TERREMOTO O que Palocci tem para contar deve provocar nova turbulência no País e no PT (Crédito: ANDRE DUSEK/AE)
Germano Oliveira e Eduardo Militão
O ex-ministro Antonio Palocci é um pote até aqui de mágoa. Na
última semana, movido por esse sentimento que o consome desde setembro
de 2016, quando foi preso em Curitiba, o homem forte dos governos Lula e
Dilma deu o passo definitivo rumo à delação premiada: contratou o
advogado Adriano Bretas, conhecido no mercado por ter atuado na defesa
de outros alvos da Lava Jato que decidiram, como Palocci, romper o
silêncio. Lhano no trato, embora dono de temperamento mercurial quando
seus interesses são contrariados, o ex-ministro resolveu abrir o baú de
confidências e detalhar aos procuradores todo arsenal de informações
acumulado por ele durante as últimas duas décadas, em que guardou os
segredos mais recônditos do poder e nutriu uma simbiótica relação com
banqueiros e empresários. “Fiz favor para muita gente. Não vou para a
forca sozinho”, desabafou Palocci a interlocutores.
ISTOÉ conversou nos últimos dias com pelo menos três fontes que
participaram das tratativas iniciais para a colaboração premiada e
ouviram de Palocci o que ele está disposto a desnudar, caso o acordo
seja sacramentado. Das conversas, foi possível extrair o roteiro de uma
futura delação, qual seja:
> Palocci confirmará que, sim, é mesmo o “Italiano” das planilhas
da Odebrecht e detalhará o destino de mais de R$ 300 milhões recebidos
da empreiteira em forma de propina, dos quais R$ 128 milhões são
atribuídos a ele.
> Contará como, quando e em quais circunstâncias movimentou os R$
40 milhões de uma conta-propina destinada a atender as demandas de Lula.
Atestará que, do total, R$ 13 milhões foram sacados em dinheiro vivo
para o ex-presidente petista. Quem sacou o dinheiro e entregou para Lula
foi um ex-assessor seu, o sociólogo Branislav Kontic. Palocci se
compromete a detalhar como eram definidos os encontros de Kontic com
Lula. Havia, por exemplo, uma senha, que apenas os três sabiam.
> Dirá que parte da propina que irrigou essa conta foi resultado
de um acerto celebrado entre ele e Lula durante a criação da Sete
Brasil, no ano de 2010. O ex-presidente teria ficado com 50% da propina.
Um total de R$ 51 milhões.
> Está empenhado em revelar como foi o processo de obtenção dos R$
50 milhões para a campanha de Dilma, num negócio fechado entre o PT e a
Odebrecht, com a ajuda de Lula e do ex-ministro Guido Mantega. E
mostrará como Dilma participou das negociatas e teve ciência do
financiamento ilegal.
> Afirmará que a consultoria Projeto foi usada também para
recebimento de propinas. Indicará favorecidos. Comprometeu-se ainda a
entregar o número de contas no exterior que foram movimentadas por esse
esquema.
> Pretende mostrar como empresas e instituições financeiras
conseguiram uma série de benefícios dos governos petistas, como isenção
ou redução de impostos, facilidades junto ao BNDES, renegociação de
dívidas tributárias, etc.
Palocci sabe que uma chave está em suas mãos. Com ela, pode abrir as
fechaduras da cela onde está detido, no frio bairro de Santa Cândida, na
carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Para
ajudar a desvendar o megaesquema de corrupção na Petrobras, a memória do
ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma será
colocada à prova. Ele tem informações que podem explicar como, a partir
do início do governo do ex-presidente Lula, organizações criminosas
foram montadas para sustentar politicamente o PT, o PMDB e o PP e
mantê-los no poder. Tudo à base de propina, dizem os investigadores da
Operação Lava Jato, que serviram também para enriquecimento pessoal.
Há interesse dos procuradores em saber em minúcias, se possível com
documentos, dados sobre a gênese do que se convencionou chamar de
Petrolão. Um investigador de Curitiba disse que Palocci terá de reunir
dados novos e com “fundamentação” se quiser convencer a PF e a
Procuradoria a endossar o acordo. Ele entende que o ex-ministro precisa
apresentar provas ou, ao menos, indícios “consistentes” e tratar deles
num depoimento “de peito aberto”. A julgar pelo cardápio apresentado até
agora pelo ex-ministro, isso não será óbice. Segundo interlocutores que
conversaram com Palocci nas últimas semanas, o ex-ministro não enxerga
problema algum em assumir a clássica postura de delator. Sente-se
amargurado. Abandonado por companheiros de outrora. Por isso está
“bastante tranquilo” para assumir as consequências dos eventuais efeitos
colaterais da colaboração premiada. DELAÇÃO
O novo advogado de Palocci, Adriano Bretas, iniciou conversas com o MPF
para fechar o acordo de colaboração premiada (Crédito:Marcelo
Camargo/Agência Brasil)
No início das negociações para a delação, o ex-ministro se propôs a
fornecer informações detalhadas sobre os R$ 128 milhões da Odebrecht que
teriam passado por ele. Embora tenha chamado a atenção, procuradores
acharam pouco. Sustentaram que o que já foi reunido a esse respeito
seria o suficiente para a elucidação dos fatos. E que as revelações não
seriam tão bombásticas assim. Diante do impasse, foi deflagrada uma nova
rodada de negociação, que culminou com a renúncia de José Roberto
Batochio de sua equipe jurídica. Depois de procurar ao menos três
escritórios de advocacia pouco antes da Páscoa, Palocci acertou com uma
dupla de criminalistas já ambientada ao mundo daqueles que resolvem
colaborar com a Justiça em troca de reduções das penas. Além de Bretas,
foi contratado também o advogado Tracy Reinaldet dos Santos.
Após a primeira etapa de conversas com o novo time de defensores,
ficou definido que Palocci vai começar a abrir sua caixa de Pandora pelo
escândalo da Sete Brasil, uma empresa criada em 2010 para construir as
sondas (navios de exploração de petróleo) para a Petrobras. Além do
capital da estatal, a Sete tinha dinheiro de bancos, como o BTG e de
três fundos de estatais (Petros, Previ e Funcef). As seis primeiras
sondas da empresa foram construídas pelo estaleiro Enseada Paraguaçu
(com capital da Odebrecht, OAS e UTC). Cada sonda ao custo de US$ 800
milhões. As seis, portanto, estavam orçadas em US$ 4,8 bilhões (ou R$
15,3 bilhões), embora a Sete Brasil estimasse um investimento de US$ 25
bilhões para construir 29 sondas até 2020. Na delação, Palocci pretende
contar que o PT exigiu que a Sete Brasil e as empreiteiras do estaleiro
Enseada Paraguaçu pagassem propinas de 1% do contrato de US$ 4,8
bilhões, ou seja, US$ 48 milhões (R$ 153 milhões). Desse total, dois
terços, ou R$ 102 milhões, ficariam para o partido e um terço (R$ 51
milhões) para diretores da Petrobras. Sem medo de ser feliz, Palocci vai
entregar que Lula exigiu metade das propinas. Não para o partido, nem
para a companheirada, mas para ele, Lula. “Sapo barbudo”
O depoimento de Rogério Araujo, ex-executivo da Odebrecht que acabou de
celebrar um acordo com a Procuradoria-Geral da República, fornece o
caminho das pedras sobre a tentativa do PT de embolsar ilegalmente R$
153 milhões desviados da Sete Brasil. Araujo disse que o PT exigiu que
1% do contrato das sondas da Sete Brasil, assinado em 2012, fosse fixado
como propina. O valor havia sido pedido pelo “sapo barbudo”, numa
referência a Lula. “O Pedro Barusco (ex-gerente da Petrobras e dirigente
da Sete Brasil), voltou para mim e falou: ‘Olha, esse 1%… vocês vão ser
procurados por um interlocutor do PT, o sapo barbudo deu instrução. Ele
me disse que 1% vai ser todo pago para o PT, porque não querem empresas
estrangeiras pagando esses dois terços para o PT. Eles têm confiança na
Odebrecht”, relatou Araújo na sua delação. A conversa de Araújo com
Barusco aconteceu em 2012, depois da assinatura do contrato com o
consórcio formado pela Odebrecht, OAS e UTC, além da japonesa Kawasaki.
“A conversa foi no Rio. Normalmente eu almoçava com o Pedro Barusco. Só
eu e ele”, asseverou Araújo, explicando que as seis sondas da Sete
Brasil para a Petrobras custariam US$ 4,8 bilhões. Barusco disse, então,
a Araújo que estava acertado que 1% das seis sondas era na proporção de
um terço para a “casa” (dirigentes da Petrobras) e dois terços para o
PT (R$ 102 milhões). Quem receberia essa propina seria o então
tesoureiro João Vaccari, preso em Curitiba. É aí que Palocci entra em
cena. O superior de Rogério Araújo, o executivo Marcio Farias disse que o
ex-ministro Palocci havia lhe pedido uma reconsideração na propina da
Sete Brasil. Ou seja, que os 100% de 1% fossem destinados para o PT,
pois Lula entrou no negócio e estava pleiteando a metade do valor.
Como a operação precisava do aval do topo da hierarquia do esquema,
Marcelo Odebrecht foi acionado. Ele, então, mandou chamar Palocci e
disse que as comissões da Sete Brasil destinadas ao PT já estavam
incluídas na conta corrente do partido no Setor de Operações
Estruturadas, o “departamento de propina” da empresa, entre as quais a
“Italiano” (Palocci), o “Pós-Itália” (Mantega) e o “Amigo” (Lula). Essa
conta, que Palocci atestará que é mesmo dele, chegou a somar R$ 200
milhões em 2012. Se sua delação for aceita pelos procuradores, Palocci
irá confirmar não só o encontro com Marcelo como os valores da propina
repassada para Lula, dinheiro este derivado da Sete Brasil e que já
estava contemplado na planilha da empreiteira – perfazendo um total de
R$ 51 milhões. ESTALEIRO DE ILEGALIDADES Os contratos das sondas da Sete Brasil renderam US$ 48 milhões em propinas (Crédito:Eraldo Peres/AP Photo)
Como na exuberante movimentação bancária do ex-ministro entre 2010 e
2015, boa parte dos recursos depositados era oriunda de sua empresa, a
Projeto, as consultorias de Palocci merecerão um capítulo à parte em sua
delação. Os serviços contratados iam além dos conselhos. Muitas vezes,
os serviços de consultoria nem eram prestados. Traduziam-se em lobby. Em
português claro: tráfico de influência em favor de grandes empresas
junto aos governos petistas. Na condição de interlocutor preferencial da
banca e da meca do PIB nacional, Palocci teria negociado ajuda a várias
empresas e bancos. Por isso, segundo seus interlocutores, ele promete
contar os bastidores das concessões de benesses a grupos econômicos.
Quem tem mais a perder, no entanto, é PT. E o próprio Lula. Não por
acaso, o partido entrou em parafuso quando Palocci sinalizou que estava
disposto a partir para a delação. Nos últimos dias, dirigentes do
partido e emissários do ex-presidente foram escalados para ir a
Curitiba, onde o ex-ministro está preso. Todos ainda acalentam o sonho
de que Palocci volte atrás. A despeito de as ofertas serem muitas, e
tentadoras, o ex-ministro já avisou: não pretende recuar. Prevendo um
novo infortúnio, petistas que conviveram com Palocci no Congresso já têm
até em mente uma daquelas narrativas espertas destinadas a desvincular
Lula de todo e qualquer crime que tenha cometido com o testemunho e a
cumplicidade metódica de Palocci. Eles mencionam um caráter supostamente
“individualista” do ex-ministro, desde que debutou para a política em
Ribeirão Preto. Claro, só os convertidos, e inocentes úteis, vão cair em
mais essa catilinária.
