Interventor
federal disse que não existe planejamento de ocupação permanente de
favelas e que as operações continuarão sendo pontuais
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O Dia
Primeira coletiva do general Braga Neto falando da intervenção federal na segurança publica do Rio, - Severino Silva
Rio - Na primeira coletiva
para apresentar o plano durante a intervenção federal no Rio, o general
Walter Souza Braga Netto afirmou que o principal objetivo será
"recuperar a credibilidade" da segurança pública do Rio. Toda a cúpula
da segurança do estado será mantida. Também foram apresentados
oficialmente os generais Richard Nunes e Mauro Sinott, secretário de
Segurança e chefe do Gabinete de Intervenção Federal, respectivamente.
Braga Netto também disse que não existe planejamento de
ocupação permanente de favelas e que as operações continuarão sendo
pontuais. Nenhum plano específico foi apresentado e, segundo o
interventor, a sistemática da segurança não muda, pelo menos a
princípio.
"Não há mudança no momento. As Forças Armadas já
participam desse tipo de operação. Apoiamos quando a polícia entra para
fazer uma prisão. Damos o suporte para que a polícia possa entrar com
tranquilidade na comunidade (...) Cada órgão vai continuar fazendo o seu
papel", falou.
Segundo o general, o objetivo da intervenção é
"integrar e cooperar", aumentando a credibilidade das polícias. A única
ação anunciada foi a instalação do gabinete de intervenção no Centro
Integrado de Comando e Controle (CICC).
"O objetivo comum de reestruturar, fortalecer e apoiar
logisticamente para reduzir a criminalidade e dar suporte à capacidade
operativa à segurança pública do Rio de Janeiro", disse Braga Netto.
O general Mauro Sinott, que será o chefe do gabinete de
intervenção, falou sobre as "oportunidades" que serão criadas pela
intervenção. "Esta é uma janela de oportunidade para fortalecer a
segurança. Precisamos que os órgãos de segurança entendam que precisamos
atuar sobre esses gargalos que os órgãos deixaram aqui. A respeito do
que vai permanecer, é a nossa atuação sobre as dificuldades dos órgãos
de segurança pública", explicou.
O interventor disse que outra frente é combater a
corrupção nas polícias. "Queremos fortalecer as corregedorias e tomar as
medidas necessárias para que o bom profissional seja valorizado e o mal
seja penalizado", explicou Braga Netto.
O novo secretário de Segurança do Rio, general Richard
Nunes, disse que podem ocorrer redimensionamentos nas ações das Unidades
de Polícia Pacificadora. "As UPPs permanecem, mas temos um diagnóstico
que indica a necessidade de redimensionamento de certas ações nessa
área", disse, sem detalhar o que será feito.
Recursos para intervenção
O interventor falou que, inicialmente, os recursos
usados para a intervenção serão apenas os que estão previstos no
decreto, ou seja, os que já estão orçados para a segurança do Rio de
Janeiro. "Brasília nos dará aporte, mas ainda não tenho informação de
valores, porque nós mesmos ainda não levantamos esses valores", disse.
Vitrine da nova fase do governo Temer, nova Pasta vai incorporar a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária
Nome do PPS se tornou o ministro-chave do presidente Michel
Temer no plano de ações para a Segurança Pública, alvo de críticas da
oposição
( Foto: Agência Brasil )
Brasília. O governo anunciou, ontem, Raul Jungmann
(PPS) para o novo Ministério Extraordinário de Segurança Pública.
Jungmann deixa o Ministério da Defesa. A posse dele está prevista para
as 11h de hoje, após o presidente Michel Temer ter assinado ontem à
noite a Medida Provisória que cria a nova Pasta.
Temer também já agendou para quinta-feira (1/3) uma reunião entre governadores e o ministro Raul Jungmann.
A nova Pasta vai assumir a maior parte das ações federais em segurança,
incorporando a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
Para chefiar a Defesa, o governo indicou interinamente o general Joaquim Silva e Luna, atual secretário-geral da Pasta.
Segundo o ministro da Justiça, Torquato Jardim, o novo ministério terá um secretário executivo e nove assessores.
Os demais funcionários serão transferidos da Justiça, Pasta que atualmente responde pela área de Segurança Pública.
O general Silva e Luna, como secretário-geral, era o responsável pela coordenação e planejamento de ações do Ministério.
A intervenção federal no Rio deverá ter os principais nomes da cúpula
da segurança pública definidos esta semana. O coronel Wolney Dias,
comandante da Polícia Militar, e delegado Carlos Leba, da Polícia Civil,
não deverão permanecer nos cargos. Para a sucessão dos dois, o novo
secretário de Segurança, general Richard Fernandez Nunes, quer quadros
internos.
Inicialmente, chegou-se a cogitar a nomeação de um militar do Exército
para a PM. Mas a ideia acabou descartada. Responsável pela articulação
política do Palácio do Planalto, o ministro Carlos Marun (Secretaria de
Governo) defendeu, ontem, que o Ministério da Defesa seja comandado por
um civil.
A intenção, segundo Marun, é que todos os ministros interinos
permaneçam no cargos até abril, quando o governo terá de promover uma
considerável reforma ministerial, já que ao menos 12 titulares devem se
desincompatibilizar para disputar as eleições. Cearenses
A criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública tem sido
vista com cautela e recebeu elogios e críticas de parlamentares da
bancada cearense.
O deputado Aníbal Gomes (PMDB) defendeu a criação da nova Pasta.
"Facilita (o combate ao crime) porque terá exclusividade de atuação
nesta área".
Para o deputado Cabo Sabino (PR), o Ministério da Segurança Pública é
uma demanda antiga da área e pode ajudar a solucionar a falta recursos.
Na avaliação de Chico Lopes (PCdoB), porém, a medida tem um viés de
propaganda e não solucionará a crise da segurança pública. O deputado
José Airton (PT) ponderou, por sua vez, que o "problema não é só criar o
ministério é dar condições para combater o tráfico". Colaborou Carolina Curvello
O empreiteiro Marcelo Odebrecht entregou na quarta-feira, 21,
aos investigadores da Operação Lava Jato dezenas de mensagens que
corroborariam sua delação premiada. Os e-mails foram anexados à ação
penal na qual Lula é acusado de receber propina da Odebrecht.
“Após a progressão para o regime fechado diferenciado ocorrida em 19
de dezembro de 2017, o colaborador (Marcelo Odebrecht) teve acesso a um
HD contendo o espelhamento de seu computador apreendido, quando passou a
realizar buscas por mais elementos de corroboração dos fatos relatados
no acordo por ele celebrado”, afirma a defesa de Marcelo Odebrecht.
Neste processo, a Operação Lava Jato atribui a Lula vantagem indevida
de R$ 12,5 milhões da Odebrecht, por meio de um terreno que abrigaria o
Instituto que leva o nome do ex-presidente – R$ 12 milhões – e uma
cobertura vizinha à residência do petista em São Bernardo de R$ 504 mil.
As mensagens, segundo o delator, foram trocadas entre 8 e 9 de
setembro de 2010. O documento cita o “Drousys” – sistema de informática
para comunicação do setor de propinas da empreiteira – e o “MyWebDay” –
software desenvolvido pela empreiteira para gerenciar contabilidade
paralela.
“(O arquivo) corrobora os pagamentos registrados nos sistemas
MyWebDay e Drousys, conforme documentos juntados pelo colaborador e pelo
Ministério Público Federal”, diz.
A defesa destacou uma mensagem de 9 de setembro de 2010, na qual
Marcelo Odebrecht, afirma. “Eh uma conta que HS mantém e debita a 3
fontes distintas”.
Segundo os advogados do empreiteiro, o e-mail “esclarece-se que
‘conta’ se refere à ‘Planilha Italiano’, o que corrobora a afirmação de
que os valores foram debitados daquela “conta corrente”, que, à época,
tinha justamente 3 fontes, pelo que o colaborador pode recordar”.
Na contramão do necessário ajuste
fiscal, ministros de tribunais superiores torram R$ 5,7 milhões em
viagens – destaque para a corte militar, que julga pouco e passeia muito
1 - José Barroso Filho
Presidente do Superior Tribunal Militar (STM); 2 -Marcelo de Oliveira Mendonça
Chefe de Gabinete do Presidente do STM; 3- Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha
Ministra do STM; 4 -Tatiana Cochlar
da Silva Araújo
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Ary Filgueiras
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen
Lúcia, começou a fechar a torneira do desperdício de dinheiro no
Judiciário representado pelo auxílio-moradia, com o qual a União gasta
anualmente R$ 437 milhões. Há, porém, outros canais usados por ministros
de tribunais superiores por onde escorrem milhões de reais de recursos
públicos. Recentemente, a ministra Cármen Lúcia constatou que os
magistrados promovem uma verdadeira farra com a emissão de passagens
aéreas e o famigerado pagamento de diárias a servidores que estão
debaixo de suas asas, entre os quais integrantes do próprio STF. Só de
passagens aéreas e diárias, os tribunais gastaram no ano passado um
total de R$ 5,7 milhões.
