humanitária” que vive seu país, onde, nas palavras
de Borges, “o regime sequestrou a democracia”, “instaurou a fome” e
“destruiu o sistema de saúde”.
“Essa situação não pode continuar assim. Por esse motivo foi decidido
entregar o Prêmio Sakharov à oposição democrática”, assegurou o
presidente da Eurocâmara, Antonio Tajani, que pediu que “o país volte à
democracia, à dignidade e à liberdade”.
– Missão eleitoral –
Desde 1988, a Eurocâmara concede este prêmio todos os anos, que leva o
nome do cientista soviético dissidente Andrei Sakharov, além de 50.000
euros (58.800 dólares), a pessoas que deram “uma contribuição
excepcional à luta pelos direitos humanos no mundo”.
A oposição sucede os yazidis Nadia Murad e Lamiya Aji Bashar,
sobreviventes das atrocidades do grupo extremista Estado Islâmico (EI), e
são os quintos latino-americanos a conquistá-lo após os dissidentes
cubanos, em três ocasiões, e as Mães da Praça de Maio.
A Eurocâmara decidiu concedê-lo em outubro em um contexto de divisão
no seio da oposição venezuelana, que agora quer fechar as feridas
abertas nos últimos meses e escolher um “candidato único” para a próxima
eleição presidencial, explicou Borges.
Visando essa disputa, que Maduro pode adiantar para o primeiro
trimestre fortalecido por sua vitória nas eleições municipais, nas quais
as principais forças opositoras não concorreram, Borges e Ledezma
pediram ajuda internacional.
“Pedimos à Europa e ao mundo que atentem para essas eleições”,
declarou Borges, que solicitou “formalmente” uma missão eleitoral do
Parlamento Europeu para garantir que as eleições sejam “livres” e
conduzam a uma “transição democrática”.
Embora desde 2007 a Eurocâmara tenha adotado uma dezena de
resoluções, especialmente pedindo a libertação de “presos políticos”, a
eleição da governista Assembleia Constituinte, que União Europeia e
Estados Unidos não reconhecem, intensificou a sua postura.
– Edição polêmica –
Além de um embargo de armas e de material suscetível a ser utilizado
para uma repressão interna, os países da UE adotaram em novembro um
marco jurídico de sanções contra responsáveis por uma violação dos
direitos humanos na Venezuela, embora sem dar nomes.
Ambos os opositores consideraram em coletiva de imprensa que deveriam
aplicar essas sanções contra responsáveis de alto escalão do governo
venezuelano, em linha com as aplicadas por Estados Unidos e Canadá.
A decisão de conceder o prêmio ao Parlamento venezuelano e aos
“presos políticos” neste país latino-americano, impulsionada pelos
eurodeputados do PPE (direita) e liberais, geraram críticas de
“instrumentalização” por parte da esquerda radical, que deixou suas
cadeiras vazias durante a cerimônia.
“A UE está se colocando do lado da violência na Venezuela ao invés de
mediar para facilitar o diálogo e buscar uma solução pacífica e
democrática no país”, indicaram em comunicado eurodeputados espanhóis do
grupo Esquerda Unitária Europeia (GUE).
Além de amigos e familiares dos presos nomeados pela Eurocâmara, a
guatemalteca Aura Lolita Chávez Ixcaquic, símbolo da luta dos povos
indígenas, e a filha do jornalista Dawit Isaak, preso na Eritreia,
estavam na cerimônia como finalistas.
Tajani também falou para as duas, urgindo ao governo da Guatemala a
“assegurar a proteção” de Chávez Ixcaquic e do “povo maia em seu
conjunto” e pedindo às autoridades eritreias para libertar o jornalista
que foi visto pela última vez em 2005.
Na próxima terça-feira, dia 19, o empresário Marcelo Odebrecht
vai ficar frente a frente com o juiz de execução penal da 12ª Vara
Federal de Curitiba, Danilo Pereira Junior, e indicará ao magistrado o
endereço onde vai cumprir sua prisão domiciliar. A formalidade é o
último passo para que o empreiteiro, herdeiro de uma das maiores
construtoras do País, volte para casa exatos 914 dias depois de ser
preso na 14ª fase da Operação Lava Jato.
