A história se repete, a menos de um ano
da eleição. Pré-candidatos ao Planalto douram o discurso, recorrem ao
populismo barato e, de novo, lançam mão de mentiras – sem nem mesmo
corar a face – a fim de iludir, engabelar e conquistar o voto do
eleitor. É preciso ficar atento
Octávio Costa e Tábata Viapiana
A campanha de 2018 nem começou e os principais pré-candidatos
à Presidência da República já tentam iludir os eleitores com promessas
falsas e discursos contraditórios. Utilizam a falácia, o ludíbrio e o
populismo barato como arma eleitoral. Como se a população tivesse
perdido de vista a atmosfera farsesca que permeou as eleições de 2014,
vendem gato por lebre e esperam, com isso, conquistar o coração e o voto
dos incautos que vão às urnas.
De Lula a Bolsonaro, passando por Ciro e Marina, todo se esmeram em
prometer o que não vão entregar. A campanha da mentira já começou. Todo
cuidado é pouco. É bom se preparar para não ser vítima de mais um
estelionato eleitoral.
Um bom exemplo de incongruência retórica é o do ex-presidente Lula.
Em recente discurso, o petista afirmou, por exemplo, que não pretende
trabalhar para que empresários como Joesley Batista, dono do grupo
J&F, sejam beneficiados pelo governo. “A gente não quer que esse
País se desenvolva para o sr. Joesley ficar milionário, mas para o povo
viver melhor”, disse Lula, ao passar por Ipatinga (MG).
Acontece que foi justamente em seu governo que a JBS, empresa do
grupo J&F, recebeu mais benefícios do governo federal e se tornou a
maior produtora de carne do mundo. O BNDES liberou mais de R$ 8 bilhões
em financiamentos para a JBS. O faturamento da empresa saltou de R$ 4
bilhões em 2006 para R$ 170 bilhões em 2016. CASCATEAR Lula prometeu referendo para revogar medidas de Temer. Mas Constituição não prevê (Crédito:Eduardo Anizelli/Folhapress)Luiz Inácio Lula da Silva O que disse “A gente não quer que esse País se desenvolva para o sr. Joesley ficar milionário, mas para o povo viver melhor”. O que é na realidade Foi no governo Lula que a JBS conseguiu financiamentos
bilionários do BNDES e, em dez anos, elevou seu faturamento de R$ 4
bilhões para R$ 170 bilhões. O que disse “As pessoas se sentiram traídas porque aquilo não era o que a gente tinha prometido na campanha”. O que é na realidade Em 2014, para garantir a reeleição de Dilma, o PT iludiu os
eleitores ao dizer que não havia o que mudar na economia, mas já se
sabia, na época, que seria necessário um forte ajuste fiscal. O que disse “Nós aprendemos a não ter ódio, pois quem tem ódio tem azia”. O que é na realidade Lula ataca investigadores da Lava Jato e o juiz Sergio
Moro, da 13ª Vara de Curitiba, sempre que tem oportunidade. Chegou a
chamá-los de “canalhas”. Além disso, é o criador do discurso do “nós
contra eles”.
Lula dá nó em pingo d’água. Em entrevista ao jornal espanhol ‘El
Mundo’, ele admitiu que o PT enganou os eleitores na campanha de 2014,
quando Dilma Rousseff foi reeleita. Na ocasião, o governo estava farto
de saber que o Brasil enfrentava dificuldades que exigiam uma forte
freada de arrumação na economia
O preço inevitável do ajuste fiscal seria o mergulho na recessão.
Mas, para garantir a vitória nas urnas, o PT, Lula e Dilma esconderam
dos eleitores a gravidade da situação. Diziam que estava tudo sob
absoluto controle. “O País é estável, economicamente forte. O Brasil vai
bombar”, insistiu Dilma, durante a campanha.
Apesar dos desmentidos oficiais, havia um cheiro de desastre no ar.
Dilma derrotou Aécio Neves, mas por margem estreitíssima. Assim que
reempossada, fez exatamente o que havia negado de pés juntos: um ajuste
fiscal duro e conservador.
Lula nunca comentou a guinada de sua dileta discípula. Mas agora se
aproxima a hora de pedir votos e ele decidiu entregar a cabeça de Dilma.