O levantamento foi feito por ISTOÉ com base nas informações do
sistema de transparência que consta no site de cada um dos quatro
tribunais superiores: Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal
Militar (STM), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Superior Tribunal de
Justiça (STJ). Os números mostram que os tribunais parecem fechar os
olhos para a situação calamitosa das contas públicas do País e gastam
sem dó. O campeão foi o STF, que pagou R$ 1,5 milhão com despesas com
viagens no ano passado. Mas chama a atenção o segundo colocado no
ranking dessas despesas. Em 12 meses, o STM consumiu R$ 1,2 milhão só de
passagens e diárias. Ou seja, por pouco, o tribunal que julga questões
militares não ficou em primeiro lugar no ranking da gastança aérea.
Justamente um tribunal cuja produtividade não é lá essa locomotiva toda.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o STM tem a menor demanda
em relação aos outros primos – STJ, TST e TSE. Nem, por isso, os
magistrados daquela corte militar se acanham. Se julgam pouco, os
integrantes do STM viajam muito. O detalhamento das despesas milionárias
com viagens da corte mostra que alguns gastos foram feitos em dólares.
Tudo isso, segundo explicou a assessoria de comunicação, para que o STM
adquirisse “mais saber jurídico” em viagens ao exterior, como se os
meios de pesquisa online – e de graça – não estivessem ao alcance da mão
para qualquer um.
Do total de R$ 1,2 milhão, mais de R$ 400 mil foram despesas do corpo
de magistrados. Lideram o ranking os ministros José Barroso Filho
(presidente do tribunal) e Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha.
Juntos, eles gastaram do erário R$ 253 mil em 2017.
Só de diárias e passagens, José Barroso Filho consumiu dos cofres
públicos aproximadamente R$ 100 mil. Barroso raramente viaja
desacompanhado. Quase sempre é assessorado nos eventos dos quais
participa pelo seu chefe de gabinete, Marcelo de Oliveira Mendonça, o
que faz com que os gastos das idas e vindas do juiz militar a outros
estados e países dobrem. Em 24 de abril, os dois viajaram para Portugal e
Espanha, onde participaram de congresso e conferência de direito
constitucional e só retornaram no dia 7 de maio. Juntos, consumiram R$
60 mil só em diárias nesse período. E mais R$ 12 mil em passagens. Malas prontas
A ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha também parece
estar sempre de malas prontas. No ano passado, segundo a transparência
do STM, ela recebeu R$ 40 mil de diárias e mais R$ 23,8 mil por sua
estadia fora do país. Entre 25 de março e quatro de abril, consumiu R$
31 mil dos recursos do tribunal com despesas de passagens e diárias para
um seminário na Suécia durante 11 dias. Para se ter uma ideia do
tamanho da discrepância, somente o gabinete de José Barroso Filho no STM
gastou no mês de abril do ano passado R$ 80 mil em passagens e diárias.
No mesmo mês, um total de 33 servidores do Supremo Tribunal Federal
gastaram juntos R$ 128 mil.
O Superior Tribunal Militar conta com 54 magistrados e 800 servidores
em seu quadro. Desse total, 15 são ministros. A principal tarefa da
corte é julgar os crimes ocorridos no âmbito das Forças Armadas.
Diferentemente da justiça comum, a demanda não é alta, pois o efetivo de
militares das três forças é de 320 mil. Por isso, a assessoria do
tribunal classifica como um “equívoco” comparar a produtividade do STM
com a dos demais tribunais superiores, cuja rotina de trabalho chega a
ser maior.
No Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o desperdício de recurso público
não fica para trás. Para ir a um congresso do TSE no último dia 15 de
dezembro no Rio de Janeiro, Tatiana Cochlar da Silva Araújo não dormiu
no ponto.Viajou para a cidade maravilhosa no dia 13 e só voltou a
Brasília cinco dias depois. Com o dinheiro do contribuinte, claro.
Por onde as administrações petistas
passam, a situação financeira é de terra arrasada. Em quatro estados já
governados pelo PT, o quadro é de caos na gestão pública
Tábata Viapiana
Um olhar um pouco mais apurado sobre as gestões do PT nos Estados e
Municípios onde a legenda chegou ao poder, desde a sua fundação, pode
explicar por que o partido votou contra a Lei de Responsabilidade
Fiscal. Não foi só no governo federal que o PT pintou e bordou com os
recursos públicos, jogando o País na mais profunda recessão das últimas
décadas. Muito antes de chegar ao Palácio do Planalto, os petistas já
vinham mostrando o descaso administrativo. Além da roubalheira colossal,
o partido ainda conseguiu arrasar com as finanças de alguns dos estados
mais importantes do País. Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul,
respectivamente terceiro e quarto maiores PIBs do País, o descalabro das
gestões petistas levou à decretação de estado de calamidade financeira.
Isso significa uma situação anormal, em que a capacidade de ação do
Estado fica comprometida por dificuldades financeiras. O Distrito
Federal também enfrenta, graças à herança de um ex-governador do PT, a
maior crise financeira de sua história. Já o Ceará, que ainda é gerido
pelo PT, vive hoje o caos na área de segurança, com os maiores índices
de violência do País.
Prova de que o PT nunca teve apreço por gestões equilibradas é que os
raros administradores do partido bem sucedidos, como as ex-prefeitas
Luiza Erundina, em São Paulo, e Maria Luíza Fontenele, em Fortaleza,
acabaram defenestradas pelo partido. O Rio Grande do Sul é um dos
Estados importantes que afundaram em colapso financeiro sem precedentes
após administrações do PT. O petista Tarso Genro, que governou de 2011 a
2014, agravou uma crise existente no estado havia anos. Eleito com a
promessa de retomar o crescimento, ele seguiu pelo caminho inverso.
Assumiu o Rio Grande do Sul com gasto anual de R$ 13,4 bilhões com os
salários do funcionalismo, mas entregou a seu sucessor nada menos que R$
21,6 bilhões em despesas com pessoal. Além disso, deixou uma dívida
superior a R$ 54 bilhões. O gasto com previdência também é assustador.
Em 2017, o déficit foi de R$ 10,5 bilhões.
O mesmo aconteceu em Minas Gerais, que sofre com atraso nos salários
do funcionalismo e com a precariedade dos serviços públicos. O déficit
cresce a cada ano. A projeção para 2018 é de um rombo aproximado de R$ 8
bilhões. As despesas devem saltar de R$ 95 bilhões para R$ 101 bilhões.
Para tentar solucionar o problema, o governador Fernando Pimentel (PT)
estuda medidas opostas ao receituário petista, como leilões, concessões e
abertura de capital de rodovias, escolas, prédios e empresas estaduais.
Mas os gastos com pessoal continuam altíssimos. Um exemplo: a despesa
líquida de pessoal ficou em R$ 27,2 bilhões no segundo quadrimestre de
2017. Maroto, Pimentel tem terceirizado as responsabilidades. Não
reconhece o fracasso de seu governo e culpa as gestões anteriores e o
governo federal por ter reduzido os repasses a Minas. Os petistas sempre demonstraram descaso pelas finanças. Isso explica por que o PT votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal Herança maldita
Outra região de extrema importância e que sofreu sob comando petista é
o Distrito Federal. O ex-governador Agnelo Queiroz (PT) gastou mais do
que devia e entregou o DF a seu sucessor, Rodrigo Rollemberg (PSB), em
janeiro de 2015, com uma dívida de R$ 3 bilhões e apenas R$ 69 mil em
caixa em conta única. É a maior crise financeira da história do DF.
Agnelo tomou decisões de forma inconsequente, sem consultar as
Secretarias da Fazenda e do Planejamento, e que elevaram os gastos
públicos. A principal delas foi um grande reajuste salarial, concedido
em 2013, a 32 categorias do funcionalismo sem qualquer planejamento
orçamentário. O gasto com pessoal saltou de R$ 19,2 bilhões em 2013 para
R$ 24,9 bilhões em 2015.
O maior exemplo da negligência e omissão das autoridades foi a queda
de um viaduto no Eixão Sul, uma das áreas mais movimentadas de Brasília,
em 6 de fevereiro. Desde 2009, foram feitos pelo menos sete alertas
sobre a necessidade de reparos urgentes na estrutura precária do
viaduto, construído nos anos 50. Todos ignorados pelas autoridades,
inclusive por Agnelo Queiroz. Nada foi feito e o viaduto acabou
desabando. Por sorte, não houve vítimas.
A má administração do PT nos estados vai além da questão financeira.
No Ceará, a crise é na segurança pública. Fortaleza vive uma onda de
violência sem precedentes. A cidade já figurou entre as dez mais
violentas do mundo e é, também, a capital com os maiores índices de
criminalidade do País. O governador petista, Camilo Santana, tem tentado
minimizar os efeitos da crise, afirmando que a violência no estado está
“sob controle”. O sentimento entre a população, porém, é de muita
insegurança. Há uma guerra entre facções criminosas no Estado, que
explodiu em 2018. Em apenas dois dias, entre 27 e 29 de janeiro, 24
pessoas foram assassinadas em chacinas.