Marcelo vai trocar a cela mal iluminada de 12
metros quadrados, nos fundos da Superintendência da Polícia Federal na
capital paranaense – que dividia com outros acusados e delatores -, por
sua residência em um condomínio de segurança máxima no Morumbi, área
nobre de São Paulo. O local foi onde a Polícia Federal o prendeu no dia
19 de junho de 2015.
Sua defesa começou a fazer os preparativos finais para que ele deixe a
prisão a tempo de passar o Natal em casa. A multa imposta no acordo de
delação premiada – R$ 73,3 milhões – já foi quitada. Como ele vai voltar
para casa ainda está indefinido.
Os advogados têm em mente três opções para levar o empresário para a
capital paulista. A primeira é fazer como o que foi feito com outros
delatores e colocar Marcelo em um voo comercial escoltado por policiais.
A hipótese preocupa os defensores que temem algum tipo de hostilidade.
Outra opção seria colocar o empresário em um carro e fazer o trajeto
de 416,6 quilômetros até a residência. A última, que é a mais atrai a
todos, é um avião fretado. No trajeto, agentes acompanhariam o
empreiteiro. Cabe aos defensores indicarem o modo, mas o juiz costuma
ouvir a PF para dar o “OK” final.
Em São Paulo, sai de cena o beliche estreito de concreto e a rotina
de exercícios em um corredor improvisado e entra a vida em uma casa
ampla com piscina, campo de futebol e uma academia recém-reformada para
atender as novas necessidades do empreiteiro. Marcelo Odebrecht foi
condenado a 19 anos e 4 meses de prisão, mas por causa de sua
colaboração à Justiça cumpre 10 anos por lavagem de dinheiro e
associação criminosa no âmbito da Operação Lava Jato. Pelo acordo, os
primeiros 2 anos e meio, permaneceria preso em Curitiba. O restante, em
casa, com tornozeleira.
A mudança de regime faz parte do acordo de colaboração premiada
homologada pela presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, em
30 de janeiro, dias após a morte do ministro Teori Zavascki, então
relator da Lava Jato. Marcelo vai progredir ao regime domiciliar
fechado. O empresário só volta a pisar na rua sem qualquer tipo de
restrição em 2025 quando terminam os prazos acordados com a força-tarefa
da Lava Jato. Pessoas próximas ao empresário afirmam que a mulher,
Isabela, e as três filhas adolescentes não escondem que encaram a
progressão do regime fechado para o domiciliar como “liberdade” nas
visitas à carceragem da PF. Em casa, ele poderá receber parentes de até
4º grau, como primos e tios-avós, além 15 pessoas indicadas por ele à
Justiça.
A nova “cela” de Marcelo Odebrecht tem mais de 3 mil metros
quadrados, ampla área de lazer, quartos com closet e banheiros
exclusivos – bem diferente do buraco usado como vaso sanitário na cela
na PF. Corretores consultados pelo Estado avaliam que a casa custe entre
R$ 20 milhões e R$ 30 milhões. O condomínio é vendido no mercado como
“o mais seguro de São Paulo”. O custo de manutenção é de cerca de R$ 20
mil mensais para cada morador. Parte desse custo vai para a manutenção
de um jardim privativo projetado pelo paisagista Burle Marx. Além da
casa de Marcelo, outras 39 residências compõe o empreendimento. Nenhuma
do tamanho da do empresário.
Para entrar ou sair do condomínio, o visitante precisa ser autorizado
por um morador, fornecer documento de identificação e digitais. O
imóvel é vigiado por câmeras por toda a sua extensão. Só na entrada, a
reportagem contou 5 funcionários (entre seguranças e porteiros). Entrar
pela primeira vez no condomínio pode demorar mais de 5 minutos. A
reportagem tentou contato com a associação de moradores, mas as ligações
foram atendidas por funcionários do condomínio – que além de serem
proibidos de falar com a imprensa não garantiram nem sequer transmitir
recados ou pedidos de entrevista.
Até a confirmação de que Marcelo Odebrecht de fato voltaria ao
condomínio, a grande preocupação dos vizinhos era com os saguis que
costumam frequentar um parque colado ao empreendimento. O temor era de
que os casos de animais infectados com febre amarela registrados na zona
norte da capital chegassem às suas portas. Agora, a volta de Marcelo
virou uma preocupação.
A calma do lugar, que só costumava ser alterada em dias de jogo no
Estádio do Morumbi, começa a ser quebrada com a volta do empresário.