O que diz a
legislação brasileira sobre o direito à greve e a possibilidade de o
patrão descontar do funcionário em casos de falta
Por
Eduardo Gonçalves
Metroviários realizam assembleia para
definição da greve, na sede do sindicato, no bairro do Tatuapé em São
Paulo (SP) - 14/03/2017 (Willian Moreira/Futura Press/Folhapress)
“Se eu participar da greve o patrão poderá descontar do
meu salário? Eu também posso ser penalizado se não conseguir chegar ao
trabalho porque o ônibus e o metrô estão fora de circulação? E o meu
direito à greve? E o de ir e vir?” Essas e outras perguntas surgiram
nesta semana diante da paralisação geral convocada pelas centrais sindicais e movimentos sociais
para esta sexta-feira. Reportagem de VEJA consultou especialistas em
direito trabalhista para esclarecer essas questões à luz da legislação.
Diz o artigo nono da Constituição: “É assegurado o direito de greve,
competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e
sobre os interesses que devam por meio dele defender”. Por esse trecho,
fica claro que o cidadão não deve receber nenhuma punição por exercer
um direito assegurado pela lei máxima do país.
Ocorre que a mobilização desta sexta-feira pode não ser entendida
como uma greve, já que as reivindicações não têm relação direta com o
empregador — como questões salariais, por exemplo — mas a um ato
político que visa pressionar o Congresso a rejeitar as reformas
previdenciária e trabalhista. Por essa ótica, o patrão teria todo o
direito de descontar do salário do trabalhador que cruzar os braços,
alegando “falta injustificada”.
“A questão é discutir se isso realmente é uma greve ou um protesto.
Há argumentos para os dois lados. Patrão pode alegar que não há motivo,
que não fez nada de errado. E o trabalhador que está lutando por uma
causa que afeta os seus direitos lá na frente. A Constituição não define
isso. É uma resposta que vai depender da interpretação de cada juiz
construída partir da doutrina e jurisprudência dos tribunais”, afirma a
advogada Juliana Crisóstomo, sócia do escritório Luchesi Advogados.
É importante salientar que, se a Justiça do Trabalho considerar a
greve legal, o patrão é obrigado a repor o dia descontado, o que
geralmente acontece em paralisações cotidianas de campanha salarial. Da
mesma forma, o tribunal também pode classificá-la como ilegítima por ter
gerado, por exemplo, grandes prejuízos à empresa ou por ter se alongado
demais. Daí os grevistas podem ser punidos com descontos, suspensões,
advertências e até demissões — uma dessas punições não pode ser aplicada
junta com outra.
Favoráveis ao movimento, o Ministério Público do Trabalho (MPT)
divulgou nota, afirmando que a mobilização é “legítima, justa e adequada
à resistência dos trabalhadores às reformas”. Por outro lado, diversos
governantes, entre eles o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que iria cortar o ponto de quem faltasse ao trabalho amanhã.
Na visão dos especialistas, Doria e nenhum patrão pode aplicar essa
punição se não oferecer meios para que os funcionários cheguem ao local
de trabalho. Por isso, a gestão tucana anunciou que firmou parceria com
aplicativos para transportar gratuitamente os servidores municipais
— não foi especificado de quanto será os custos. É preciso deixar claro,
no entanto, que a lei proíbe os empresários de “adotarem meios para constranger o empregado a comparecer ao trabalho”.
“É uma greve de certa forma forçada. Ou seja, nem o trabalhador nem o
empregador tem culpa caso o transporte público pare. Aí fica inviável
ir ao trabalho e o empregado não pode ser punido por isso”, afirmou a
desembargadora aposentada e ex-presidente do TRT de São Paulo, Maria
Aparecida Pellegrina, hoje sócia do Pellegrina & Monteiro Advogados.
Segundo ela, quem não puder comparecer ao trabalho por causa de
problemas de transporte não precisa apresentar provas ao patrão, pois já
é “fato público e notório” a ocorrência da paralisação.
Apesar de garantida pela Constituição, a greve é regulamentada pela lei 7.783/89.
Nela, é determinado que seja mantido em funcionamento as chamadas
“atividades essenciais”, aquelas cuja paralisação afeta “necessidades
inadiáveis da comunidade” . Entram nessa classificação os serviços de
transporte coletivo, funerário, tratamento de esgoto, abastecimento de
água, distribuição de energia, controle de tráfego aéreo, compensação
bancária, telecomunicações e assistência médica e hospitalar. Para esses
casos, a jurisprudência da Justiça do Trabalho costuma determinar que
as categorias operem com pelo menos 30% de sua capacidade. Para as
forças policiais, é vedado qualquer tipo de paralisação e
sindicalização.
Os especialistas ainda ressaltam que o direito à greve não é
absoluto, e tem peso menor do que o de ir e vir — por isso, é vedado às
categorias de transporte público que paralisem totalmente as suas
atividades.
A legislação ainda determina que os empregadores sejam notificados da
greve com pelo menos 48 horas de antecedência. Para as “atividades
essenciais”, o período é de 72 horas antes.
Centro de Tratamento de Encomendas dos Correios em Benfica, zona
norte da cidade, durante a greve decretada após assembléia geral dos
trabalhadores (Fernando Frazão/Agência Brasil)Fernando Frazão/Agência Brasil
Os trabalhadores dos Correios entrarão em greve por tempo
indeterminado hoje (26) a partir das 22h. As ameaças de privatização e
demissões, o fechamento de agências e o “desmonte fiscal” da empresa,
com diminuição do lucro devido a repasses ao governo e patrocínios, são
os principais motivos para a mobilização, segundo a Federação Nacional
dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares
(Fentect).
A estatal teve prejuízos de R$ 2,1 bilhões em 2015 e R$ 2 bilhões no ano passado. Em dezembro do ano passado, foi anunciado um plano de demissão voluntária e o fechamento de agências para reduzir os gastos.
“O que tem acontecido é um plano de desmonte próprio da empresa,
atacando a própria qualidade e universalização do serviço. Faz parte de
um projeto privado com interesse de entrar no mercado”, disse a
secretária de Imprensa da Fentect, Suzy Cristiny.
Segundo a entidade, a “privatização” coloca em risco o direito da
população aos serviços dos Correios, já que a empresa tem fechado
agências em cidades menos lucrativas. “Mais de 200 agências estão sendo
fechadas por todo o Brasil. Com isso, muitos moradores do interior e das
periferias vão ficar sem o atendimento bancário e postal dos Correios
do Brasil”, informou a federação.
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto
Kassab, tem dito que é contra privatizar os os Correios, mas que a
empresa terá que fazer “cortes radicais” de gastos para evitar a privatização, já que o governo não socorrerá a empresa financeiramente. Críticas dos grevistas
Além do fortalecimento de franqueados e o fechamento de agências
próprias, o que, na opinião da federação, “esvazia os negócios da
empresa para a iniciativa privada”, a Fentect critica os repasses da
empresa ao governo federal acima do valor estabelecido. “Nos últimos
anos, os Correios repassaram para o governo federal R$ 6 bilhões e,
desse montante, R$ 3,9 bilhões foram acima do valor estabelecido
legalmente, prejudicando as reservas financeiras e investimentos
necessários para a modernização da empresa”, informou.
A entidade cita ainda o distrato de R$ 2,3 bilhões do Banco Postal com o Banco do Brasil e a destinação de R$ 300 milhões em patrocínios nas Olimpíadas e pede uma auditoria na contabilidade da empresa.
Os sindicatos de todo o país se reúnem hoje (26) para referendar a
manifestação sobre a greve. As entidades e a empresa já promoveram mesas
de negociação, mas, segundo a secretária, não houve avanços. Ela disse
ainda que os trabalhadores dos Correios se unirão às manifestações
marcadas para a próxima sexta-feira (28) contra as reformas trabalhista e
da Previdência.
Além da mobilização pelo fortalecimento institucional dos Correios e
universalização dos serviços, os trabalhadores reivindicam melhorias nas
condições de trabalho, a contratação de novos funcionários, mais
segurança nas agências, o retorno da entrega diária e o fim da suspensão
de férias. Outro lado
Em nota, a empresa informou que, caso o movimento grevista seja
deflagrado, os Correios adotarão as medidas necessárias para garantir a
continuidade de todos os serviços. “Uma paralisação dos empregados neste
momento delicado pelo qual passa a empresa é um ato de
irresponsabilidade, uma vez que a direção está e sempre esteve aberta ao
diálogo com as representações dos trabalhadores”, informou. Os Correios
não se manifestaram sobre as reivindicações dos trabalhadores.
O juiz
Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, recebeu
denúncias do Ministério Público contra 59 das 60 pessoas acusadas
Por
Da redação
investigação da PF, deflagrada no dia 17 de
março, apura se houve desvios na fiscalização de produtos de origem
animal, como carnes. (Paulo Whitaker/Reuters)
A Justiça acatou nesta terça-feira denúncias contra 59 pessoas investigadas na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. O pedido atende solicitação do Ministério Público e foi aceito pelo juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba. Com isso, os investigados se tornam réus e passam a responder processos penais.
A investigação da PF, deflagrada no dia 17 de março, apura se houve
desvios na fiscalização de produtos de origem animal, como carnes. A
operação foi considerada a maior da instituição e envolveu mais de 1.000
agentes. Mais de 30 países adotaram restrições aos produtos brasileiros
após a investigação, incluindo suspensão temporária de importação da
carne brasileira.
Entre os crimes apontados pela denúncia estão corrupção,
prevaricação, concussão, violação de sigilo funcional, peculato,
organização criminosa e advocacia administrativa. O magistrado recusou
apenas um dos 60 pedidos feitos pelo MP por considerar que a acusada em
questão tinha cometido um crime de menor potencial ofensivo.
As denúncias foram separadas em cinco partes e envolvem fiscais do
Ministério da Agricultura e funcionários de frigoríficos. Destes, 24
pessoas encontram-se presas preventivamente, segundo registro na decisão
do juiz.
Marqueteiro prestou depoimento em ação que tramita na Justiça Eleitoral e que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer
Por
Laryssa Borges
(Divulgação)
Marqueteiro das campanhas
presidenciais dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o
publicitário João Santana afirmou nesta segunda-feira, em depoimento à
Justiça Eleitoral, que a ex-presidente cassada sabia do esquema de caixa
dois utilizado em 2014 em sua campanha à reeleição. Santana fechou
acordo de delação premiada na Operação Lava Jato e é testemunha-chave no
processo em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai decidir se
cassa a chapa Dilma-Temer, vencedora no último pleito.
Santana depôs por cerca de duas horas,
por meio de videoconferência, ao ministro Herman Benjamin, relator da
ação de impugnação de mandato em tramitação no TSE. Pouco antes das 9h30
desta segunda-feira, a sócia e mulher dele, Mônica Moura, também
delatora da Lava Jato, relatou ter tratado pessoalmente com Dilma, em
uma reunião no Palácio do Planalto em 2014, do esquema ilegal de
arrecadação de recursos para a disputa eleitoral. Na versão apresentada
pela publicitária ao ministro Benjamin, os contatos com o PMDB e com o
então candidato a vice-presidente, Michel Temer, se resumiam a
preparações para os programas de TV.
A delação premiada do casal João Santana e
Mônica Moura é considerada a pá de cal em Dilma Rousseff na ação que
tramita no TSE. O vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, revelou
a existência do acordo com a Justiça após a defesa da ex-presidente ter
conseguido que o processo fosse reaberto para a oitiva do ex-ministro
Guido Mantega. Mantega, aliás, é apontado pela dupla de marqueteiros
como o operador do caixa dois presidencial na campanha de 2014. Na
campanha anterior, como o casal já havia admitido ao juiz Sergio Moro,
cabia ao ex-ministro Antonio Palocci a tarefa de administrar os recursos
não contabilizados, provenientes dos cofres da Odebrecht, para irrigar o
caixa eleitoral de Dilma.
Também em depoimento à Justiça Eleitoral,
o delator da Odebrecht Hilberto Mascarenhas já havia afirmado que João
Santana recebeu, via caixa dois, pelos serviços de marketing político
prestados a campanhas presidenciais em El Salvador, Angola, Venezuela,
República Dominicana e Panamá.
Pesquisas de
opinião apontam vitória do centrista contra a candidata da extrema
direita na segunda rodada da eleição, marcada para 7 de maio
Por
Da redação
Os candidatos à presidência da França, Emmanuel Macron e Marine Le Pen (Joil Saget/Eric Feferberg/AFP)
O centrista Emmanuel Macron e a candidata da extrema direita Marine Le Pen seguem para o segundo turno das eleições presidenciais da França, apontam resultados preliminares, em uma das corridas eleitorais mais disputadas da história recente do país.
