O líder dos sem-teto é mais um representante da esquerda a se desvincular de Lula, maculado pela corrupção, e almejar a Presidência. Dificilmente, porém, terá musculatura eleitoral para chegar lá

FICA, VAI TER BOULOS
Lula até tentou convencer Boulos a não ser candidato a presidente da República. Ele não obedeceu (Crédito: Alice Vergueiro)

O crescimento do nome de Boulos na esquerda já está assustando até o PT lulista. Para convencê-lo a desistir do projeto, Lula se reuniu com Boulos no acampamento de quase 20 mil sem-teto num terreno em São Bernardo do Campo. Acompanhado pela presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hofmann, o ex-presidente ponderou com Boulos que a sua candidatura atrapalharia a esquerda, já que tiraria votos do PT. Conversa vai, conversa vem, Lula saiu convencido de que Boulos foi picado pela “mosca azul” e que está disposto a participar da sucessão presidencial, independentemente das pressões do PT. O ex-presidente não gostou nada do que ouviu. Afinal, as fileiras petistas já estão sofrendo outras baixas na esquerda. Recentemente, a deputada Manuela D´Ávila também anunciou que sairá candidata a presidente pelo PCdoB, eterno aliado petista. Essas divergências enfraqueceriam ainda mais a candidatura de Lula, já bombardeada pelas decisões judiciais que o condenaram à prisão e o tornaram réu em inúmeras ações por corrupção.
Divergências
Fiel seguidor da tática de agitação, Boulos não perde oportunidade de aparecer. No final de outubro, quando a Justiça impediu a realização de um show de Caetano Veloso no acampamento ‘Povo Sem Medo’, em São Bernardo do Campo, Boulos reagiu: “É um absurdo, é censura, é ilegal”. Em resposta à proibição, o MTST reuniu cerca de 20 mil pessoas, numa caminhada de São Bernardo do Campo à sede do governo de São Paulo. Em janeiro, foi preso sob a suspeita de desobediência e incitação à violência. A confusão aconteceu durante a reintegração de posse de um terreno no interior paulista. Como se nota, o projeto político de Boulos é marcado pelo radicalismo.
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