Revelações da Odebrecht arrastam Lula
para o centro do esquema de corrupção e põem fim ao mito. A condenação
em primeira instância, agora, é uma questão de tempo. A pá de cal será o
depoimento de Leo Pinheiro, da OAS, ao juiz Sérgio Moro nesta semana
Sérgio Pardellas
Sob os escombros das delações da Odebrecht, o personagem
regente de nossas transformações políticas por quase 40 anos submerge
ferido de morte. Luiz Inácio Lula da Silva nunca mais será o mesmo.
Talvez, um Silva. Ou um Luiz Inácio. Nunca mais um Lula. Aquele Lula,
nunca mais. Acabou. É como o Edson sem o Pelé. Para o petista, as
delações dos executivos da Odebrecht foram acachapantes. Restaram claro
que a autoproclamada “alma mais honesta”, a quem um dia milhares de
brasileiros confiaram a missão de mudar radicalmente a maneira de fazer
política no País, se beneficiou pessoalmente dos ilícitos – e estendeu
as benesses aos seus familiares. Sem sequer corar a face, o petista
abandonou ao léu sua principal bandeira, a da ética – se é que um dia
foi verdade.
Os fatos –, e eles são teimosos, deles não há como escapar, – nos
conduzem à crença na impostura lulopetista como uma espécie de dogma de
ação. Senão vejamos: segundo Marcelo Odebrecht, Lula chegou a registrar
um saldo de R$ 40 milhões de reais em sua conta-propina, administrada
pelo ex-ministro Antonio Palocci. Desse total, Lula sacou, no mínimo, 30
milhões de reais. Em dinheiro vivo, conforme antecipou ISTOÉ com
exclusividade em reportagem de capa de novembro de 2016. Gravíssimo.
Como explicar tanto dinheiro na conta ante o povo sofrido do Nordeste?
“Nós contra eles”? “Nós” quem, cara pálida? Também teve mesada em
espécie para o irmão, o Frei Chico, pixuleco para o sobrinho, Taiguara
Rodrigues, e pedido de apoio aos negócios do filho caçula, Luís Cláudio,
em troca de azeitar a relação da Odebrecht com o governo de sua pupila,
Dilma Rousseff. Sem falar no pagamento de despesas estritamente
pessoais, como a reforma do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, a
aquisição de imóveis para uso particular e do dinheiro para a
instalação do Instituto batizado com o seu nome. Nem mesmo as palestras
ministradas pelo petista sobrevivem incólume ao escrutínio da Justiça.
Tido como homem de Lula na Odebrecht, Alexandrino Alencar contou aos
procuradores que as palestras de US$ 200 mil – padrão Bill Clinton – a
Lula foram uma maneira de compensar a ajuda do petista à Odebrecht
durante seus dois mandatos. E que ajuda!
Atuando com se fosse um embaixador da Odebrecht, o petista chegou a
impedir que a Petrobras adquirisse ativos da Ipiranga para garantir que o
grupo permanecesse com a hegemonia do setor, em detrimento dos
interesses da estatal. “Compreendo que nossa presteza e o nosso volume
de pagamentos feitos a pretexto de contribuição para a campanha
contribuíram nas decisões que tanto o ex-presidente Lula quanto
integrantes do PT tomaram durante sua gestão, coincidentes com nossos
interesses”, sapecou o patriarca da família, Emílio Odebrecht. A
promiscuidade era tanta que Emílio pediu a Lula que segurasse sua turma:
“Eles têm a goela muito grande”, afirmou.
Os negócios pessoais do ex-presidente se confundiam tanto com as
decisões de governo que nem o próprio petista conseguia distingui-los
mais. Hoje, há quase um consenso entre procuradores e agentes federais
de que quase todo dinheiro amealhado pelo petista, nos últimos 13 anos,
foi produto de crime. Para a imagem do ex-presidente, a constatação é
nitroglicerina pura. Pá de cal
Nos bastidores da Lava Jato, a condenação de Lula em primeira instância é
tida como questão de tempo. Conforme apurou ISTOÉ, na quinta-feira 20,
em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-sócio da OAS, Leo Pinheiro, irá
jogar a pá de cal sobre o processo do tríplex, no Guarujá, no qual Lula é
réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e ocultação de
patrimônio. O empreiteiro confirmará que o imóvel foi, sim, um regalo ao
petista em troca de benefícios fraqueados por Lula à construtora. O
ex-presidente insiste na cada vez mais inverossímil versão de que não é o
dono do apartamento – um argumento incapaz de se equilibrar em pé. O
depoimento de Pinheiro somado às mais recentes revelações do ex-zelador
do tríplex, publicadas com exclusividade por ISTOÉ, sacramenta a
tempestade perfeita em torno do ex-presidente. De acordo com José
Afonso, ele viu, numa das visitas ao tríplex, dona Marisa pedir aos
funcionários da OAS para que instalassem o elevador privativo no imóvel.