Com mais de 96% dos votos dos inscritos contabilizados, Macron tem
23,7% de votos válidos contra 21,8% de Le Pen, segundo informações do
Ministério do Interior publicadas pelo jornal Le Figaro. O segundo turno está marcado para o dia 7 de maio. Pesquisas
de opinião apontam que Macron, numa disputa contra Le Pen, se sairia
vencedor e se tornaria o próximo presidente francês. Qualquer um
dos dois candidatos fará história: Macron como o presidente mais jovem
da França (aos 39 anos) e Le Pen como a primeira mulher chefe de Estado
no país.
Dos onze candidatos inscritos na disputa, quatro tinham chances reais
de passar ao segundo turno. Além de Macron e de Le Pen, estavam bem
cotados Jean-Luc Mélenchon (da extrema esquerda) e François Fillon (conservador). O resultado representa um revés para os partidos tradicionais
que se alternaram no poder durante décadas: o socialista, do presidente
em fim de mandato François Hollande, e os conservadores, liderados por Fillon.
A vantagem de Macron contra Le Pen no segundo turno também
significa um alívio para a União Europeia (UE). Macron, ex-ministro da
Economia do presidente François Hollande, fez uma campanha com um
programa abertamente europeísta e liberal.
Já no caso de vitória de Le Pen, a França ampliaria ainda mais as
incertezas em torno da UE, devido à defesa por parte da candidata da
saída da zona do euro –um golpe fatal a um bloco já enfraquecido pelo Brexit.
A ultradireitista se beneficiou da mesma onda populista que impulsionou a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, com um programa centrado no “patriotismo” e na “preferência nacional”. A participação no primeiro turno beirou os 70%, uma das mais altas dos últimos 40 anos. As
urnas foram fechadas às 19h locais (14h de Brasília) em boa parte do
país; grandes cidades estenderam o voto até às 20h locais.
Na reta final da campanha, o grande tema foi a segurança, já que o
país foi alvo de um novo atentado terrorista cometido na noite da
quinta-feira 20, na Avenida Champs-Elysées, no centro de Paris. Um
policial morreu no ataque cometido por um criminoso reincidente, que foi
reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico.
A votação na França ocorreu sob forte esquema de segurança. Mais de
50 mil policiais de militares e civis estiveram nas ruas e seções
eleitorais para proteger os eleitores. (Com Estadão Conteúdo, EFE e AFP)
Depoimento do dono da OAS, Léo
Pinheiro, ao juiz Sergio Moro
é arrebatador: sacramenta que Lula se aproximou de empreiteiros
poderosos para obter favores pessoais, em troca de vantagens nos
governos do PT. O empresário confirmou que o tríplex é do petista e
disse que, durante uma reunião secreta em maio de 2014, o ex-presidente
pediu para que ele destruísse provas da Lava Jato
O REGALO Léo Pinheiro diz que OAS deu tríplex para Lula como parte das propinas da Petrobras. Paulo Okamoto ficou de acertar pagamento
Germano Oliveira e Thais Skodowski, de Curitiba
Lula a Léo Pinheiro: “Destrua as provas”
Se os depoimentos de Emilio e Marcelo Odebrecht tiveram o condão de
transformar o ex-presidente Lula num político menor, quase um fantoche,
capaz de leiloar a alma a quem sempre chamou pejorativamente de “elite”,
o contundente relato do sócio da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, o
Léo Pinheiro, ao juiz Sergio Moro na tarde de quinta-feira 20, em
Curitiba, consolidou no petista – de maneira indelével – o perfil de um
sujeito que nunca teve pudores em cultivar uma relação espúria com
empreiteiros em troca de propinas, favores pessoais e benesses aos seus
familiares. Na essência, o roteiro é semelhante – face de uma mesma
moeda. A exemplo do que ocorreu com a família Odebrecht, Lula também se
aproximou de Leo Pinheiro há cerca de 40 anos. O combustível da relação
foram os interesses particulares de cada um. A amizade floresceu diante
da expectativa de poder gerada pelo petista e das vantagens financeiras e
do conforto que o empreiteiro conseguia lhe proporcionar. Até que Lula
virou presidente e o público se confundiu com o privado. Como
contrapartida às vantagens oferecidas à OAS nos governos do PT, o
petista engordou as arcas do partido, financiou campanhas, mas sobretudo
embolsou dinheiro, incrementou o patrimônio e deu um “up” na qualidade
de vida. O ápice ocorreu entre 2009 e 2010, quando Leo Pinheiro
disponibilizou o tríplex defronte ao mar do Guarujá para a família Lula
da Silva. RETA FINAL Agora só falta o juiz Sergio Moro ouvir Lula dia 3 de maio e dar a sentença
Segundo o empresário contou a Sergio Moro, o imóvel foi um regalo
para o ex-presidente, conforme antecipou ISTOÉ com exclusividade em sua
última edição. O apartamento fez parte dos R$ 87,6 milhões em propinas
que a construtora pagou ao partido e a Lula, em troca dos R$ 6,7 bilhões
em obras que a empreiteira realizou no governo petista, de 2003 a 2015,
com estarrecedora dose de corrupção e, claro, com as bênçãos do
morubixaba petista. Perguntado por Moro se alguma vez havia falado com
Lula sobre o pagamento de propinas, Pinheiro disse que “sim”. O
empreiteiro foi além: disse durante o depoimento em Curitiba que, em uma
reunião secreta realizada em maio de 2014, foi orientado pelo
ex-presidente a destruir provas capazes de incriminá-lo na Lava Jato. Em
um dado momento da reunião, o petista perguntou ao empresário se ele
efetuou pagamentos para o PT “no Brasil ou no exterior”. Pinheiro
respondeu: “no Brasil”, acrescentando que a contabilidade desses valores
estava a cargo de João Vaccari, ex-tesoureiro petista. Ao que Lula
imediatamente ordenou: “destrua essas provas”.
O empresário foi ouvido por Moro em Curitiba na ação em que tanto ele
quanto Lula são réus por corrupção. O processo envolve também o
transporte e armazenamento dos bens do ex-presidente de Brasília para
São Paulo, quando ele deixou a Presidência em 2011. No total, a OAS deu
R$ 3,7 milhões a Lula. Sendo R$ 1,1 milhão para adquirir o tríplex, R$
926 mil na reforma do apartamento, R$ 350 mil na aquisição da cozinha
junto a Kitchens para equipar o imóvel e outros R$ 1,3 milhão pagos à
Granero para transportar e armazenar a mudança de Lula – uma parte do
material, como uma adega de vinhos, foi levada para o sitio de Atibaia.
Ao acusar Lula e Léo Pinheiro de corrupção, o Ministério Público Federal
disse que todas essas operações financeiras foram resultado de dinheiro
desviado da Petrobras e pagas como propinas ao ex-presidente.
Além de escancarar a relação promíscua com a fina flor do
empresariado nacional, as revelações de Pinheiro a Moro a respeito do
tríplex devem render a Lula a primeira condenação por corrupção ainda em
maio. No próximo dia 3, o petista ficará frente a frente com o juiz,
quando mais uma vez abusará do malabarismo verbal na tentativa de se
defender do indefensável. As provas colhidas até agora pelos
investigadores são irrefutáveis. Mesmo assim, depois dessa etapa, o juiz
cumprirá a liturgia usual: abrirá prazo de 15 dias para as teses dos
advogados de defesa e do Ministério Público e concluirá a sentença.
PROTESTO CONTRA O IMÓVEL DE LULA Em março de 2016, manifestantes protestam contra o tríplex doado a Lula, gritando palavras de ordemO “Brahma”
As relações de Lula com Léo Pinheiro transcendem ao tríplex. Começaram
na década de 80, quando o petista despontou em meio às greves no ABC e
desabrochou para a política. O empresário foi um dos patrocinadores das
primeiras campanhas lulistas, inclusive a que ele disputou contra
Fernando Collor de Mello, e perdeu. A eleição para o primeiro mandato de
Lula também foi financiada com dinheiro da OAS, mas o relacionamento
amadureceu mesmo no segundo governo petista. Depois que o ex-presidente
deixou o poder, em 2011, os contatos que já eram frequentes foram
intensificados. Segundo pessoas próximas a ambos, Léo Pinheiro gostava
de tomar a famosa cachacinha com Lula no cair da tarde. Nos dias mais
quentes, não dispensavam a cerveja. Não por acaso, Pinheiro se referia a
Lula como “Brahma” nas conversas em que mantinha com outros diretores
da OAS e cujas mensagens foram interceptadas pela Polícia Federal.
Em uma das mensagens, Léo Pinheiro disse a um de seus funcionários
que iria levar “Brahma” para o Chile, onde a OAS mantinha interesses
comerciais. A viagem aconteceu entre 24 e 26 de novembro de 2013. Para
aproveitar o programa, Lula fez uma palestra a empresários chilenos.
“Léo (diz Cesar Uzeda, diretor da área internacional da OAS), colocamos o
avião à disposição de Lula para sair amanhã ao meio dia. Seria bom você
checar com Paulo Okamoto (presidente do Instituto Lula) se é
conveniente irmos no mesmo avião”. Nessas viagens promocionais da
companhia, a OAS oferecia a Lula a possibilidade de encher os bolsos. Em
2011, quando a empresa decidiu ingressar no mercado da Costa Rica, Léo
Pinheiro pediu que Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula,
“encaixasse” o ex-presidente numa palestra para empresários
costa-riquenhos. Resultado: Lula recebeu a bagatela de R$ 200 mil pela
palestra em São José, capital da Costa Rica. Em outra mensagem
interceptada pela PF, em 7 de janeiro de 2014, às vésperas da
deflagração da Operação Lava Jato, Pinheiro indica que Lula poderá
repetir a agenda no Uruguai, país onde a empreiteira também era muito
requisitada. “A viagem pode ser em fevereiro. Veja com o Diego quando
seria melhor”. INSTITUTO LULA As
empreiteiras pagaram R$ 55 milhões ao Instituto Lula e a Luiz Inácio
Lula da Silva Palestras de 2011 a 2014. Desse valor, R$ 7,5 milhões foi
parar no bolso de Lula. Boa parte desse dinheiro veio da OAS e Odebrecht
Em troca dos préstimos da OAS, Lula se comprometeu a ajudar a
empreiteira a abrir novas frentes não apenas no Brasil como além-mar.
Como, por exemplo, estreitar laços empresariais com nações africanas,
por onde o petista sempre transitou com desenvoltura. Atuando como uma
espécie de embaixador da OAS mundo afora, Lula foi bem sucedido. Os
números são eloqüentes. Até meados de 2008, a empreiteira engatinhava no
mercado internacional. Com a ajuda de Lula, a empresa passou a ter 14
escritórios no exterior e a tocar 20 grandes obras fora do País. Como
Lula fez isso quando ainda estava no governo, essa ação é tipificada
como crime de tráfico de influência. “Brahma” também ajudou a OAS a
fechar um negócio de R$ 1 bilhão na Guiné Equatorial. Trata-se da
construção de uma estrada de 51 quilômetros ligando a capital Malabo à
cidade de Luba, dois dos principais portos do país africano. A obra
estava avaliada em US$ 320 milhões. De acordo com a Polícia Federal, o
próprio Léo Pinheiro indica – em mensagem enviada para o então diretor
de Relações Institucionais da OAS, Jorge Fortes, em 31 de janeiro de
2013, – que Lula fez lobby pela obra junto ao ditador Teodoro Obiang, no
poder há 37 anos. Obiang se aproximou de Lula quando ele virou
presidente e decidiu incrementar as relações do Brasil com os países
africanos.