Aliás, o mês de janeiro de 2018 foi o mais violento no Ceará desde
2013: foram 469 mortes – média de 15 por dia. A taxa de homicídios
também é altíssima. São 46,75 mortes para cada 100 mil habitantes. A
taxa nacional é de 28,9. Sob comando de Camilo Santana, a crise
penitenciária também se agravou. A superlotação em 131 unidades é de
assustadores 234,7%. “Os investimentos do governo não têm surtido os
efeitos desejados e faltam medidas mais pungentes de segurança pública”,
afirmou o presidente da OAB-CE, Marcelo Mota, que completou: “Os
bandidos estão vencendo”. É a sina do PT.
O Governo Federal intervém na segurança
do estado e transfere para as Forças Armadas o controle das polícias
Civil e Militar – um esforço para conter a maior crise de segurança da
história do Estado. Além da promessa de melhorar a vida dos cidadãos que
se tornaram reféns da violência, a medida altera a agenda política do
País
EM AÇÃO Homens das Forças Armadas na favela da Rocinha: eles agora estão no comando do combate ao crime (Crédito: Carl de Souza)
Ary Filgueiras, Tabata Viapiana e Eliane Lobato
A calamidade na segurança pública do Rio de Janeiro e a
vertiginosa escala dos indicadores de violência nas últimas semanas
culminaram em uma inédita intervenção federal no Estado. O decreto
assinado pelo presidente Michel Temer às 13h31 da sexta-feira 16, com
transmissão em rede nacional, precedeu o pronunciamento no qual o chefe
do Executivo expôs a urgência de intervir na segurança do estado: “Eu
tomo essa medida extrema porque as circunstâncias assim exigem”, disse
Temer, comparando o avanço da criminalidade a uma metástase que ameaça o
Brasil inteiro. “É intolerável que estejamos enterrando pais e mães de
família, trabalhadores inocentes e policiais, além de ver bairros
inteiros sitiados, escolas sob a mira de fuzis e avenidas transformadas
em trincheiras. Basta. Não vamos aceitar que matem nosso presente nem
que continuem a assassinar nosso futuro”. O tom adotado pelo presidente
foi de quem chama a responsabilidade para si. É uma decisão arriscada.
Se a estratégia der resultado, Temer se apresenta à nação como o
estadista que derrotou a bandidagem e restaurou a ordem. Caso falhe, as
ambições políticas do presidente ficarão seriamente comprometidas. DESORDEM Foliões reagem a uma tentativa de assalto na Lapa, região central do Rio (Crédito:Marcelo Regua)
O decreto assinado por Temer transfere o comando das polícias Civil e
Militar fluminenses para o general Walter Souza Braga Netto, um dos
responsáveis pela coordenação da segurança durante os jogos Rio 2016 e
que já atuou no serviço de inteligência do Exército. Como interventor,
Braga Netto responde diretamente ao presidente da República. A decisão
afasta o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Sá,
dá às Forças Armadas carta branca para tomar medidas de combate ao crime
e esvazia o poder do já desgastado governador Luiz Fernando Pezão.
“Começamos uma batalha cujo caminho só pode ser o sucesso”, afirmou
Temer. Antes do decreto de intervenção, o Rio de Janeiro já estava sob a
Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o que significa que qualquer operação
de segurança precisava de autorização da Presidência da República.
Pezão achou que este trâmite provocava um vácuo entre as ações. Como a
situação saiu do controle nas últimas semanas, o governador disse a
interlocutores de Temer que combater o tráfico de armas e de drogas é
responsabilidade federal. Citou o caso extremo em Angra dos Reis, onde
bandidos tentaram invadir a Usina Nuclear e o prefeito Fernando Jordão
cogitou pedir o desligamento dos reatores, caso não houvesse um esquema
de segurança para a cidade. “Não perdemos esse controle. eu pedi auxílio, não me senti diminuído” Luiz Fernando Pezão, governador do Rio de Janeiro (Crédito:Marcelo Fonseca )
Na capital, o caos na segurança foi agravado pela brutal onda de
violência registrada durante o carnaval. Houve arrastões, roubos,
tiroteios. O primeiro dos dois arrastões em Ipanema aconteceu na
madrugada do domingo 11, quando um grupo de jovens com idades entre 13 e
20 anos realizaram roubos em série na Avenida Vieira Souto, em um
período de cerca de três horas. Na terça-feira 13, cerca de 150 pessoas
foram presas acusadas de fazer arrastões na região central da cidade.
Imagens de assaltos e saques chocaram o País. O prefeito do Rio, Marcelo
Crivella (PRB), ficou distante das festas — e dos problemas. Ele viajou
com a família para a Europa. Postou nas redes sociais um vídeo
explicando que embarcaria para conhecer uma agência espacial e empresas
de tecnologia de segurança. “Vamos à Alemanha, vamos à Áustria, vamos à
Suécia, mas quinta-feira a gente já está de volta. Só aproveitando essa
folguinha de carnaval para ir buscar uma coisa que o Rio estava
precisando”, disse.
Ele também afirmou que “todos os cuidados foram tomados para que o
carnaval carioca fosse incrível”. O Ministério Público Estadual irá
apurar a versão de Crivella. Segundo os promotores, há evidências de que
não existiam compromissos oficiais por lá. Se isso for confirmado, pode
configurar improbidade administrativa. O prefeito não voltou no dia
prometido – e a cidade foi castigada por temporais que causaram
enchentes, derrubaram árvores e interromperam o fornecimento de
eletricidade em várias regiões. Quatro pessoas morreram em decorrência
das chuvas. Metaforicamente, as chuvas que tomaram o Rio foram a gota
d’água.
Na quarta-feira 14, o ministro Moreira Franco, chefe da
Secretaria-Geral da Presidência, ligou para o governador dizendo que
iria ao Rio de Janeiro no dia seguinte, acompanhado do ministro da
Defesa, Raul Jungmann, para tratar da segurança. Depois de uma conversa
de uma hora e meia e de um telefonema de Temer, os três voaram juntos
para Brasília e foram direto para uma reunião no Palácio da Alvorada.
Temer havia convocado também os ministros da Justiça, Torquato Jardim, e
da Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen. O grupo ganhou a
companhia de Henrique Meirelles, da Fazenda e de Dyogo Oliveira, do
Planejamento. A reunião durou cerca de sete horas. Já no final da noite,
Temer chamou os presidentes do Senado, Eunício Oliveira, e da Câmara,
Rodrigo Maia, já que o decreto de intervenção federal precisa ser
aprovado pelo Congresso Nacional. Foi quando a tensão tomou conta do
encontro. Filho do ex-prefeito do Rio, César Maia, e de olho na disputa
ao governo do estado, Rodrigo Maia não concordou com a intervenção.
Também não gostou de não ter sido consultado antes da definição do
decreto. Quando chegou ao Alvorada, tudo já havia sido decidido e
planejado pela equipe de Temer. Em determinado momento, houve bate-boca
entre o deputado e o ministro da Justiça. Os aliados de Temer disseram
que Maia poderia ser responsabilizado publicamente pela crise na
segurança pública caso não concordasse com o decreto. O presidente da
Câmara, então, quis ouvir a opinião de Pezão. “Não há outra
alternativa”, respondeu o governador. Maia acabou cedendo e concordou
com a intervenção. “É uma decisão muito dura e extrema. Parece que
nessas condições a forma de restabelecer a ordem no Rio é agora. Está se
dando um salto triplo sem rede: não dá para errar”, disse Maia na
sexta-feira.
Reforma da previdência
Quem mais está se arriscando é o próprio Temer. Se for bem-sucedido,
ele pode amenizar a sua baixa popularidade — hoje na casa de 6%. Ao
atacar de frente o problema da violência num dos mais importantes
estados do País, ele não só entra na seara da segurança pública como
hasteia a mesma bandeira do pré-candidato ao Palácio do Planalto Jair
Bolsonaro (PSC). Com Lula fora do páreo, o ex-capitão passou a liderar
as pesquisas de intenção de votos, com 18%. Outro fator positivo gerado
com a intervenção no Rio é o adiamento da Reforma da Previdência.
Segundo o inciso 1º artigo 60: “A Constituição não poderá ser emendada
na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de
sítio”. A lógica é que, em momentos como esses, a ordem institucional
está sob uma grave instabilidade, que torna inoportunas as alterações
constitucionais. Essa é a primeira vez, desde a promulgação da carta
magna em 1988, que uma medida como essa é decretada. Com a necessidade
de contar com 308 votos para se aprovar a PEC, sabendo que dificilmente
alcançará este número antes das eleições, o presidente e a equipe
econômica agora têm um bom pretexto para não assumir a derrota e, assim,
continuar contando com o apoio do meio empresarial. Porém, o risco é
calculado: ao assinar o decreto da intervenção, Temer deixou claro que
poderá revogá-lo a qualquer momento para que a reforma da Previdência
seja votada. GOTA D’ÁGUATrecho da ciclovia destruído com os temporais: cadê o prefeito? (Crédito:Marcos de Paula)
Ainda que não tenha viés populista, a intervenção não é unanimidade
entre especialistas. A medida é considerada midiática e provisória por
Flávio Werneck, presidente do Sindicato dos Policiais Federais no
Distrito Federal e vice da Federação Nacional dos Policiais Federais.