“Quem pediria para construir um elevador num apartamento que não é
seu?”, questiona o arguto zelador. O aparelho ascensor constituiu apenas
um item da reforma empreendida pela OAS no imóvel. A pedido do petista,
o quarto de empregada e uma área da sala viraram um escritório, o piso
foi revestido de porcelanato e uma generosa área gourmet foi erguida no
último andar, onde há um deck e uma pequena piscina. O acerto envolveu
ainda a compra, junto à Kitchens, dos eletrodomésticos que equiparam a
cozinha, com instalações pré-fabricadas, geladeira e microondas,
avaliadas em mais de R$ 200 mil. Tudo isso aconteceu no ano de 2014, sob
a coordenação de Leo Pinheiro, sócio-presidente da OAS. Ou seja,
enquanto se dizia vítima das elites, em palanques País afora, Lula tinha
um apartamento reformado pelas mãos da quintessência dessa mesma elite.
Quem, nesse País, desfruta do privilégio de ter um imóvel remodelado
por um presidente de empreiteira e, ainda por cima, de graça? Nós? Ou
ele? Três fases de Lula Da glória no movimento sindical à ameaça de prisão por corrupção
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O LÍDER SINDICAL - Lula reuniu mais de 100 mil metalúrgicos em Vila Euclides,
em São Bernardo
do Campo, na década de 80, dando início à derrota do
regime militar
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NO PLANALTO Em 2002, Lula foi eleito presidente da república e
substituiu Fernando Henrique. Manteve-se no poder com propinas
para aliados
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PRISÃO À VISTA Em 2016, Lula foi levado pela PF para depor coercitivamente. Uma pena de prisão já está no seu horizonte
a curto prazo
A derradeira fase do processo do tríplex será o depoimento de Lula a
Sergio Moro no dia 3 de maio, quando os dois ficarão tête-à-tête pela
primeira vez. O interrogatório tem tudo para virar um espetáculo.
Militantes da CUT, UNE e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto,
pretendem se revezar em discursos inflamados do lado de fora. Há mais de
um mês, Lula depôs na 10ª Vara Federal de Brasília, no processo que
investiga a tentativa de compra do silêncio de Nestor Cerveró,
ex-diretor internacional da Petrobras. Como tudo o que envolve Lula, a
audiência virou um comício. Como dizia Marx, guru ao qual o petismo
nutre fidelidade quase canina, a história se repetirá. Como farsa.
Sergio Moro, que já foi criticado e agora é adulado por Lula, não parece
exibir um perfil de quem cairá nessa. O BANQUEIRO O empresário Marcelo Odebrecht confirmou que Lula era o “Amigo” da planilha da propina montada pela empresa
Nem todas as ações penais dependem de Moro. Além de responder pelo
apartamento de três decks, Lula é réu em mais quatro processos: por
obstrução de Justiça, por tráfico de influência e corrupção passiva,
acusado de usar sua influência em órgãos do governo e no BNDES para
beneficiar a empreiteira Odebrecht em contratos de obras em Angola,
organização criminosa, por integrar um esquema de venda de vantagens no
governo em benefícios de empresas, e por lavagem de dinheiro, pelo fato
de ter recebido propina da empreiteira Odebrecht na forma da compra de
um terreno (avaliado em 12,5 milhões de reais) para a construção do
Instituto Lula. Diante das revelações dos delatores, não há muita
escapatória. A briga da defesa de Lula residirá no ringue da segunda
instância, onde os processos desaguarão em 2018. Condenado, terá como
destino a cadeia e se tornará automaticamente um político ficha-suja,
razão pela qual ficará impedido de concorrer a qualquer cargo eletivo.
Por isso, estrategicamente, Lula antecipa sua candidatura ao Planalto.