Nuances da promíscua relação entre Pinheiro e Lula foram esmiuçadas
pelo próprio empreiteiro em agosto de 2016, quando ele esboçou um acordo
de delação premiada com o a Procuradoria-Geral da República (PGR). As
negociações para a colaboração com a Justiça, no entanto, acabaram sendo
descartadas pelo procurador Rodrigo Janot, sob o argumento de que o
teor de parte dos setenta anexos havia vazado antes mesmo de o seu
conteúdo chegar ao conhecimento do Ministério Público Federal. Agora,
com o contundente depoimento a Moro, o sócio da OAS alimenta a
expectativa de assinar um novo acordo, que lhe permita reduzir a pena de
26 anos de prisão. O ARMAZÉM A
OAS pagou R$ 1,3 milhão à Granero para ela transportar e armazenar os
bens pessoais do ex-presidente em São Paulo. Os vinhos foram para o
sítio de AtibaiaTríplex é prova irrefutável
A negociação envolvendo o tríplex, contudo, é a demonstração cabal de
como Lula não só gostava de embolsar gordas propinas e dinheiro de caixa
dois para o PT, como também se refestelava com os mimos ofertados pelos
empreiteiros. A história teve início em setembro de 2009, quando a
Bancoop quebrou, deixando centenas de famílias, que haviam investido seu
suado dinheiro nos imóveis da Cooperativa Habitacional dos Bancários,
ao relento. Menos, claro, a de Lula. Na ocasião, a entidade era
presidida por João Vaccari, então tesoureiro do PT, hoje preso em
Curitiba. Ainda como presidente da Bancoop, Vaccari transferiu para a
OAS a incumbência de concluir as obras do Edifício Solaris, no Guarujá,
onde Lula e dona Marisa Letícia tinham um apartamento e pelo qual já
haviam pago R$ 209.119,73. Numa das reuniões com a empreiteira, Vaccari
revelou ao presidente da OAS, Léo Pinheiro, que Lula possuía um imóvel
no prédio. Tratava-se da unidade 141, um apartamentinho simples. Para
agradar Lula, que na ocasião ainda era presidente da República, a OAS
resolveu destinar-lhe a cobertura 164-A, assumindo a diferença de R$
1,147 milhão que variava de um imóvel para outro. Segundo relatos dos
construtores, Lula e Marisa amaram o presente, pois sempre quiseram ter
apartamento na praia, “tipo pé na areia”. Na delação premiada entabulada
por Léo Pinheiro em agosto do ano passado, e que foi incinerada por
Janot, o empresário diz que acertou com Vaccari que o apartamento de
Lula seria “abatido dos créditos que o PT tinha a receber por conta das
propinas em obras da OAS na Petrobras”. “Perguntei ao João Vaccari se o
ex-presidente tinha conhecimento de que o tríplex era fruto dos desvios
na Petrobras. Ele respondeu positivamente”, disse Léo Pinheiro num dos
sete anexos da primeira delação. O CAIXA DE LULA Paulo Okamoto participou da operação do tríplexA ocultação
O apartamento, no entanto, permaneceu em nome da OAS. O acerto era que a
propriedade seria transferida mais tarde para o casal, depois que Lula
deixasse a Presidência. De acordo com a denúncia do Ministério Público
Federal, a partir de 31 de agosto de 2013, com a conclusão das obras no
edifício, Lula e Marisa passaram a “ocultar a propriedade”, o que
caracteriza crime de lavagem de dinheiro. “Cientes da disponibilização
do imóvel ao casal e da necessidade de lhe conferir acabamento, Léo
Pinheiro, Paulo Gordilho, Fábio Yonamine e Roberto Moreira (todos
executivos da OAS) agiram para que não só a propriedade do tríplex
continuasse oculta, como também para que as reformas e decoração fossem
realizadas e custeadas pela OAS, permitindo que Lula e Marisa Letícia
recebessem tais vantagens de forma encoberta”. As reformas foram feitas
em 2014, incluindo a instalação do elevador. As obras foram feitas pela
Tallento Construtora e pagas pela OAS, no valor de R$ 926 mil.
Engenheiros da OAS disseram aos procuradores que Lula e dona Marisa
estiveram no apartamento no começo de 2014, para decidirem as alterações
ao projeto original. No dia 2 de fevereiro de 2014, a PF resgatou uma
mensagem de texto a partir de uma conversa mantida entre Léo Pinheiro e
Paulo Gordilho. “O projeto da cozinha do chefe tá pronto. Se marcar com a
madame pode ser a hora que quiser”, disse Gordilho, falando sobre as
reformas no sítio de Atibaia. “Vou confirmar. Seria bom também ver se o
de Guarujá está pronto”, respondeu Léo Pinheiro, aproveitando para falar
também sobre as obras no tríplex.
Todas as reformas no apartamento no Guarujá foram supervisionadas por
Marisa Letícia e seu filho Lulinha. O dono da Tallento, Carlos Augusto
Curiati Bueno, confirmou ao MPF que ao final das obras, em agosto de
2014, uma reunião foi realizada no imóvel com a participação de dona
Marisa, Lulinha e Léo Pinheiro. Os procuradores destacam no processo que
a OAS se beneficiou amplamente dos ilícitos praticados contra a
Petrobras. “Léo Pinheiro era bastante próximo de Lula. Significativas
nesse cenário foram as visitas ao tríplex. Na primeira oportunidade Lula
e Marisa Letícia foram acompanhados por Léo Pinheiro e outros
executivos da OAS logo que o projeto foi personalizado e executado”,
reforça o MPF na denúncia aceita pelo juiz Sergio Moro. No meio
jurídico, todos são unânimes em afirmar que o tríplex está para Lula
assim como a sonegação de imposto esteve para Al Capone. Ou seja, o
petista está bem próximo de ser condenado por um crime menor, entre
tantos outros mais graves que indiscutivelmente cometeu. O sítio dos “laranjas” Advogado é acusado de fazer contrato frio para reforma no sítio de Atibaia
O sítio Santa Bárbara, em Atibaia, atribuído ao ex-presidente Lula, é
um verdadeiro laranjal. Que o imóvel seria de Lula, mas está em nome de
Jonas Suassuna e Fernando Bittar, dois amigos de Fábio Luiz Lula da
Silva, todo mundo já sabia. Na última semana, o engenheiro Emyr Costa,
da Odebrecht, acrescentou elementos bombásticos ao caso. Disse que a
Odebrecht lhe deu R$ 500 mil em dinheiro vivo para tocar as reformas no
sítio, mas que a empresa não poderia aparecer. Quem tocava os trabalhos
era uma empreiteira subcontratada. Ele contou à Procuradoria-Geral da
República que chegou a comprar um cofre para guardar a dinheirama em
espécie. Segundo ele, Roberto Teixeira redigiu um contrato fictício
entre Bittar e Carlos Rodrigo do Brato para que as obras fossem feitas. E
colocou o valor de apenas R$ 150 mil para ficar compatível com os
rendimentos de Bittar. A delação derrete a tentativa de defesa de Lula.
Em seu depoimento, Emílio Odebrecht confirmou que gastou R$ 700 mil na
obra a pedido de dona Marisa para fazer uma “surpresa a Lula”. Sempre perto da elite Desde cedo, Lula se aproximou dos empresários para obter benesses
Os depoimentos dos empreiteiros, ao revelar que Lula sempre recebeu
favores, quando não foram gordas propinas, expõe o perfil do
ex-presidente como um homem afeito à receber mimos de empresários. O
primeiro bem-feitor de Lula, que lhe pagava desde festas de aniversário
em restaurantes em São Bernardo, à cessão de casa para moradia, sem nada
pagar em troca, foi o advogado Roberto Teixeira. O advogado chegou a
colocar à disposição de Lula um carro com motorista. Além de Teixeira,
também os empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar emprestaram seus
nomes para Lula adquirir o sítio de Atibaia. Fernando é filho de Jacó
Bittar, ex-prefeito de Campinas, e muito amigo de Lula. Mas Lula não
recebia só pequenos favores dos empresários. Voava em aviões emprestados
por eles e recebia propinas das empresas, como mostraram os
empreiteiros Emilio Odebrecht e Léo Pinheiro. Todos financiaram as
campanhas do petista com caixa 2. Emílio chegou a dizer em sua delação
que Lula sempre pediu favores. A empresa pagava mesada a seu irmão,
ajudou seu filho a criar um campeonato de futebol americano e deu
dinheiro para seu sobrinho em negócios em Angola. A hábito do cachimbo
faz a boca torta.
Diretor diz
que dava semanalmente R$ 100 mil a responsável pela obra e que dinheiro
veio do ‘departamento de propina’; ex-presidente nega ser dono do imóvel
Por
Eduardo Gonçalves
Policiais federais fazem buscas no sítio em Atibaia que era frequentado pelo ex-presidente Lula (Avener Prado/Folhapress)
O diretor de Engenharia da Odebrecht Emyr Diniz Costa Junior trouxe novos detalhes de como a empreiteira atuou na reforma do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, interior de São Paulo, cujo real proprietário seria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a força-tarefa da Operação Lava Jato
— o que é veementemente negado pelo petista. As obras teriam sido
executadas entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011, quando Lula deixou a
Presidência no fim do segundo mandato.
Um dos 78 delatores da Odebrecht, Costa relatou à Procuradoria-Geral da República (PGR)
que até comprou um cofre para guardar os 700.000 reais em espécie
usados para bancar a reforma – o orçamento inicial era de 500.000 reais,
mas depois foram requisitados mais 200.000 reais para cobrir gastos
extras. “Nunca tinha manejado uma obra com somas dessa natureza. Então,
eu comprei um cofre desses que você compra nesses caminhões. Coloquei
dentro do armário da minha sala”. Ele contou que as cifras vieram do
setor de Operações Estruturadas, o célebre departamento de propinas
da Odebrecht. Um malote com o dinheiro foi entregue em seu escritório
após ele dar ao emissário uma senha, da qual disse não se recordar mais.
Costa afirmou que, semanalmente, separava 100.000 reais em envelopes
para entregar ao engenheiro da Odebrecht Frederico Marcos de Almeida,
responsável pelas obras do sítio, que, por sua vez, repassava os valores
a uma pessoa identificada como Aurélio. Posteriormente, ele descobriu
se tratar de Rogério Aurelio Pimentel, ex-assessor especial de Lula.
Os recursos, segundo ele, foram utilizados para custear a construção
de um alojamento para os seguranças de Lula, uma edícula de quatro
suítes, uma sauna, uma adega e o conserto de um vazamento na piscina. “O
senhor Aurélio até pediu para fazer mais coisas, como um pomar, quadra
de tênis, mas não foi possível pelo prazo e pelo período chuvoso”,
explicou o delator.
Contrato falso
Em maio de 2011, após as obras serem concluídas, o diretor
foi chamado a uma reunião presencial com o advogado de Lula Roberto
Teixeira em seu escritório em São Paulo. Na ocasião, segundo contou,
disse ter sido orientado a produzir um contrato falso para, conforme
suas palavras, “regularizar a construção de forma que não parecesse que
ela tinha sido feita para benefício de Lula nem tampouco pela
Odebrecht”.
Segundo o delator, ele providenciou o documento, que foi redigido em
nome de Fernando Bittar, o dono legal do sítio, com uma empreiteira
local ao custo de 150.000 reais — “o valor mais baixo para ser com
compatível com a renda de Bittar”, disse. A nota fiscal emitida e o
contrato falso foram entregues em mãos a Teixeira em um segundo
encontro. Ele disse à PGR que nas duas ocasiões se registrou na portaria
do prédio do escritório.
No depoimento, o delator afirmou ter sido informado por seus
superiores de que as obras eram destinadas ao ex-presidente Lula, mas
ressaltou que não teve nenhum contato com o petista nem com algum de
seus familiares. “Às vezes, o Frederico [o engenheiro] ia perguntar
algum detalhe técnico da obra e o Aurélio [o assessor da presidência]
dizia que iria perguntar para dona Marisa [Letícia, esposa do
ex-presidente Lula, falecida em fevereiro deste ano]”, contou ele.
Além de Costa, outros executivos da Odebrecht, como Marcelo, Emílio, Alexandrino Alencar e Carlos Armando Paschoal, relataram
à PGR como a empresa se organizou para realizar as obras no sítio de
modo discreto e como um presente a Lula, assim que ele deixasse o
Palácio da Alvorada, em Brasília.