“As pessoas se sentiram traídas porque aquilo não era o que a gente
tinha prometido na campanha”, disse ao “El Mundo”. Faltou dizer a
verdade: que o ajuste fiscal foi necessário para conter o desarranjo das
contas públicas legado por Lula ao País, como consequência das
desonerações e dos subsídios para empresários. Foi, portanto, mais uma
mentira conveniente do petista.
Além de tentar se desvencilhar de Dilma, o ex-presidente faz o
possível para passar uma imagem mais moderada. Em outubro, afirmou que
“aprendeu a não ter ódio, pois quem tem ódio tem azia”. Sabe-se, porém,
que ele não poupa ataques ao juiz Sérgio Moro e aos investigadores da
Lava Jato. “Nenhum canalha teve coragem de apontar nada de errado que eu
fiz”, disse Lula, em João Pessoa.
“O País é estável e com economia forte.
O Brasil vai bombar a partir de 2014”
Dilma Rousseff, durante a última campanha eleitoral
Quem também tem adotado um discurso cada vez mais inconsistente é
Ciro Gomes, pré-candidato do PDT. Ele já afirmou, em várias ocasiões,
que o Brasil não precisa de uma reforma da Previdência. “É uma audácia
dizer que há déficit na Previdência”, disse o pedetista.
No entanto, o rombo na Previdência é uma realidade, e se não houver
mudanças nas regras de aposentadoria, as contas públicas podem implodir.
Em 2016, o déficit do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) foi de
R$ 149,7 bilhões. Para este ano, espera-se um resultado negativo na casa
dos R$ 188,8 bilhões. Com a reforma aprovada, mesmo com as adequações
discutidas com o Congresso, o governo espera uma economia na casa dos R$
650 bilhões para os próximos dez anos.
Outro exagero de Ciro Gomes é prometer que uma das metas de seu
governo, se eleito, será “ajudar a tirar do buraco 23 dos 27 estados que
estão quebrados”. De acordo com relatório do sistema Firjan, apenas
cinco estados não tinham, em 2016, recursos em caixa para honrar os
compromissos em dia.
Eis os estados que fecharam o ano com saldo negativo: Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Sergipe e Distrito Federal. Em outro
ponto, Ciro se contradiz quando fala sobre a Operação Lava Jato. Ele
disse à Rádio Jovem Pan que é “a favor da Lava Jato” e que nunca deixou
ninguém duvidar disso. Em março, no entanto, afirmou que “receberia à
bala a turma do Sérgio Moro”, se viesse a ser alvo da operação. FREIO DE ARRUMAÇÃO Candidato tem se esforçado em transmitir uma imagem menos radical (Crédito:RÚBIO MARRA/FUTURA PRESS)Jair Bolsonaro O que disse Ao criticar a reforma da Previdência, defendeu “exposição
maior dos bancos em vez de tirar o sangue dos aposentados” e questionou
onde estaria “o sacrifício do sistema financeiro”. O que é na realidade No governo Dilma, foi o único deputado do PP a votar contra o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido para bancos. O que disse “No projeto da terceirização, eu me abstive por que entendo os
pontos dos dois lados e qualquer que fosse meu voto, eu levaria
porrada”. O que é na realidade Em pré-campanha, Bolsonaro preferiu não correr risco e ficou em cima do muro. O que disse “Minha briga nunca foi contra o homossexual”. O que é na realidade É autor de frases polêmicas contra a comunidade LGBT. Exemplos: “Se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater”, em
2002; “O filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um coro, e já
muda o comportamento”, em 2010; e “Ninguém gosta de homossexual, apenas
suporta”, em 2011. Moderando o discurso
O deputado Jair Bolsonaro, como se sabe, não mede palavras. É o rei
da polêmica e pouco se importa em ser coerente. Ao criticar o projeto de
reforma da Previdência do governo Temer, Bolsonaro defendeu, em
entrevista ao “Valor Econômico”, uma “exposição maior dos bancos em vez
de tirar o sangue dos aposentados”. E perguntou onde estaria “o
sacrifício do sistema financeiro”.
Incorreu em flagrante contradição com suas posições durante o governo
Dilma. Na época, ele foi o único deputado de seu antigo partido, o PP, a
votar contra o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
para os bancos. Agora, ele defende o aumento da arrecadação em cima das
instituições financeiras. Bolsonaro também surpreendeu durante a votação
do projeto que ampliou a terceirização às atividades fins das empresas.