“Ouvi alguns moradores brincando e dizendo que ‘nosso vizinho famoso
está voltando’”, disse um porteiro da região. Os moradores temem que com
o retorno de Odebrecht a rua fique “apinhada de imprensa e curiosos”. Cárcere
Durante os 30 meses de reclusão, Marcelo mudou. Do empresário reativo
que se recusava a responder a perguntas de policiais e do próprio juiz
Sérgio Moro, o empreiteiro se tornou mais simpático, dividindo o dia a
dia com os outros detentos, ajudando a colegas de cela e até
desconhecidos que passavam apenas uma noite na prisão. De acordo com
pessoas que viram de perto a mudança, o empreiteiro chegou a doar roupas
a um preso por contrabando de cigarro falsificado que chegou à
carceragem sem casaco durante o período de inverno.
Dominado pela ideia de “liberdade”, abandonou nos último dias o
hábito de escrever e a dieta rigorosa que seguia com frutas e barras de
cereais, mas ainda manteve a rotina de exercícios físicos diários.
Marcelo e o companheiro de cela, o lobista Adir Assad, acordam antes do
sol nascer, fazem flexões, abdominais e step (exercício em que se sob e
desce um degrau repetidas vezes). Na Custódia da Polícia Federal em
Curitiba, onde Odebrecht passou a maior parte do tempo de presidiário –
ele chegou a ficar um breve período no Complexo Médico-Penal – a limpeza
é feita pelo presos.
A PF fornece três refeições: um café com leite e pão com manteiga
pela manhã e almoço e jantar, onde o cardápio é uma variação de arroz,
macarrão, feijão e carne. Foram raras as vezes que Marcelo aceitou a
comida fornecida. Ele possui uma rede, que apelidou de “logística”,
montada pela empreiteira para levar alimentos frescos e refeições que
aquecia em um micro-ondas ou em um fogão elétrico instalados na
carceragem.
Em nota, a Odebrecht afirmou que “Marcelo Odebrecht está inteiramente
empenhado em continuar contribuindo de forma efetiva com as autoridades
nos termos do seu acordo de colaboração”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Pessoas deixam estação de ônibus de Port Authority após explosão (Crédito: AFP)
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, confirmou que a
explosão ocorrida hoje (11) na estação rodoviária de Port Authority foi
uma “tentativa de atentado terrorista”, cometida por um homem de 27 anos
que carregava bombas em seu corpo. O principal suspeito, identificado
como Akayed Ullah, está sob custódia e foi enviado a um hospital devido
aos ferimentos. Três pessoas que estavam próximas ao suspeito também
ficaram feridas, mas “nenhuma corre risco de morte”, de acordo com os
bombeiros de Nova York.
Testemunhas relataram cenas de pânico no local e a polícia de Nova
York confirmou que foi acionada para atender um chamado entre a 24ª e a
8ª Avenida em Manhattan. As linhas A, C e E do metrô foram evacuadas e
tiveram os serviços interrompidos. A origem da explosão ainda é
desconhecida, mas há fortes indícios de que tenha sido causada por uma
bomba de fabricação artesanal. A imprensa dos Estados Unidos relatou que
a bomba teria sido detonada “antes da hora” programada.
Jornais da cidade também publicaram que o suspeito teria um colete de
explosivos. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi
informado da explosão, de acordo com a porta-voz da Casa Branca, Sarah
Sanders.
O terminal rodoviário de Port Authority fica bem no centro de
Manhattan, perto da loja do famoso confeiteiro Buddy Valastro, a Carlos
Bakery, da sede do jornal “The News York Times” e da Times Square, um
dos maiores pontos turísticos da cidade. O Port Authority Bus Terminal é
o maior terminal rodoviário do mundo. Ele entrou em funcionamento em 15
de dezembro de 1950.