Em nota, o advogado Roberto Teixeira afirmou que Fernando Bittar era
seu cliente e que atuou para formalizar o “pagamento do valor devido
pelos serviços”. Ele também ressaltou que “jamais propôs, orientou ou
executou qualquer ato ilegal” em seus 47 anos de carreira como advogado.
A defesa de Lula sempre frisou que o ex-presidente não é dono do sítio e
que, portanto, não pode ser acusado de nenhuma irregularidade.
Confira abaixo a nota na íntegra do advogado Roberto Teixeira.
“Jamais propus, orientei ou executei
qualquer ato ilegal na minha trajetória de 47 anos ininterruptos de
exercício da advocacia. A delação premiada de Alexandrino Alencar tem
sido utilizada por alguns veículos de imprensa para atribuir a mim
participação em afirmada emissão de documentos falsos relativos a obras
realizadas em um sítio em Atibaia, de propriedade do meu cliente
Fernando Bittar. A verdade é que o próprio Alexandrino Alencar afirmou
em sua delação o que eu mesmo sempre deixei claro: “que o sítio é do
Fernando Bittar” e que minha atuação, enquanto seu advogado, era a de
formalizar as obras realizadas como condição para que Fernando Bittar,
meu cliente, fizesse o pagamento do valor devido pelos serviços.
Reafirmo que minha atuação na advocacia sempre foi pautada pela ética e
pela observância às leis”.
Ao ser preso
em 2016, ele disse que dinheiro no exterior era de eleições em outros
países; hoje, admitiu caixa 2 para ex-presidente, Haddad, Marta e Gleisi
Por
Eduardo Gonçalves
João Santana e Mônica Moura chegam à sede da Justiça Federal no Paraná para depor - 18/04/2017 (Vagner Rosário/VEJA.com)
Em depoimento ao juiz Sergio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância, o publicitário João Santana
admitiu nesta terça-feira que mentiu em seu primeiro interrogatório, em
fevereiro de 2016, porque estava “atordoado” com a sua prisão e
“preocupado” em manter a então presidente Dilma Rousseff (PT) no cargo — ela foi afastada do posto dois meses depois.
Na ocasião, ele disse que os recursos que recebera no exterior se
referiam, “exclusivamente”, a pagamentos de campanhas feitas em outros
países. Nesta terça-feira, ele mudou a versão: “Na época, [estava] ainda
atordoado, um dia depois da prisão, e também preocupado com a própria
estabilidade política e manutenção do cargo da presidente Dilma. Eu
cometi o equívoco, eu menti para a Justiça sobre isso. Por isso, a
primeira versão minha, que esses recursos eram todos de campanhas
no exterior. Não estava mentindo de todo, porque boa parte dos recursos
provinha disso”, disse Santana, que atuou em campanhas eleitorais em
países da África e da America Latina. Ele foi preso na Operação Acarajé após os investigadores rastrearem depósitos da Odebrecht em uma conta sua aberta no Panamá e sediada na Suíça.
O marqueteiro também confirmou que recebeu pagamentos não declarados
(caixa dois) em contas no exterior pela campanha presidencial de Dilma,
em 2010. Além disso, ele relatou que foi remunerado por fora nas
campanhas municipais dos também petistas Fernando Haddad, em São Paulo, e Patrus Ananias, em Belo Horizonte, em 2012; e de Marta Suplicy (hoje no PMDB), em São Paulo, e Gleisi Hoffmann, em Curitiba, em 2008. Os repasses teriam sido feitos pela empreiteira Odebrecht porintermediação do ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda Antônio Palocci.
Esta foi a primeira vez que o ex-marqueteiro do PT prestou depoimento
ao juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba na condição de delator —
ele fechou acordo de colaboração premiada com Procuradoria-Geral da
República (PGR), que foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 4.
A Moro, ele deu detalhes de como começou a trabalhar para a campanha
(vitoriosa) à reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em
2006. Segundo ele, em agosto de 2005, logo após o estouro do escândalo
do mensalão, ele foi convidado a ir a Brasília para uma conversa com
o então presidente Lula. “Encontrei ele num momento fragilizado. Ele me
convidou para saber se poderia ajudá-lo nesse momento. Eu disse que sim.
E ele me disse: ‘Olha, qualquer detalhe mais burocrático, o Palocci
depois conversa com você”, contou Santana.
Na mesma noite, segundo o seu depoimento, ele avisou o então ministro
da Fazenda que esperava receber os pagamentos de forma legal,
principalmente após os desdobramentos do mensalão que atingiram o seu
ex-sócio, o marqueteiro Duda Mendonça. Em maio de 2006, no entanto, ele
teria recebido o seguinte recado de Palocci: “Infelizmente, não vai
poder ser tudo com recursos contabilizados, por causa das dificuldades
naturais, da cultura existente, mas nós temos uma empresa que dá total
garantia para fazer o pagamento. Você deve conhecer. É a Odebrecht,
[empresa] baiana”, detalhou o marqueteiro, natural de Feira de Santana,
na Bahia. Nas planilhas apreendidas com a empreiteira, os pagamentos
associados a ele aparecem com o codinome “Feira” — esta informação
também foi confirmada no interrogatório de hoje.
Nas considerações finais, o marqueteiro disse a Moro que recebia o
dinheiro ilícito com a consciência limpa porque havia criado um “duplo
escudo mental”, de dizer a si mesmo que o caixa dois era uma “doutrina
do senso comum” e que ganhava pelo seu “trabalho honesto”. “Eu construí
esse equívoco para mim mesmo sem perceber que, ao fazer isso, eu estava
sendo cúmplice de um sistema eleitoral corrupto e negativo. Não estou
demagogicamente dizendo que sou vítima, não, fui agente disso”, afirmou
ele.
Antes de Santana, quem falou com Moro foi a sua mulher, Mônica Moura,
sua sócia na empresa de marketing político, a Polis, e responsável pela
área financeira da companhia. Ao juiz, ela disse que “em todas as
campanhas políticas” que o casal atuou houve pagamento de caixa
dois.”Sempre trabalhamos com caixa dois. Em todas as campanhas. Não
acredito que exista um marqueteiro no Brasil que trabalhe só com caixa
um”, disse ela, dando como exemplo, inclusive, a campanha presidencial
de Dilma em 2014.
Ela também explicou que os valores eram pagos em espécie — “em malas e
mochilas entregues em hotéis e flats. Assim como a gente recebia em
caixa 1 e 2, a gente também gastava em caixa 1 e 2” — e que “todos os
candidatos” sabiam dos pagamentos por fora. “Posso lhe dizer com
segurança que todos eles sabiam dos valores exatos e de quanto estavam
nos pagando e de quanto era o pagamento”, respondeu ela ao ser indagada
por Moro se os políticos tinham conhecimento da prática ilícita.
A assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff informou que não se
pronunciará por enquanto sobre o depoimento de João e Mônica Moura e que
deve divulgar uma nota nesta quarta-feira. Procurados, as senadoras
Marta Suplicy (PMDB-SP), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o ex-prefeito
Fernando Haddad (PT) não foram encontradas. Em ocasiões anteriores, eles
negaram as acusações e reiteraram que as doações às campanhas foram
feitas de acordo com a legislação eleitoral.
Filho, sobrinho, irmão – a todos Lula ajudou com seus trambiques. E eles gostaram
LUÍS CLÁUDIO, O FILHO A jogada do futebol americano lhe rendeu mais de R$ 2 milhões
Thaís Skodowski
Se tem algo que não dá para negar é que o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva preocupa-se com valores familiares – valores,
deixe-se claro, pecuniários; e familiares, no caso, são parentes
chegados, assim como ele, em um bom trambique. Lula foi o maior paizão, o
maior irmão, o maior tiozão. Bastante generoso ele, desde que tal
generosidade viesse em forma de dinheiro dos cofres da empreiteira
Odebrecht. Para ajudar o filho Luís Cláudio Lula da Silva, por exemplo, o
ex-presidente colocou-se na função de relações públicas numa reunião
com o patriarca da empresa, Emílio Alves Odebrecht: “foi uma conversa de
pai para pai, Lula como pai do Luís Cláudio, o Emílio como pai do
Marcelo”, assim definiu o encontro, em sua delação, o ex-diretor de
relações institucionais Alexandrino Alencar. O pai Emílio incumbiu o pai
Lula da missão de aplainar as relações entre a ex-presidente Dilma
Rousseff e Marcelo Odebrecht, porque as “conversas entre ambos não
fluíam”, donos que são de “personalidades muito fortes” – em palavras do
andar de baixo e não dá cobertura, o que Alexandrino quis dizer é que
os santos dos dois não batiam. Lula imediatamente se prontificou a
pavimentar o caminho dessa relação e (cifrão nos olhos) bateu-lhe o
instinto da paternidade: pediu então a Emílio que auxiliasse Luís
Cláudio em um plano que lhe era muito caro – não caro de querido,
entenda-se, caro de grana mesmo. O comunista que pedia mesada
A ideia era que a Odebrecht apoiasse o projeto Touchdown de Luís
Cláudio, que pretendia criar uma liga de futebol americano no Brasil.
Alexandrino contou que reuniu-se com o filho do ex-presidente e lhe
disponibilizou três suportes: jurídico, contábil e de marketing. A essa
altura da delação, o ex-executivo sorri. Motivo: tudo que os advogados
faziam, Luís Cláudio mostrava para a sua mulher, dona Fátima, que também
é advogada, e ela punha defeito do começo ao fim. Como paciência tem
limite, Alexandrino resolveu dizer-lhe para se virar com a advogada que
tinha em casa. Quanto ao escritório contábil, o filho do ex-presidente
bateu o pé que possuía um “velho e amigo contador”. Também aí
Alexandrino irritou-se e mandou ele ficar sob os cuidados desse antigo
conhecido. A Odebrecht entrou então com a parte de marketing, e eis que o
filho de Lula conseguiu arrecadar R$ 2 milhões. Luís Cláudio também
recebeu uma mesada de R$ 50 mil da empreiteira durante anos. Como
dissemos, o ex-presidente foi um paizão. FREI CHICO, O IRMÃO Comunista que é, fez uma expropriação muito peculiar ao receber mesada deR$ 5 mil
Pois bem, vamos agora ao Lula tio. É coisa de outro mundo. Seu
sobrinho Taiguara Rodrigues, filho do irmão da primeira esposa de Luiz
Inácio da Silva (nessa época ele ainda não tinha incorporado Lula ao seu
nome), definia-se como um “fechador de varandas” – vidraceiro, digamos,
profissão mais do que digna, mas que ele exercia bastante a
contragosto, é trabalho duro. O vidraceiro Taiguara, acreditem, da noite
para o dia viu os seus sonhos atravessarem o mar e ancorarem no
continente africano, mais precisamente em Angola. E, lá, ele tornou-se
poderoso empreiteiro sem entender patavina do ramo. Criara a empresa
Exergia, e ela foi contratada pela Odebrecht para fazer brotar obras do
chão angolano com financiamento do BNDES. O lobby do tiozão (vê-se
claramente que bem cabe o aumentativo) rendeu ao sobrinho (sente-se
leitor) R$ 20 milhões.
Agora, o irmão. Chama-se José Ferreira da Silva, tem o apelido de
Frei Chico, foi militante do Partido Comunista Brasileiro e até hoje
acredita na cretinice de que rico tem de ser expropriado. Depende, no
entanto, de quem é a riqueza. Ao invés de pegar dinheiro do
mano-ex-presidente-endinheirado-propineiro, Frei Chico decidiu aceitar
uma expropriação, digamos, privada e muito particular. Lula pediu que a
Odebrecht lhe desse mesada, e ele aceitou. Alexandrino novamente dá um
sorrisinho maroto quando relata que no início o pinga-pinga “era de R$ 3
mil por mês”, entregue em dinheiro vivo “trimestralmente” – portanto,
cada vez, lá se iam R$ 9 mil. Isso assim seguiu até que foi “pedido um
reajuste”. Ele passou a receber então, mensalmente, R$ 5 mil. Por quanto
tempo? Ao longo de 13 anos. Convenhamos que não é sem motivo que, no
rol de codinomes dados pela Odebrecht, o Frei tinha o apelido de
Metralha. TAIGUARA RODRIGUES, O SOBRINHO Saiu do Brasil como vidraceiro e ancorou em Angola com R$ 20 milhões no bolsoDelação de Alexandrino Alencar, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, sobre ajuda à família de Lula “Pagamos R$ 700 mil para a empresa filho de Lula”
“Lula pede para o Emílio (Odebrecht) ajuda para Luís Cláudio (filha
caçula de Lula) iniciar carreira empresarial. Apresentou para mim e
Emílio um projeto dele: criar uma liga de futebol americano profissional
no Brasil”
“Fui encarregado disso. O que ficou de pé foi o apoio de marketing,
uma empresa chamada Concept, que já trabalhava conosco. Pedi que
trabalhassem com o rapaz.Combinei que pagaríamos 90% do custo da Concept
e ele, 10%.