Explicou que viu pontos positivos nos argumentos dos que atacavam e
dos que defendiam a medida e preferiu se abster. Ou seja, para não se
desgastar politicamente, lavou as mãos. Se negou fogo na terceirização
por temer a perda de votos, Bolsonaro também tem recuado em seu
tradicional combate aos direitos da comunidade LGBT.
Em evento político recente, ele chegou a dizer que sua “briga nunca
foi contra o homossexual”. O problema é que, ao longo de sete mandatos
na Câmara, ele coleciona frases violentíssimas contra os gays. Eis
exemplos: “Se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater”, em
2002; “ Filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um coro, e já
muda”, em 2010; e “Ninguém gosta de homossexual, apenas suporta”, em
2011.
Em entrevista à BBC no último dia 18, Marina Silva incorreu no mesmo
pecado de seus adversários, ao cometer um evidente exagero. Ela afirmou
que a Rede, o partido criado por ela em 2015, é o único a defender
abertamente a Lava Jato. “Eu sempre defendi a Lava Jato, como eles não
defendem, preferem dizer que não é um posicionamento”, disse Marina.
Porém, há outras legendas que defendem a operação.
Na mesma entrevista, ela explicou que “não se pode concorrer à
eleição para um país como o Brasil sem apresentar um programa de
governo, sem dizer o que se vai fazer para a saúde, a educação,
segurança pública, infraestrutura, proteção do meio ambiente”. Acontece
que uma das críticas às duas campanhas de Marina à Presidência foi
justamente a falta de objetividade e de embasamento técnico de seus
programas de governo.
Há, ainda, contradição no discurso de Marina no que diz respeito às
articulações visando o pleito de 2018. Ela tem negado encontros com
figuras do meio jurídico para compor a chapa da Rede. Disse que se
reuniu com o ex-ministro do STF, Carlos Ayres Britto, uma única vez para
discutir uma decisão do Supremo que não fui cumprida pelo então
presidente do Senado, Renan Calheiros. Porém, o próprio Ayres Britto
declarou publicamente ter conversado, mais de uma vez, com Marina Silva –
“uma querida amiga”.
Ao tentar engabelar a população, os candidatos lançam mão, de novo,
do velho e surrado “estelionato eleitoral”. O termo surgiu após as
eleições gerais de 1986, no governo José Sarney. Na época, para garantir
a eleição do maior número possível de governadores, o governo iludiu a
população brasileira ao dizer que o Plano Cruzado funcionava bem. Na
verdade, o governo já preparava ajustes, mas adiou as mudanças para
depois do pleito.
Deu certo: o PMDB de Sarney elegeu 22 de 23 governadores e conquistou
a maior bancada no Congresso. Logo depois da vitória nas urnas, o
governo desvalorizou a moeda e descongelou preços. Foi quando os
opositores de Sarney criaram o termo “estelionato eleitoral”, que
significa enganar a sociedade para vencer uma eleição. SEM PAPAS NA LÍNGUA Como em 2002, Ciro tropeça nas próprias palavras (Crédito: Luca Erbes/Futura Press/Folhapress)Ciro Gomes O que disse “É uma audácia dizer que há déficit na Previdência”. O que é na realidade O rombo na Previdência é irrefutável. Em 2016, o déficit
foi de R$ 149,7 bilhões. Para este ano, espera-se um resultado negativo
de R$ 188,8 bilhões. O que disse Uma das metas de seu governo, se eleito, será “ajudar a tirar do buracos 23 dos 27 estados que estão quebrados”. O que é na realidade De acordo com a Firjan, apenas cinco estados não tinham, em
2016, recursos em caixa para honrar os compromissos: Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Sergipe e Distrito Federal. O que disse “Sou a favor da Lava Jato e nunca deixei ninguém duvidar disso”. O que é na realidade Em março, afirmou que “receberia à bala a turma do Sérgio Moro”, caso viesse a ser alvo da operação.
Nas eleições de 2018, além das mentiras dos candidatos, haverá outro
problema gerado pelo crescimento das mídias sociais: o fenômeno chamado
de fake news, notícias falsas que se espalham por sites, pelo Twitter e
pelo Facebook como se fossem verdade absoluta. De acordo com
levantamento de um grupo de pesquisas da Universidade de São Paulo
(USP), cerca de 12 milhões de pessoas difundem notícias falsas sobre
política no Brasil. Se considerada a média de 200 seguidores por
usuário, o alcance pode chegar a toda a população.
