O Supremo Tribunal Federal (STF) vive
indiscutivelmente a pior fase de sua história e tem, possivelmente, a sua mais
medíocre formação.
Em contrapartida é uma Corte onde
afloram vaidades, incoerências e leniência com falcatruas e condutas ilícitas.
O STF tem demonstrado cotidianamente
uma profunda, lamentável e absoluta despreocupação com a sociedade e com as
pessoas de bem, agindo de acordo com a conveniência de seus ministros.
Em casos como o do goleiro Bruno ou do
líder de facção criminosa Gegê do Mangue, tem aplicado a letra fria da lei,
através da utilização de filigranas jurídicas, para colocá-los em liberdade, em
detrimento da sociedade.
Em outros casos, como o da cassação dos
direitos políticos da ex-presidente Dilma Rousseff, faz acordo de bastidores e pisoteia
a Constituição, em detrimento da nação.
E numa situação como a do senador Renan
Calheiros, com uma ficha corrida extensa envolvendo corrupção e inúmeras
ilicitudes, faz vistas grossas e nada tem seguimento, alimentando e favorecendo
a impunidade, graças ao maldito ‘foro privilegiado’.
E, confrontando-se com a Lava Jato, esta célere, ágil e eficiente,
julga favoravelmente a bandidagem, estabelecendo
descabidas indenizações, enquanto o povo sofre com a falta de segurança,
o péssimo
atendimento da saúde e os desmandos da classe política.
Amanda Acosta
redacao@jornaldacidadeonline.com.br
Estima-se que US$ 5 bilhões
serão pagos em resgate por dados sequestrados em 2017; saiba como
funciona um ransomware e como se proteger desta nova ameaça virtual
(Crédito: Reprodução / Kaspersky)
João Loes (de São Francisco)
Vírus e programas maliciosos que chegam por e-mail e mensagem
instantânea não são exatamente uma novidade. Só em 2016, estima-se que
580 milhões deles circularam na Web, segundo números da consultoria em
segurança AV-Test. Até recentemente, porém, essas ameaças raramente
diferiam muito de um programa para roubar dados bancários ou um software
de furto de números de cartão de crédito. Em 2017, porém, isso deve
mudar. E a mudança vem a reboque de um novo tipo de ameaça virtual que
cresce em ritmo acelerado: o ransomware. “Este será o ano do
ransomware”, diz Cláudio Martinelli, diretor geral para a América Latina
da Kaspersky, uma das maiores empresas de software de segurança do
mundo. “Essa família de programas maliciosos assumirá o posto de ameaça
mais importante entre todas as ameaças virtuais de 2017”, afirma.
Mas o que é um ransomware? A palavra, composta pela fusão dos
substantivos “ransom”, que significa “resgate”, e “software”, que
significa “programa”, indica o caminho. Em linhas gerais, o ransomware é
um programa malicioso que, uma vez instalado em um computador,
criptografa todas as informações armazenadas no disco rígido e exige o
pagamento de um resgate ao dono dessas informações para não destruí-las
(leia quadro). Os números relativos à expansão dessa praga são
assustadores.
RANSOMWARE: UM PROBLEMA DE US$ 5 BILHÕES
Um exemplo de ransomware em português da Teamxrat, desenvolvido para atacar vítimas no Brasil (Crédito:Reprodução / Kaspersky)
Em 2016, cerca de US$ 1 bilhão, o equivalente a pouco mais de R$ 3
bilhões, foram pagos em transações de resgate de dados sequestrados por
ransomwares – em 2015, esse valor não chegou a US$ 25 milhões, segundo
dados do FBI. Também em 2016, o número de e-mails com anexos que
continham arquivos de ransomware dobrou a cada trimestre, com o registro
de quatro mil ataques por dia ao final do ano, uma alta de 400% em
relação a 2015, segundo levantamento da IBM. No período, o Brasil
concentrou incríveis 92,3% dos ataques com ransomware na América Latina.
Para efeito de comparação, em segundo lugar veio a Costa Rica, com 4%
dos casos, segundo dados da Kaspersky. E as previsões para 2017 não são
animadoras: no ano, os ransomwares devem movimentar nada menos que US$ 5
bilhões, o equivalente a cerca de R$ 15 bilhões, em transações de
resgate, segundo levantamento revista especializada CIO. Na
RSA Conference 2017, uma das maiores feiras de segurança digital do
mundo, o ransomware foi assunto para uma sessão de discussões que durou
um dia inteiro (Crédito:Divulgação / RSA Conference)
Na RSA Conference 2017, uma das maiores e mais importantes feiras de
cibersegurança do mundo, o tema ransomware foi onipresente. Uma das
sessões da conferência, que aconteceu entre os dias 13 e 17 de fevereiro
em São Francisco, nos Estados Unidos, foi dedicada integralmente ao
assunto e durou um dia inteiro. Com apresentações de acadêmicos da
Universidade Stanford, do Departamento de Segurança Nacional dos Estados
Unidos (Homeland Security) e de especialistas de empresas de tecnologia
como Symantec, Kaspersky e Intel, o boom desse tipo de ameaça foi
esmiuçado e analisado.
“O ransomware cresceu e se tornou o fenômeno que é, atualmente, por
dar ótimo retorno financeiro com baixo risco para o criminoso”, diz
Candid Wueest, palestrante na RSA Conference e um dos principais
pesquisadores de ameaças da Symantec, uma empresa de segurança digital.
“Outras fraudes pressupõem a transferência de dinheiro entre contas
correntes, por exemplo, o que deixa rastros”, diz Wueest. Como o
ransomware funciona com as chamadas “criptomoedas” – tais como o
bitcoin, que ganhou popularidade nos últimos cinco anos por ser quase
impossível de rastrear – o criminoso se blinda na hora de cobrar e
receber o resgate pelos dados que sequestrou.
O PASSO A PASSO DO SEQUESTRO DE DADOS
A base do golpe do ransomware é a criptografia, que permite ao criminoso
tornar os arquivos salvos no computador ou smartphone da vítima
inacessíveis a ela
Passo 1 – Primeiro contato
O usuário recebe um e-mail ou uma mensagem eletrônica com um anexo.
Dependendo da sofisticação do criminoso, a mensagem pode chegar com
remetente conhecido pelo usuário, o que aumenta as chances de abertura e
execução do arquivo.
Passo 2 – Mordendo a isca
Enganado pela mensagem falsa, o usuário abre o anexo. O ransomware
começa a rodar sem que ele perceba – um texto ou uma imagem é exibida
para não levantar suspeitas sobre o verdadeiro objetivo do anexo.
Passo 3 – Criptografia do mal
O ransomware começa a criptografar pastas com fotos e arquivos
armazenados no disco rígido do computador. É como se os arquivos fossem
transformados em uma massa de informações que passa a ser ilegível sem
uma senha – que só o criminoso possui.
Passo 4 – Chantagem digital
O ransomware exibe uma mensagem à vítima para informar que os arquivos
foram criptografados e que, para voltar a ter acesso a eles, é preciso
pagar um resgate. Para apressar a vítima, pastas específicas podem ser
apagadas de hora em hora.
Passo 5 – Pagamento do resgate
O ransomware guia o usuário no processo de pagamento do resgate, feito
quase sempre em bitcoins – moeda quase impossível de rastrear. Os
valores costumam ficar entre US$ 500 e US$ 1,5 mil. Uma vez pago o
resgate, os arquivos são descriptografados e o acesso liberado.