Trabalha para transformar uma decisão eminentemente jurídica numa
contenda político-ideológica. A ideia é constranger o Judiciário sob o
pretenso argumento de que ele está sendo vítima de táticas de lawfare
(guerra jurídica) e, por isso, “quem deve julgá-lo é o povo”. Nem uma
nem outra. Mais uma vez, o petista quer colocar-se acima das leis. A era
dos privilégios, no entanto, parece ter acabado. Assim como o encanto
da população, em quem um dia depositou as mais sinceras esperanças, se
quebrou. FIM DA LINHA O dono da OAS, Léo Pinheiro, pretende dizer ao juiz Sergio Moro, nesta quinta-feira 20, que doou triplex para Lula
Se as eleições fossem hoje, o petista poderia até alcançar o segundo
turno, a julgar pelas recentes pesquisas, mas com uma rejeição acima de
50% estaria impossibilitado de regressar à Presidência. E a repulsa
tende a aumentar, com o acréscimo dos fatos novos. O ex-presidente da
Câmara dos Deputados e conhecido político mineiro José Bonifácio de
Andrada, tetraneto do Patriarca da Independência, costumava repetir
pelos corredores do Congresso: “Em política, todos os compromissos e
determinações devem ser cumpridos, menos quando surgem o fato novo e o
fato consumado.” Os dois fatores, combinados ou não, justificaram as
mais importantes reviravoltas políticas ao longo da história. Aqui, o
fato novo, representado pelas delações dos executivos da Odebrecht,
encontra-se associado ao fato consumado, a morte política de Lula.
Não foi sempre assim. Nas últimas quatro décadas, a expectativa do
poder pessoal de Lula serviu como uma bússola da política nacional.
Guindou-o, aos olhos do regime militar, ainda em meio às greves do ABC, a
um adversário mais empedernido do que muitos dos inimigos tradicionais
da ditadura como Miguel Arraes e Ulysses Guimarães. Fundador de um PT
que ainda engatinhava, soube alimentar, durante a campanha das
Diretas-Já e o governo José Sarney, uma dicotomia em que era tratado,
pelo resto da oposição, ora como potencial aliado, ora como virtual
adversário. Saiu da primeira eleição direta, em 1989, como uma grande
força política, sofreu duas duras derrotas eleitorais, mas ressurgiu
como uma fênix para dois mandatos consecutivos e a ascensão a mito. Em
2010, elegeu a sucessora e o resto já é história. A farsa do caixa 2
A reputação ilibada do petista começou a ruir no longínquo ano de 2005.
Ainda está bem viva na memória da maioria a célebre entrevista em Paris
em que Lula, cândida e calmamente, diante das câmeras, tentou justificar
o mensalão, reduzindo-o a mero caixa dois: “O que o PT fez, do ponto de
vista eleitoral, é o que é feito no Brasil sistematicamente. Se o
partido cometeu erros, tem de explicar para a sociedade onde errou,
porque errou e o que vai fazer para consertar o erro. Mas não é por
causa do erro de um dirigente ou de outro que você pode dizer que o PT
está envolvido em corrupção”. Ali, brasileiros concederam a ele e ao PT o
benefício da dúvida. A presunção da inocência. Anos depois,
descobriu-se que tudo não passava de uma tentativa de dourar mais uma
narrativa. Concomitante ao mensalão, veio o aparelhamento da máquina do
Estado a serviço de um projeto de perpetuação no poder. O Petrolão
representou a sofisticação do escândalo anterior. A ele, foi embutido,
além do projeto de poder, o benefício pessoal e o enriquecimento
próprio, por meio de uma corrupção institucionalizada responsável por
sangrar estatais. A farsa se materializou. “A corrupção deveria ser
considerada crime hediondo. E, quem saqueia o Estado, merece ir direto
para a cadeia”. A frase é da lavra de um autor conhecido: o
ex-presidente Lula, em entrevista concedida a um jornal operário ainda
na década de 80. Aquele Lula acabou. Delação de Alexandrino Alencar, ex-diretor da Odebrecht “Remuneramos Lula pelo que ele fez para o nosso grupo”
“ Nosso objetivo inicial foi conseguir um projeto que pudesse
remunerar o ex-presidente Lula, face o que ele fez durante muitos anos
para o grupo. E que fosse de uma maneira lícita, transparente.
Buscamos, então, algo que é uma prática comum com ex-mandatários, de vários países, inclusive do Brasil.
Usaram como referência (para pagar US$ 200 mil para palestras de
Lula) os valores pagos para o presidente americano Bill Clinton. Aliás,
subiram um pouco a régua. Até porque era um novo player no mercado” O organograma do propinoduto de Lula O ex-diretor da Odebrecht, Alexandrino Alencar, mostra os tentáculos da propina para o petista
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/
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