Dirigentes da instituição participaram
de uma farsa que levou ao pedido de impeachment de Temer. O relator
garantia que as gravações de Joesley eram inválidas, mas mudou de idéia
inexplicavelmente. O que pode ter motivado a respeitada entidade a
embarcar nesse jogo rasteiro
FOI GOLPE? O
presidente da OAB, Claudio Lamachia, pediu o impeachment de Temer,
mesmo sabendo que motivação era indevida (Crédito: Lucio Bernardo Jr)
Ary Filgueira
Nascida em 1930, pautada pela defesa da cidadania, da
democracia e dos direitos humanos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
teve atuação marcante em momentos cruciais da história política do País
– como no combate à ditadura, na luta em favor da redemocratização, em
prol do impeachment do ex-presidente Fernando Collor e da recente
deposição da ex-presidente Dilma Rousseff. Em todos esses episódios, a
entidade jamais se deixou levar por cantos de sereia, como também jamais
admitiu agir no afogadilho, impulsionada por pressões
político-ideológicas sem lastro. Fez o que tinha que ter feito.
Posicionou-se na hora adequada, nunca de maneira intempestiva, assentada
nos princípios e valores que sempre nortearam a instituição.
Estranhamente, não foi o que ocorreu no caso Michel Temer.
Nos últimos dias, veio à baila um áudio que põe em xeque a boa fé do
relatório do conselheiro Flávio Pansieri, que serviu de base para os
votos das seccionais da OAB a favor do afastamento de Temer. Antes de
apresentar seu parecer sobre o pedido de impeachment de Temer em maio,
Flávio Pansieri afirmou, por meio de um áudio enviado a colegas
conselheiros, que recomendava cautela aos representantes das seccionais
da Ordem. Para ele, a gravação apresentada por Joesley carecia de
elementos que sustentassem o pedido de afastamento de Temer. Além disso,
o advogado narrou falhas no polêmico diálogo gravado entre o presidente
e o empresário no Palácio do Jaburu que, na época do vazamento,
provocou comoção. Porém, de forma surpreendente e inexplicável, o
relator Panseiri mudou subitamente de opinião e acabou recomendando o
afastamento de Temer na sessão especial do Conselho Pleno da OAB, no dia
21 de maio. Ou seja, a sempre prudente OAB embarcou numa canoa furada.
Resta saber o que poderia ter motivado a entidade a participar de um
intrincado jogo de interesses pela queda do presidente da República. Há
indícios de que o conselheiro Flavio Pansieri capitulou, depois de ter
sido pressionado por integrantes da oposição. Senão vejamos.
ANTES Divulgação“Se aprovarmos o impeachment de Temer,
daremos um tiro no pé. Como demoramos um ano e meio para julgar a Dilma
e, agora, vamos julgar Temer em quatro dias?” DEPOIS
“Entendo que o presidente ofende a
probidade administrativa por não ter agido como autoridade pública, além
da ausência de decoro” Flávio Pansieri, relator da OAB Mudança súbita
No arrazoado que fez na véspera da decisão sobre o impeachment,
Pansieri garantia que não estava convicto sobre a validade das gravações
de Joesley. Pelo seu tom de voz e por suas palavras, Pansieri
aparentava estar tenso: “Estou gravando esse áudio para dividir com
vocês um pouco das minhas angustias sobre o que a gente pode ou não
deliberar amanhã”. O relator fez reparos a trechos da gravação de
Joesley: “Eu ouvi o áudio todo, várias vezes. Em momento algum aquela
frase construída e informada na televisão de que o presidente havia
concordado em continuar pagando o Eduardo Cunha é verdadeira. Aquilo não
existe. Quando ele (Temer) fala ‘tem continuar assim” (…) aquilo é uma
montagem.
Em outro trecho do áudio, Pansieri já desconfiava que a ação
executada pelo empresário teria sido controlada pelo MPF. “Dizer que o
MPF não estava controlando essa ação é acreditar em conto da carochinha.
O MPF fez em 30 dias essa delação premiada, porque parece que a
interceptação é de 26 de março. É lógico que ele (Joesley) já estava
fazendo a delação e o MPF já sabia e precisava de alguma coisa para
recheá-la”, afirmou. O advogado concluiu com uma advertência grave: “Se
isso é ação controlada, precisava de autorização do Supremo. Se não tem
autorização do Supremo, isso é prova ilegal”, afirmou. O relator termina
sua mensagem alertando que seria muita leviandade da OAB tomar qualquer
decisão naquele momento. “Nós temos que criar uma comissão e estudar
esse caso. A percepção que eu tenho agora é que nós estaríamos dando um tiro no pé.