Outra razão para a explosão na incidência desse tipo de ameaça é a
popularização dos chamados kits de ransomware, que são vendidos em
mercados na internet. Foi-se o tempo em que um criminoso precisava
dominar a tecnologia e desenvolver sua própria versão do código
malicioso para usá-lo e colher os frutos da atividade ilegal. Hoje,
qualquer um com conhecimento médio do assunto pode chegar a esses
mercados e comprar uma versão de ransomware praticamente pronta para
usar. Com pouca ou nenhuma noção de programação, o sujeito lança, aos
milhares, e-mails e mensagens instantâneas levando seu software de
sequestro de dados. Aí, é só esperar o dinheiro entrar. Código
fonte de ransomware é anunciado em site de vendas online por R$ 300;
existe um mercado para compra e venda de códigos maliciosos usado por
criminosos (Crédito:Reprodução / Kaspersky)
A operação desses mercados paralelos é tão sofisticada que existem
times de criminosos digitais que não vendem, mas alugam seus ransomwares
para terceiros. O aluguel é quitado pelos locatários com um percentual
do resgate pago pelas vítimas do programa. “Temos acompanhado o
funcionamento de um verdadeiro ‘complexo industrial hacker’”, diz
Niloofar Howe, diretora de estratégia da RSA. “Já existe até serviço de
call center hacker – se o cliente que comprou ou alugou um ransomware
encontra problemas para usá-lo, ele pode ligar para uma central e tirar
dúvidas com quem desenvolveu o programa”, afirma Niloofar. “Há grupos
criminosos que investem na propaganda de suas ferramentas, tamanha a
organização”, diz.
Com a demanda por esse tipo de código malicioso em alta, a
concorrência entre os desenvolvedores tem estimulado a inovação. Já há
ransomwares que apagam parte dos arquivos sequestrados de hora em hora
para apressar o pagamento do resgate pela vítima. “E em 2016, cruzamos
com um ransomware que faz uma proposta indecente à vítima: se ela se
dispuser a infectar mais duas ou três pessoas, seus dados são liberados
sem pagamento de resgate”, diz Alex Cox, diretor da FirstWatch, núcleo
da RSA que detecta e identifica novas ameaças virtuais. “Essas são
algumas das formas encontradas pelos criminosos para aumentar os ganhos
com esse tipo de ameaça”, afirma.
COMO SE PROTEGER DO RANSOMWARE
Alguns
ransomwares se disfarçam de informes oficiais de autoridades e cobram
uma “multa”; na imagem, um exemplo de ransomware para smartphone Android
(Crédito:Reprodução / Kaspersky)
Para os especialistas, ninguém está imune a um ataque de ransomware.
“Toda informação tem valor para alguém, portanto, toda informação é
passível de sequestro”, diz Niloofar, da RSA. Das planilhas de
faturamento de uma empresa às fotos de aniversário de uma criança, tudo
que tem valor para um CEO ou um pai de família está na mira dos
sequestradores virtuais. Nesse sentido, todos devem se proteger. Entre
as medidas mais eficientes estão a de fazer backup completo dos dados
armazenados no computador e smartphone regularmente, guardar dados
sensíveis em serviços de armazenamento na nuvem, manter atualizados
todos os programas e apps, redobrar o cuidado com e-mails e seus anexos e
ter uma única e boa solução de proteção instalada no computador e no
smartphone.
Aos que já foram infectados, as opções são mais restritas, mas
existem. A primeira recomendação das empresas de segurança ouvidas por
ISTOÉ é simples: não pague o resgate. Não há garantias de que os dados
serão de fato devolvidos. E, se eles forem devolvidos, não há garantias
de que eles irão funcionar adequadamente. Uma opção é recorrer ao NO MORE RANSOM!,
página criada por empresas privadas e órgãos públicos que reúne
antídotos, ou decryptors, para as famílias de ransomware mais populares.
Para usar o serviço, a vítima deve enviar uma amostra dos arquivos
criptografados pelo programa que a infectou ou um trecho da mensagem que
pede o resgate para que o sistema identifique o tipo de ameaça e
indique a solução – se ela existir. O serviço é gratuito.
QUANTO VALE SUAS INFORMAÇÕES?
Essa é a pergunta básica colocada pelo ransomware. Quanto vale uma foto
digital do seu filho? Um documento da sua empresa? Um e-mail com um
pedido detalhado pelo seu chefe?
US$ 1 bilhão
foram pagos em resgate por dados sequestrados por ransomware em 2016
US$ 5 bilhões
serão pagos em resgate por dados sequestrados por ransomware em 2017
US$ 500
é o valor médio de um resgate pago pelo usuário final vítima de ransomware
US$ 30 mil
é o valor médio que as empresas se dizem dispostas a pagar por dados seqüestrados
65%
das empresas optam por pagar o resgate quando são vítimas de ransomware
Fontes: IBM, CIO/IDG e PhishMe
“Toda
informação tem valor para alguém, portanto, toda informação é passível
de sequestro”, disse Niloofar Howe, diretora de estratégia da RSA,
durante a RSA Conference (Crédito:Divulgação / RSA Conference)
“Aos que foram infectados por um ransomware sem antídoto, há a opção
de guardar todos os arquivos criptografados e esperar que a solução
apareça no futuro próximo”, diz Anton Ivanov, analista sênior de malware
do Kaspersky Lab. “Tem muita gente trabalhando para quebrar esses
programas maliciosos, então se não há solução para um tipo hoje, ela
pode surgir amanhã”, afirma.
Apesar da recomendação de que não se pague o resgate exigido pelos
criminosos, não são poucas as pessoas – e as empresas – que optam pelo
pagamento. Sabe-se que o valor médio de resgate pago por um usuário
final vítima de ransomware é de cerca de US$ 500, ou R$ 1,5 mil e que
cerca de 65% das empresas optam por pagar o resgate quando são vítimas
desse tipo de crime (leia quadro). Algumas companhias chegam a estocar
bitcoins para eventuais ataques, tamanha a frequência do sequestro de
dados.