É um fenômeno recente e que já impactou em eleições de outros países,
como França e Argentina, especialmente os Estados Unidos. Em 2018, uma
coisa é certa: o fake news terá forte presença da eleição brasileira.
Atualmente, há cada vez mais pessoas consumindo informações nas redes
sociais, muitas vezes sem checar a fonte de origem.
Notícias são compartilhadas sem critério, espalhando boatos e
mentiras que podem acabar com uma candidatura. Segundo estudo da FGV, os
perfis automatizados – os robôs de redes sociais – foram responsáveis
por gerar 10% do debate nacional nas eleições de 2014. A expectativa é
que esse índice pelo menos triplique no próximo ano.
A fim de evitar a proliferação de notícias inverídicas, a Abin e o
TSE já preparam uma espécie de força-tarefa para entrar em funcionamento
durante a campanha. “O ideal é regulamentar a propaganda eleitoral na
internet”, defende o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Segundo estudo da FGV, os perfis automatizados (robôs)
geraram 10% do debate nacional nas eleições de 2014
Em meio à disseminação das fake news, há um dado bastante alentador.
Trata-se das empresas especializadas no chamado ‘fact-checking’, ou
seja, na checagem de informações divulgadas nas mídias sociais. Serão
ferramentas importantes para os eleitores terem certeza do que foi dito
ou feito por determinado candidato, sem cair na boataria virtual. Uma
dessas empresas é a Agência Lupa criada em 2015 pela jornalista Cristina
Tardáguila. “Vai
ser uma trabalheira infernal. Imagine o tiroteio entre os radicais do
Lula, Ciro, Bolsonaro e Marina”, Cristina Tardáguila, Agência Lupa
A Lupa é uma agência de notícias que tem como principal fonte de
renda a revenda de matérias checadas para jornais, revistas e rádios. E a
demanda por seus serviços não para de crescer. Neste exato momento, a
empresa está reforçando a estrutura para 2018. “Vai ser uma trabalheira
infernal. Imagine o tiroteio de informação entre os radicais do Lula, do
Ciro, do Bolsonaro e da Marina”, prevê Cristina.
Para enfrentar o tsunami de notícias falsas, a Lupa está dobrando
seus quadros de checadores. É uma demanda da população. Pesquisa da
consultoria Kantar diz que 58% das pessoas já nutrem menos confiança em
notícias políticas publicadas nas redes. Cristina avisa que está em
discussão a troca do termo “fake news”. “Informação falsa soa como cópia
original. Ou a informação é verdadeira ou é fraude”.
Fica, então, a advertência para os candidatos que insistem em fazer
os eleitores de palhaços. Ou a informação é boa ou é fraude. Vale também
para as falsas promessas e para o estelionato eleitoral. Peixe morre
pela boca, candidatos também. CONTRADIÇÃO Marina conserva perfil ambivalente. Não será fácil mudar (Crédito:FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS)Marina Silva O que disse Segundo ela, a REDE é o único partido a defender
abertamente a Lava Jato. “Eu sempre defendi a Lava Jato, como eles não
defendem, preferem dizer que não é um posicionamento”. O que é na realidade Há outras legendas que também defenderam a operação, inclusive nas propagandas eleitorais no rádio e na TV, como o PRTB e PSDC. O que disse “Não se pode concorrer à eleição sem apresentar um programa de
governo. Sem dizer o que se vai fazer para a saúde, a educação,
segurança pública, infraestrutura, proteção do meio ambiente”. O que é na realidade Uma das críticas às campanhas de Marina à Presidência foi exatamente a falta de objetividade de seus programas de governo. Em 2014, por exemplo, pressionada por evangélicos, ela alterou as propostas voltadas à comunidade LGBT. O que disse Tem negado encontros com figuras do meio jurídico para compor sua
chapa. Disse que se reuniu com o ex-ministro do STF Ayres Britto uma
única vez para discutir decisão do STF sobre Renan Calheiros. O que é na realidade O próprio Ayres Britto declarou publicamente que conversa
habitualmente com Marina Silva – “uma querida amiga” -, apesar de não
admitir que os encontros têm relação com a eleição.
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/
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