Como demoramos um ano e meio para julgar a Dilma e, agora, vamos julgar
ele (Temer) em quatro dias, sem nem mesmo ter acesso a todas as
informações?”, provocou. A OAB, que sempre pautou suas decisões em provas incontestes, foi mais uma a cair no conto do vigário dos irmãos Batista Foi conspiração?
Desconsiderando tudo o que havia falado nas gravações encaminhadas
aos colegas, no dia da reunião do Conselho Federal que debateu o pedido
de impeachment, Pansieri fez encaminhamento a favor do afastamento de
Temer. Na madrugada do domingo 21 de maio, o Conselho da OAB aprovou –
com a anuência do próprio relator –, o ingresso da ação contra Temer na
Câmara dos Deputados. Foram 25 votos a favor contra apenas um, do Amapá.
O representante do Acre não compareceu. Os conselheiros decidiram que
Temer cometeu crime de responsabilidade.
O vazamento do áudio tem potencial para estremecer a relação
republicana nutrida pela OAB com a Presidência da República. É
lamentável que a entidade maior dos advogados do País, que sempre pautou
suas decisões em provas incontestes, tenha sido mais uma a cair no
conto do vigário armado pelos irmãos Batista. A trama foi desfeita e a
dupla está presa. Pansieri não explica porque voltou atrás. Mas a OAB
não pode ficar em silêncio. Deve explicações à opinião pública. Ou foi
enganada ou participou de uma conspiração para derrubada de um
presidente. O áudio comprometedor Flávio Pansieri, conselheiro da OAB, inocentava Temer horas antes da leitura do relatório final. Depois, o condenou Flávio Pansieri:Meu
amigo, tô gravando esse áudio pra dividir com você um pouco das minhas
angustias sobre o que a gente pode ou não deliberar amanhã. Primeiro: eu ouvi o áudio todo, várias vezes. Em momento algum
aquela frase construída e informada na televisão de que o presidente
havia concordado em continuar pagando o Eduardo Cunha é verdadeira. “Aquilo não existe” Quando ele fala “tem continuar assim”. Aquilo é uma montagem.
Ele está se referindo a uma frase que ele [Joesley] diz assim: “Olha eu
tô me relacionando muito bem lá com o Cunha. Tô muito bem com ele
agora”. E daí ele [Temer] responde “Que bom. Tem que continuar assim”. A frase sobre ele ta pagando e ajudando a manutenção da família
do Cunha é uma frase que vem alguns minutos depois e o presidente não
emite opinião sobre esse tema. Quanto a outra hipótese de ele supostamente de ele [Temer] ter
recebido informações de que o cara [Joesley] tava cometendo uma
ilegalidade lá… que ele tinha apoiando ele 2 juízes e um procurador. Isso não é crime por parte do presidente. Mesmo que se alegue a aplicação lá da Lei 8.112,
que fala sobre a obrigação de informa autoridades sobre crimes que
tenha conhecimento em razão da sua função. Isso não é em razão da função
dele. Isso é uma interlocução com um colega dele. Ele não recebeu
aquilo oficialmente, nada. Então portanto ele não tem essa obrigação de
fazê-lo, inclusive não é crime. Resumo: é muito leviano nós tomarmos uma decisão agora. Nós
temos que criar uma comissão e estudar esse caso. Eu… a percepção que eu
tenho agora é que nós estaríamos dando um grande tiro no pé. Como que
um ano e meio demoramos para julgar a Dilma e vamos julgar ele [Temer]
em quatro dias, sem nem mesmo ter acesso a todas informações? Outro detalhe muito importante: meu amigo, cê dizer que o MPF
[Ministério Público Federal] não tava controlando essa ação face ao
presidente da República é acreditar em conto da carochinha. Por quê?
Veja: o MPF fez em 30 dias essa delação premiada – porque parece que a
interceptação é de 26 de março. É lógico que ele (Joesley) já tavam
fazendo a delação premiada e o MPF já sabia e precisava de alguma coisa
para rechear a delação. Se isso é ação controlada, precisava de
autorização do Supremo. Se não tem autorização do Supremo isso é prova
ilegal, ilícita, e tá acabado. Essa prova ilícita não podemos usar,
como fizemos no caso da Dilma, que não utilizamos a prova ilícita que
era aquela interceptação telefônica dela com o ex-presidente Lula. Acho
que nós precisamos ser razoáveis. É prematura e temerária uma decisão
amanhã.
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/