“Somos cada vez mais dependentes da nossa vida digital”, lembra
Wueest, da Symantec. Os criminosos digitais entenderam isso e estão
capitalizando. A reação da lei e das empresas de segurança tem
acontecido. Resta torcer para que essa reação dê conta da rápida
evolução e popularização dos ransomwares. Confira galeria com exemplos de ransomwares em ação
Depois de criptografar os arquivos, o ransomware avisa a vítima
do sequestro de dados e pede um resgate; na imagem, um ransomware para
Windows em ação
Foto: Reprodução / Kaspersky
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Alguns ransomwares se disfarçam de informes oficiais de
autoridades e cobram uma "multa"; na imagem, um exemplo de ransomware
para smartphone Android
Foto: Reprodução / Kaspersky
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Código fonte de ransomware é anunciado em site de vendas online
por R$ 300; existe um mercado para compra e venda de códigos maliciosos
usado por criminosos
Foto: Reprodução / Kaspersky
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Macs não estão imunes ao ransomware; na imagem, um exemplo de
ataque do ransomware Mabouia ao sistema operacional da Apple
Foto: Reprodução / Kaspersky
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Os ransomwares da família Jigsaw são populares entre criminosos
virtuais; nesta versão, quando a vítima reinicia o computador, o
ransomware apaga mil arquivos
Foto: Reprodução / Kaspersky
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Um exemplo de ransomware em português da Teamxrat, desenvolvido para atacar vítimas no Brasil
Foto: Reprodução / Kaspersky
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Na RSA Conference 2017, uma das maiores feiras de segurança
digital do mundo, o ransomware foi assunto para uma sessão de discussões
que durou um dia inteiro
Foto: Divulgação / RSA Conference
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Na imagem, um ransomware que infecta usuários da rede Tor e que
pede resgate de 0,5 Bitcoin, o que equivale a cerca de R$ 1,7 mil na
cotação de 21.02.2017
Foto: Reprodução / Kaspersky
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“Toda informação tem valor para alguém, portanto, toda
informação é passível de sequestro", disse Niloofar Howe, diretora de
estratégia da RSA, durante a RSA Conference 2017
Foto: Divulgação / RSA Conference
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Os ransomwares determinam um prazo máximo para o pagamento do
resgate; na imagem, se 2 Bitcoins (R$ 6,8 mil) não forem pagos em 71
horas, todos os dados serão apagados
Foto: Reprodução / Kaspersky
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Mais um exemplo de ransomware, desta vez da família KeRanger, que ataca o sistema operacional dos Macs
Foto: Reprodução / Kaspersky
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Boa parte dos pagamentos de resgate é feita com a criptomoeda
Bitcoin, que é praticamente impossível de rastrear; na imagem, o
ransomware Hidden Tear
O
ex-governador presta depoimento nesta terça-feira no Tribunal de Justiça
do Rio de Janeiro sobre irregularidades no uso de helicópteros durante
sua gestão
Por
Da redação
Sérgio Cabral, ex-governador do Rio
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou na tarde desta terça-feira o ex-governador Sérgio Cabral,
o ex-assessor Ary Filho e o operador financeiro Carlos Miranda por
lavagem de dinheiro. Segundo os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, Cabral e os demais usaram de três formas distintas para promover a lavagem de ativos em 148 oportunidades.
O ex-governador, preso no Complexo Penitenciário de Gericinó,
na Zona Oeste do Rio, presta depoimento nesta tarde no Tribunal de
Justiça do Estado sobre o uso irregular de helicópteros durante sua
gestão.
A denúncia desta terça é resultado da Operação Mascate, desdobramento da Lava Jato no Rio, deflagrada em janeiro.
Segundo as investigações, as lavagens de dinheiros aconteciam por
meio de transferências bancárias de empresas com a justificativa de
prestação de serviços de consultoria inexistente e compra de veículos e
imóveis para a organização criminosa pelas empresas de um colaborador.
Um dos casos é o do governador de Minas Gerais, suspeito, entre outros pontos, de ter recebido 20 milhões de reais em propina
Por
Laryssa Borges
O governador do Estado de Minas Gerais, Fernando Pimentel (Fernando Frazão/)
A presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, pautou para o próximo dia
2 de março a retomada de uma série de julgamentos que pode representar a
palavra final da justiça contra um mecanismo que garante blindagem a
governadores suspeitos de irregularidades. Estão em pauta sete ações
diretas de inconstitucionalidade (ADI) que questionam se assembleias
legislativas estaduais e a Câmara Legislativa do Distrito Federal
precisam conceder aval prévio para que seus governadores sejam
processados. Além do DF, deverão ser decididos casos envolvendo as
constituições de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Acre, Bahia, Mato
Grosso e Piauí.
Dos processos pautados, o mais
emblemático diz respeito ao caso que envolve Minas Gerais e deve ter
impacto direto no futuro da Operação Acrônimo. Isso porque o julgamento
pode abrir caminho para que o governador mineiro Fernando Pimentel (PT)
seja processado por suspeita de recebimento de propina e, no futuro,
eventualmente suspenso do cargo caso se torne réu. Uma ação direta de
inconstitucionalidade (ADI) envolvendo o caso Pimentel foi colocada como
o primeiro item da pauta do STF na quinta-feira da próxima semana. Nela
é discutida se o governador mineiro pode ou não ser processado e
julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sem aval prévio da
Assembleia Legislativa mineira.
A Constituição mineira não diz
explicitamente que deve haver aval preliminar do Legislativo para
processar governadores e detalha apenas que “o governador será suspenso
de suas funções nos crimes comuns, se recebida a denúncia ou a queixa
pelo Superior Tribunal de Justiça”. Entre outras acusações, o petista é
suspeito de ter recebido 20 milhões de reais em propina, segundo o
delator Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené.
Em dezembro do ano passado, quando votou
no processo, o relator do caso, ministro Edson Fachin, afirmou que
existem “reiterados e vergonhosos casos de negligências deliberadas
pelas Assembleias Legislativas, que têm sistematicamente se negado a
deferir o processamento dos governadores”. Fachin afirmou que existem
quatro razões para considerar inconstitucional a exigência de aval
prévio para processar o governador mineiro: ausência de previsão
expressa do texto para processamento e julgamento do governador; ofensa
ao princípio republicano, porque a exigência de autorização prévia
significaria o “congelamento de qualquer tentativa de apuração judicial
de eventuais responsabilizações criminais de governadores”; ofensa à
separação de poderes porque o STJ, instância responsável por julgar
governadores, ficaria “impedido de exercer suas competências” até a
autorização do Legislativo estadual e, por fim, ofensa à igualdade
porque blindaria o governador.
Alvo principal da Operação Acrônimo, da
Polícia Federal, Pimentel ganhou sobrevida depois de um pedido de vista
do ministro Teori Zavascki no final do ano passado. Com a morte de
Zavascki em um acidente aéreo em janeiro, o Democratas, autor da ADI,
pediu que Cármen Lúcia pautasse o processo por avaliar que, como o
pedido de vista tem caráter pessoal, não seria necessário aguardar a
nomeação do sucessor do ministro para que o julgamento fosse retomado.
Até o momento Edson Fachin e Roberto Barroso entenderam que a Assembleia
mineira não precisa dar anuência prévia para que o governador possa ser
processado. Marco Aurélio também afirmou que o aval preliminar da
Assembleia é inconstitucional, negou a ação do DEM por razões
processuais.
Certificados de doutor honoris causa
são vendidos a pesquisadores e diretores de universidades brasileiras na
intenção de turbinar currículos.