A Concept foi remunerada em R$ 700 mil por ano, por nós. Durante três anos”
“Mantive uma mesada para Frei Chico (irmão de Lula) durante os treze últimos anos. Pagávamos R$ 5 mil por mês para ele”
Revelações da Odebrecht arrastam Lula
para o centro do esquema de corrupção e põem fim ao mito. A condenação
em primeira instância, agora, é uma questão de tempo. A pá de cal será o
depoimento de Leo Pinheiro, da OAS, ao juiz Sérgio Moro nesta semana
Sérgio Pardellas
Sob os escombros das delações da Odebrecht, o personagem
regente de nossas transformações políticas por quase 40 anos submerge
ferido de morte. Luiz Inácio Lula da Silva nunca mais será o mesmo.
Talvez, um Silva. Ou um Luiz Inácio. Nunca mais um Lula. Aquele Lula,
nunca mais. Acabou. É como o Edson sem o Pelé. Para o petista, as
delações dos executivos da Odebrecht foram acachapantes. Restaram claro
que a autoproclamada “alma mais honesta”, a quem um dia milhares de
brasileiros confiaram a missão de mudar radicalmente a maneira de fazer
política no País, se beneficiou pessoalmente dos ilícitos – e estendeu
as benesses aos seus familiares. Sem sequer corar a face, o petista
abandonou ao léu sua principal bandeira, a da ética – se é que um dia
foi verdade.
Os fatos –, e eles são teimosos, deles não há como escapar, – nos
conduzem à crença na impostura lulopetista como uma espécie de dogma de
ação. Senão vejamos: segundo Marcelo Odebrecht, Lula chegou a registrar
um saldo de R$ 40 milhões de reais em sua conta-propina, administrada
pelo ex-ministro Antonio Palocci. Desse total, Lula sacou, no mínimo, 30
milhões de reais. Em dinheiro vivo, conforme antecipou ISTOÉ com
exclusividade em reportagem de capa de novembro de 2016. Gravíssimo.
Como explicar tanto dinheiro na conta ante o povo sofrido do Nordeste?
“Nós contra eles”? “Nós” quem, cara pálida? Também teve mesada em
espécie para o irmão, o Frei Chico, pixuleco para o sobrinho, Taiguara
Rodrigues, e pedido de apoio aos negócios do filho caçula, Luís Cláudio,
em troca de azeitar a relação da Odebrecht com o governo de sua pupila,
Dilma Rousseff. Sem falar no pagamento de despesas estritamente
pessoais, como a reforma do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, a
aquisição de imóveis para uso particular e do dinheiro para a
instalação do Instituto batizado com o seu nome. Nem mesmo as palestras
ministradas pelo petista sobrevivem incólume ao escrutínio da Justiça.
Tido como homem de Lula na Odebrecht, Alexandrino Alencar contou aos
procuradores que as palestras de US$ 200 mil – padrão Bill Clinton – a
Lula foram uma maneira de compensar a ajuda do petista à Odebrecht
durante seus dois mandatos. E que ajuda!
Atuando com se fosse um embaixador da Odebrecht, o petista chegou a
impedir que a Petrobras adquirisse ativos da Ipiranga para garantir que o
grupo permanecesse com a hegemonia do setor, em detrimento dos
interesses da estatal. “Compreendo que nossa presteza e o nosso volume
de pagamentos feitos a pretexto de contribuição para a campanha
contribuíram nas decisões que tanto o ex-presidente Lula quanto
integrantes do PT tomaram durante sua gestão, coincidentes com nossos
interesses”, sapecou o patriarca da família, Emílio Odebrecht. A
promiscuidade era tanta que Emílio pediu a Lula que segurasse sua turma:
“Eles têm a goela muito grande”, afirmou.
Os negócios pessoais do ex-presidente se confundiam tanto com as
decisões de governo que nem o próprio petista conseguia distingui-los
mais. Hoje, há quase um consenso entre procuradores e agentes federais
de que quase todo dinheiro amealhado pelo petista, nos últimos 13 anos,
foi produto de crime. Para a imagem do ex-presidente, a constatação é
nitroglicerina pura. Pá de cal
Nos bastidores da Lava Jato, a condenação de Lula em primeira instância é
tida como questão de tempo. Conforme apurou ISTOÉ, na quinta-feira 20,
em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-sócio da OAS, Leo Pinheiro, irá
jogar a pá de cal sobre o processo do tríplex, no Guarujá, no qual Lula é
réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e ocultação de
patrimônio. O empreiteiro confirmará que o imóvel foi, sim, um regalo ao
petista em troca de benefícios fraqueados por Lula à construtora. O
ex-presidente insiste na cada vez mais inverossímil versão de que não é o
dono do apartamento – um argumento incapaz de se equilibrar em pé. O
depoimento de Pinheiro somado às mais recentes revelações do ex-zelador
do tríplex, publicadas com exclusividade por ISTOÉ, sacramenta a
tempestade perfeita em torno do ex-presidente. De acordo com José
Afonso, ele viu, numa das visitas ao tríplex, dona Marisa pedir aos
funcionários da OAS para que instalassem o elevador privativo no imóvel.
“Quem pediria para construir um elevador num apartamento que não é
seu?”, questiona o arguto zelador. O aparelho ascensor constituiu apenas
um item da reforma empreendida pela OAS no imóvel. A pedido do petista,
o quarto de empregada e uma área da sala viraram um escritório, o piso
foi revestido de porcelanato e uma generosa área gourmet foi erguida no
último andar, onde há um deck e uma pequena piscina. O acerto envolveu
ainda a compra, junto à Kitchens, dos eletrodomésticos que equiparam a
cozinha, com instalações pré-fabricadas, geladeira e microondas,
avaliadas em mais de R$ 200 mil. Tudo isso aconteceu no ano de 2014, sob
a coordenação de Leo Pinheiro, sócio-presidente da OAS. Ou seja,
enquanto se dizia vítima das elites, em palanques País afora, Lula tinha
um apartamento reformado pelas mãos da quintessência dessa mesma elite.
Quem, nesse País, desfruta do privilégio de ter um imóvel remodelado
por um presidente de empreiteira e, ainda por cima, de graça? Nós? Ou
ele? Três fases de Lula Da glória no movimento sindical à ameaça de prisão por corrupção
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O LÍDER SINDICAL - Lula reuniu mais de 100 mil metalúrgicos em Vila Euclides,
em São Bernardo
do Campo, na década de 80, dando início à derrota do
regime militar
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NO PLANALTO Em 2002, Lula foi eleito presidente da república e
substituiu Fernando Henrique. Manteve-se no poder com propinas
para aliados
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PRISÃO À VISTA Em 2016, Lula foi levado pela PF para depor coercitivamente. Uma pena de prisão já está no seu horizonte
a curto prazo
A derradeira fase do processo do tríplex será o depoimento de Lula a
Sergio Moro no dia 3 de maio, quando os dois ficarão tête-à-tête pela
primeira vez. O interrogatório tem tudo para virar um espetáculo.
Militantes da CUT, UNE e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto,
pretendem se revezar em discursos inflamados do lado de fora. Há mais de
um mês, Lula depôs na 10ª Vara Federal de Brasília, no processo que
investiga a tentativa de compra do silêncio de Nestor Cerveró,
ex-diretor internacional da Petrobras. Como tudo o que envolve Lula, a
audiência virou um comício. Como dizia Marx, guru ao qual o petismo
nutre fidelidade quase canina, a história se repetirá. Como farsa.
Sergio Moro, que já foi criticado e agora é adulado por Lula, não parece
exibir um perfil de quem cairá nessa. O BANQUEIRO O empresário Marcelo Odebrecht confirmou que Lula era o “Amigo” da planilha da propina montada pela empresa
Nem todas as ações penais dependem de Moro. Além de responder pelo
apartamento de três decks, Lula é réu em mais quatro processos: por
obstrução de Justiça, por tráfico de influência e corrupção passiva,
acusado de usar sua influência em órgãos do governo e no BNDES para
beneficiar a empreiteira Odebrecht em contratos de obras em Angola,
organização criminosa, por integrar um esquema de venda de vantagens no
governo em benefícios de empresas, e por lavagem de dinheiro, pelo fato
de ter recebido propina da empreiteira Odebrecht na forma da compra de
um terreno (avaliado em 12,5 milhões de reais) para a construção do
Instituto Lula. Diante das revelações dos delatores, não há muita
escapatória. A briga da defesa de Lula residirá no ringue da segunda
instância, onde os processos desaguarão em 2018. Condenado, terá como
destino a cadeia e se tornará automaticamente um político ficha-suja,
razão pela qual ficará impedido de concorrer a qualquer cargo eletivo.
Por isso, estrategicamente, Lula antecipa sua candidatura ao Planalto.
Trabalha para transformar uma decisão eminentemente jurídica numa
contenda político-ideológica. A ideia é constranger o Judiciário sob o
pretenso argumento de que ele está sendo vítima de táticas de lawfare
(guerra jurídica) e, por isso, “quem deve julgá-lo é o povo”. Nem uma
nem outra. Mais uma vez, o petista quer colocar-se acima das leis. A era
dos privilégios, no entanto, parece ter acabado. Assim como o encanto
da população, em quem um dia depositou as mais sinceras esperanças, se
quebrou. FIM DA LINHA O dono da OAS, Léo Pinheiro, pretende dizer ao juiz Sergio Moro, nesta quinta-feira 20, que doou triplex para Lula
Se as eleições fossem hoje, o petista poderia até alcançar o segundo
turno, a julgar pelas recentes pesquisas, mas com uma rejeição acima de
50% estaria impossibilitado de regressar à Presidência. E a repulsa
tende a aumentar, com o acréscimo dos fatos novos. O ex-presidente da
Câmara dos Deputados e conhecido político mineiro José Bonifácio de
Andrada, tetraneto do Patriarca da Independência, costumava repetir
pelos corredores do Congresso: “Em política, todos os compromissos e
determinações devem ser cumpridos, menos quando surgem o fato novo e o
fato consumado.” Os dois fatores, combinados ou não, justificaram as
mais importantes reviravoltas políticas ao longo da história. Aqui, o
fato novo, representado pelas delações dos executivos da Odebrecht,
encontra-se associado ao fato consumado, a morte política de Lula.
Não foi sempre assim. Nas últimas quatro décadas, a expectativa do
poder pessoal de Lula serviu como uma bússola da política nacional.
Guindou-o, aos olhos do regime militar, ainda em meio às greves do ABC, a
um adversário mais empedernido do que muitos dos inimigos tradicionais
da ditadura como Miguel Arraes e Ulysses Guimarães. Fundador de um PT
que ainda engatinhava, soube alimentar, durante a campanha das
Diretas-Já e o governo José Sarney, uma dicotomia em que era tratado,
pelo resto da oposição, ora como potencial aliado, ora como virtual
adversário. Saiu da primeira eleição direta, em 1989, como uma grande
força política, sofreu duas duras derrotas eleitorais, mas ressurgiu
como uma fênix para dois mandatos consecutivos e a ascensão a mito. Em
2010, elegeu a sucessora e o resto já é história. A farsa do caixa 2
A reputação ilibada do petista começou a ruir no longínquo ano de 2005.