Ele avalia que a presença de forças federais de segurança pública até
dezembro de 2018 irá apenas encurralar por pouco tempo o crime
organizado, que trabalhará de forma discreta e voltará com mais força
após a saída das tropas militares. “O governo, se quisesse resolver o
problema, deveria apresentar propostas que contivessem práticas
bem-sucedidas em outros países, tratando desde a prevenção passando por
novo modelo de investigação policial, eficiência e celeridade na fase
processual e alteração profunda na política de execução penal”, diz
Werneck. “O que tem de ser feito é uma reforma das policias do Rio de
Janeiro e não me parece ser esse o propósito da intervenção. É uma
ferramenta emergencial”, afirma Oscar Vilhena, professor de direito
constitucional da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Durante o
carnaval, um policial militar do Rio postou um vídeo mostrando as latas
de cerveja que levaria para seu plantão no carnaval.
“Todos os cuidados foram tomados para que o carnaval carioca fosse incrível” Marcelo Crivella, prefeito do Rio (Crédito:Divulgação)
A intervenção é polêmica até para quem foi vítima da violência no Rio
de Janeiro recentemente, caso do estudante de psicologia Henrique
Mezzonato Lopes, de 25 anos. Ele já foi assaltado seis vezes, a última
delas na segunda-feira 13, em Ipanema. Agredido com socos no rosto, foi
cercado por sete bandidos que levaram documentos, dinheiro e celular.
Ele lamenta que só tenham tomado alguma decisão agora, após o carnaval.
“É necessário uma resposta, mas não sei se uma intervenção federal é a
melhor delas”, afirma. O publicitário Guto Graça, do Data Script,
realizou uma pesquisa nas redes sociais na manhã da sexta-feira 16.
Pelos dados que obteve, 90% das publicações que falavam sobre a
intervenção eram favoráveis à medida e apenas 8% dos internautas que
comentaram o assunto estavam preocupados com o uso político das Forças
Armadas. Para 2%, a decisão pode ter consequências semelhantes ao Golpe
Militar de 1964.
Além da crise na segurança pública, o Rio de Janeiro enfrenta enormes
dificuldades financeiras. Os salários dos servidores estão atrasados e
costumam ser pagos em parcelas. Os serviços públicos estão cada vez mais
precários. Por isso, Temer cogitou, inicialmente, ampliar a intervenção
federal, abrangendo as áreas da segurança pública e também a de
finanças. Depois, voltou atrás e definiu que a prioridade é o combate à
onda de violência no Estado. A verdade é que o Rio só chegou ao atual
estágio de caos na segurança com a contribuição dos políticos que
comandam o Estado há décadas. O ex-governador Sérgio Cabral “Basta! não vamos aceitar que matem nosso presente e continuem a assassinar o nosso futuro” Michel Temer, presidente da República, em discurso após assinar o decreto de intervenção no Rio de Janeiro
(MDB), que governou o Rio por oito anos, dilapidou os cofres
públicos. Desviou mais de R$ 1 bilhão para favorecer seu grupo político,
a chamada “quadrilha do guardanapo” que se reuniu num fino restaurante
em Paris para comemorar a roubalheira no Rio. Cabral está preso hoje no
Complexo Médico de Pinhais, no Paraná, depois de passar meses na Cadeia
de Benfica e no Presídio de Bangu com regalias de toda ordem. Além de
Cabral, outros ex-governadores, como Anthony Garotinho, também estiveram
presos até recentemente por corrupção eleitoral. Populista ou não, a
verdade é que o momento é de a sociedade se unir para que a intervenção
federal dê certo. O que está em jogo é mais do que um projeto político. É
a segurança de cidadãos que não merecem permanecer reféns da violência
promovida por bandidos. Populismo ou não, o momento é de a sociedade se unir para que a intervenção federal dê certo Perfil combativo Márcia Foletto
O interventor militar que a partir de agora comandará as forças de
segurança do Rio de Janeiro, general Walter Souza Braga Netto, 60 anos, é
o atual comandante militar do Leste, que coordena as atividades do
Exército nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Mineiro de Belo Horizonte, ele tem sob suas ordens mais de 50 mil
militares e esteve à frente da segurança da Olimpíada de 2016. O general
integrou também a operação que envolveu as Forças Armadas na crise de
segurança no Espírito Santo, no ano passado. Braga Netto fez parte do
serviço de inteligência do Exército, tem um perfil combativo e vem se
mostrando um colaborador ativo da polícia do Rio de Janeiro. Colaborou André Solito
O CEO da fabricante aeronáutica americana Boeing, Dennis
Muilenburg, avaliou nesta quinta-feira (15) que as negociações com a
brasileira Embraer estão avançando, mas destacou que “ainda há trabalho a
ser feito”.
“Nós continuamos a fazer progressos e consideramos esta uma aliança
estratégica excelente. Nós temos linhas de produção e de serviços
complementares”, explicou durante uma entrevista à emissora CNBC.
“A Embraer tem capacidades verticais que correspondem à nossa
estratégia para o futuro, e é uma boa combinação estratégica”,
acrescentou.
Uma fonte próxima ao caso tinha indicado, no começo de fevereiro, à
AFP, que as fabricantes americana e brasileira se aproximavam de um
acordo para criar uma nova empresa, voltada apenas para aviões
comerciais (de linha e jatos).
A Boeing teria a maior parte do controle acionário da nova empresa,
mas o governo brasileiro manteria sua “golden share”, com poder de veto.
As operações militares da Embraer continuariam sob controle brasileiro, acrescentou a mesma fonte, que pediu anonimato.
“Nós respeitamos as preocupações que o governo brasileiro tem sobre
as questões da soberania e da defesa nacional, mas nós pensamos que
estruturamos a operação de uma maneira que vai responder às necessidades
de todas as partes envolvidas”, estimou Muilenburg nesta quinta.
“Nós fizemos avanços, mas ainda há trabalho pela frente, e espero que alcancemos uma conclusão positiva”, indicou.
A terceira maior fabricante mundial, com volume de negócios de cerca
de 6 bilhões de euros e 16 mil funcionários, a Embraer, privatizada em
1994, é uma das joias da indústria nacional. A empresa tem uma gama de
aviões civis e militares, bem como jatos executivos.
Em seu importante setor de defesa, tem modelos como o A-29 Super
Tucano para missões de ataque leve e treinamento avançado e o KC-390 de
transporte tático e logístico de tropas e reabastecimento em voo, que
deve chegar ao mercado neste ano.
A tomada de controle dos aviões comerciais da Embraer permitiria à
Boeing ampliar sue portfólio, acrescentando aparatos com capacidade de
até 150 assentos.
Isso ajudaria a recuperar terreno no setor de curto e médio alcance
diante da Airbus, que anunciou em meados de outubro uma parceria
estratégica com a canadense Bombardier – concorrente da Embraer no
mercado de aviões comerciais de até cem assentos e de curto alcance –
para a fabricação dos aviões CSeries.
Em 2013, a Embraer lançou a família de aviões E-Jets E2, nova geração
de aparatos cuja entrada em serviço é esperada para 2018. Eles são
futuros concorrentes dos CSeries.
Prestes a se filiar ao nanico PSL, o pré-candidato ao Planalto e
deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tenta formar uma bancada
suprapartidária no Congresso para compensar a frágil estrutura
partidária que conseguiu arregimentar até o momento para a eleição deste
ano. Com dificuldades de fazer coligações com siglas médias, Bolsonaro
busca uma rede de apoio de parlamentares de outras legendas.
A menos de dois meses do prazo final para novas filiações, o partido
pelo qual Bolsonaro deve concorrer tem apenas três deputados federais,
sendo que dois deles já declararam que vão deixar a legenda com a
chegada do presidenciável.
Na mais recente pesquisa Datafolha, o deputado teve 16% das intenções
de voto, atrás apenas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (37%).
As próximas consultas são vistas como decisivas pelo grupo do
pré-candidato para convencer parte dos 42 deputados que participam de
encontros fechados para discutir sua campanha a migrar para o PSL.
Destes, 22 já declararam apoio abertamente.
A estratégia é atrair nomes que tenham ligação com as bandeiras do
presidenciável, mesmo que não leve o apoio do partido com ele. Um dos
integrantes da “bancada Bolsonaro” na Câmara é Alberto Fraga (DEM-DF),
pré-candidato ao governo do Distrito Federal, que é próximo ao
presidenciável desde o tempo em que fizeram curso na Escola Superior de
Aperfeiçoamento de Oficiais, no Rio, no começo dos anos 1960.
O aliado avaliou que Bolsonaro precisa aumentar o diálogo com os
colegas na Casa, pois a força das redes sociais é limitada. “Não adianta
ser presidente se não tiver apoio aqui dentro”, afirmou. “Ele precisa
ouvir mais os amigos deputados e menos assessores que não conhecem o
processo político.”
O temor é o afastamento de aliados com votações expressivas, como o
deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), um dos mais próximos do
pré-candidato na Câmara. Ele já avisou que vai para o Podemos, que tem o
senador Álvaro Dias (PR) como aposta para o Planalto.