Os preços chegam a R$ 3.600
Camila Brandalise
Concedido a personalidades que se destacaram em determinadas
áreas do conhecimento, o diploma de doutor honoris causa não tem relação
com a vida acadêmica de quem o recebe. Não tem valor profissional nem
vale como certificado de produtividade científica. Ainda assim, é um dos
mais importantes títulos que uma pessoa pode receber, já que se o ganha
é porque atingiu um patamar de amplo reconhecimento profissional e de
feitos significativos. Fernando Henrique Cardoso recebeu a honraria pela
Universidade de Harvard, e o cirurgião Ivo Pitanguy pela Universidade
de Tel Aviv, em Israel. Em todos os casos, um conselho formado por
professores de cada área se reúne para decidir a quem é merecido dar o
prêmio. E em nenhum deles a titulação tem valor comercial. Ou seja, não
se compra. Algumas entidades, porém, aproveitando que não é preciso o
aval do Ministério da Educação (MEC) para conceder o diploma, têm
vendido a honraria a diretores e pesquisadores brasileiros, que pagam
até R$ 3.600 para se tornarem “doutores”. “É contraditório, pois é um
título dado para honrar o professor. E a honra não se compra”, afirma
Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação. TUDO PAGO Reitor da UERR, Regys de Freitas recebeu título em Cuba, com despesas custeadas pela universidade
A Organização das Américas para a Excelência Educativa (ODAEE) se
apresenta como “a maior rede de relações interinstitucionais da
iberoamérica, com presença em 22 países” e é das que mais constam entre
as que distribuem títulos honoris causa a brasileiros. A reportagem
entrou em contato por e-mail com a entidade para simular a solicitação
de um diploma e recebeu como resposta uma ficha com informações
mostrando o passo-a-passo para se tornar membro. Está lá o valor de US$
700 (R$ 2.100) a serem pagos para, como benefício, receber o título de
doutor. Se for uma instituição a postulante, a taxa sobe para US$ 1.200
(R$ 3.600). Fundada em Porto Alegre, hoje tem sede no Panamá, mas o
telefone para contato é de Orlando, nos Estados Unidos. Entre os dias 30
de janeiro e 3 de fevereiro, realizou uma premiação em Cuba. O Grupo
Educacional Drummond e a Universidade Federal de Roraima (UERR) foram
premiadas, entre outras entidades. Dessa última, foi condecorado também o
reitor, professor Regys Odlare Lima de Freitas, que viajou bancado pela
UERR. “Aparentemente, parece que se paga para poder receber prêmios”,
explica Freitas em entrevista à ISTOÉ. “Nós pagamos e nos tornamos
membros, mas a solenidade já havia sido deliberada.” HONRA À VENDA Anúncio (acima) mostra como entidades vendem títulos honoris causa pela internet
O ODAEE tem 61 membros brasileiros, em que constam até colégios, como
a Babylândia e Atuação Escola Bilingue. Questionada sobre a cobrança, a
secretária-executiva da instituição, Eva Reiser, afirmou que são taxas
administrativas e que mesmo pessoas que não são membros recebem
condecorações. Ainda que a ODAEE seja a mais profícua na entrega de
diplomas a brasileiros, é possível adquirir o título honoris causa
também pelo Instituto Nacional de Parapsicologia por R$ 1.300. O
pagamento pode ser on-line, via PagSeguro, e a entidade pede apenas
cópias de documentos pessoais e comprovante de residência.
Ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz, o médico Paulo Gadelha
recebeu o honoris causa em 2014, pela Universidade de York. Gadelha, que
fundou a Casa de Oswaldo Cruz, referência na área de história da
ciência e da saúde, diz que foi procurado pela universidade e que nada
foi pago. “De forma alguma aceitaria algo que significasse uma troca de
natureza comercial envolvendo uma questão tão séria.”
Procurado, o MEC afirmou, em nota, que o título honoris causa é
honorífico, não regulamentado e tradicionalmente ofertado por
universidades a pessoas de destaque de acordo com os critérios aprovados
pela própria instituição. “Embora não seja usual a oferta deste título
por instituição que não possua programa regular de doutorado, não parece
haver vedação legal à prática, ressalvada a hipótese de sua utilização
de forma a induzir outras pessoas a erro sobre a real natureza do
título, desvio que poderia ensejar reparação nas esferas penal e civil.”
Ou seja, a farra da criação de doutores de papel deve continuar.
Ex-sócio de Fernando de Arruda Botelho,
acionista da Camargo Corrêa morto em acidente aéreo há cinco anos,
Davincci Lourenço diz à ISTOÉ que ele foi assassinado e que o crime
encobriu um esquema de corrupção na empresa. O ex-presidente petista,
segundo ele, recebeu propina para facilitar contrato com a Petrobras
A TESTEMUNHA-BOMBA Davincci Lourenço de Almeida diz que ordem partiu de Fernando Botelho, da Camargo Corrêa
Sérgio Pardellas e Germano Oliveira
O personagem que estampa a capa desta edição de ISTOÉ
chama-se Davincci Lourenço de Almeida. Entre 2011 e 2012, ele privou da
intimidade da cúpula de uma das maiores empreiteiras do País, a Camargo
Corrêa. Participou de reuniões com a presença do então presidente da
construtora, Dalton Avancini, acompanhou de perto o cotidiano da família
no resort da empresa em Itirapina (SP) e chegou até fixar residência na
fazenda da empreiteira situada no interior paulista. A estreitíssima
relação fez com que Davincci, um químico sem formação superior, fosse
destacado por diretores da Camargo para missões especiais. Em entrevista
à ISTOÉ, concedida na última semana, Davincci Lourenço de Almeida
narrou a mais delicada das tarefas as quais ficou encarregado de assumir
em nome de acionistas da Camargo Corrêa: o transporte de uma mala de
dinheiro destinada ao ex-presidente Lula. “Levei uma mala de dólares
para Lula”, afirmou à ISTOÉ. É a primeira vez que uma testemunha ligada à
empreiteira reconhece ter servido de ponte para pagamento de propina ao
ex-presidente.
Ele não soube precisar valores, mas contou que o dinheiro foi
conduzido por ele no início de fevereiro de 2012 do hangar da Camargo
Corrêa em São Carlos (SP) até a sede da Morro Vermelho Táxi Aéreo em
Congonhas, também de propriedade da empreiteira. Segundo o relato, a
mala foi entregue por Davincci nas mãos de um funcionário da Morro
Vermelho, William Steinmeyer, o “Wilinha”, a quem coube efetuar o
repasse ao petista. “O dinheiro estava dentro de um saco, na mala.
Deixei o saco com o dinheiro, mas a mala está comigo até hoje”, disse.
Dias depois, acrescentou ele à ISTOÉ, Lula foi ao local buscar a
encomenda, acompanhado por um segurança. “Lula ficou de ajudar fechar um
contrato com a Petrobras. Um negócio de R$ 100 milhões”, disse Davincci
de Almeida. A atmosfera lúdica do desembarque de Lula na Morro Vermelho
encorajou funcionários e até diretores da empresa a posarem para
selfies com o ex-presidente. De acordo com Davincci, depois que o
petista saiu com o pacote de dinheiro, os retratos foram pendurados nas
paredes do hangar. As imagens, porém, foram retiradas do local
preventivamente em setembro de 2015, quando a Operação Lava Jato já
fechava o cerco sobre a empreiteira. Na entrevista à ISTOÉ, Davincci diz
que o transporte dos dólares ao ex-presidente não foi filho único. Ele
também foi escalado para entregar malas forradas de dinheiro a
funcionários da Petrobras. Os pagamentos, segundo ele, tiveram a
chancela de Rosana Camargo de Arruda Botelho, herdeira do grupo Camargo
Corrêa. “O Fernando me dizia que a “baixinha”, como ele chamava Rosana
Camargo, sabia de tudo”, disse Davincci.