Ainda está bem viva na memória da maioria a célebre entrevista em Paris
em que Lula, cândida e calmamente, diante das câmeras, tentou justificar
o mensalão, reduzindo-o a mero caixa dois: “O que o PT fez, do ponto de
vista eleitoral, é o que é feito no Brasil sistematicamente. Se o
partido cometeu erros, tem de explicar para a sociedade onde errou,
porque errou e o que vai fazer para consertar o erro. Mas não é por
causa do erro de um dirigente ou de outro que você pode dizer que o PT
está envolvido em corrupção”. Ali, brasileiros concederam a ele e ao PT o
benefício da dúvida. A presunção da inocência. Anos depois,
descobriu-se que tudo não passava de uma tentativa de dourar mais uma
narrativa. Concomitante ao mensalão, veio o aparelhamento da máquina do
Estado a serviço de um projeto de perpetuação no poder. O Petrolão
representou a sofisticação do escândalo anterior. A ele, foi embutido,
além do projeto de poder, o benefício pessoal e o enriquecimento
próprio, por meio de uma corrupção institucionalizada responsável por
sangrar estatais. A farsa se materializou. “A corrupção deveria ser
considerada crime hediondo. E, quem saqueia o Estado, merece ir direto
para a cadeia”. A frase é da lavra de um autor conhecido: o
ex-presidente Lula, em entrevista concedida a um jornal operário ainda
na década de 80. Aquele Lula acabou. Delação de Alexandrino Alencar, ex-diretor da Odebrecht “Remuneramos Lula pelo que ele fez para o nosso grupo”
“ Nosso objetivo inicial foi conseguir um projeto que pudesse
remunerar o ex-presidente Lula, face o que ele fez durante muitos anos
para o grupo. E que fosse de uma maneira lícita, transparente.
Buscamos, então, algo que é uma prática comum com ex-mandatários, de vários países, inclusive do Brasil.
Usaram como referência (para pagar US$ 200 mil para palestras de
Lula) os valores pagos para o presidente americano Bill Clinton. Aliás,
subiram um pouco a régua. Até porque era um novo player no mercado” O organograma do propinoduto de Lula O ex-diretor da Odebrecht, Alexandrino Alencar, mostra os tentáculos da propina para o petista
Acusações
feitas pelos executivos da Odebrecht atingem ministros do governo,
deputados, senadores e governadores; confira todos os nomes citados
Por
Rodrigo Rangel, Daniel Pereira, Robson Bonin e Laryssa Borges
(VEJA/VEJA)
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF),
determinou nesta terça-feira o fim do sigilo de todos os inquéritos
abertos para apurar irregularidades contra políticos a partir de
delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht.
No total, as investigações envolvem nove ministros do governo Michel
Temer (PMDB), 28 senadores – incluindo o presidente da Casa, Eunício
Oliveira (PMDB-CE) – e 42 deputados federais – incluindo o presidente,
Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os inquéritos foram pedidos pelo procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, e incluem governadores, ministros, senadores, deputados federais e outros políticos. A VEJA teve acesso aos pedidos de inquérito.
Confira abaixo os nomes dos políticos que serão investigados em inquéritos abertos pelo STF. A lista inclui ministros de Temer, senadores e deputados:
Aécio Neves, senador (PSDB-MG)
Antônio Anastasia, senador (PSDB-MG)
Alfredo Nascimento, deputado (PR-AM)
Milton Monti, deputado (PR-SP)
Aloysio Nunes, senador (PSDB-SP)
Arlindo Chinaglia, deputado (PT-SP)
Arthur Maia, deputado (PPS-BA)
Bruno Araújo, ministro das Cidades (PSDB-PE)
Carlos Zarattini, deputado (PT-SP)
Cândido Vaccarezza, deputado (ex-PT-SP)
Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda (PT)
Eduardo Braga, senador (PMDB-AM)
Omar Aziz, senador (PSD-AM)
Cacá Leão, deputado (PP-BA)
Cássio Cunha Lima, senador (PSDB-PB)
Celso Russomanno, deputado (PRB-SP)
Ciro Nogueira, senador (PP-PI)
Dalírio Beber, senador (PSDB-SC)
Napoleão Bernardes, prefeito de Blumenau (PSDB-SC)
Daniel Elias Carvalho Vilela, deputado (PMDB-GO)
Maguito Vilela, ex-governador de Goiás (PMDB)
Daniel Gomes de Almeida, deputado (PCdoB-BA)
Décio Nery de Lima, deputado (PT-SC)
Ana Paula Lima, deputada estadual (PT-SC)
Edison Lobão, senador (PMDB-MA)
Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil (PMDB-RS)
Moreira Franco, secretário-geral da Presidência (PMDB-RJ)
Fábio Faria, deputado (PSD-RN)
Robinson Faria, governador do Rio Grande do Norte (PSD)
Rosalba Ciarlini, prefeita de Mossoró (PP-RN)
Fernando Collor de Mello, senador (PTC-AL)
Fernando Bezerra, senador (PSB-PE)
Gilberto Kassab, ministro das Comunicações (PSD-SP)
Heberte Lamarck Gomes da Silva (Betinho Gomes), deputado federal (PSDB-PE)
José Feliciano de Barros Júnior, advogado
José Ivaldo Gomes (Vado da Farmácia), ex-prefeito de Cabo do Santo Agostinho (PTB-PE)
Helder Barbalho, ministro da Integração Nacional (PMDB-PA)
Paulo Roberto Galvão da Rocha, senador (PT-PA)
Heráclito Fortes, deputado (PSB-PI)
Humberto Costa, senador (PT-PE)
Ivo Cassol, senador (PP-RO)
João Carlos Gonçalves Ribeiro, ex-secretário de Planejamento de Rondônia
João Carlos Paolilo Bacelar Filho, deputado (PR-BA)
Jorge Viana, senador (PT-AC)
Tião Viana, governador do Acre (PT)
José Carlos Aleluia, deputado (DEM-BA)
José Carlos Becker de Oliveira e Silva (Zeca Dirceu), deputado (PT-PR)
José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil
José Orcírio Miranda dos Santos (Zeca do PT), deputado (PT-MS)
Blairo Maggi, ministro da Agricultura (PP)
José Reinaldo Carneiro Tavares, deputado (PSB-MA)
Ulisses César Martins de Sousa, ex-procurador-geral do Estado do Maranhão
Renan Calheiros, senador (PMDB-AL)
Renan Calheiros Filho, governador do Alagoas (PMDB)
Fernando Bezerra de Sousa Coelho, senador (PSB-PE)
Júlio Lopes, deputado (PP-RJ)
Jutahy Magalhães Júnior, deputado (PSDB-BA)
Kátia Abreu, senadora (PMDB-TO)
Moisés Pinto Gomes, marido da senadora Kátia Abreu
Lídice da Mata, senadora (PSB-PE)
Lindberg Farias, senador (PT-RJ)
Marco Maia, deputado (PT-RS)
Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil (PMDB)
Humberto Kasper, ex-presidente da Trensurb
Marco Arildo Prates da Cunha, ex-presidente da Trensurb
Paulo Bernardo Silva, ex-ministro do Planejamento (PT)
Marcos Antônio Pereira, ministro da Indústria, Comércio e Serviços (PRB-ES)
Maria do Rosário Nunes, deputada (PT-RS)
Mário Negromonte Júnior, deputado (PP-BA)
Milton Monti, deputado (PR-SP)
Valdemar da Costa Neto, ex-deputado (PR-SP)
Nelson Pellegrino, deputado (PT-BA)
Ônix Lorenzoni , deputado (DEM-BA)
Paulo Henrique Ellery Lustosta da Costa, deputado (PP-CE)
Paulo Pereira da Silva, deputado (SD-SP)
Pedro Paulo Carvalho Teixeira, deputado (PMDB-RJ)
Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio de Janeiro (PMDB)
Ricardo Ferraço, senador (PSDB-ES)
Rodrigo Maia, deputado (DEM-RJ)
César Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro (DEM)
Rodrigo Garcia, deputado (DEM-SP)
Romero Jucá Filho, senador (PMDB-RR)
Eunicio Oliveira, senador (PMDB-CE)
Lúcio Quadros Vieira Lima, deputado (PMDB-BA)
Rodrigo Maia, deputado (DEM-RJ)
Rodrigo Jucá, advogado e filho de Romero Jucá (PSD-RR)
Valdir Raupp, senador (PMDB-RO)
Vander Loubet, deputado (PT-MS)
Vanessa Grazziotin, senadora (PCdoB-AM)
Eron Bezerra, marido da senadora Vanessa Grazziotin
Vicente Cândido, deputado (PT-SP)
Vicente Paulo da Silva, deputado (PT-SP)
Vital do Rêgo Filho, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU)
Yeda Rorato Crusius, deputada (PSDB-RS)
Fora do STF
Dezenas de outros inquéritos foram enviados por Fachin a outros
tribunais porque os envolvidos não têm direito a foro no Supremo
Tribunal Federal, como os governadores de estado, que têm de ser
julgados pelo Superior Tribunal de Justiça.