Evangélicos
Outro foco das investidas de Bolsonaro é a bancada evangélica, mas
até agora a maioria mantém neutralidade na disputa presidencial. Os
parlamentares evangélicos consideram importante para seus redutos o
debate sobre segurança pública, mas viram como “radical” o discurso do
pré-candidato de que distribuiria fuzis para fazendeiros. Até agora, a
única certeza da bancada é de que não há diálogo com a esquerda.
Para o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), especialmente no
colégio eleitoral do Rio, Bolsonaro desponta com favoritismo, o que pode
ser importante para levá-lo a um segundo turno. Cavalcante afirmou,
porém, que o presidenciável ainda não demonstrou disposição para
conversar com dirigentes de partidos. “Ele tem feito reuniões com
parlamentares, mas não partidárias. Política se faz com diálogo. Se não
dialogar, ele inviabiliza a candidatura.”
Primeiro deputado a levar Bolsonaro ao Ceará, Estado que vive uma
guerra de facções criminosas, o deputado Cabo Sabino (PR-CE) aposta em
coligações com partidos pequenos, como PHS, PRTB, PMN, PPL e o próprio
PSC, onde Bolsonaro está atualmente.
“Essas alianças garantem um tempo maior na propaganda gratuita no
rádio e na TV”, disse. Sabino é cético em relação ao diálogo com outras
legendas. “Como na vida militar, a política tem hierarquia. Partido
grande não quer ser comandado por legenda pequena.” Tamanho
Um dos aliados de Bolsonaro de mais projeção na Câmara, o deputado
Ônix Lorenzoni (DEM-RS) avaliou que as “pressões” das cúpulas dos
grandes partidos não vão impedir a montagem de uma bancada
suprapartidária. Para o parlamentar gaúcho, o “fator rua” vai definir o
tamanho da bancada de Bolsonaro.
“A tendência dele é crescer, pois é popular. Esse é o drama da
esquerda e da imprensa engajada”, disse. “No impeachment (de Dilma
Rousseff), só tínhamos 150 votos na Câmara, mas diante da voz das ruas,
esse número aumentou. Jair Bolsonaro está construindo um grupo sem
balcão de negócios.” Procurado pela reportagem Estado, Bolsonaro não
quis se manifestar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
As articulações do PT e de Lula para
escapar do desfecho trágico da prisão incluem (seriamente) o asilo
diplomático em países camaradas. Por que a manobra – mais uma afronta à
Justiça – pode constituir um tiro no pé
Ary Filgueira e Rudolfo Lago
Lula / execução da pena
Líderes políticos, poderosos ou não, em decadência ou não, costumam
ser rodeados por dois grupos distintos de auxiliares: os que lhe falam
verdades difíceis de serem ditas e aqueles que, de suas bocas, só
escapam sinfonias para os ouvidos do interlocutor – ou seja, os que só
pronunciam palavras aveludadas, aquelas que seu líder mais gostaria de
ouvir. O senador Jorge Viana (AC) se enquadra nesse segundo time. Viana
virou uma espécie de grilo falante de Lula para
assuntos de desacato à Justiça e tentativas de driblar a lei. Há dois
anos, foi dele a sugestão, registrada em escuta telefônica com
autorização judicial, para que Lula afrontasse publicamente o juiz
Sergio Moro de modo a virar um “preso político”. Como o diálogo se
tornou público, Lula não levou a ideia adiante, nem Moro caiu nessa.
Agora, é da lavra de Viana outra indecente manobra que, nos últimos
dias, ganhou fôlego no seio do PT. É semelhante à primeira na essência:
para escapar da prisão, hoje iminente, Lula buscaria o asilo diplomático
em países camaradas. De lá, discursaria ao seu séquito como “exilado
político”, até retornar ao Brasil em momento de mais calmaria – ou
depois de costurar um acordão político-jurídico que o livrasse
definitivamente da cadeia. Embora tenha dito, recentemente, que “a
palavra fugir não existe” em sua vida, Lula gostou do que ouviu – como
não. E passou a considerar seriamente a hipótese. A proposta de Viana
foi recepcionada no partido como cafezinho quente e açucarado em sala de
espera. Tanto que logo ganhou adeptos no petismo: o ex-ministro José
Dirceu, também condenado em segunda instância, mas que ainda segue
livre, foi um dos que endossaram a “saída pelo asilo”, à revelia da lei.
Na última semana, passou a propagar a tese, que se espalhou no PT como
rastilho de pólvora.
Entre as nações dispostas a receber Lula, estariam a Venezuela,
Bolívia, Equador e Cuba, além de países do continente africano onde o
petista poderia fixar residência como Argélia e Etiópia. Este último,
destino para onde o ex-presidente tinha até viagem marcada. Lá daria uma
palestra sobre corrupção, tema que, a julgar pelas recentes decisões
judiciais, ele domina como poucos. Mas capitulou, depois que o juiz
Ricardo Leite cassou-lhe o passaporte – já devolvido. Face à
impossibilidade de se dirigir aos etíopes pessoalmente, Lula gravou um
vídeo em que dourou a narrativa persecutória – o suficiente para
angariar apoios e receber convites de hospitalidade.
“A
própria declaração de Lula,que acusa o Judiciário de golpe, milita no
sentido de que ele não se esquiva de uma tentativa de fixar domicílio em
outro país” Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília (Crédito:Divulgação)
Em sua argumentação em favor da idéia do asilo, Viana lapida a
articulação. Argumenta que, se um país aceitar conceder refúgio ao
ex-presidente, não há possibilidade de extradição, pois reconheceria que
a situação não é somente jurídica, mas política. A vantagem para Lula
seria a possibilidade de, solto, seguir na toada de entrevistas e de
alguma forma se manifestando sobre o processo. Se decidisse partir para
Venezuela, Bolívia ou Equador, Lula não precisaria ir de avião nem muito
menos de passaporte. Bastaria pegar um carro que chegaria ao destino
livremente, beneficiado pela longa área de fronteira que circunda o
território brasileiro. Para convencer a chancelaria vizinha a lhe
conceder o asilo, Lula teria de justificar sua fuga. Um bom argumento,
na visão dos petistas entusiastas da tese, seria declarar ser vítima de
perseguição política, discurso que o partido vem usando desde que se
ventilou o nome dele em denúncias de corrupção. Apesar de a maioria dos
nossos vizinhos ter acordo de extradição com as autoridades brasileiras,
o processo que o levaria ao caminho de volta não seria rápido, o que
daria para ele continuar dando as cartas e capitaneando a militância,
mesmo que de longe. Os articuladores
O mentor da tese de que Lula deve driblar a lei para escapar da
prisão e buscar asilo diplomático numa embaixada amiga é o senador Jorge
Viana (PT-AC), mas a hipótese já havia sido aventada pelo ex-ministro
Ciro Gomes, candidato a presidente pelo PDT. O ex-ministro José Dirceu
também endossa a ideia
Para Jorge Viana, se um país aceitar
conceder refúgio a lula, não há possibilidade de extradição, “pois
reconheceria que a situação é política” “A gente vai lá, sequestra o Lula e entrega numa embaixada. Isso eu topo fazer” Ciro Gomes, ex-ministro de Lula
Passaporte devolvido
Por enquanto, não há registro de que o ex-presidente tenha feito um
movimento mais brusco nesse sentido. Segundo o Itamaraty, não existe,
por ora, nenhum comunicado dessas nações sobre um pedido de asilo a
Lula. O Itamaraty é categórico: apesar de não ser obrigatório, os países
da América do Sul costumam manter uma relação diplomática entre si.
Para uma fonte ouvida pela ISTOÉ, uma omissão dessa natureza pode abalar
a diplomacia com o Brasil. Dependendo do desfecho, até mesmo suspender
acordos entre as duas nações, por um gesto unilateral do governo
brasileiro. Procuradas pela reportagem, as embaixadas desses países
negaram peremptoriamente que tenha recebido qualquer contato, muito
menos nesses termos. Os embaixadores se negaram a tecer qualquer
comentário adicional. O estratagema, por ousado e ilegal, pode realmente
constituir um tirambaço no pé, caso seja levado adiante por Lula e o
PT. ISTOÉ apurou com a alta cúpula da Polícia Federal que, desde a
decisão do TRF-4, agentes federais já monitoram os passos de Lula.
Especialmente depois que seu passaporte foi devolvido na semana passada,
por decisão da Justiça.
Embora a saída apontada pelo senador Jorge Viana também tenha sido
sugerida por Ciro Gomes em 2016, qual seja, um plano de fuga, a medida
desesperada ganhou força com a atual situação de Lula, que ficou muito
longe do cenário que o PT previa. Primeiro, esperava que o julgamento no
TRF-4 acontecesse em março, o que daria mais tempo a Lula para
consolidar seu discurso de candidato. Em vez disso, houve precipitação
do julgamento para janeiro. Depois, o partido e a defesa dele
acreditavam que haveria uma divergência entre os desembargadores, o que
daria maior possibilidade de recurso. Mas foi uma derrota acachapante
por 3 a 0. As condições jurídicas estão colocadas. Resta, agora, apenas o
cumprimento da lei. Se Lula optar pela fuga – ou asilo, que seja – com o
beneplácito das autoridades brasileiras, ao País não haverá mais como
descer na escala da degradação institucional. Uma das estratégias de Lula e dos petistas entusiastas da tese do asilo seria ele se declarar vítima de perseguição
Decisão de reduzir Selic para 6,75% ao ano foi tomada por unanimidade Arquivo/Agencia Brasil
Pela 11ª vez seguida, o Banco Central (BC) baixou os juros básicos da
economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom)
reduziu hoje (7) a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, de 7% ao ano
para 6,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.