A imersão de Davincci no submundo dos negócios, não raro, nada
republicanos tocados pela Camargo Corrêa foi obra de Fernando de Arruda
Botelho, acionista da empreiteira morto há cinco anos num desastre
aéreo. Em 2011, Davincci havia virado sócio e uma espécie de faz-tudo de
Botelho. A sintonia era tamanha que os dois tocavam de ouvido. Foi
Botelho quem lhe disse que a mala que carregava teria como destino final
o ex-presidente Lula: “A ordem do Fernando Botelho era entregar para o
presidente. Ele chamava de presidente, embora fosse ex”. Numa espécie de
empatia à primeira vista, os dois se aproximaram quando Arruda Botelho
se encantou com uma invenção de Davincci Lourenço de Almeida: um produto
revolucionário para limpeza de aviões, o UV30. O componente proporciona
economias fantásticas para o setor aéreo. “Com apenas cinco litros é
possível limpar tão bem um Boeing a ponto de a aeronave parecer nova em
folha. Convencionalmente, para fazer o mesmo serviço, é necessário mais
de 30 mil litros de água”, afirmou Davincci. PARCERIA Botelho (esq) e Davincci (dir) eram sócios na fabricação de produtos para limpeza de aviões
Interessado no produto químico inventado por Davincci, o UV30,
Botelho abriu com ele uma empresa de capital aberto, a Demoiselle
Indústria e Comércio de Produtos Sustentáveis Ltda. Na sociedade, as
cotas ficaram distribuídas da seguinte forma: 25% para Fernando de
Arruda Botelho, 25% para Rosana Camargo de Arruda Botelho, herdeira do
grupo Camargo Corrêa, 25% para Davincci de Almeida e 25% para Alberto
Brunetti, parceiro do químico desde os primórdios do UV30. Pelo
combinado no fio do bigode, o casal Fernando e Rosana entraria com o
dinheiro. Davincci e Alberto, com o produto. Em janeiro de 2012, a
Camargo Corrêa lhe propôs o encerramento da empresa. Simultaneamente, a
construtora, segundo a testemunha, fez um depósito de US$ 200 milhões
nos Estados Unidos, no Bank of América, em nome da Demoiselle. O
dinheiro tinha por objetivo promover o produto no exterior e fechar
parcerias com a Vale Fertilizantes, Alcoa, CCR, e outras empresas
interessadas na expansão do negócio. A operação intrigou Davincci. Mas o
pior ainda estaria por vir.
Acidente ou assassinato?
As negociatas também foram reveladas em depoimento ao promotor José
Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, que ouviu Davincci em
quatro oportunidades. Blat encaminhou os depoimentos à força-tarefa da
Operação Lava Jato, em Curitiba. À ISTOÉ, o promotor disse acreditar que
a Camargo Corrêa possa ter usado Davincci como “laranja”. Outro trecho
bombástico da denúncia de Davincci à ISTOÉ, reiterado ao Ministério
Público, remonta ao acidente fatal sofrido pelo empresário Fernando
Botelho no dia 13 de abril de 2012, durante um voo de demonstração, a
bordo de um T-28 da Segunda Guerra Mundial, a empresários africanos, com
os quais o acionista da Camargo havia negociado o UV30 em viagem à
África dias antes. Segundo Davincci, Botelho foi assassinado. O avião,
de acordo com ele, foi sabotado numa trama arquitetada pelo brigadeiro
Edgar de Oliveira Júnior, assessor da Camargo e um dos gestores das
propriedades da empreiteira. Conforme o depoimento, convencido de que o
brigadeiro havia lhe dado um aplique, depois de promover uma auditoria
interna, Botelho o demitiu na manhã do acidente durante uma tensa
reunião, regada a gritos, socos na mesa e bate-bocas ferozes,
testemunhada por diretores da Camargo. “O Fernando foi assassinado e o
crime tramado pelo brigadeiro Edgar. O avião foi sabotado”, assegura o
químico.
Uma sucessão de estranhos acontecimentos que cercaram a tragédia
chamou a atenção do Ministério Público. Por exemplo: o caminhão de
bombeiros comprado por Botelho exatamente para atender a eventuais
emergências no aeródromo de sua propriedade estava trancado no hangar.
“Tive que jogar meu carro contra a porta para estourar os cadeados.
Peguei o caminhão e fui para o local. Ao chegar lá, as chamas estavam
tão altas que não pude chegar muito perto”, afirmou Davincci. Mas o
então sócio de Arruda Botelho se aproximou o suficiente para conseguir
resgatar o GPS, que havia se descolado da parte externa da aeronave.
Porém, o aparelho, essencial para municiar as investigações com
informações sobre o voo, não pôde ser conhecido pelas autoridades,
segundo Davincci, a pedido do brigadeiro Edgar. “Ele tomou o aparelho
das minhas mãos, dizendo que poderia ficar ruim para a família se
entregássemos à investigação, e ainda me obrigou a mentir num primeiro
depoimento à delegacia”. Com a morte de Fernando de Arruda Botelho, o
brigadeiro acabou não tendo seu desligamento da empreiteira
oficializado. Já o ex-sócio, desde então, enfrenta um calvário. “Sofri
11 ameaças de morte”, contou.
Motivado pelos depoimentos de Davincci, o caso que havia sido
arquivado pela promotora Fernanda Amada Segato em março de 2013 foi
reaberto em setembro do ano passado por ordem da promotora Fábia
Caroline do Nascimento. As novas investigações estão a cargo do delegado
José Francisco Minelli. “Estou na fase da oitiva das testemunhas”,
disse à ISTOÉ o delegado. Dois dos quatro irmãos de Fernando de Arruda
Botelho, Eduardo e José Augusto, suspeitam de que pode ter havido mais
do que um acidente. “Vou ajudar a descobrir a verdade sobre o que
aconteceu. Mas um conhecido ligado ao Exército procurou meu irmão (José
Augusto) para dizer que estavam convencidos que não foi acidente”, disse
Eduardo Botelho em mensagem, ao qual ISTOÉ teve acesso, enviada em
janeiro para Davincci. Irmão de Botelho atesta relato
Por telefone, de sua fazenda em Itirapina, Eduardo Botelho revelou à
reportagem de ISTOÉ comungar dos indícios apontados pelo ex-sócio do
irmão morto em 2012. “O nível de nojeira da equipe que comandava os
negócios do meu irmão era muito grande. Tudo o que aconteceu naquele dia
do acidente aéreo foi estranhíssimo. Meu irmão estava sendo roubado.
Como ele não tinha controle do que acontecia com o avião, ele pode ter
sido sabotado sim. Era fácil sabotar o avião. Ele era da Segunda Guerra.
Podem ter mexido no avião no dia da queda”, disse Eduardo Botelho. “Se
ele não tivesse morrido naquele dia, iria fazer uma limpeza gigantesca
nas fazendas da Camargo”, asseverou o irmão, que rompeu relações com
Rosana Camargo, a viúva, há algum tempo. “Uma máfia cercava meu irmão.
Como pode um gerente de fazenda que ganha R$ 4 mil comprar quatro casas
num condomínio fechado em São Carlos?”, perguntou Eduardo. Sobre
Davincci, confirmou que ele e seu irmão eram realmente muito próximos e
que, desde a morte de Fernando de Arruda Botelho, os antigos sócios
dedicam-se a tentar tomar a empresa dele. “Ele (Davinci) morou na minha
casa aqui na fazenda. Meu irmão dizia que eles iriam fazer chover
dinheiro com o produto. Depois que meu irmão morreu, tentaram quebrar a
patente, criaram outras empresas similares à Demoiselle. Tudo para
tirá-lo da jogada”, confirmou.
Uma das empresas às quais o irmão do ex-acionista da Camargo se
refere está sediada em São Paulo. No endereço mora Rosana, a bilionária
herdeira da segunda maior construtora do País, que, por meio de seus
advogados, se disse alvo de “crimes de calúnia, difamação e injúria por
parte de Davincci”. “Ele responde a diversas ações judiciais, já tendo
sido obrigado pela Justiça a cessar a divulgação de ameaças”, afirmou o
advogado Celso Vilardi. A Muniz e Advogados Associados, que também
representa a Camargo Corrêa, diz que Edgard de Oliveira Júnior, em razão
dos desentendimentos entre os sócios, deixou espontaneamente a
sociedade que mantinha com Davincci. “A empresa foi dissolvida,
liquidada e a patente colocada à disposição”, afirma. Procurada para
confirmar a negociação intermediada por Lula, conforme depoimento de
Davincci, no valor de R$ 100 milhões, a Petrobras não respondeu até o
fechamento desta edição. William Steinmeyer, da Morro Vermelho, confirma
que conhece Davincci (“um cara excêntrico”), mas jura que não recebeu
qualquer encomenda dele. ACROBACIAS INTERROMPIDAS Fernando Botelho pilotava seu avião da Segunda Guerra quando bateu num barranco e explodiu
Desde o último mês, a empreiteira se prepara para incrementar sua
delação premiada ao Ministério Público Federal. As novas – e graves –
revelações, trazidas à baila por ISTOÉ, deverão integrar o glossário de
questionamentos aos executivos da empreiteira pelos procuradores da Lava
Jato.