Nesta lista estão, entre outros, os governadores de São Paulo,
Geraldo Alckmin (PSDB), de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), do Rio,
Luiz Fernando Pezão (PMDB), e do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
Na lista também está o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB)
e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que precisam ser
julgados na primeira instância, ou seja, pela Justiça Federal de São
Paulo. Confira a lista:
Abelardo Lupion, ex-deputado federal (DEM)
Adolfo Viana de Castro Neto, deputado estadual (PSDB-BA)
Adrian Mussi, suplente de deputado (PHS-RJ)
Agnelo Queiroz, ex-governador (PCdoB-DF)
Alcebíades Sabíno dos Santos
Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e Petrobras
André Gustavo Vieira da Silva, publicitário
Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde (PT-SP)
Aloísio dos Santos Júnior
Aloizio Mercadante, ex-ministro (PT-SP)
Aluísio Teles Ferreira Filho, ex-diretor da Petrobras
Anderson Braga Dorneles, ex-assessor de Dilma
André de Souza
Andréia Légora, afilhada de Eduardo Cunha
Helil Cardozo (PMDB-RJ)
Anthony Garotinho, ex-governador do Rio (PR-RJ)
Antônio Carlos de Campos Machado, deputado estadual (PTB-SP)
Antônio Carlos Magalhães Neto, prefeito de Salvador (DEM-BA)
Antônio Duarte Nogueira Júnior, prefeito de Ribeirão Preto (PSDB-SP)
Antônio Egício Rufino de Carvalho, candidato a vereador de Uruguaina (PSDB-RS)
Antônio Palocci Filho, ex-ministro da Fazenda (PT-SP)
Arthur Virgílio, prefeito de Manaus (PSDB-AM)
Benjamin Steinbruch, empresário
Carlito Merss, ex-deputado federal (PT-SC)
Carlos Alberto Grana , ex-prefeito (PT-SP)
Beto Richa, governador do Paraná (PSDB-PR)
Carlos Busatto Júnior, prefeito de Itaguaí-RJ (PMDB-RJ)
Carlos Chagas
Carlinhos Almeida, ex-prefeito de São José dos Campos (PT-SP)
Carlos Roberto Casteglione Dias, ex-prefeito de Cachoeiro do Itapemirim (ES)
Carlos Lupi, ex-ministro do Trabalho (PDT-RJ)
Clécio Luís Vilhena Vieira, prefeito de Macapá (PSOL-AP)
Colbert Martins da Silva Filho, vice-prefeito de Feira de Santana-BA (PMDB)
Cristina Conceição Bredda Carrara, prefeita de Sumaré-SP (PSDB-SP)
Delcídio do Amaral, ex-senador, sem partido
Demerval da Fonseca
Demóstenes Torres, ex-deputado federal (DEM)
Diga Salomão
Dilma Rousseff, ex-presidente da República (PT)
Donisete Braga, ex-prefeito de Mauá (PT-SP)
Edinho Silva, prefeito de Araraquara (PT-SP)
Edson Aparecido dos Santos, ex-deputado federal (PSDB-SP)
Eduardo Celso de Araújo Marinho
Eduardo Cunha, ex-deputado federal (PMDB-RJ)
Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio (PMDB-RJ)
Eliseu Daniel, ex-candidato a prefeito de Limeira (PSDB-SP)
Eronildes Teixeira de Queiroz
Estilac Martins Rodrigues Xavier, conselheiro do TCE-RS
Everaldo Dias Pereira (pastor Everaldo), ex-candidato a presidente (PSC-RJ)
Fábio Cleto, ex-diretor da Caixa
Felipe Montoro Jens
Fernando Antônio Falcão Soares, Fernando Baiano, operador do PMDB
Fernando Capez, deputado estadual (PSDB-SP)
Fernando Pimentel, governador de MG (PT-MG)
Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo (PT-SP)
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República ( PSDB-SP)
Firmino da Silveira Soares Filho
Flávio Dino, governador do Maranhão PCdoB-MA)
Francisco Azambuja Barbará, suplente de vereador em Uruguaiana (PSDB-RS)
Francisco Chaves
Francisco de Assis Pereira de Campos, deputado estadual (PT-SP)
Waldir Pires, vereador de Salvador (PT-BA)
Frederico Cantoni Antunes
Geddel Vieira Lima, ex-ministro PMDB-BA)
Geraldo Alves Ferreira Júnior, vereador de Salvador (SD-BA)
Geraldo Alckmin, governador de São Paulo (PSDB-SP)
Geraldo Simões de Oliveira, ex-deputado federal (PT-BA)
Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul (PMDB)
Gleise Hoffmann, senadora (PT-PR)
Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda (PT-SP)
Gustavo Falcão Soares, irmão de Fernando Baiano
Hélio de Oliveira dos Santos, Dr. Hélio, ex-prefeito de Campinas ( PDT-SP)
Henrique Alves, ex-ministro do Turismo (PMDB-RN)
Henrique Santana Carballal, vereador de Salvador (PV-BA)
Hugo Napoleão, ex-senador (PSD-PI)
Humberto Costa, senador (PT-PE)
Ideli Salvatti, ex-senadora (PT-SC)
IIson Mauro da Silva Brum, ex-candidata a prefeito de Uruguaiana (PMDB-RS)
Inaldo Leitão, ex-deputado federal (PL-PB)
Iris Rezende, prefeito de Goiânia (PMDB-GO)
Jairo Jorge da Silva, ex-prefeito de Canoas (PDT-RS)
Jaison Cardoso Souza, ex-prefeito de Imbituba (PSDB-SC)
Jaques Wagner, ex-governador da Bahia (PT-BA)
Jean Jackson Kuhlmann, deputado estadual (PSDB-SC)
Jean Vieira de Lima
João Almeida dos Santos, ex-deputado federal (PSDB-BA)
João Santana, marqueteiro
João Leão, vice-governador da Bahia (PP)
João Paulo Cunha, ex-deputado federal (PT-SP)
João Paulo Rillo, deputado estadual (PT-SP)
Raimundo Colombo, governador de Santa Catarina (PSD)
João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT
Jonas Lopes de Carvalho, conselheiro do TCE-RJ
Gim Argello, ex-senador (PTB-DF)
Jorge Bittar, ex-deputado federal (PT-RJ)
Jorge Khoury, ex-deputado federal (DEM-BA)
Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio (PMDB-RJ)
José Aníbal, ex-senador (PMDB-SP)
José Antônio Barros Munhoz, ex-deputado estadual (PSDB)
José Eduardo Siqueira Campos, ex-senador (DEM-TO)
José Genoíno, ex-deputado federal (PT-SP)
José Marcelo do Nascimento Nilo, deputado estadual (PSL-BA)
Jose Maria Eymael,ex-deputado federal (PSDC-SP)
José Ricardo Franco Montoro, ex-deputado estadual (PSDB-SP)
José Roberto Arruda, ex-governador do DF (PR)
José Severiano Chaves, ex-deputado (PTB-PE)
Josefina Soares Bruggemann, vereadora (PP-RS)
Juçara Feitosa de Oliveira, suplente de senador (PT-BA)
Jussara Osório de Almeida, ex-vereadora (/Rede-RS)
Laurez da Rocha Moreira, prefeito (PSB-TO)
Lázaro Noé da Silva, candidato derrotado a prefeito (PPS)
Valtimir Ribeirão, candidato derrotado a prefeito (PMDB-SP)
Leur Antônio de Brito Lomanto Júnior, deputado estadual (PMDB-BA)
Luciano Santos Rezende, prefeito (PPS-ES)
Lúdio Frank Mendes Cabral, ex-vereador (PT-MT)
Luis Cláudio Lula da Silva, filho de Lula (SP)
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente (PT-SP)
Luiz Augusto Fuhrmann Schneider, prefeito (PSDB-RS)
Luiz Eduardo Melin de Carvalho e Silva, ex-diretor do BNDES
Luiz Fernando Pezão, governador do Rio (PMDB)
Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo do Campo (PT)
Luiz Paulo Vellozo Lucas, ex-deputado federal (PSDB-ES)
Luiz Roberto de Albuquerque, depuado federal (PSB-RS)
Lusenrique Quintal, empresário (PSD)
Manuela d’Ávila, deputada federal (PCdoB-RS)
Marcelo Miranda, governador do Tocantins ( PMDB)
Marcelo de Lima Lélis, ex-deputado estadual (PV-TO)
Márcio Araújo de Lacerda, ex-prefeito (PSB-MG)
Marconi Perillo, governador de Goiás (PSDB)
Maria da Conceição Caldas Rabha, ex-prefeita (PT-BA)
Mário de Melo Kertesz, ex-prefeito (PMDB-BA)
Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades (PP-BA)
Mariton Benedito de Holanda, ex-deputado federal (PT-RO)
Dermeval Fonseca Nevoeiro Junior, candidato derrotado a prefeito (DEM-SP)
Nilson Bonome, candidato derrotado a prefeito (PMDB-SP)
Osmar Dias, ex-senador (PDT-PR)
Oswaldo Baptista Duarte Filho, ex-prefeito de São Carlos-SP (PT)
Othon Luiz da Silva Pinheiro, ex-presidente da Eletronuclear
Palminio Altimari Filho, ex-prefeito (PMDB-SP)
Paulo Altomani, ex-prefeito de São Carlos-SP (PT)
Paulo Bernardo, ex-ministro (PT-PR)
Paulo César de Melo Sá, deputado estadual (PMDB-RJ)
Paulo Hartung, governador do Espírito Santo (PMDB)
Paulo Ferreira, ex-deputado federal (PT-SP)
Paulo Hadish, ex-prefeito (PSB-SP)
Paulo Magalhães Júnior, vereador (PV-BA)
Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras
Paulo Rubem Santiago Ferreira, ex-deputado federal (PSOL-PE)
Paulo Sérgio de Sá Bittencourt Câmara, vereador (PSDB-BA)
Paulo Skaf, presidente da Fiesp (PMDB)
Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula (PT)
Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras
Pedro Eurico de Barros e Silva, candidato derrotado a deputado federal (PSDB-PE)
Pedro Ramos de Miranda, assessor do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB)
Raimundo Coimbra Júnior, ex-deputado federal (PMDB-TO)
Renata Anchão Braga, ex-prefeita (PSDB-SP)
Renato Casagrande, ex-governador do Espírito Santo (PSB-ES)
Ricardo Fortunato de Oliveira, ex-prefeito (PMDB-GO)
Riverton Mussi Ramos, ex-prefeito (PMDB-RJ)
Robério Bandeira de Negreiros Filho, deputado distrital (PMDB-DF)
Roberto Carlos de Souza, ex-prefeito (PSDB-SC)
Roberto Massafera, deputado estadual (PSDB-SP)
Rogerio Pascon, prefeito (PTB-SP)
Ronaldo Dimas, prefeito (PR-TO)
Ronnie Peterson Colpo Mello, prefeito (PP-RS)
Rosângela Garotinho, ex-governadora do Rio (PR-RJ)
Rosely Nassim Jorge Santos
Rubens Merguizo Filho, prefeito (PMDB-SP)
Rubens Moreira Mendes Filho, ex-deputado federal (PSD-RO)
Saldanha Leivas Cougo, candidato derrotado a deputado federal (PRB-SP)
Sandoval Lôbo Cardoso, ex-governador do Tocantins (SD)
Sandro Antonio Scodro, ex-deputado federal (PMDB-GO)
Sebastião Almeida, ex-prefeito de Guarulhos-SP (PDT)
Sérgio Cabral, ex-governador do Rio (PMDB)
Tiago Brandão Correia, vereador (PTN-BA)
Valmir Queiroz Mariano, ex-prefeito (PSD-PA)
Vanessa Damo, ex-deputada estadual (PMDB-SP)
Wayner Fajardo Gasparello, secretário municipal de Obras do Rio
Wilma Faria, vereadora (PT do B-RN)
Wilson Carlos Cordeiro, ex-secretário municipal de Governo do Rio
Confira algumas das acusações feitas pelos delatores e clique em leia mais para saber o que pesa contra cada um: GERALDO ALCKMIN, GOVERNADOR DE SÃO PAULO (PSDB) – governador usava cunhado para receber propina AÉCIO NEVES, SENADOR (PSDB-MG) – senador teria recebido mesada de até 2 milhões de reais DILMA ROUSSEFF, EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA (PT) – ex-presidente teria recebido 150 milhões para campanhas LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA (PT) – participou das discussões sobre a divisão da propina da Odebrecht ROMERO JUCÁ, SENADOR (PMDB-RR) – senador recebeu propina para defender interesses da Odebrecht RENAN CALHEIROS, SENADOR (PMDB-AL) – com Jucá, recebeu R$ 5 milhões para aprovar MP EDISON LOBÃO, SENADOR (PMDB-MA) – senador levou R$ 5,5 milhões de reais da empreiteira FERNANDO COLLOR, SENADOR (PTC-AL) – recebeu 800 mil reais na campanha eleitoral de 2010 LINDBERGH FARIAS, SENADOR (PT-RJ) – recebeu 4,5 milhões de reais em propinas nas eleições de 2008 e 2010 CIRO NOGUEIRA, SENADOR (PP-PI) – recebeu 1,6 milhão de reais nas eleições de 2010 e 2014 EDUARDO CUNHA, EX-DEPUTADO (PMDB-RJ) – ex-deputado teria arquitetado plano para sepultar a Lava Jato BLAIRO MAGGI, MINISTRO DA AGRICULTURA (PP-MT) – ministro recebeu R$ 12 mi para ajudar a liberar crédito da empresa VICENTE CÂNDIDO, DEPUTADO (PT-SP) – deputado federal recebeu 50 mil reais para viabilizar Itaquerão JORGE PICCIANI, DEPUTADO ESTADUAL (PMDB-RJ) – recebeu caixa dois da Odebrecht nos anos de 2010 e 2012 PAULO HARTUNG, GOVERNADOR DO ESPÍRITO SANTO (PMDB) – recebeu 1 milhão de reais nas eleições de 2010 e 2012 HÉLDER BARBALHO, MINISTRO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL (PMDB-PA) – recebeu 1,5 milhão de reais em três parcelas RICARDO FERRAÇO, SENADOR (PSDB-ES) –executivos dizem que repassaram a ele 400.000 reais via caixa dois ALDEMIR BENDINE, EX-PRESIDENTE DA PETROBRAS – ex-presidente do BB e da Petrobras, recebeu dinheiro para ajudar a Odebrecht ALFREDO NASCIMENTO, DEPUTADO (PR-AM) – ex-ministro de Lula e Dilma, recebeu 200 mil reais via caixa 2 JOÃO BACELAR FILHO, DEPUTADO (PR-BA) – recebeu 250 mil reais da Odebrecht para ajudar em MP CELSO RUSSOMANNO, DEPUTADO (PRB-SP) – deputado federal recebeu 50 mil reais na campanha de 2010 ZECA DIRCEU, DEPUTADO (PT-PR) – filho de José Dirceu teria recebido 250 mil reais para campanha CARLOS ZARATTINI, DEPUTADO (PT-SP) – líder do partido recebeu propina para atuar em favor de MPs PAULINHO DA FORÇA, DEPUTADO (SD-SP) – presidente da Força Sindical recebeu 200 mil para campanha de 2010
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/