Com a redução de hoje, a Selic continua no menor nível desde o início
da série histórica do Banco Central, em 1986. De outubro de 2012 a
abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser
reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Em
outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia
até que a taxa chegasse a 7% ao ano em dezembro do ano passado, o nível
mais baixo até então.
Apesar do corte de hoje, o Banco Central está afrouxando menos a
política monetária. De abril a setembro, o Copom havia reduzido a Selic
em 1 ponto percentual. O ritmo de corte caiu para 0,75 ponto em outubro,
0,5 ponto em dezembro e 0,25 ponto na reunião de hoje.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob
controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o IPCA fechou 2017 em 2,95%, levemente abaixo do piso da meta de inflação, que é de 3%. O IPCA de janeiro será divulgado amanhã (8).
Até 2016, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelecia meta de
inflação de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos, podendo chegar a
6,5%. Para 2017 e 2018, o CMN reduziu a margem de tolerância para 1,5
ponto percentual. A inflação, portanto, não poderá superar 6% neste ano
nem ficar abaixo de 3%. Inflação
No Relatório de Inflação, divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estima que o IPCA encerrará 2018 em 4,2%. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,94%, mesmo com os aumentos recentes nos preços dos combustíveis.
Até agosto de 2016, o impacto de preços administrados, como a
elevação de tarifas públicas; e o de alimentos como feijão e leite
contribuiu para a manutenção dos índices de preços em níveis altos. Do
fim de 2016 ao fim de 2017, no entanto, a inflação começou a cair por
causa da recessão econômica, da queda do dólar e da supersafra de
alimentos. Nos últimos meses, no entanto, os índices voltaram a subir
por causa dos sucessivos reajustes dos combustíveis e do fim da queda no
preços dos alimentos. Crédito mais barato
A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores
barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo em um cenário de
baixa atividade econômica. Segundo o boletim Focus,
os analistas econômicos projetam crescimento de 2,7% do Produto Interno
Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2018. A
estimativa está superior à do último Relatório de Inflação, divulgado em dezembro, no qual o BC projetava expansão da economia de 2,6% este ano.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência
para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o
Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços,
porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao
reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a
produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.
Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes (Arquivo/Agência Brasil)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes
votou hoje (6) a favor da execução de penas de condenados após o fim de
recursos na segunda instância da Justiça. A manifestação de Moraes é
considerada importante dentro da Corte diante de um impasse sobre a
questão.
Durante julgamento na Primeira Turma, o entendimento de Moraes,
somado aos votos dos ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, levou à
execução da pena do deputado federal João Rodrigues (PSD-SC), condenado
pela segunda instância da Justiça Federal a cinco anos e três meses por
dispensa irregular de licitação, quando ocupou o cargo de prefeito de
Pinhalzinho (SC). A defesa do parlamentar recorreu ao STF alegando
prescrição da pretensão punitiva, mas o recurso foi rejeitado, e o
mandado de prisão deverá ser expedido nos próximos dias.
Em seu voto, Moraes afirmou que a execução provisória da pena é
compatível com a Constituição. O ministro disse que resolveu manifestar
sobre o caso após o anúncio da presidente do STF, Cármen Lúcia. Na
semana passada, a ministra disse que o assunto não será julgado novamente.
Com a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela
segunda instância da Justiça Federal, houve manifestações a favor da
revisão do entendimento.
“O cumprimento provisório de uma decisão já guarda juízo de
consistência porque são os dois órgãos, as duas instâncias, primeira e
segunda, que realizam uma análise de mérito. Em virtude disso, eu
entendo que há constitucionalidade da execução provisória da pena
privativa de liberdade”, argumentou o ministro.
Prisão
Em um novo julgamento no plenário do STF sobre a prisão após decisão
em segunda instância, o resultado vai depender do entendimento do
ministro Alexandre de Moraes, que não participou das outras sessões
porque tomou posse no Supremo em março do ano passado, na cadeira
deixada vaga por Teori Zavascki, morto em um acidente de avião.
Em 2016, o Supremo manteve o entendimento sobre a possibilidade da
decretação de prisão de condenados após julgamento em segunda instância,
por duas vezes. No entanto, há uma divergência dentro do tribunal. Após
a decisão, alguns ministros da Segunda Turma do STF passaram a entender
que a prisão ocorreria apenas no fim dos recursos no STJ.
Há dois anos, por maioria, o plenário da Corte rejeitou as ações
protocoladas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Partido
Ecológico Nacional (PEN) para que as prisões ocorressem apenas após o
fim de todos os recursos, com o trânsito em julgado. No entanto, a
composição da Corte foi alterada com a morte do ministro Teori Zavascki e
houve mudança na posição do ministro Gilmar Mendes. Não há data para a
retomada da discussão pela Corte. Nessa semana, a presidente da Corte,
ministra Cármen Lúcia, disse que a questão não será colocada em votação
novamente.
O cenário atual na Corte é de impasse sobre a questão. Os ministros
Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Marco
Aurélio e Celso de Mello são contra a execução imediata ou entendem que a
prisão poderia ocorrer após decisão do Superior Tribunal de Justiça
(STJ). Já os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e a
presidente, Cármen Lúcia, são a favor do cumprimento após a segunda
instância.
Presidente Michel Temer destacou que o novo documento também será sinônimo de segurança
( FOTO: AG. BRASIL )
Brasília. O presidente Michel Temer assinou decreto, ontem, para criação de um documento nacional de identificação, o DNI.
Ele dispensará o uso do título de eleitor, do CPF (Cadastro de Pessoa Física) e das certidões de nascimento e de casamento.
O documento digital terá validade em todo o território nacional e
poderá ser obtido por meio de aplicativo gratuito em celulares e
tablets, chamado "DNI".
Após baixá-lo, o cidadão precisará cadastrá-lo em um TRE (Tribunal
Regional Eleitoral), onde registrará a sua biometria e validará o novo
documento.
A versão piloto do novo documento começou a funcionar, ontem, mas
apenas para servidores do Ministério do Planejamento e do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral). A ideia é que todos os cidadãos brasileiros tenham
acesso ao documento a partir de julho, após uma série de testes.
A identificação será integrada também ao banco de dados do Brasil
Cidadão. Em cerimônia de assinatura, o presidente destacou que a
iniciativa dispensa a utilização de papel e diminui a burocracia para a
apresentação de documentos no país. "O documento também será sinônimo de
segurança. Em um país com as dimensões do Brasil, a implementação é
complexa, mas estão todos empenhados em torná-la realidade", disse.
No evento, o presidente anunciou o acesso à carteira de trabalho a
refugiados estrangeiros. A ideia é que, a partir de agora, o solicitante
da condição de refugiado receba o documento e a possibilidade de fazer
CPF.
Chacinas em Fortaleza e na cadeia de
Itapajé exibem selvageria crescente das facções criminosas no Ceará e
escancaram crise de segurança pública
REPRESSÃO Presos são transferidos após a morte de dez detentos em Itapajé: disputa de facções
Vicente Vilardaga
O ano começou de forma violenta no Ceará. Primeiro foi a
chacina na danceteria Forró do Gago, no bairro Cajazeiras, em Fortaleza,
que deixou 14 mortos na madrugada do sábado 27. Entre as vítimas, oito
mulheres, duas delas menores de idade.Dois dias depois, dez detentos
foram assassinados dentro da cadeia de Itapajé, a 120 quilômetros da
capital, em mais um capítulo trágico do conflito entre facções
criminosas que disputam o poder dentro e fora do presídio. A sequência
de 24 homicídios em tão curto espaço de tempo gerou um alerta sobre o
caos na segurança pública cearense. Por terem acontecido de forma
concentrada, eles parecem pontos fora da curva. Não são. Em janeiro, o
estado que concentra algumas das mais requisitadas atrações turísticas
do Nordeste registrou uma média diária de 15 mortes por dia, Os dados
são da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social. Outro
levantamento aponta que a capital, Fortaleza, é disparada a mais
violenta do País, com 78,1 assassinatos para cada 100 mil habitantes,
segundo o mais recente Atlas da Violência divulgado pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao Ministério do
Planejamento. Os números revelam que o crime organizado atua de forma
maciça, invadindo fóruns, assaltando bancos e carros-fortes, fechando o
comércio, determinando toques de recolher e fazendo vítimas indefesas em
uma população que começa a viver sob tensão permanente. PÂNICO A violência acua os cearenses: em janeiro, houve em média 15 homicídios por dia (Crédito:Mateus Dantas)
A epidemia de violência urbana e prisional vem se alastrando desde a
última década no Ceará. Em 2017, o estado registrou 5134 homicídios,
contra 3408 no ano anterior – um aumento de 50%. A julgar pelo sangrento
janeiro de 2018, as estatísticas de criminalidade serão novamente
superadas: o mês teve 30% mais assassinatos que no mesmo período do ano
passado. “Os investimentos do governo não têm surtido os efeitos
desejados e faltam medidas mais pungentes de segurança pública”, afirma o
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), Marcelo Mota,
“Não é só a questão de uma chacina na periferia ou em um presídio
superlotado, mas a perda de controle sobre a situação. Os bandidos estão
vencendo”. Estado paralelo
Na semana passada, o governo cearense entrou em um jogo de
empurra-empurra para dividir sua responsabilidade pela ocorrência das
matanças indiscriminadas. Ao tratar do massacre de Cajazeiras, o
governador Camilo Santana (PT) declarou que o governo federal é o
responsável direto pelo combate às ações do crime organizado e que o
estado sofre as consequências da falta de controle sobre o tráfico de
armas e de drogas nas fronteiras do País. Disse também que os quadros da
PM cearense foram engrossados com 9 mil novos policiais desde o início
do seu governo, em 2015. Carlos Marun (PMDB-MS), ministro da Secretaria
de Governo, retrucou o governador. Ele considera absurda a transferência
de responsabilidade para o governo federal. Embora sofra com a migração
recente do crime organizado para seu território, o Ceará enfrenta
outros problemas específicos, como a superlotação dos seus presídios —
dois terços da sua população carcerária são presos provisórios — e
outras distorções no seu sistema penitenciário. Há cerca de 550 presos
instalados nas delegacias do estado.