Cooperação
internacional prevê formação de equipes para apurar a atuação da
Odebrecht e outros casos revelados pela operação da PF
Por
Da redação
Funcionários fazem multirão para limpeza da sede da Odebrecht (Rivaldo Gomes/Folhapress)
Procuradores de 11 países em que a Odebrecht operou
decidiram nesta quinta-feira estabelecer “a mais ampla, rápida e eficaz
cooperação” para investigar a atuação da construtora brasileira e outros
alvos da Operação Lava Jato. O encontro foi organizado pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) e realizado em Brasília. Dele
participaram representantes do Ministério Público da Argentina, Chile,
Colômbia, Equador, México, Panamá, Portugal, Peru, República Dominicana e
Venezuela.
Segundo comunicado divulgado após uma reunião, intitulado “Declaração
de Brasília sobre a cooperação jurídica internacional contra a
corrupção”, foi decidido criar “equipes conjuntas de investigação,
bilaterais ou multilaterais” para coordenar os trabalhos no Brasil e nos
outros países.
O comunicado também ressalta “a importância da recuperação dos ativos
e da reparação integral dos danos causados por esses ilícitos,
incluindo o pagamento de multas, segundo a legislação de cada país”.
A nota pede “aos cidadãos que apoiem suas instituições de perseguição
penal nas atuações que são conduzidas contra a corrupção” em cada um
desses países.
Para a reunião também tinham sido convidados, mas não compareceram,
representantes de El Salvador, Guatemala, Antígua e Barbuda e
Moçambique.
O grupo Odebrecht é alvo de investigações em diversos países,
sobretudo por financiamento ilegal de campanhas e pagamento de
propinas em troca de contratos com o setor público. A dimensão
internacional do escândalo foi confirmada no final do ano passado,
quando o Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou que a
construtora tinha admitido que pagou US$ 788 milhões em subornos em 12
países de América Latina e África, incluindo o Brasil. (Com EFE)
Proposta estenderia aos chefes do Senado e Câmara prerrogativa dada a presidentes de não responder por fato anterior ao mandato
Por
Da redação
Em nota, Romero Jucá afirma que decisão foi tomada a pedido do presidente do Senado, Eunício Oliveira (Adriano Machado/Reuters)
Menos de três horas após protocolar a Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 03/2017, que impede que membros da linha sucessória da
Presidência da República sejam investigados por atos anteriores ao
mandato, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) divulgou nota
afirmando que vai retirar o projeto de tramitação. De acordo com a
nota do líder do governo Temer no Congresso, a decisão foi tomada após
pedido do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). A proposta beneficiaria diretamente os presidente do Senado e da Câmara, Eunício e Rodrigo Maia (DEM-RJ), que fazem parte da linha sucessória e, embora não sejam investigados, são citados na Operação Lava Jato.
Além disso, em acordo interno no PMDB, ficou definido que Jucá seria o
próximo indicado à presidência do Senado – desta forma, ele também
poderia se beneficiar da medida. Jucá é investigado em oito inquéritos
no Supremo Tribunal Federal (STF). No total, 29 senadores de nove
partidos manifestaram apoio para que a PEC pudesse tramitar no Senado,
todos da base do governo Temer. Após a divulgação do texto, entretanto,
alguns senadores desistiram de apoiar o projeto e pediram a retirada de
seus nomes da lista.
Metade da bancada do PSDB apoiou a PEC. Porém, após repercussão
negativa do projeto, o partido divulgou uma nota em que afirma que os
senadores não possuíam qualquer compromisso com o mérito da matéria e
que assinaram o apoiaram de forma “democrática”, para permitir que o
texto fosse discutido. “Contrariado” – Eunício afirmou que Jucá ficou
“contrariado” com o seu apelo para desistir da proposta e declarou que
não tinha conhecimento da proposta do correligionário até ser
protocolada na Mesa Diretora da Casa. Durante a conversa, Jucá teria
dito que não comunicou Eunício sobre a sua intenção de apresentar a
proposta porque os senadores não têm obrigação de comunicar o presidente
sobre esse tipo de iniciativa. Questionado se a falta de apoio ao
projeto teria colaborado para a desistência, já que pelo menos dois
senadores pediram para retirar as assinaturas do documento após a
repercussão negativa na imprensa, Eunício negou. Ele afirmou que Jucá
estava, inclusive, reunindo as assinaturas de outros parlamentares. O
presidente insistiu que a desistência ocorreu exclusivamente por causa
do seu “apelo”. Delações – A tentativa de blindar os presidentes do
Senado e Câmara ocorreu em seguida à homologação das delações de 77
executivos e ex-executivos da Odebrecht e na iminência
de quebra de sigilo de parte das investigações. Maia aparece como
‘Botafogo” – referência ao time de futebol para o qual torce – na lista
de pagamentos suspeitos a políticos pela Odebrecht. O nome e o apelido
dele constam na delação feita pelo ex-diretor de relações institucionais
da empreiteira Claudio Mello Filho. Na mesma delação, Eunício aparece
como “Índio”, também suspeito de recebimento de dinheiro ilegal. Maia
também aparece em relatório da Polícia Federal suspeito de ter atuado a
favor da OAS em projetos do Congresso e dela ter recebido R$ 1 milhão.
Tanto Maia quanto Eunício negam irregularidades e dizem ter recebido
apenas contribuições ilegais. (Com Estadão Conteúdo)
Reforço na segurança deve ocorrer até a próxima quarta-feira, mas prazo poderá ser estendido
Jonathan Ferreira
Rio
- As Forças Armadas reforçarão a segurança no Rio com nove mil
militares, de acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, nesta
terça-feira. Após um pedido do governador Luiz Fernando Pezão, as tropas
ficarão no estado até a próxima quarta-feira, mas o prazo pode ser
estendido e terminar só depois do Carnaval. A medida foi liberada pelo
presidente do presidente Michel Temer nesta segunda-feira.
De
acordo com Jungmann, o caso do Rio é diferente do Espírito Santo. O
ministro explicou ainda que os militares vão desempenhar o papel da
polícia e farão até revista nos ônibus. O Exército vai atuar na
Transolímpica, em trechos da Avenida Brasil, nas praias de Niterói e em
algumas praças de São Gonçalo. Já outros mil fuzileiros fiarão do Caju
ao Leblon. No entanto, as Forças Armadas não vão para os municípios da
Baixada Fluminense. Ministro da Defesa, Raul Jungmann, detalha atuação das Forças
Armadas no Rio até depois do Carnaval. Pedido foi feito pelo governador
Pezão
Severino Silva / Agência O Dia
"Diferentemente do que se passou ou vem se passando em
alguma medida no Espírito Santo, não há descontrole, não há desordem (no
Rio de Janeiro). O policiamento, em que pesem os protestos, estão na
ordem de 95%, 97%, realizando suas missões", afirmou Jungmann. "Não
temos indicativo de inteligência que fale em contágio da situação do
Espírito Santo no Rio", completou o ministro.
