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quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Corte na Selic indica juro de 7% no fim deste ano

Após o Copom reduzir a Taxa Selic para 7,5% na noite de ontem (25), a expectativa é de mais um corte em dezembro

Próximo comunicado sobre a taxa de juros deve ser feito após o dia 6 de dezembro, quando o Banco Central emite novo relatório da reunião do Copom
Brasília. O Banco Central (BC) diminuiu o ritmo de corte da taxa básica de juros e decidiu, ontem (25), reduzir a Selic de 8,25% para 7,5% ao ano, como esperava a maior parte dos economistas do mercado financeiro. O Copom (Comitê de Política Monetária) também indicou, na avaliação de analistas, que fará mais um corte neste ano, de 0,5 ponto percentual, na última reunião de 2017. Dessa forma, a Selic encerrará o ano em 7%.
O corte de outubro já era esperado porque o Copom havia indicado, no mês passado, que faria uma redução "moderada" do ritmo de queda da Selic. No entendimento dos analistas, significava um corte de 0,75 ponto.
O Banco Central voltou a repetir agora, no comunicado, a expressão. Com isso, o entendimento é que o próximo corte será de 0,5 ponto. Desde abril, quando a Selic caiu de 12,25% para 11,25% ao ano, o Copom vinha promovendo cortes de um ponto percentual.
Dúvida sobre 2018
A dúvida dos analistas depois do comunicado divulgado nesta quarta é sobre o que o Banco Central prevê para o início de 2018. "Provavelmente cai a 7% em dezembro, deixaram bastante indicado. Mas, para o começo de 2018, eu tenho dúvidas. Ele não se comprometeu que vai continuar cortando. Deixou a porta aberta", disse o economista Paulo Gala, diretor-geral da Fator Administração de Recursos.
A incerteza foi gerada, segundo ele, porque o Banco Central retirou do comunicado o trecho que mencionava um "encerramento gradual do ciclo". Para ele, isso pode significar duas coisas: que o ciclo vai continuar ou que ele será encerrado definitivamente em dezembro.
A Rosenberg Associados tem a expectativa de uma redução da Selic para 6,75% ao ano na primeira reunião de 2018, mas o economista Leonardo Costa aponta que o comunicado deixou dúvida.
"Temos visão clara sobre dezembro, de um corte de 0,5, mas não sobre reunião de fevereiro", disse. A redução para 6,75% no próximo ano também é a projeção do Santander, segundo o economista Luciano Sobral.
"A impressão que temos é que em 2018 (o Copom) consegue ficar com juro parado em 6,75%", acrescentou ainda o economista.
Inflação
Ao mencionar eventuais riscos para a inflação no próximo ano, Sobral destacou que será fundamental observar a dinâmica do efeito de aumento da demanda de energia gerado pela recuperação econômica e acompanhar o regime de chuvas, que afeta esse mercado. Ele espera um crescimento da economia de 3,2% em 2018. O aumento dos valores das bandeiras tarifárias, anunciado na terça-feira (24), não preocupa os economistas no curto prazo. "Eles já devem ter incorporado aumento da bandeira na projeção e o cenário ainda está bastante confortável", disse Leonardo Costa. O BC informou que projeta inflação em torno de 3,3% para 2017, 4,3% para o ano que vem e 4,2% para 2019. A próxima reunião do Copom será em 5 e 6 de dezembro. A primeira do ano que vem está prevista para 6 e 7 de fevereiro.
Opinião do especialista
Atividade econômica será beneficiada
Sem surpresa, o corte de 75 pontos-base da Selic mostra uma desaceleração dos cortes anteriores de 100 pontos. Mas esse já era o resultado esperado e, portanto, já precificado pelo mercado. E temos uma previsão, segundo o relatório Focus, de fechar o ano com a Selic a 7% e inflação abaixo do centro da meta, ficando em torno de 3%.
O que estamos vendo é que o Banco Central vem conduzindo a política fiscal e monetária com maestria. E a Selic nesse patamar irá contribuir para incrementar um pouco a atividade econômica. A queda da inflação permitiu reduzir a taxa básica de juros que, por sua vez, contribui para tirar o País dessa desaceleração.
Neste ano, devemos bater um novo recorde na balança comercial e de atração de investimento estrangeiro, já estamos vendo uma melhora nas taxas de desemprego mas, por outro lado, o déficit público e o gasto público ainda segue um movimento inercial de crescimento.
Ricardo Eleutério
Economista

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