A causa principal do disparo nos números de homicídios no Ceará é uma
disputa entre facções criminosas que se acentuou desde o ano passado.
Existe hoje um centro de poder nos presídios que comanda a guerra do
lado de fora — como um estado paralelo. Segundo o sociólogo César
Barreira, coordenador do laboratório de estudos da Violência (Lev) da
Universidade Federal do Ceará, há dois grupos consolidados, o Comando
Vermelho e o PCC e dois outros que tentam ocupar espaço e ganhar força —
Guardiões do Estado e Família do Norte. “Há uma disputa de poder entre
as facções e também algumas disputas internas e realinhamentos de
interesses”, afirma. Ele explica que tanto a Guardiães do Estado como a
Família do Norte ainda são organizações instáveis, em que não existe
hierarquia bem definida nem disciplina e têm uma composição muito jovem.
Disso deriva, em parte, a selvageria desses grupos. As investigações
indicam que membros dos Guardiões do Estado em conflito com o Comando
Vermelho protagonizaram tanto a chacina de Cajazeiras, quando saíram
atirando a esmo pelas ruas, como a de Itapajé, que aconteceu no início
do banho de sol no presídio, momento em que havia apenas um agente
penitenciário trabalhando. “A briga por territórios de venda de drogas e
armas atinge toda a região metropolitana e está indefinida”, afirma
Barreira.
A PagSeguro faz a mais bem-sucedida
abertura de capital de uma empresa brasileira desde 2011. Mas seu modelo
de negócios está sob ataque no Brasil
Ralphe Manzoni Jr.
A empresa de meios de pagamentos PagSeguro era vista como uma
estranha no ninho onde reinavam gigantes como Cielo, que conta com
Bradesco e Banco do Brasil como principais acionistas; Rede, do Itaú
Unibanco; e GetNet, administrada pelo Santander. Mas, sem alarde, a
companhia controlada pelo UOL, do grupo Folha, conseguiu o que parecia
impensável. Não só se tornou um competidor respeitado por todos esses
colossos financeiros, como protagonizou a maior abertura de capital de
uma empresa brasileira desde 2011 e a maior desde a rede social
Snapchat, que captou US$ 3,4 bilhões em março de 2017, nos Estados
Unidos. Na quarta-feira 24, o CEO da companhia, Ricardo Dutra, e o
diretor financeiro, Eduardo Alcaro, tocaram o sino na Bolsa de Nova York
(Nyse), celebrando o início das negociações dos papéis da PagSeguro.E m
sua estreia, eles fecharam cotados a US$ 29,20, uma espetacular alta de
35,8%. A demanda superou em mais de dez vezes a oferta, o que levou os
coordenadores globais, os bancos de investimento Goldman Sachs e Morgan
Stanley, a elevar o preço das ações. Antes, o teto era de US$ 20,50.
Saiu por US$ 21,50. A captação chegou a US$ 2,3 bilhões, podendo atingir
US$ 2,6 bilhões com a venda de lotes extras. O valor de mercado da
companhia alcançou US$ 8,9 bilhões (R$ 28,2 bilhões), o que fez da
família Frias, controladora do UOL, os mais novos bilionários
brasileiros. No topo:
executivos da PagSeguro celebram abertura de capital (foto à esquerda).
O CEO Ricardo Dutra (primeiro à direita) e o diretor financeiro,
Eduardo Alcaro (segundo à direita) tocam o sino na Nyse (Crédito:Twitter
Nyse e AP Photo/Richard Drew)
Como a PagSeguro conseguiu essa façanha? Quando foi criada em 2006, a
companhia do UOL surgiu para ser um rival do Paypal, o gigante
americano que tinha inventado uma carteira virtual e se destacava como
meio de pagamentos online. A empresa manteve essa trajetória até 2013,
quando começou a vender POS (da sigla em inglês Point of Sales),
conhecidas, popularmente, como maquininhas. A companhia se aproveitou da
abertura de mercado três anos antes. Até 2010, os cartões da Visa só
rodavam nas máquinas da Cielo. Os da Mastercard, nos da Rede. Com a nova
regra, elas eram obrigadas a aceitar todas as bandeiras de cartões de
crédito. A grande sacada da PagSeguro foi vender a maquininha em
diversas parcelas em vez de alugar, como faziam todos os seus rivais
naquela época. Com isso, evitou que os empreendedores pagassem
mensalidades para o uso do terminal, um custo recorrente e que
inviabilizava que muitos usassem o serviço. “O objetivo da PagSeguro é
ganhar dinheiro com a cobrança de um percentual sobre as transações e
com a antecipação de recebíveis”, diz Boanerges Ramos Freire, presidente
da consultoria especializada em varejo financeiro Boanerges & Cia.
“Eles vendem a maquininha praticamente a preço de custo.”
A outra ideia genial da PagSeguro foi focar em um público que ninguém
dava bola: o dos pequenos empresários e de negócios informais. Muitos
deles nem sequer tinham conta corrente em um banco. É um contingente
enorme que estava à margem do mercado. De acordo com o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), há 7,1
milhões de microempreendedores individuais e 3,9 milhões de
microempresas. Esse público não era o alvo de Cielo, Rede e GetNet, que
dirigiam suas atenções às grandes corporações. O UOL foi fundamental
para dar escala a esse modelo de negócio. A companhia usou todo o
tráfego e audiência do portal do grupo Folha para promover a novidade
com campanhas publicitárias que usavam a imagem da atriz Alessandra
Negrini. Além disso, o portal de internet conta com uma grande operação
de data centers, que forneceu a infraestrutura para as operações
tecnológicas, fundamental para garantir não só a segurança das
transações, mas também a disponibilidade do serviço. “Eles nadaram de
braçada em um oceano azul sem quase nenhum predador durante muito
tempo”, diz uma fonte do setor de meios de pagamentos. Agora vai: a Cielo, de Eduardo Gouveia, comprou a Stelo e deve usar a marca para enfrentar a PagSeguro (Crédito:Divulgação)
Mas esse mar de água calma e de peixes miúdos está chegando ao fim.
Nada indica que o PagSeguro terá de enfrentar um tsunami daqui para
frente. Mas os seus rivais finalmente acordaram, assim como novos competidores surgiram neste oceano. Um deles é a Stone,
controlada pelos fundadores da Arpex Capital, André Street e Eduardo
Pontes, e que tem entre seus acionistas minoritários a empresa britânica
de aquisição Actis e a brasileira Gávea Investimentos, do ex-presidente
do Banco Central, Armínio Fraga. A companhia adquiriu a Elavon, do
Citibank, em dezembro do ano passado. Com o ativo, a ideia é encarar a
PagSeguro. A Stone estuda também abrir o capital nos Estados Unidos,
segundo informação publicada pela agência de notícias americana Reuters.
O dinheiro da captação seria usado para reforçar suas baterias contra
Cielo e Rede. Procurada, a Stone não confirma a informação.
Os gigantes dessa área também estão se movimentando. A GetNet, por
exemplo, entrou nessa briga quando lançou a Vermelinha, seu terminal que
pode ser comprado em vez de alugado, em setembro do ano passado. A
ideia é atingir o profissional liberal e os microempreendedores.
“Queremos dar opção aos nossos clientes”, diz Pedro Coutinho, presidente
da GetNet, que tem 800 mil pontos de vendas ativos. A Cielo também
despertou. Uma semana antes de a companhia do UOL abrir o capital na
Nyse, a empresa anunciou a compra de 70% da Stelo, da qual já detinha
30% do capital. A credenciadora pagou R$ 87,5 milhões pela empresa e
deve usá-la como uma marca de combate para enfrentar a PagSeguro,
segundo analistas com quem DINHEIRO conversou. “É um movimento para se
proteger da crescente concorrência nesse meio e para ganhar mais força
no segmento de comércio eletrônico e entre os pequenos comerciantes”,
diz Rafael Passos, analista da corretora Guide Investimentos. Com a nova
marca, a Cielo, que é comandada por Eduardo Gouveia, deve entrar também
na briga de venda das maquininhas, algo que evitou até agora para não
canibalizar seu próprio negócio, segundo a visão do mercado. Procurada, a
Cielo não quis conceder entrevista.