Pezão alega 'períodos difíceis' ao pedir reforço
Pezão
mostrou preocupação com a segurança do estado, ao confirmar que pediu a
Temer um reforço no policiamento. "Agora, são períodos difíceis. Tanto
que hoje eu pedi ao presidente Michel Temer reforço das Forças Armadas
para ajudar nesses próximos dias até depois do Carnaval. É um período em
que a cidade está muito cheia", afirmou o governador, nesta
segunda-feira, à imprensa, após uma audiência no Supremo Tribunal
Federal (STF) sobre o acordo de recuperação fiscal do estado com a
União.
Pezão destacou ainda que a Polícia Militar tem
trabalhado com 97% do efetivo total "se desdobrando com jogo do
Flamengo, praia lotada e blocos de Carnaval desfilando" ao lado da
Polícia Civil. Ele ressaltou também que "é muito difícil fazer esse
patrulhamento". "A Força de Segurança Nacional já está no Rio de Janeiro
há três semanas. A gente quer reforçar cada vez mais o policiamento",
afirmou Pezão.
O pedido de reforço foi feito pelo governo do
estado no quarto dia de mobilização de mulheres de policiais militares
nos batalhões e após a morte de um torcedor no Estádio Nilton Santos, o
Engenhão, na Zona Norte do Rio.
Protesto,
agendado para 26 de março, quer evitar esvaziamento da operação; ato
também reivindicará direito de andar armado e a aprovação de reformas
Por
Eduardo Gonçalves
Manifestantes erguem faixa de apoio ao juiz
Sergio Moro em ato pelo impeachment de Dilma na Avenida Paulista (Bruno
Santos/VEJA.com)
Os principais movimentos que saíram às ruas em 2015 e 2016 para pedir o impeachment
da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) marcaram uma nova manifestação
para o dia 26 de março. A convocação começou a ser feita nesta
segunda-feira pelos grupos Vem pra Rua, Movimento Brasil Livre (MBL), Nas Ruas e Revoltados Online, entre outros.
O mote agora é mostrar o apoio incondicional à Operação Lava Jato e a contrariedade ao que entendem como interferência política sobre a investigação, como o desmonte da equipe da Polícia Federal,
a escolha de investigados para cargos estratégicos no Congresso e a
indicação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, pelo presidente
Michel Temer para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. “Nosso
mote será: Brasil sem partido, pois não queremos um STF que se dobre às
vontades deste ou de qualquer outro governo, agindo com lentidão para
salvar os que têm foro privilegiado, utilizando-se dele para escapar da
justiça”, diz texto assinado por sete movimentos que integram o ato.
Na esteira da greve da Polícia Militar no Espírito Santo, que gerou uma onda de insegurança no Estado, os grupos também defenderão o direito de os cidadãos portarem armas. “Voltamos
às ruas. Desta vez, pelo fim do estatuto do desarmamento, fim do foro
privilegiado, pelo bom andamento da Lava Jato e pelas reformas
trabalhista e previdenciária — cortando privilégios e mamatas de
políticos e do Judiciário”, escreveu o MBL em sua página no Facebook.
A data foi decidida nesta segunda-feira após os movimentos entrarem
em um acordo. A ideia é ocupar as principais avenidas das maiores
cidades do país, como aconteceu nos mega-protestos contra Dilma. Em São
Paulo, o palco será novamente a Avenida Paulista, com estrutura de
carros de som, bandeirões e trios elétricos.
O último ato, realizado em 4 de dezembro do ano passado, o primeiro
na era Temer e também a favor da Lava Jato, não conseguiu atrair
tanta gente como na época do impeachment, mas reuniu milhares de pessoas em pelo menos sete capitais — São
Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza e
Belém. Na ocasião, predominou o clamor pela saída do então presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A líder do movimento Nas Ruas, Carla Zambelli, afirmou que a
população está preocupada principalmente com o cargo vago do Ministério
da Justiça, que coordena a Polícia Federal, e com a indicação de Moraes,
que era filiado ao PSDB, ao STF. “Queremos passar o recado de que o
povo acordou e não vai dormir mais. Indicar uma pessoa com
partido desagradou muita gente. Agora, essa possível indicação de alguém
do PMDB para a pasta da Justiça gerou muita comoção nas redes. Vemos a
possibilidade de um desmonte da Lava Jato”, disse ela, que reiterou não
ver “ainda” motivo para pedir o impeachment de Temer. Nas últimas
semanas, caciques do PMDB, investigados na Operação, conseguiram cargos
chaves no Congresso para viabilizar projetos de seu interesse. Reportagem de VEJA desta semana
mostram como próceres dos três poderes estão se movimentando para
abafar a Lava Jato, em Brasília, como a opção política pelo nome de
Moraes, o remanejamento de personagens centrais da força-tarefa da
Operação, a escolha do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para a presidência
da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, e a recriação do
ministério da Secretaria de Governo que garantiu foro privilegiado a
Moreira Franco, um dos braços direitos de Temer citado na delação da
Odebrecht. A explicação dessas ações feitas à luz do dia seria
justamente o silêncio das ruas.
O presidente da República, Michel Temer, fez um pronunciamento hoje para aplacar as críticas, dizendo que não há nenhuma ação de blindagem em curso e que afastará todos os ministros que forem denunciados na Lava Jato.
Em delação, Marcelo Odebrecht contou
como foi montada, ao lado do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, a
estratégia para financiar a eleição da petista em 2010. Dinheiro foi
repassado em nome da Braskem para o caixa dois do PT
Aguirre Talento
Até agora se sabia que o príncipe-herdeiro da maior
empreiteira do Brasil, o empresário Marcelo Odebrecht, cuidava
diretamente das principais negociações da Odebrecht com políticos em
geral – em especial os mais altos hierarcas da era petista no poder. Um
capítulo específico da delação premiada de Marcelo, ao qual ISTOÉ teve
acesso, mostra que a atuação dele tinha ainda mais capilaridade: o
empreiteiro também negociava e autorizava repasses em nome da
petroquímica Braskem, braço da Odebrecht em sociedade com a Petrobras.
Em sua delação, Marcelo conta como participou pessoalmente da negociação
de um pagamento de um caminhão de dinheiro à campanha presidencial de
Dilma Rousseff em 2010: um total de R$ 50 milhões em propinas da Braskem
em troca de benefícios fiscais para a petroquímica. MAIS UMA PROVA Testemunho de Marcelo Odebrecht reforça a existência de irregularidades na campanha de Dilma Rousseff
O depoimento de Marcelo Odebrecht impressiona pela fartura de
detalhes. Segundo seu relato, o financiamento “por fora” da campanha de
Dilma naquele ano foi arquitetada em parceria com o então ministro da
Fazenda Guido Mantega. Inicialmente, Marcelo tinha acionado seu
subordinado, o executivo Alexandrino de Alencar, dono de trânsito livre
junto ao governo do ex-presidente Lula, para proceder uma primeira
abordagem. A relação de Alexandrino com o petismo era melíflua, como
indicam centenas de trocas de emails em poder da Lava Jato. Mas, como a
operação envolvia muito dinheiro e a verba era destinada à campanha da
sucessora do cliente número um da empreiteira, amigo de seu pai Emílio
Odebrecht, o próprio Marcelo assumiu a condução das tratativas com
Mantega, conforme contou ele na delação. Nos encontros, o empreiteiro
acertou com o ex-ministro as minúcias da concessão de incentivos fiscais
à Braskem. Foi numa dessas ocasiões que Mantega foi taxativo: precisava
de R$ 50 milhões para a campanha de Dilma.
Dinheiro foi repassado ao caixa paralelo da petista em troca de benefícios fiscais para a Braskem
Como os valores sairiam do caixa dois da Braskem no setor de
operações estruturadas, nome pomposo para o departamento de propinas da
Odebrecht, Marcelo teve que discutir o tema com a cúpula da
petroquímica. O cálculo foi orientado por uma lógica pragmática:
avaliou-se que o prejuízo seria maior caso o governo endurecesse as
cobranças de impostos. Foi dado então o sinal verde para que os cerca de
R$ 50 milhões fossem repassados à campanha de Dilma via caixa dois, em
troca dos benefícios fiscais. Ao fazer um périplo no último mês por
países da Europa, como Espanha e Itália, a ex-presidente Dilma Rousseff,
comportando-se como se ainda fosse a mandatária do País, bradou contra o
que classificou de assalto à democracia no Brasil. O que cada vez mais
as evidências e os testemunhos mostram, no entanto, é que assalto, se
houve, foi outro. Procurado por ISTOÉ, o advogado de Mantega, José
Roberto Batochio, afirmou que o ministro “nega peremptoriamente os fatos
relatados” e sustentou que os delatores mentem para obter benefícios na
Justiça. NOVOS PERSONAGENS
A ingerência de Marcelo sobre os repasses de propina da Braskem não era
por acaso. O empreiteiro chegou a ocupar a presidência do conselho de
administração da petroquímica. Outros executivos da Odebrecht, já
criminosos confessos, também eram conselheiros da empresa, como o
diretor de Relações Institucionais Cláudio Melo Filho, que admitiu ter
negociado propinas com deputados federais e senadores. As delações jogam
luz também sobre novos personagens na estrutura do propinoduto. De
acordo com os relatos colhidos pela Lava Jato, quando as negociações de
liberação de dinheiro para campanhas envolviam a Braskem, o aval de
Marcelo Odebrecht não bastava. O presidente da petroquímica também tinha
que avalizar as transferências. Um dos executivos integrantes do rol de
delatores, Carlos Fadigas, que comandou a empresa entre 2010 e 2016,
reconheceu sua participação nos pagamentos. Fadigas ponderou, no
entanto, que as operações de mais relevo ficavam concentradas em Marcelo
Odebrecht, quando envolvia o governo federal, e Cláudio Melo Filho,
quando as tratativas incluíam o Legislativo. Acertada a propina, Fadigas
era consultado para bater o martelo.
Depois de acertar com Mantega, Marcelo Odebrecht recebeu o sinal verde da cúpula da Braskem
E-MAILS REVELADORES Troca de mensagens com Marcelo Odebrecht deixa clara a participação de Guido Mantega e Romero Jucá
Os delatores ainda mencionam a participação do antecessor de Fadigas,
Bernardo Gradin, na autorização de pagamentos do setor de operações
estruturadas a campanhas, o que também incluiria o repasse via caixa
dois para a campanha da petista Dilma Rousseff. Gradin é um dos
protagonistas de uma bilionária briga societária com a família Odebrecht
que até hoje se arrasta pela Justiça. Recentemente, a família de
Marcelo quis comprar a fatia dos Gradin no grupo, mas não houve acordo e
o tempo fechou. Em meio ao clima de tensão, Gradin ficou de fora da
lista de 77 delatores da Odebrecht. A situação do ex-presidente da
petroquímica pode gerar um caso inusitado dentro da megadelação: um
ex-funcionário que não fez acordo e que corre risco de ser severamente
punido pela Justiça. Em um dos casos relatados, a Braskem teria acertado
o pagamento de propina para o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto
Costa, para obter preços mais baratos na compra de nafta junto à
Petrobras. Segundo os delatores, Bernardo Gradin pediu que o executivo
Alexandrino de Alencar intercedesse junto à Petrobras em favor do preço
do nafta. Registros da Petrobras apontam que Gradin participou de uma
reunião na estatal com Paulo Roberto Costa e Marcelo Odebrecht para
discutir o assunto. Por meio de sua assessoria, Bernardo Gradin negou
participação em pagamentos de propina e afirmou que “essa suposta
alegação não tem o menor fundamento”. FIM DO MISTÉRIO Jucá e Eunício negam ter recebido propina e pedem a abertura do sigilo das delaçõesPROPINA A EUNÍCIO
As informações relacionadas à Braskem na delação da Odebrecht também
prometem detonar altas patentes do Legislativo. O ex-presidente Carlos
Fadigas confirmou em sua delação que autorizou pagamentos de propina ao
presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para que ele deixasse
de criar empecilhos para a aprovação de uma medida provisória de
interesse da petroquímica. Fadigas contou que pediu a ajuda de Cláudio
Melo Filho, o então diretor de relações institucionais da Odebrecht, e
que foi avisado da necessidade de pagamentos a Eunício para que a MP
613/2013 fosse aprovada. O caso veio a público na delação de Cláudio
Melo, no fim do ano passado. Eunício era conhecido nas planilhas pelo
codinome “Índio” e teria recebido cerca de R$ 2 milhões. Em nota, a
assessoria de Eunício afirmou que “desconhece a citação e não comenta
supostos vazamentos de trechos parciais de delações premiadas.O senador
não fez parte da Comissão que avaliou a MP 613 e não apresentou emendas
nem aditivas nem supressivas à MP 613/2013”.
O próprio Marcelo Odebrecht também participou ativamente das
negociações de propina relacionadas às medidas provisórias de interesse
da Braskem. Em novembro de 2011, o príncipe-herdeiro acionou novamente
Mantega, pedindo sua ajuda na aprovação de um projeto no Congresso que
barateava produtos brasileiros. Mantega teria garantido que o senador
Romero Jucá (PMDB-RR) cuidaria da demanda. Em seguida, o próprio Carlos
Fadigas teria ido ao Congresso em companhia de Cláudio Melo Filho para
discutir o assunto com os senadores e, posteriormente, autorizou
pagamentos a Jucá, que nega peremptoriamente ter recebido propina. Em um
email em poder dos investigadores da Lava Jato, de 30 de novembro de
2011, endereçado a Fadigas e a Melo Filho, Marcelo Odebrecht diz: “Falei
com GM (Guido Mantega). Está totalmente engajado em resolver até o
final do ano. Disse que já falou com Jucá”. Em email anterior, Odebrecht
afirma: “Veja com Jucá se GM está mesmo firma conforme me disse. Ele me
disse que orientou RJ a botar para votar esse ano”.
Os mais de 900 depoimentos dos executivos da Odebrecht já estão nas
mãos do procurador-geral da República Rodrigo Janot e de seu grupo de
trabalho na Lava Jato. Com a homologação da delação pelo Supremo
Tribunal Federal, Janot analisa os depoimentos para solicitar um pacote
de abertura de inquéritos contra os políticos e demais personagens
citados pelos 77 executivos. Após os pedidos, a Procuradoria-Geral da
República deve solicitar o levantamento do sigilo de uma parte do
material. Internamente, os procuradores tentam correr para finalizar
essa etapa do trabalho até o fim deste mês. Em seguida, serão
deflagradas efetivamente as investigações em cima das delações
explosivas da Odebrecht, a chamada delação do fim do mundo. Resta saber
se irá sobrar pedra sobre pedra no meio político.
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/