Competição:
a GetNet, de Pedro Coutinho, lançou a Vermelhinha no ano passado para
concorrer com a PagSeguro (Crédito:Thiago Bernardes / Frame)
Todos os rivais da PagSeguro vão encontrar a partir de agora uma
empresa mais encorpada. Dos US$ 2,3 bilhões captados com o IPO, US$ 1,1
bilhão irá para o caixa da companhia. Esse dinheiro será usado para
“aquisições seletivas de negócios, tecnologias ou produtos
complementares”, informou a empresa, sem maiores esclarecimentos. Com o
IPO, a PagSeguro vale quase 40% da Cielo, cuja capitalização é de R$
73,2 bilhões. É um número impressionante para uma companhia cujas
receitas operacionais representam um quinto da credenciadora do Bradesco
e do Banco do Brasil. Não bastasse isso, a Cielo movimenta quase 50% de
todas as transações por meio de cartões. A PagSeguro, apenas 3%,
segundo as estimativas mais recentes. “A PagSeguro está crescendo a
taxas superiores a 200% ao ano, enquanto os rivais avançam em taxas bem
menores”, afirma Frederic De Mariz, diretor executivo de análise de
empresas financeiras da UBS.
A receita da PagSeguro mais que quintuplicou desde 2014, quando
faturava R$ 325 milhões. Nos nove primeiros meses deste ano, alcançou R$
1,7 bilhão. O lucro multiplicou-se por onze vezes, neste mesmo período,
chegando a R$ 290 milhões. Além disso, os investidores estão enxergando
a PagSeguro como uma empresa que está surfando na onda do bom humor com
mercado de fintechs, as startups tecnológicas que estão inovando no
mundo financeiro. A americana Square, que tem perfil semelhante ao da
PagSeguro, vale US$ 17,2 bilhões na Nyse. É um sinal de que há espaço
para a valorização da companhia brasileira. Antes, no entanto, ela
precisa combinar com Cielo, Rede e GetNet, que também querem participar
dessa festa. E vão entrar de qualquer jeito. Nem que seja de penetra. Correção: o valor de aquisição da Stelo pelo Cielo é em
reais e não em dólares como foi publicado na primeira versão dessa
reportagem.
Diferenças abissais separam o ex-presidente do Brasil desses dois líderes mundiais, apesar de ele delirar com a comparação
Nelson Mandela e Lula A grandeza de lutar contra o preconceito racial; Lula e Lech Walesa O sindicalista polonês lutou pela democracia
Antonio Carlos Prado
Lula /Condenado
A esquerda no Brasil sempre foi cega, inculta e mal-intencionada – e,
não raras vezes, bastante oportunista. Fica então difícil saber se é
por cegueira, falta de cultura ou má intenção que ela teima em
transformar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em perseguido
político, isso quando vivemos em plena democracia e Estado de Direito.
Mais: a Lula está sendo facultado o acesso a todos os recursos
jurídicos, com defesa especializada, um dos fundamentos sólidos do
devido processo legal. Sobra, assim, somente o oportunismo, que quando
percebido não deixa de ser ridículo e pândego. Há que ser muito Mandrake
para se querer vestir Lula de perseguido ideológico, de perseguido de
consciência ou de perseguido político – nem o genial Lee Falk, criador
do personagem mágico lá nos idos de 1934, chegaria a tamanha ousadia de
ilusionismo. O truque mais recorrente da esquerda e do PT, truque tão
desgastado quanto fazer pombinhas voarem da cartola, é comparar
(acredite se quiser) o ex-presidente metalúrgico-milionário ao líder
mundial sul-africano Nelson Mandela. Em outras ocasiões, no balaião do
PT, quem surge como elemento de comparação é o ex-líder sindical e
ex-presidente da Polônia Lech Walesa. Podemos até convir que Walesa e
Lula têm algo em comum. Mas, ainda assim, são trajetórias distintas,
embora ambos tenham acabado às voltas com a Justiça.
Não é de hoje que Lula se vê distorcido, em sua anorexia de ética e
de zelo público, nos espelhos da vaidade individual e da desmedida
ambição histórica. É assim que ele sempre pleiteou um lugar no panteão
em que merecidamente repousa a memória de Nelson Mandela. O julgamento
do TRF-4, na quarta-feira 24, aguçou ainda mais esse cacoete da glória, e
dessa vez isso aconteceu, também, por estratégia de defesa desesperada
com o que é indefensável. Mandela foi um dos principais líderes mundiais
na luta contra o racismo e, particularmente, no desmonte da política
segregacionista de seu país, a África do Sul – no final da década de
1940, lá foi oficializada a famigerada norma social do apartheid, ou
seja, brancos eram deuses, negros eram espécie inferior. Sem direito a
um processo minimamente regular, Mandela foi encarcerado em 1963 (cela
de 2,1 metros por 2,5 metros), e assim permaneceu por 27 anos, sem ter
contra ele nem sombra de acusações de gatunagem de dinheiro mas, isso
sim, por querer que aos negros fossem concedidos os mesmos direitos
civis que sobravam aos brancos. Saiu da cadeia por pressão mundial em
1990 e pouco depois tornou-se presidente de seu país. Mandela foi preso
porque sonhava com a igualdade entre negros e brancos. Lula está
condenado porque roubou dinheiro público. Apesar dessa abissal diferença
entre ambos, assim que se viu condenado, na quarta-feira, Lula teve o
atrevimento de mais uma vez se comparar a Mandela.
Olhemos agora o regime militar que jogou o Brasil nas trevas do
atraso e do arbítrio ao longo de duas décadas. É claro que Lula não
deveria jamais ter sido encarcerado pela ditadura (que fique claro esse
ponto), mas, se é para os petistas e ele próprio fazerem o cotejamento
com Mandela, faz-se necessário falar de tal detenção. Citamos, pouco
acima, os 27 anos que Mandela puxou de tranca. Lula ficou preso durante
31 dias (convenhamos que há diferença), em abril de 1980, devido à
liderança de uma greve de operários na região do ABC paulista. Mais:
quando morreu um dos filhos de Mandela (chamava-se Thembi), a resposta
ao seu pedido para sair do presídio, por poucas horas, e ver o corpo,
foi mandá-lo quebrar pedras num campo de concentração. Lula também
estava detido no Departamento de Ordem Política e Social quando faleceu a
sua mãe. O diretor do Dops, delegado Romeu Tuma, autorizou que ele
velasse a genitora. Coloca-se tal comparação apenas para se verificar,
nos mínimos detalhes, que Lula é Lula e Mandela é Mandela. O líder
africano foi punido pela Justiça porque enfrentava os poderosos em nome
da igualdade racial. Foi encarcerado porque exigia o fim do preconceito
contra os negros. Já Lula está nas malhas da Justiça por corrupção e
lavagem de dinheiro, tráfico de influência e obstrução de persecução
penal. Nem uma escada Magirus coloca Lula à altura do Prêmio Nobel
Nelson Mandela.
Não, Lula, você não é Nelson Mandela nem é Lech Walesa. Azar seu, Lula. Você é só Lula mesmo!
Os espelhos narcísicos de Lula, do qual falamos (ah espelho, espelho
meu!), reflete também o polonês Lech Walesa. Lula e Walesa tem início de
trajetória pública coincidente, mas é apenas o começo. Lula foi
torneiro mecânico e Walesa trabalhava como mecânico de carros, ambos se
tornaram fortes líderes sindicais, ambos se revelaram mestres em
discursos populistas, ambos, a partir da prisão, enveredaram pela
política. Agora, a grande discrepância: liderando dez milhões de
trabalhadores no sindicato Solidarnosk (Solidariedade), o mais poderoso
da Polônia, Walesa se opunha corajosamente ao obscurantismo e tirania do
regime comunista, enquanto Lula agitava greves na direção contrária,
queria jogar o Brasil no abismo do socialismo. Em palavras mais claras:
Walesa sonhava com a liberdade da democracia, Lula reverenciava a
ditadura do comunismo.
Walessa foi o primeiro operário em todo o mundo a se tornar
presidente de um país (1990-1995), mas logo depois disso viu-se pego
pela Justiça sob a acusação de ter integrado no passado as forças de
espionagem do regime comunista. Foi o seu fim. Mas, ainda assim, Walesa
jamais foi réu por malversação de dinheiro, jamais declarou em comício
que político ladrão “é só emoção”, como Lula o fez com Sérgio Cabral.
Vamos encolher, e bem encolhida, a nossa escada Magirus. Dê a ela poucos
metros, e mesmo dessa forma Luila também não chega a alcançar Walesa.
Não, Lula, você não é Nelson Mandela nem é Lech Walesa.
Azar seu, Lula. Você é só Lula mesmo!
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/